Arquivo mensais:março 2011
Eliana E Booker Pitman (1962)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Como já comentei, tô numa correria danada e sem muito tempo para ficar ‘tocando’ e ‘blogando’. Estou sendo obrigado a usar aqueles disquinhos que foram preparados, mas por alguma razão acabaram na gaveta. Hoje nós iremos com a Eliana Pitman em seu disco de estréia, ao lado do papai, o saxofonista americando Booker Pitman. Por certo, este é um disco já bem majado, postado também em outros blogs. Mas, mesmo assim eu ainda arrisco uma terceira ou quarta chamada 🙂 Após ouvir bem esse álbum, eu só tenho uma coisa a dizer, teria ficado ótimo, fosse a Eliana a partir dos anos 70. Já pensou ela agora, cantando ao lado do Buca? Ia ser duca… 😉
Ester De Abreu – Oito Sucessos (1954)
Olás! Hoje fui obrigado a lançar mão de mais um dos meus ‘discos de gaveta’. Não sei bem porque eu o coloquei lá, mas o certo é que agora ele está valendo. Tô num corre corre doido ou como dizia a minha tia, “apertado de costura”. Mas vamos lá…
Temos então a cantora portuguesa Ester de Abreu, que de uma temporada no Brasil, no final dos anos 40, acabou ficando de vez. Tornou-se mais uma de nossas célebres cantoras do rádio. Durante os anos 50 gravou vários discos de 78 rpm em diversos selos. Na Sinter ela gravou seu maior sucesso, “Coimbra”, gravação que consta neste lp de 10 polegadas. As outras sete faixas são também sucesso lançados anteriormente pela gravadora no formato 78. Confiram aí…
segredo
mariana
confesso
perseguição
reflete amor
coimbra
outras mulheres
Madalena De Paula – Sophisticated Lady (1979)
Joel Nascimento – Meu Sonho (1978)
Caio Miranda – Laya Yoga Relax Profundo
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Ontem eu fiquei na dívida com vocês. Informei que faria uma segunda postagem, mas acabei perdendo o trem, cheguei tarde e atrasado. Não vou nem me desculpar, pois afinal, parece que ninguém se importou. Para começarmos bem o domingo, vou trazendo aqui um disco especial. Como todos podem ver, não se trata de um disco de músicas. O que temos aqui é um exemplar fonográfico de uma aula de ioga (ou yôga, se preferirem). Este álbum segue a mesma linha de outro já postado aqui, o Yogaterapia. Agora, aqui no Toque Musical, ninguém vai poder reclamar de ‘stress’, só eu 🙂 Temos então um trabalho, onde iremos aprender com o professor Caio Miranda algumas técnicas de relaxamento profundo muscular e nervoso. Caio Miranda foi diretor do Instituto de Layla Yôga do Rio de Janeiro, discípulo de ‘Sêvananda Swámi’, um francês de nome verdadeiro Léo Costet de Mascheville, que trouxe para o Brasil a ioga nos anos 40. O professor Caio Miranda foi brasileiro que mais se dedicou à divulgação dos ensinamentos e práticas da ioga. A partir dos anos 60 ele passa atuar ainda mais, escreveu o primeiro livro brasileiro sobre ioga, fundou academias em diversas cidades e formou os primeiros instrutores de ioga, introduzindo a prática como profissão, ao contrário da direção mística e monástica de Sêvananda. Na primeira parte do disco, o lado A, temos os exercícios respiratórios, onde a gente se prepara e se concentra. A segunda parte, lado B, vem a melhor parte, o relaxamento profundo. Eu nessa hora, apago de vez. Difícil mesmo é acostumar com a voz do locutor. Mas a ironia logo passa quando realmente nos concentramos. O domingo está bom para um relaxamento, vocês não acham? Então, não percam tempo… vão relaxando aí, porque mais tarde vem a música.
O Brasil Pelo Mundo – Coletânea Internacional Do Toque Musical (2011)
Olá, amigos cultos e ocultos! Aqui vai um seleção musical bem interessante, reunindo grandes nomes da música internacional, como podemos ver logo de cara, interpretando a música popular brasileira. São os chamados ‘temas recorrentes’, dos artistas internacionais, bastante divulgados na rede, principalmente nos blog. Achei de reunir esses artistas porque dificilmente veremos (e ouviremos) juntos isso em um disco convencional. Procurei na ficar focado apenas na Bossa Nova. Aqui temos outros sambas que também viraram jazz. Com certeza essa seleção irá agradar ao público do Toque Musical.
Chico Maranhao – Gabriela (1974)
Olá, amigos cultos e ocultos! Vou aproveitando a pausa para o lanche da tarde e mandando brasa também por aqui. Hoje é dia de disco/artista independente e eu tenho aqui um presentinho jóia, enviado pelo amigo 300 Discos. Trata-se do tão procurado disco do Chico Maranhão, onde ele canta seu maior sucesso, o belíssimo frevo “Gabriela”. Taí uma música que eu adoro, só me faltou a Gabriela. Me lembro de já ter ouvido esta versão do autor, mas na época não dei muita importância. Agora, ouvindo o ‘presentinho’ com mais atenção, percebo como a interpretação do Chico é bacana. Aliás, neste lp, o moço estava mesmo inspirado. Posso dizer com convicção, todas as músicas no disco são ótimas. Um álbum excelente e que ficou esquecido. Este trabalho foi lançado por Marcus Pereira, em 1974, numa edição limitada e não comercial, apenas para os clientes e amigos de sua agência de propaganda. Disco raro em todos os sentidos Chico Maranhão conta com os toques e arranjos de Téo de Barros e participação da cantora Tereza Kawall, o que dá ao trabalho ainda mais qualidade. Infelizmente o áudio em “Gabriela” não está lá muito bom, principalmente no início. Mesmo com os tratamentos do feitos pelo Chris Rousseau. Eu cuidei da capa, mas essa também não estava em boas condições. Em 15 minutos, fiz o que foi possível 😉 Espero que os amigos apreciem este belo disco.
