João Só. Só João. Vocês se lembram dele? Se lembram do seu grande sucesso, “Menina da ladeira”? Tá aqui, ó… e boa noite Zzz…
Arquivo mensais:setembro 2010
Edu Lobo – A Música De Edu Lobo Por Edu Lobo (1967)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje nós vamos de Edu Lobo, acompanhado pelo Tamba Trio. Este álbum, por certo, não é novidade ou raridade que mereça mais explicações. Foi o primeiro lp do compositor que até então só havia gravado um compacto duplo pela Copacabana, 1963, como apoio do papai Fernando Lobo. Por volta de 65, impressionado com as qualidades do jovem Edu, Aloysio de Oliveira convidou-o a gravar seu primeiro disco para o então recente selo Elenco. Para não ficar no mesmo clima intimista do trabalho anterior e mesmo porque sua música tem essa tendência, Aloysio incluiu o Tamba Trio, que casou direitinho com as intenções musicais do jovem artista compositor. Se não me engano, este disco teve seu lançamento adiado por conta de uma das músicas que estava participando de festival. O álbum teve seu lançamento oficial marcado em 1967. Neste disco Edu interpreta ao lado de Luiz Eça, Rubens O’Hanna e Bebeto Castilho, suas composições e parcerias com Lula Freire, Ruy Guerra, Vianinha e Vinicius de Moraes. Sem dúvida, um trabalho antológico da maior importância, que mesmo sendo já bem ‘manjado’ através de outros blogs, não deixa de ter um encanto e ser, para mim, uma honra tê-lo listado no Toque Musical. Se você ainda não o viu e nem ouviu, taí uma boa hora! Este é básico!
Guarabyra (1973)
Depois daquele Sá, Rodrix e Guarabyra e da Coca com castanha de cajú, me lembrei deste compacto solo do Guarabyra, onde temos o famoso ‘jingle’ da Pepsi Cola e a primeira versão de “Pássaro”. Me lembrei agora também que já havia incluido este compacto como bonus na postagem do álbum do Guarabyra de 1969. Mas fica valendo para aqueles que não viram…
The Jet Black’s – Twist (1962)
Olás! Hoje eu não estou passando muito bem. Tive um mal estar durante a noite e o dia foi por conta dos desdobramentos, sono e indisposição. Acho que foi aquela bendita Coca Cola com castanha de cajú. Não sei onde eu estava com a cabeça na hora que fiz essa mistureba. Eu as vezes me esqueço que o meu ponto fraco é o estômago. Passei a madrugada acordado e para me destrair, fui visitar alguns blogs, ler e-mails atrasados e por em dia algumas pendências. Acabei também indo parar no site da Jovem Guarda, mais especificamente na página dedicada ao The Jet Black’s. Lá eu li um nota de repúdio, escrito pelo filho do Jurandy, um dos integrantes e fundadores do grupo, que me chamou a atenção. No texto ele fala da cara de pau de um sujeito que se apropriou do nome da banda, aproveitando-se de um momento conturbado com a morte do pai, onde os remanescentes tentavam ainda manter acesa a história do grupo. Segundo ele, dois antigos integrantes do grupo “The Spark’s”, registraram novamente o nome, passando a usá-los como se eles tivessem sido do grupo original. Pelo que parece, a turma do “The Spark’s” (Delamonica e Emílio Russo) resolveram se tornar Jet Black’s. Seria uma atitude louvável se já não houvessem remanescentes do grupo e eles quizessem com isso, realmente, resgatar a memória de um dos maiores conjuntos de rock twist brasileiro. Mas pelo que tudo indica foi apenas oportunismo. Diante do fato, resolvi postar aqui mais um disco do original e reforçar a lembrança dos verdadeiros Jet Black’s. Infelizmente o texto do site da Jovem Guarda não apresenta datas, assim, eu não sei dizer se essa ‘estória’ ainda continua. Mesmo assim, deixo aqui o meu recado…
O álbum “Twist” foi um disco de estréia e de muito sucesso, lançado no início dos anos 60, abriu ainda mais as portas para o grupo instrumental paulista, que interpreta aqui alguns dos maiores sucessos (internacionais) do gênero na época. Confiram…
Sá, Rodrix & Guarabyra (1972)
Augusto Calheiros – Caboclo De Raça (1959)