PS: o arquivo para a faixa Gabriela já foi trocado. Agora tá joinha!
Ministério da Cultura cede à indústria cultural
Entre discursos, reuniões bilaterais e possíveis acordos comerciais, um ponto da agenda da comitiva americana que acompanha Barack Obama em sua visita ao país chama atenção. O secretário de Comércio dos EUA, Gary Locke, se reuniu na sexta-feira passada (18) com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda. O pedido, em forma de “visita de cortesia”, partiu do governo americano. A pauta oficial falava em Ano Interamericano da Cultura e a Convenção da Unesco para a Diversidade — mas o assunto dominante foi um tema quente para o ministério no começo de 2011: propriedade intelectual.No pedido da embaixada norte-americana, fica claro: o secretário de Comércio dos EUA queria falar sobre direitos autorais. E é difícil discutir isso com Ana de Hollanda sem passar pela Reforma da Lei de Direitos Autorais. Marcia Regina Barbosa, a nova responsável pela área no ministério, participou do encontro e confirmou o tema: “Ele sabe que estamos passando por um processo de reformulação do projeto de lei e mencionou que se coloca à disposição para ajudar”. Quando Gilberto Gil assumiu como ministro, em 2003, o Ministério da Cultura (MinC) começou a estreitar relações com o Creative Commons e aderiu não só à licença, usada a partir dali nos seus projetos, mas também a uma visão mais flexível sobre o copyright.A partir de 2007, quando o cargo passou para o ex-secretário-executivo Juca Ferreira, o MinC decidiu mexer no vespeiro e propôs a discussão sobre uma revisão na lei brasileira de direitos autorais que, se aprovada, criaria exceções para o uso educacional e legalizaria o remix e cópias privadas e não-comerciais de obras protegidas. O criador do Creative Commons, Lawrence Lessig, chegou a dizer que, se as mudanças fossem adotadas, o Brasil teria a mais moderna legislação do mundo nessa área. O texto do projeto, resultado das discussões no período, entrou em consulta pública na internet em 2010 e a versão final foi mandada para a Casa Civil no final do governo anterior. Mas, agora, com a pasta sob o comando de Ana de Hollanda, ele provavelmente passará por novas mudanças. Desde o começo do mandato da compositora, o MinC tomou a contramão.Logo em janeiro, a ministra desvinculou o selo Creative Commons do conteúdo do site e fez elogios ao Escritório Nacional de Arrecadação (Ecad), famoso pela falta de transparência no repasse de direitos autorais de músicas e principal adversário da reforma, que criaria um órgão governamental para fiscalizá-lo. Em entrevistas, apesar de afirmar que ainda não lera o texto, Ana deixou claro que compartilhava os mesmos pontos de vista das entidades que tanto se opuseram a ele. A equipe que tocava a reforma saiu do Ministério. A Diretoria de Direitos Intelectuais foi ocupada por Marcia Regina Barbosa, que integrou o Conselho Nacional de Direito Autoral (CNDA) e já escreveu um artigo com o advogado Hidelbrando Pontes, conhecido defensor do copyright e ligado ao Ecad. “Ganhamos a guerra, pode ter absoluta certeza”, garante Roberto Mello, presidente da Associação Brasileira dos Músicos (Abramus), um opositor da política anterior do ministério que se diz “bastante satisfeito” com a nova gestão. “Pode esquecer esses ativistas que estão protestando, eles já eram. O Ministério foi completamente desaparelhado”, afirma. Ruptura: O que ainda se discute é o porquê de uma mudança tão radical em um governo de continuidade. O sociólogo Joe Karaganis, pesquisador do Social Science Research Council — que chefiou um estudo de três anos sobre a pirataria em países emergentes —, fala em realinhamento.“Tem sido feita muita pressão para que o Brasil adote uma linha mais amigável aos interesses dos EUA e para que siga suas recomendações em relação aos direitos autorais. A escolha de Ana de Hollanda e suas primeiras ações a esse respeito refletem isso”, diz Karaganis. Com os norte-americanos insatisfeitos, o Brasil poderia, em tese, começar a sofrer retaliações comerciais. Por isso, o novo MinC teria decidido se alinhar à cartilha dos grandes conglomerados da música e do cinema. “As pequenas ações da ministra apontam basicamente para a realização da agenda da indústria cultural”, afirma Pablo Ortellado, do Grupo de Políticas Públicas para o Acesso à Informação da USP. O que Ana de Hollanda está fazendo – e dizendo – vai na direção do que quer a Aliança Internacional de Propriedade Intelectual (IIPA, na singla em inglês), entidade que reúne órgãos como a MPAA, associação que representa os estúdios cinematográficos, e a RIAA, representante o mercado fonográfico. Em relatório divulgado da semana passada, a associação recomenda que o país endureça a legislação antipirataria. O Brasil foi classificado com um dos 40 países do mundo a se “prestar atenção”. A entidade diz que a flexibilização da legislação é “inconsistente com um equilíbrio viável entre proteções e exceções”, além de “desnecessária”. O estudo poderia ser só um retrato do que são os países na visão das indústrias que combatem a troca de arquivos e cópias ilegais. Sua importância, porém, é bem maior e tem ligação até com a visita de Gary Locke a Ana de Hollanda na última sexta-feira. A IIPA envia as informações ao Escritório de Comércio, que as usa na elaboração do Special 301 — uma lista anual dos países que não colaboram com a propriedade intelectual e que é usada como pressão em acordos comerciais bilaterais. Os EUA têm um mecanismo para ajudar países em desenvolvimento com a isenção de impostos na exportação de produtos, mas atrela o benefício justamente à maneira como eles cuidam dos direitos autorais. Quem desagradar perde o benefício.Ortellado teme que, por medo, o governo brasileiro siga à risca as recomendações da indústria e evolua para políticas repressoras — como a do “three strikes”, que permite a retirada de conteúdo ou mesmo a suspensão da conexão de usuários acusados de infrações de copyright. O cenário catastrófico ainda não se anuncia, mas o pesquisador já arrisca um ponto final ao menos para o projeto formulado no ano passado: “A ministra vai sentar em cima da reforma. A posição da indústria é não mudar a lei”. FONTE – Tatiana de Mello Dias e Rafael Cabral
Aldo Taranto E Sua Orquestra – Sonhos, Amor E Violinos (1959)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu pensei que não chegaria a tempo de fazer nossa postagem diária. A quinta feira foi dura, muita ralação, reunião e no final do dia mais reunião (de condomínio). Nessa altura do campeonato eu quero mesmo é uma cama.
Foi muito por conta disso que eu escolhi para postar este álbum com o Maestro Aldo Taranto e Sua Orquestra. Não vou precisar falar do artista e nem das músicas, tá tudo explicadinho na contracapa. Digo apenas que este lp foi o primeiro lançamento da Companhia Internacional de Discos (não confundir com a CID – Companhia Industrial de Discos). Uma gravadora que pelo que eu sei, não teve muito sucesso, durou pouco. Os álbuns da Orquestra de Jaú são, talvez, os únicos, além deste, que conheço. São discos bem produzidos e com artistas de qualidade.
O Maestro Aldo Taranto e sua orquestra fazem um trabalho muito bom, com músicas bem escolhidas, somente composições de autores nacionais. Zzzz… desculpem, o sono bateu… confiram daí que eu daqui vou para os braços de Morfeu.
Trio Marabá – Trio Marabá e Conjunto (1955)
Hoje eu trago um disquinho bem raro, lançado lá pelo ano de 1955. Nessa época eu ainda morava em pelotas (como já dizia um amigo meu). Temos aqui o Trio Marabá, um grupo vocal que fez fama nos anos 50. Hoje, no lugar mais certo de encontrar, a Internet, só temos ofertas, vendas dos velhos discos de algum sebo. Informação, que é bom, ficou limitada ao tópico de referência do Dicionário Cravo Albin, que por sinal é também escasso em seu conteúdo sobre o grupo. O curioso é que qualquer outra referência ao Trio, em outros sites são apenas adaptação do Cravo Albin (quando não, cópias descaradas e sem créditos). Nessa hora, para nos salvar, só mesmo os comentários generosos do nosso amigo Samuel 🙂
O Trio Marabá era formado por Pancho, Panchito e Carmen Duran. Os dois primeiros eram também compositores. Eles gravaram mais de uma dezena de discos, bolachas de 78 rpm. Na versão 33 rpm, só conheço dois discos, um deles é este que apresento a vocês. Acredito, inclusive, que sejam as mesmas gravações dos discos lançados anteriormente. Temos aqui oito temas, entre composições bem conhecidas, nacionais e internacionais. A única faixa autoral é “Ribeira”, de autoria de Pancho e Panchito.
Tentei recompor a capa original, mas me faltaram as fontes que foram usadas na impressão. Procurei então algo bem aproximado. Podem ter certeza de que não ficou muito diferente desta. A capa original vem numa edição de luxo, traz um forro em papel aveludado preto, recortado com uma barra decorativa emoldurando a fotografia do Trio Marabá. Infelizmente o disco que eu tive acesso para esta postagem não se encontrava (de todo) nessas condições. Mas nada como a tecnologia digital, que pelo menos ameniza a situação. Confiram… raridade pura!
ribeira
nem eu
sombras entre nós
risque
vivamos amor
ninguém me ama
noites do paraguai
Papete – Berimbau E Percussão (1975)
Ontem aconteceu uma coisa curiosa. Uma bobagem, claro, mas que eu tomo sempre como uma espécie de sinalização. Por umas três vezes no dia, discos do selo Marcus Pereira estiveram me rondando. Pela manhã ganhei os dois discos do Cartola em cd, lançados pelo selo. A tarde foi a vez do Chico Maranhão em seu primeiro lp. Uma raridade que me foi enviada como colaboração pelo amigo 300 (Discos Importantes) para uma futura postagem. E para finalizar, a noite, me chega este disco do Papete. Eu havia vendido este álbum para um amigo e já há algum tempo venho pedindo a ele que me enviasse uma cópia, visto que na época da venda, não me preocupei com isso. Ele, enfim, enviou, mas para variar esqueceu de incluir os selos (gosto do serviço completo!). Mesmo assim, eu achei por bem postá-lo de uma vez, afinal eu ainda não vi este disco em outras fontes e é mesmo um trabalho que vale a pena o nosso toque musical.
Lançado por Marcus Pereira em 1975, “Berimbau e Percussão” foi o primeiro disco do maranhense José Ribamar, mais conhecido como “Papete”. Este álbum também pode ser entendido como sendo de Théo de Barros. Boa parte das músicas são dele, assim como a direção artística, arranjos e participação em todas as faixas. De todo, o disco é muito bom e ao ouvi-lo a gente logo percebe o porque Papete merece este lp. Confiram…
Marcos Resende & Nivaldo Ornelas – Som E Fantasia (1984)
Bom dia a todos! Hoje eu acordei meio perdido em meio aos meus problemas e tarefas da semana. Faltou até uma certa inspiração para preparar a postagem para o dia. Felizmente, meus ‘discos de gaveta’ estão sempre na prontidão para essas horas. Pensei que teria tempo para fazer algumas atualizações no blog, mas não deu não. Continuo na dívida, mas prometo acertar tudo nos próximos dias, ok?