Bom dia, amigos cultos e ocultos. Estou trazendo hoje mais um disco do meu xará, o Augusto Calheiros. Eis aí um artista dos quais eu muito aprecio. Gosto do seu estilo cabolclo, da sua música de raiz. E pelo que vemos em sua história musical, Augusto Calheiros quando veio do Recife como cantor no grupo de Luperce Miranda, Os Turunas da Mauricéa, conquistou logo o público se destacando ao ponto de seguir em carreira solo. Augusto tem um certo encantamento na voz, no jeito de cantar. Seu repertório é sempre rico de canções brasileiras autênticas, valsas, côcos, emboladas, serestas e canções populares. Tanto os dois lps anteriores, quanto este que estou trazendo agora, são álbuns póstumos. Augusto Calheiros não chegou a gravar para um ‘long play’. Como já havia dito também, sua obra foi toda resgatada, mas por quem e para onde, isso é que é difícil saber, não está tão acessível assim. Vocês, certamente não irão encontrar essas gravações rodando fácil por aí. Volto a repetir, se não fossem os blogs de música, coisas como esta estariam a cinco palmos de poeira, esquecidas em algum sítio arqueológico, de acesso restrito à pesquisadores.
“Caboclo de raça” foi lançado em 1959 pela Odeon, selo o qual Augusto Calheiros gravou a maioria de seus discos. Este álbum chegou a ser relançado em 1968 novamente pela Odeon, através de seu selo Imperial. Nele encontramos alguns de seus sucessos. Algumas músicas, inclusive, também se repetem, estão no lp “Patativa do Norte”. Confiram…
Geraldo Vandré (1968)
Walter Wanderley – WW Set: When It Was Done (1968)
Para começarmos bem a semana, aqui vai mais um disco bacana do Walter Wanderley, em sua fase internacional. Temos aqui “When It Was Done”, álbum lançado em 1968 pelo produtor Creed Taylor. Realmente um discaço onde WW conta com o apoio de uma turma de primeiríssima. Começando pelos vocais de Anamaria Valle, Milton Nascimento e as americanas Marilyn Jackson e Linda November. O grupo de músicos que acompanham o Walter é João Palma na bateria, José Marina no contrabaixo, Lulu Ferreira na percussão e o americano Marvin Stamm no ‘fluglhorn’. Contam que Marcos Valle também participou das gravações, mas no disco não consta os créditos. Os arranjos são de Eumir Deodato e Don Sebesky. O repertório é uma bem dosada mistura de música brasileira e americana, como vocês mesmos podem verificar na listagem a baixo. Taí um disco recomendadíssimo…
Jards Macalé – Disco Mix Promocional (1987)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! E depois do Melodia e do Sampaio, outro artista que cai bem no clima é o Jards Macalé. É ou não é? Segue aqui então este disco promocional, com duas faixas exclusivas, onde Macalé nos apresenta a sua divertida versão para “Blues Suede Shoes” de Carl Perkins (samba rock, unplugged!) e “Rio sem Tom”, um momento de desilusão com o Rio, um ‘fonocomentário maxixento brasileiro’ (segundo o próprio autor). Esse tal disco ‘Mix’ foi o substituto do compacto nos anos 80. Várias gravadoras chegaram a usar esse tipo de disco que antecedia ao lançamento do álbum oficial. No caso do Macalé eu não sei dizer…
Putz! Tá vindo muita chuva aí. Acho que vou parar por aqui. Pensei em postar hoje ainda uns compactos, mas acho que vou deixar isso para amanhã. Lá vem chuva…
Sérgio Sampaio – Ao Vivo No Cabaré Mineiro (2010)
Olá amigos cultos e ocultos! Hoje é sexta feira, dia de independência musical. Antes porém, de falarmos sobre ‘o disco’ da postagem, eu gostaria de mandar um alô ao amigo Zeca Louro, que muito bem lembrado por um de nossos visitantes, está há um ano sem atividade em seu maravilhoso Loronix. Com certeza, ele tem deixado muitos de nós ansiosos pela sua volta. O mistério envolvendo o seu desaparecimento é que nos deixa mais agoniados. Seja lá onde ele estiver, desejo-lhe tudo de bom. Em sua homenagem eu dedico esta postagem. Sei que o Zeca era um fã incondicional do Sérgio Sampaio.