Iniciamos então com música instrumental. Apresento, “Som e Fantasia”, disco lançado em 1984 pelos consagrados instrumentistas Marcos Resende e Nivaldo Ornelas, para o selo Barclay. Eis aqui um disco onde encontramos os dois músicos numa sintonia de dar gosto. Apenas os dois, teclados e sopros. Marcos Resende controla com maestria um arsenal de teclados, com a mais avançada tecnologia digital da época. Nivaldo Ornelas, por sua vez e também com o mesmo talento, vem com seus saxes e flautas. Este é um tipo de trabalho musical que só funciona bem com músicos experientes e talentosos. Em nenhum momento o disco nos soa de forma artificial ou sintético. O som é melodioso e rico. O repertório, entre temas autorais e outros (Noel Rosa e Carlos Lyra), dá ao lp um sabor bastante agradável. Se vocês ainda não ouviram este disco, não percam tempo, pois vale a pena 😉
Caco Velho – Soirée A La Macumba (1956)
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Há algum tempo atrás, quando eu postei aqui uma coletânea especial do Caco Velho, logo em seguida, alguém (que não me lembro) enviou para o blog uma série de músicas gravadas pelo artista na França. Vim a saber que se tratava de um disco raro, lançado na França em 1956. Procurei mais informações sobre o disco e fui acabar parando num blog muito interessante, chamado Yoyo Salva Musical, do jeito que eu gosto, cheio de discos antigos e dos mais variados gêneros. Foi dessa fonte que saiu o meu arquivo, mas eu ainda não tinha a capa. Deixei lá uma mensagem, pedindo ao dono do blog as capinhas, caso tivesse. O tempo passou e como não veio resposta, eu acabei até me esquecendo. Há poucos dias atrás, para a minha surpresa, o autor do blog me fez a gentileza de enviar a capa, com direito também aos selos. Matou a pau! Agora completo, eu trago o disco para o Toque Musical. Tenho certeza que muitos aqui ainda não tiveram a oportunidade de ouvir essa jóia rara.
“Soirée a la Macumba” foi um disco gravado em 1956 por Caco Velho e os músicos que o acompanhavam na casa de shows francesa, chamada “La Macumba”. O sambista fez por lá uma longa temporada. Ele se apresentava também ao lado da cantora Marita Luizi, artista brasileira que era bem conhecida naquela época. Participou de um filme, “Quai des Illusion”, interpretando um baião “Chico Sanfona”, de J. Nubel e a toada “Ai Sinhá”, de sua autoria. Isso lhe rendeu outro convite, desta vez para gravar pela gravadora local, Ducretet Thompson um disco com as músicas “Falsa Baiana”, “Nega Mentirosa”, “Prenda Minha” e “Uma só vez”. Como sucesso do disco compacto, logo de imediato veio então a gravação de “Soirée A La Macumba”, um lp gravado ao vivo nesta boate, pela mesma gravadora e com o selo Telefunken. O álbum foi lançado no mesmo ano em que Caco Velho retorna ao Brasil. Nele encontramos doze faixas entre composições autorais e outras bem conhecidas do público brasileiro. Ele vem acompanhado, não por uma orquestra, mas sim por um conjunto e a cantora Marita Luizi. Não há como não gostar. O disquinho é mesmo muito legal.
Aproveito para agradecer ao Salvador, autor do blog YSM, pela gentileza de nos proporcionar o contato com um disco que dificilmente teria chegado até nós. Valeu demais! 🙂
Cauby Peixoto – O Sucesso Na Voz De Cauby Peixoto (1960)
Mesmo sem muito tempo para me dedicar ao blog neste sábado, não resisti a tentação de mais uma postagem. Para reforçar o caldo, resolvi trazer um disco de verdade e como sempre prezando pelo inédito e raro.
Ontem eu assisti à reprise de um programa de entrevista recente (acho que foi do Globo News) com Angela Maria e o Cauby Peixoto. Peguei o programa já começado, mas valeu a pena. O Cauby em seus 80 anos continua o mesmo, uma peça rara (no bom sentido!). Com aquela peruca cheia, como ele gosta, estava mais parecendo uma senhora. De relance, quem o vê também acha que é. Mas o Cauby é um tipo que está acima de qualquer critica maldosa. Ele é antes de tudo um grande artista, um cantor excepcional. Fiquei impressionado com a vitalidade e afinação do cantor. A Angela Maria, ao contrário, nesse quesito já começa a dar sinais de cansaço, mas também é outra grande cantora.
Foi meio que movido por esse encontro que eu decidi postar este álbum. Lançado em 1960, quando então o nosso cantor retorna à Victor, depois da temporada nos ‘States’. No lp nós encontramos um repertório variado, entre temas nacionais e internacionais. Cauby canta três músicas da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim, dois sambas bossa, um da dupla Vinicius e Tom e outro de Oscar Castro Neves. Ainda no destaque temos uma interpretação impecável para “Mack the knife”, de Bertold Brecht, Blitzstein e Kurt Weill. Há também o lado criativo de Cauby em duas faixas, “Mama” e “Bixio”, onde ele fez as letras.
Taí, um bom disco para fechar a noite! Amanhã tem mais… 😉
Coletânea Aum Soham – Brasil 68-75 (2011)
Hoje, sábado, vamos nos dedicar às coletâneas! Temos aqui uma feita pelo meu amigo, o artista multimídia Aum Soham, trazendo para nós uma seleção, que segundo ele, foi a trilha de um bom momento em sua vida. Com certeza, as músicas reunidas aqui fizeram e fazem o momento de muita gente, inclusive o meu.
Claudio Mourão – Cuma-É (1992)
Tenho hoje para apresentar um disco de produção independente do mineiro Cláudio Mourão, lançado orignalmente em 1992, ‘solamente’ em lp. Cláudio é um cantor e compositor que tem, como todos os músicos mineiros, um elo forte com o “Clube da Esquina”. Inspirado em Bossa Nova, rock progressivo, instrumental e jazz. Pelo que eu pude verificar, ele relançou o disco no formato cd. Vi no site. Porém, lá não consta datas. Suponho que tenha sido já há algum tempo. Ao saber disso, quase desisti de postá-lo. Mas como se trata de produção independente e de distribuição limitada, tenho certeza que a divulgação através do Toque Musical só irá favorecer.
Na rede não há muitas informações sobre este artista, eu mesmo não sei muito além do que há no álbum. Acredito que “Cuma É” foi seu primeiro e único disco. Por certo ele não ficou só neste disco por falta de qualidade. Ouvindo, vocês saberão que muito pelo contrário, o artista é bom e o disco também. As músicas são quase todas de sua autoria ou parceria. Tocam com ele um pouco da nata dos instrumentistas mineiros. Gente como Juarez Moreira, que faz aqui a direção musical e os arranjos; Flávio Venturini; Ezequiel Lima, Nenem, Ivan Correia e outros…
Diquinho bacana, podem conferir…
a era de aquário
os mistérios da paixão
cuma é
anjo
pala
imagem
refletino
sentimento de artista
os mistérios da paixão (instrumental)
Baião Para O Mundo – Seleções De Humberto Teixeira (1957)
Bom dia para todos do lado de cá e uma noite melhor para os que estão do lado de lá. É, o mundo está caindo e ainda nem aprendemos a levitar. Coisas estranhas estão acontecendo pelo nosso mundo. As profecias vem se cumprindo. O que podemos esperar em 2012? Sinceramente, estou preocupado. Se não abrimos as nossas mentes agora, poucas serão aquelas que estarão recriando o mundo depois. Tô meio pessimista? Desculpem…
Melhor seria se o mundo fosse invadido pelos ares do Baião, como foi o desejo desta produção, lançada pelo selo Rádio em 1957. Temos aqui um disco dos mais interessantes e também (para não variar) uma obra rara, que poucos hoje em dia devem conhecer. Obviamente me refiro ao disco e não às músicas que, com certeza, todos devem saber de cor. “Baião para o mundo – Seleção de Humberto Teixeira” é um disquinho de 10 polegadas que traz em suas faixas oito baiões do compositor cearense. É curioso falar de Humberto Teixeira sem comentarmos sobre seu grande parceiro, Luiz Gonzaga. Acontece que neste álbum, apenas “Asa Branca” é uma composição em parceria com o Rei do Baião. Todas as demais músicas do disco são exclusivamente de Humberto Teixeira. A execução, orquestração e os belos arranjos são do maestro pernambucano Guio de Morais. Ele dá ao baião uma roupagem mais nobre, uma noite de gala para um gênero tão popular. Embora nessa época o baião já fosse conhecido em outros países (inclusive no Japão!), um disco com este, surge mesmo é para afirmar a nós brasileiros o quanto esse ritmo nordestino ganhava projeção internacional. Taí um disco bem bacana e que merece muitos comentários, vocês não acham? 😉
Osmar Milani – Baile Dos Estados (1959)
O álbum que eu tenho aqui é de 1959, uma fase ainda dourada para as grandes orquestras e seus maestros. Lançado pela etiqueta Som, este lp é mais um daqueles álbuns (raridade total) da gravadora, onde a capa é forrada com um tecido, tipo pano de saco com a estampa aplicada em serigrafia. Acredito que neste conceito de capa eles foram os pioneiros. Não me lembro de nenhum outro disco da época, ou mesmo antes, com uma ideia tão original. O disco teve também uma segunda edição, com capa diferente, lançado no final dos anos 70 pelo selo Beverly.
Aqui no Toque Musical vocês poderão encontrar outro álbum no estilo, Odete Amaral e Cyro Monteiro Jr, “Do outro lado da vida”.
Em “Baile dos Estados” temos um repertório com temas variados, músicas nacionais e internacionais, obviamente, todas em ritmos dançantes. A qualidade do som está associada ao estado do disco, algumas boas, outras melhoradas na medida do meu toque musical. Vale a pena conferir… 😉
chinchilla
piove
sede de anir
repouso para o trombone
um chorinho no parque são jorge
bikini
vagalume
boola
mine at last
trombone ginga
theme from ‘bell and candle’
Raul De Souza – Viva Volta (1986)
Seguindo a nossa jornada fono musical, vamos curtir agora um pouco de jazz, música instrumental de primeira linha com um dos maiores trombonistas do mundo, o fera, Raul de Souza. Dono de uma técnica única, este instrumentista se projetou a partir dos anos 60, ao lado de outros artistas da era bossa nova, segunda geração. Nos anos 70 ele trabalhou nos Estados Unidos com Sérgio Mendes, Flora Purim, Airto Moreira e Milton Nascimento. Ainda nos “States’ ele também tocou com grandes nomes da música americana, como os jazzistas Cal Tjader, Sonny Rollins, George Duke e outros mais. Por lá ele gravou alguns discos interessantes como, “Sweet Lucy” e “Don’t Ask My Neighbors”, produzidos por George Duke, sempre na linha do jazz. Seu trabalho diluiu um pouco quando se associou ao produtor Arthur Wright, na gravação do álbum “‘Til Tomorrow Comes”. Disco fraquinho, na onda da discoteca, coisa mesmo para o mercado americano. A partir dos anos 80 ele volta ao Brasil, se apresentando pouco, mas sempre as voltas com gravações, tocando no disco de um e de outro. Grava também dois discos, “The Other Side of The Moon” e este, “Viva Volta”. Ainda na década de 80 ele se muda para a França se apresentando com seu conjunto. Na década seguinte ele se fixa em Paris, retornando ao Brasil quase dez anos depois. Acho que foi nessa época que fizeram com ele um documentário, chamado também de “Viva Volta”, de 2005, onde o artista reconstrói sua trajetória, contando um pouco da sua história e tem ainda no filme um encontro (de arrepiar) dele com a cantora Maria Bethania (tem que ver).