Waldir Calmon – E O Espetáculo Continua… (1963)
E nessa de bater na mesma tecla, só de pirraça, eu vou insistir… Vou postando aqui mais um disco do Waldir Calmon. Depois que eu passei a conhecer melhor o trabalho deste artista tive naturalmente que rever os meus conceitos. Já falei isso outras vez e repito. O Waldir era mesmo ótimo, quanto mais eu escuto, mais eu aprecio.
Aqui temos um álbum gravado em 1963 e relançado em 1982. Um disco que celebra a era da música mecânica, ou seja, aquela que é tocada através de um ‘disc jockey”. No início dos anos 60 começaram a pipocar as casas noturnas, onde a música não era ao vivo. Os músicos foram substituídos pelas aparelhagens de som e uma pilha de discos, com um profissional exclusivo para atender aos pedidos musicais. Estávamos entrando numa nova fase dos discos de longa duração. Surgiam os primeiros equipamentos de alta fidelidade, alguns até estéro e com uma qualidade de som bem superior ao que existiam antes. Estávamos entrando na modernidade, procurando nos espelhar (caricaturalmente) no “american way”. Tivemos até as belas ‘jukebox”, onde a música e artista podiam ser escolhidos no cardápio da máquina, pessoalmente, bastava uma ficha. Para a casa noturna isso era ótimo, baixo custo, sem precisar pagar aos músicos. Ao contrário, tinham lucro vendendo as fichas. A situação começa a mudar quando entra em cena os orgãos normativos e fiscalizadores. Uma considerável porcentagem era reservada aos ‘ecads da vida’, que por sua vez distribuia o lucro entre seus associados. Eu sei de muito artista bom que nunca viu nem o cheiro desses rendimentos. Para muitos, o disco nunca foi uma fonte de renda, servia apenas para dar um certo destaque ou oficializar suas obras. Mas essa é uma outra história. Melhor mesmo é voltarmos ao som dançante do Waldir Calmon, afinal o espetáculo continua… Neste trabalho ele vem acompanhado de conjunto, orquestra, côro e os vocais de Yanes e Dina. Disco bacana, podem conferir 😉
Luiz Vieira (1974)
Olá amigos cultos e ocultos! Sempre batendo nas mesmas teclas, repetindo frases e situções, assim é o Augusto TM em seu blog. Amado por muitos, odiado por porcos, quer dizer…, por poucos, o Toque Musical continua em seu propósito, aprendendo com as boas críticas e se lixando para as titicas. Falem mal, mas falem sempre do Toque Musical 😉
Hoje eu tenho aqui um disco que gosto muito, Luiz Vieira, de 1974. Tive a felicidade de reencontrá-lo na última feira de discos em Belo Horizonte. Há tempos eu não ouvia o lp e por acaso, também nunca pensei em procurá-lo em outros blogs. Deve até ter…
Luiz Vieira, para os que não conhecem, é um poeta cantador, compositor de mão cheio e de alma nordestina. Ele iniciou sua carreira artística na década de 40, se apresentando em programas de calouros, boates e no rádio. Embora seja um ótimo cantor, nunca gostou do título, preferindo ser chamado de ‘cantador’. Luiz Vieira também atuava como radialista, sempre focando a música nordestina. Não foi atoa que ele recebeu o título de “O Príncipe do Baião”. Até pouco tempo atrás eu sei que ele apresentava um programa de muito sucesso na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, chamado “Minha terra, nossa gente”. Faz tanto tempo que eu não vou ao Rio que já nem sei se ainda existe. O Luiz Vieira também já deve estar lá por volta dos 80 anos. Não sei se ele ainda continua em atividade. O certo é que o cara é um artista dos melhores. Gravou poucos discos, mas compôs centenas de músicas, interpretadas pelos mais diversos cantores. Neste álbum de 1974, temos alguns de seus grandes sucessos como “Menino do Braçanã”, “Prelúdio para ninar gente grande” e “Prelúdio Nº2 (Paz do meu amor)”. Tem mais uma música dele que eu gosto muito que é “Menino passarinho”, maravilhosa, mas esta é de outro disco. A gente ainda chega lá…
Jamelão – Ela Disse-me Assim (1968)
Bom dia a todos! A semana promete, mas meus outros compromissos e a falta de tempo comprometem. Mesmo assim, vou tentar não deixar a peteca cair. Hoje terei que lançar mão de mais uma reserva, notícia pronta para cobrir jornal, os meus ‘discos de gaveta’. Ainda bem que o sorteado foi o Jamelão. Vai combinar com o ritmo das últimas postagens.