O álbum “Viva Volta” é um disco gravado ao vivo, uma produção do empresário Romualdo Zanoni, dono da famosa casa de shows paulista Inverno & Verão. Nos anos 80 ele lançou diversos discos gravados ao vivo em seu restaurante. Nomes como Dick Farney, Tito Madi, Zimbo Trio e outros, também tiveram discos pela Inverno & Verão. Este lp de Raul de Souza foi relançado em 92 pela RGE, dentro da série “A arte do espetáculo ao vivo”. Sem dúvida, nada como uma gravação ao vivo, sem retoques, onde o músico se apresenta mais naturalmente. Melhor ainda quando a gravação é de qualidade e temos ainda a participação de outros grandes instrumentistas como é o caso aqui do pianista Guilherme Vergueiro, o batera Chico Melão, o contrabaixista Pixinga e os guitaristas Rui Yamamura e Jarbas Barbosa. Raul nos apresenta um repertório autoral e também músicas de João Bosco e Aldir Blanc, Milton Nascimento, Djavan, Noel e Vadico e outros… No disco-show Raul também mostra que de sopro ele também é fera no saxofone. Taí um artista que merece o nosso toque musical. Confiram…
Sexteto Guanabara – Sorvete Dançante (1962)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Nossa semana começa chuvosa e para um segunda feira isso é desanimador, dá vontade de voltar para a cama e dormir mais um pouco, ou então ficar aqui ouvindo música (na cama).
Hoje eu tenho para vocês um disco do obscuro Sexteto Guanabara. Digo isso porque até hoje eu não encontrei informações sobre o grupo. Embora tenham lançado três lp’s, em nenhum deles há uma ficha técnica com o nome dos realizadores e músicos participantes. Por certo, este sexteto era formado por músicos de outras gravadoras, daí o fato de seus nomes não constarem na publicação. Além do mais, este foi o primeiro lançamento do selo Musiplay, que por sinal não deve ter ido muito longe, pois, eu mesmo nunca vi outros discos da gravadora.
O Sexteto Guanabara fazia uma linha dançante, aos moldes da época, como Waldir Calmon e tantos outros. Neste álbum, o primeiro da série, encontramos um repertório recheado de sambas, boleros e até o “Barquinho” de Menescal e Boscoli, tudo em ritmo bem dançante como mandava o figurino. Confiram aí…
Bené Nunes – Telefone Para 27-9696 (1959)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Ontem, sábado é que era dia de festa, mesmo assim hoje ainda cabe um Bené Nunes para animar esse resto de domingo. Aliás, diga-se de passagem, foi também num domingo que postei um outro disco do pianista. Hoje ele volta em um álbum ainda inédito na blogosfera, o raro “Telefone para 27-9696”. Sei de muitos ‘causos’ de gente (fina) que ligava neste número para contratar o Bené Nunes. Será que ele atendia? hehehe… De fato ele era o rei da nota musical em bailes e festas particulares, e cobrava mesmo uma nota para essas apresentações. Era o pianista do então Presidente JK. Fico aqui imaginando as festas daquela época no Rio. Taí um artista que não devia ter nada a reclamar. Bené Nunes também atuou no cinema, em diversas produções da Atlântida e era chamado de “pianista galã”.
Neste álbum temos o artista desfilando o que ele melhor gostava de tocar em festas. O repertório é um mostruário, para não dizer uma propaganda para seduzir endinheirados como o “Coroné Antonio Bento”. Temos aqui uma seleção musical da melhor qualidade, com direção artística de Aloysio de Oliveira. Confiram aí mais uma raridade do Toque Musical 😉
Djavan – Primeiras Gravações… (2011)
Olá amiguinhos cultos e ocultos! Demorei, mas cheguei… E como sempre, fazendo a diferença 😉
Ontem eu havia comentado sobre a possibilidade de criarmos aqui no Toque Musical um dia na semana para coletâneas. Já tenho algumas aqui selecionadas faltando apenas as famosas capinhas. Tive a ideia de convidar alguns amigos blogueiros, inicialmente os que constam na minha lista de indicação, para criarem coletâneas, as quais eu irei postando gradualmente. Ao longo do tempo teremos uma série bacana, vocês não acham?
Hoje eu vou trazendo uma coletânea especial. Há pouco mais de um mês, o amigo Tri-X (aquele que me mandou o Sérgio Sampaio no Cabaret Mineiro) me presenteou com outro arquivo bem interessante, algumas das primeiras gravações do Djavan. Encontramos aqui gravações feitas a partir do início dos anos 70, quando ele então era contratato da Globo/Som Livre. Djavan fazia parte do ‘cast’ musical da Rede Globo, era cantor de trilhas sonoras de novelas, para as quais grava músicas de compositores consagrados como Dori Caymmi, Toquinho e Vinícius e Paulo e Marcos Sérgio Valle. Paralelo a vida de intérprete ele também marcava presença como compositor. Sua música “Fato consumado” tirou segundo lugar no Festival Abertura e lhe garantiu o direito de gravar o seu primeiro lp, “A voz, o violão, a música de Djavan”, de 1976. Mas antes disso, porém ele lançou dois compactos compacto, em 1975 e 76 que estão reunidos aqui juntamente com algumas outras músicas do arquivo Som Livre datados a partir de 1973. O interessante desta coletânea, que eu aqui dei o nome de “Primeiras gravações…”, é que são de músicas, em sua maioria, inéditas ou nunca relançadas em coletâneas do artista.
Para embalar o nosso produto, criei esta capinha, partido da foto original da contracapa de um dos compactos. Modéstia a parte, acho que ficou apresentável, não é mesmo?
Cynthia Martins & Marcus Bolivar – Mais Que Nunca (1987)
Bom dia! Com a passagem do Carnaval eu quase me esqueci que hoje é sexta feira. Tô aqui com a cabeça na terça, pensando na semana longa que terei pela frente. Que bobeira! Hoje é sexta, dia da postagem dos independentes. A propósito, estou pensando em lançar aqui também o dia da coletânea. Sempre tem alguém me pedindo isso e outros, inclusive, já até me enviaram suas seleções musicais. Acho que coletâneas como o “Beleza Pura“, “A Bossa Pelo Mundo“, “Luiz Gonzaga Instrumental” e tantas outras têm caído bem no gosto da freguesia 🙂
Como hoje eu fui pego meio que de surpresa, tive que apelar para os meus ‘arquivos de gaveta’. Puxei o primeiro dos independentes que veio à mão. Felizmente era algo que eu já pretendia postar. Temos aqui a dupla mineira Cynthia Martins e Marcus Bolivar. Me lembro que na década de 80 eles fizeram um relativo sucesso por aqui. Cheguei a assistir certa vez uma apresentação dos dois em um bar da capital. Eram bem talentosos e isso pode ser conferido neste que foi o único disco da dupla, uma produção independente, gravado na Bemol em 1987. As composições são todas próprias, assim como os arranjos, que ficam por conta de Marcus Bolivar. A música de destaque é “Amanhecer”, vencedora de festival, também incluída no disco “O melhor dos Festivais de Minas – Ano I“. “Mais que nunca” é um álbum muito bem gravado pelo nosso Dirceu Cheib. Eles ainda contaram com a participação da nata musical mineira, músicos como Marilton Borges, Jairo Lara, Lincoln Cheib, Juliana Serra, José Marcos Almeida, Gilberto Diniz, Cleber Alves, Ivan Correia, Marcus Viana e tem mais… Um belo trabalho que merece o nosso toque musical.
Bola Sete – Aqui Está O Bola Sete (1957)
Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Seguindo em nossa missão musical, hoje vamos com Djalma Andrade, mais conhecido como Bola Sete. Violonista prodígio, iniciou sua carreira nos anos 40. Trabalhou ao lado de Ary Barroso por alguns anos no Programa “Trem da Alegria”. Formou logo em seguida seu conjunto, tendo como cantora Dolores Duran. Nos anos 50 excursionou pela América Latina e também esteve na Europa, se apresentando na Espanha com sua orquestra. Já era um músico destacado e internacional. Entre os diversos artistas brasileiros que debandaram para os ‘states’, Bola Sete foi um deles. Seguindo os passos de Luiz Bonfá e Laurindo de Almeida nos anos 50, o violonista foi também em busca do estrelato. Participou da noite de estréia da Bossa Nova, no Carnegie Hall, com o seu trio formado por Tião Neto no baixo e Chico Batera na percussão. Depois de algumas apresentações na terra do Tio Sam, ele acabou sendo contratado como artista exclusivo da rede de hotéis Sheareton, onde trabalhou durante uns três anos. Tocou com feras do jazz como, Dizzie Gillespie e Vince Guaraldi. Era considerado por muitos como o precursor do chamado ‘Latin Jazz’. Gravou por lá uma dezena de discos, dos quais poucos chegaram ao Brasil. Como adotou os Estados Unidos como sua morada, acabou se tornando esquecido em seu pais natal. Morreu na California em 1987.
O álbum que temos aqui, foi seu primeiro lp, lançado pela Odeon, no Brasil. Neste disco temos o instrumentista desfilando na guitarra elétrica uma série de sambas de Ary Barroso, um chorinho de Radamés, três composições autorais e outras coisas da época. Um bom disco, que já demonstra as qualidades excepcionais do grande Bola Sete. Confiram o toque…
Noite Ilustrada – Depois Do Carnaval
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Depois do Carnaval, a gente ainda continua no embalo, afinal o Toque Musical não pode parar. A festa passou, mas a boa música continua passando. E vamos a ela! O álbum de hoje finaliza a nossa celebração ao Carnaval. Passados os quatro dias de folia, voltamos à realidade. “Depois do Carnaval” veio em boa hora. Um álbum bem apropriado para essa data, enviado pelo amigo Eduardo. Taí um disco do Noite Ilustrada que eu ainda não conhecia e possivelmente muitos de vocês também não. Inédito em blogs, é mais uma raridade de primiera mão que vocês poderão conferir no Toque Musical.
Temos aqui doze sambas bacanas, entre composições autorais e de outros, com destaque para “Tropeçando na idade”, de sua autoria; “Pedra 90”, de Dora Lopes e Linda Rodrigues; “Capela de São José”, de Herivelto Martins e a música que dá título ao disco, “Depois do carnaval”, de Jorge Costa e Paulo Roberto. Um bom disco, eu garanto! 🙂
Moacyr Silva E Conjunto – Carnaval De Boate Nº 4 (1967)
Bom dia, amigos foliões! Espero que não tenha ninguém aí de ressaca. Carnaval é foda, a gente sempre abusa. Pior é quando a ressaca é também moral, a gente acorda e começam a lembrar dos vexames, dos micos e chapação. Como eu não caí na farra, hoje estou uma jóia.
A sequência deste texto era antes uma piadinha infame, que graças à observação de uma boa amiga (e que me conhece bem), consegui tirar a tempo, evitando uma possível má interpretação por parte das leitoras do blog. Queriam (mesmo sem saber) aceitar as minhas desculpas. Hoje é o Dia Internacional da Mulher e eu até então nem havia me lembrado. Falha minha, mas que graças à própria mulher eu consigui corrigir o meu erro a tempo. Grande mulher! Parabéns para você 🙂
Mas vamos voltar para o salão, a festa continua. Ou melhor dizendo, vamos para a boate, o carnaval de boate do mestre Moacyr Silva e seu conjunto. Temos aqui o quarto volume de uma série criada pela Discos Copacabana, onde a cada ano eram apresentadas as novas músicas de carnaval, numa versão, segundo os produtores, mais leve e apropriada. O saxofonista Moacyr Silva reúne neste lp alguns dos maiores sucesso do carnaval de 1967. Algumas músicas, como “Máscara Negra”, lançada em 66, se tornariam clássicos, presentes desde então em todos os carnavais. O álbum, originalmente foi lançado com outra capa, como podemos ver aqui. Teve seu relançamento no início dos anos 80 pelo selo Beverly, da Copacabana. O disco se divide em seis faixas e as músicas são apresentadas numa espécie de ‘pot pourri’ carnavalesco. Moacyr vem acompanhado de um conjunto com piston, orgão, bateria e coro. Os arranjos são do Maestro Astor e a produção musical do próprio Moacyr. Um disco ótimo para se ouvir a qualquer momento, independente de festas de carnaval ou não.