Temos aqui um álbum do cantor, lançado no final dos anos 60, cuja a música que dá nome ao disco, de Lupicínio Rodrigues, foi um dos seus grandes sucessos. Aliás, este lp, no geral, foi um grande sucesso. Recheado de excelentes e variados estilos de sambas. Destaco também entre esses, “Folha Morta”, de Ary Barroso e “Timbó”, de Ramon Russo, um afrosamba que foi regravado pelo grupo Farofa Carioca. Confiram aí o Jamelão, que eu já estou de saída…
Clementina De Jesus – Clementina, Cadê Você?
Olás! Começamos bem a segunda feira… Apesar da minha pressa e outros compromissos. Vamos abrindo a roda para a grande Clementina de Jesus. Salve Hermínio Bello de Carvalho! Se não fosse por ele essa pérola negra ainda estaria no fundo do mar.
Temos aqui mais um excelente álbum de Clementina, gravado em 1970, nos estúdios do Museu da Imagem e do Som. Produção (claro!) do Hermínio e com direção musical do Maestro Nelsinho. No disco vamos encontrar não apenas sambas, mas também outras batucadas, modas, corimas e jongo. Um pouco da herança negra de Quelé. Um disco muito bom, e raro! Vão conferindo aí, porque eu já estou de saída… Bom dia a todos!
Os 3 Do Brasil – Coisas Proibidas (S/D)
Olá amigos cultos e ocultos! Esta semana promete! Mas eu só não vou jurar para não haver frustrações. Fiquem ligados, pois a fonte está cada vez mais cheia, para matar a sede e lavar a alma 🙂
Trio Esperança – Nós Somos O Sucesso (1963)
Olá, amigos cultos e ocultos! Passada a febre pop rock dos anos 80 e 90, é hora de mergulharmos de volta ao velho baú. Hoje a escolha foi meio que aleatória, eu simplesmente puxei do fundo o primeiro disco que peguei. Olha só o que veio: Trio Esperança. Legal demais, né não? É isso aí… quem espera sempre alcança.
Temos aqui o primeiro disco deste grupo nascido no Rio de Janeiro no final dos anos 50. O Trio Esperança era formado pelos irmãos Mário, Regina e Eva Correia, essa última, em 1969 partiu para carreira solo, se tornando Evinha. Em seu lugar entrou a Marisa, a irmã caçula. O trio gravou inicialmente um compacto com as músicas “Filme triste” e “O sapo”, o qual fez muito sucesso, alavancando este primeiro álbum que trazia também outras versões de sucessos internacionais. Embora seja um lançamento de quase 50 anos atrás, ainda hoje podemos encontrar relançamentos e coletânea do grupo. Os irmãos Correia são mesmo de uma família talentosa, de lá veio também os Golden Boys, formados na mesma época e também como mesmo sucesso. Confiram o toque…
Finis Africae (1986)
Olha aí, mais uma banda interessante dos anos 80. O Finis Africae nasceu em Brasília em 1984 e teve um relativo sucesso, chegando a emplacar algumas músicas ‘na parada’. Antes porém, eles tiveram um EP que antecipava o álbum completo. Acho que não chegaram a gravar outro disco além de um cd ao vivo, que eu não escutei, mas acredito que não tenha novidades. Me parece também que eles tentaram um volta seguindo na mesma trilha de outras bandas da época. Estou vendo aqui agora que eles continuam ativos, pelo menos no MySapce. Taí, uma banda que ouvindo hoje me soa bem mais agradável.
Pelvs – Peter Greenaway’s Surf (1993)
Pronto, chegamos ao final da semana dedicada ao rock e afins. Eu já estava cansado de ficar na mesma onda. Meu negócio é variedades. Não consigo ficar muito tempo ouvindo um mesmo tipo (ou gênero) de música. Para encerrar, hoje eu vou tentar fazer diferente. Tenho três discos que já estavam na lista e só não entraram porque eu não dei conta de fazer as tais ‘dobradinhas’, com duas postagens no dia, com eu imaginava. Vamos ver se hoje eu consigo…
Segue aqui a primeira, “Pelvs – Peter Greenaway’s Surf”. Pelo nome já deu para imaginar que se trata de uma banda de ‘surf music’? Mais ou menos. O Pelvs na verdade é bem mais que isso. O grupo surgiu no início dos anos 90 no Rio de Janeiro. Gravaram este que foi o primeiro álbum e na sequência vieram mais três. O Pelvs é uma da banda independente das mais antigas e em atividade até hoje. Chegam a ser quase uma comunidade, com tantos participantes. Atualmente eles são um sexteto. O som da banda é uma mistura de tudo o que há no rock. Neste álbum eu gosto muito é da guitarra. Embora não tenha nada diretamente a ver, me faz lembrar um artista que eu idolatro, Neil Young (quando nervoso e roqueiro). O Pelvs, assim como diversos outros grupos independentes estão fazendo parte da comunidade musical Trama Virtual, que tem uma proposta de download remunerado. Acho até interessante a ideia, você paga uma taxa para baixar as músicas e o montante de ‘downloads’ no fim do mês é rateado entre os artistas que participam (juntamente com o UOL que banca o serviço). Pelo que eu soube, através dos próprios artistas envolvidos na Trama, o que se ganha não paga nem o taxi até o banco. Mesmo assim não deixa de ser uma boa iniciativa, principalmente de apoio e divulgação do artista. Aqui no Toque Musical eu estou postando discos que possivelmente vocês encontrarão por lá. Mas não é minha intenção embaçar o trabalho da Trama Virtual. O que estou postando aqui é apenas uma cópia da versão em vinil, a qual serve apenas para uma avaliação e nem se compara ao produto a venda. Inclusive, a respeito do meu “Peter Greenaway’s Surf”, acredito que as faixas não segue a ‘desordem’ da lista contida na contracapa. Vocês irão notar que está tudo um pouco confuso, mas o disco está completo, exceto por duas músicas que só entraram na versão cd. Pois é, música, de uma certa forma, é uma coisa etéria e felizmente de graça para quem escuta (e tem bons ouvidos). Já o suporte que carrega a música, este sim deve ser remunerado. Por tanto, comprem discos, esses sim são audíveis, palpáveis e um fetiche sem igual.
Os Intocáveis (1985)
Olás! Eu hoje bem que tentei fazer a postagem matinal, mas para variar, tive alguns probleminhas de ordem técnica e só agora estou de volta, já quase no fim de um dia, morrendo de fome e de sono. Mas antes disso, vou deixando o toque do dia.
Tenho aqui uma coletânea de grupos de pop rock lançada nos anos 80 pela CBS, através de seu selo Epic. O disco foi produzido como uma forma de divulgação de doze bandas até então recentes, contratadas da gravadora. O título “Intocáveis” vem do fato de serem artistas recentes e que até então não eram tocados em rádios. Mas foi só a gravadora botar o disco para rodar e todos passaram da noite para o dia a serem conhecidos. De todas as estreantes, apenas o Capital Inicial vingou, as demais, em sua maioria, não passaram deste registro. Vale como uma curiosidade, mas sei que muitos outros irão amar. Desculpem, mas choveu no meu chip… Zzzz…
Maria Angélica – Outsider (1988)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Nossa semana segue em frente ao sabor do vento dos anos 80 e 90. Acabou que eu não postei nada dos anos 60 e 70, mas não faltarão oportunidades, ainda temos muitos sulcos a percorrer.