Lamartine Babo – A Música Popular No Rio de Janeiro (1988)
Bom dia carnavalescos cultos e ocultos! Parece mentira, mas até o momento eu ainda não vi e nem saí no carnaval. Não vi pela televisão e nem nas ruas. Aliás, Belo Horizonte em termos de carnaval é um caso sério. Existe até a tradição, mas a turma por aqui não é muito animada. Neste ano, parece, estavam querendo ressuscitar os velhos blocos carnavelescos, mas eu não tenho visto muitas manifestações pela cidade. Acho que o problema por aqui é a chuva. Todo ano chove nessa época, daí o belorizontino prefere viajar e pular o carnaval na chuva de outra cidade. Aqueles que dizem que odeiam carnaval também fogem da cidade, procurando um retiro de paz no feriadão. Bobagem, melhor ficar por aqui mesmo. Eu adoro o carnaval, mas para ir para o agito prefiro sair com antecedência e voltar depois sem pressa. Se tem uma coisa que eu não tolero e pegar uma estrada cheia ou ficar mofando em salas de embarque de aeroporto. Como um bom mineiro, gosto de fazer as coisas sem afobação. Na pior das hipóteses, fico em casa. Faço o meu carnaval por aqui mesmo. Discos e músicas são o que não me faltam. Faço a festa e ainda de sobra mando ver aqui no Toque Musical.
Passar o Carnaval sem Lamartine Babo é o mesmo que assistir na Avenida dos Andradas ao desfile carnavelesco de Belô, uma tremenda frustração. Por isso, para salvar o dia e também a festa, vamos com um álbum do Lalá. Temos aqui este lp lançado pela Moto Discos, que a exemplo de outros selos como o Collectors, Revivendo e Filigranas Musicais, ajudou em muito no resgate e restauração de velhos fonogramas, dos primeiros discos e artistas da música popular brasileira. O álbum “Lamartine Babo – A música popular no Rio de Janeiro”, como diz o próprio texto da contracapa, procura prestar uma homenagem a um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos, reunindo algumas de suas famosas criações. As músicas selecionadas aqui são da década de 30, em gravações feitas pelo artista ou outros intérpretes como, Carmen Miranda, Francisco Alves, Aracy de Almeida, Castro Barbosa, Mario Reis, Almirante, Diabos do Céu e outros… Em todas as músicas temos, de alguma forma, a presença de Lalá, mesmo quando na música ele não é o astro principal. Ele intervém para dar a essa um definitivo ‘toque’ lamartinesco. Confiram…
Carnaval 1970 (1970)
Bom dia foliões cultos e ocultos! Para o embalo do nosso carnaval, mantendo a linha ‘Toque Musical’, eu hoje trago um obscuro álbum lançado em 1970 pelo não menos obscuro selo Bandeirante. Este disco teria sido postado no carnaval do ano passado, não fosse o fato de que a capa e o disco estavam trocados. Pela capa seria “Carnaval do bons tempos – A banda do Pixinguinha“, mas no interior, o disco era “Carnaval 1970”. Por conta disso, acabei deixando a postagem de lado, fiquei com dois discos incompletos. Mas neste ano eu resolvi postá-lo, usando da criatividade, transformei a capa do Pixinguinha num novo encarte para o “Carnaval 1970”. Teria sido mais interessante se fosse o contrário, mas infelizmente esse grau de magia eu ainda não domino. Vamos então curtir essa seleção, orquestrada e dirigida pelo Maestro Severino Silva. Encontraremos aqui quatorze faixas onde predominam as marchinhas. São músicas carnavalescas pouco conhecidas do público, pelo menos eu suponho, considerando que eu também conheço dessas muito poucas. Os intérpretes também não são nomes muito comuns, apenas Alvarenga e Ranchinho aparecem na segunda faixa com a marcha “Pau de arara”. Mesmo assim, o lp não deixa de ser muito interessante, apresentando um carnaval como nos bons tempos. Vale a pena conferir… 😉
Baile de Gala – Teatro Municiapal Do Rio De Janeiro (1967)
Eu fiz hoje a chamada para o Carnaval, mas a postagem do dia está chegando agora.
Abrindo o nosso carnaval, vamos logo cair na folia e com toda a pompa. Começamos com um baile memorável. Vamos para o Baile de Gala do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no ano de 1967. Temos aqui um raro disco lançado pelo selo Sideral, da Rozenblit, apresentando o que foi o baile daquele ano, numa gravação ao vivo muito empolgante. Este álbum eu escalei meio que encima da hora. Tive que refazer a capinha que se encontrava um pouco amarelada e desgastada pelo tempo. Ficou até bem próxima da original.
É interessante notar como, naquela época, se lançavam discos como este, literalmente uma gravação ao vivo de um baile de carnaval. A qualidade do som chega a ser um pouco sofrível, muito pelo fato de que o ambiente e as condições técnicas não deveriam ser lá muito propícias. Mesmo assim, não deixa de ser interessante e saudosista. Me faz lembrar dos bailes que um dia eu fui também.
Um fato interessante e de destaque neste disco é que nele aparece pela primeira vez a marcha rancho “Máscara Negra”, de Zé Ketti e Pereira Matos, gravada ao vivo e no melhor estilo carnavalesco. Esta música passaria a fazer parte do repertório de carnaval deste e de todos os bailes desde então, se tornando um verdadeiro clássico. Confiram aí…