Para hoje eu estou trazendo um disco que na década de 80 era um dos meus prediletos nacionais (estou falando de rock, tá?). Lançado no auge do fervor das bandas alternativas, que faziam o contraponto com as pop e mais comerciais, o “Maria Angélica – Outsider” foi o primeiro disco de uma banda, cujo o nome era “Maria Angélica Não Mora Mais Aqui”. Naquela época era o máximo esses nomes fraseados, seguindo as tendências de bandas internacionais. Talvez por uma questão de ordem prática, quando do seu lançamento, ficou reduzido apenas ao nome próprio, Maria Angélica. O grupo foi criado uns quatro ou cinco anos antes de lançarem “Outsider”. Era uma banda cultuada inicialmente por poucos, os mais descolados e os antenados. Os shows, segundo contam, eram ótimos. Era mesmo uma banda ‘cult’, liderada pelo poeta e jornalista Fernando Naporano e o guitarista Carlos Nishimiya. Faziam parte também, Victor Bock (segunda guitarra), Victor Leite (bateria) e Lu Stopa (vocal). O som do Maria Angélica é uma mistura de diversas influências do rock, mas principalmente do punk. As letras são praticamente todas em inglês. A performance vocal de Fernando nos remete à uma mistura de John Lydon, do Sex Pistols e Damo Suzuki, do Can. Gosto bem disso…
Sergio Hinds – Mar (1986)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje eu não vou me complicar. Antes mesmo do café, quero já deixar aqui o meu recado. Tenho ainda uma boa e variada relação de discos para a semana, contudo, essa onda pop rock morre na praia na sexta feira. Eu bem que gosto de fazer essas semanas dedicadas a um determinado gênero de disco, só que quando vai chegando na segunda leva eu já estou doidinho para ‘virar o disco’.
Certa vez eu postei um disco aqui no blog e caí na bobagem de dizer que o achava ruim. Alguém do outro lado logo comentou, então porque postar o disco? Foi nesse momento que eu percebi que mais do que postar algo que não me agrada musicalmente, eu deveria me preocupar com as minhas afirmações e com o sentido que quero dar a elas. O Toque Musical não contempla apenas o meu gosto pessoal, mas principalmente a curiosidade e o interesse por coisas diversas que talvez agradarão à outros. É mais ou menos por aí o sentido também desta postagem.
Sérgio Hinds é sem dúvida outro grande nome da guitarra brasileira. Fundador e principal nome da lendária banda O Terço, o cara tem muita bagagem e toca horrores. Além do trabalho com o grupo, ele já acompanhou e gravou com alguns dos mais importantes artistas da música brasileira. Entre os diferentes projetos que ele já se envolveu, temos o lp “Mar”, uma produção independente, lançada em 1986. Taí um disco que é a cara dos anos 80, sintético e muito ‘iMIDIato’, cheio de recursos eletrônicos que (para mim) só embaçam a beleza da melodia. Na década de 80 o povo abusou da eletrônica, encantados com os sons, os recursos e facilidades, bastava ligar o ‘play back’ e sozinho o músico se transformava numa orquestra. Não é o caso do Sérgio, claro, mas as semelhanças aproximam e as vezes até enganam. Para mim, o grande pecado dos anos 80 está nisso, nos efeitos especiais e superficiais. Conheço músicos que se pudessem fariam uma releitura de seus trabalhos daquela época, não porque fizeram sucesso e mereçam voltar, mas para dar uma roupagem mais digna e eterna a sua arte. Acho que é por isso que existem outros intérpretes e versões. Bom, o disco não me agradou, mas também não desagradou. Foi como os anos 80, passou…
André Christovam – A Touch Of Glass (1990)
Desculpem, mas agora a pouco me deu vontade de chorar. Tenho o péssimo hábito de escrever direto a postagem no editor do blog (por isso saí tanta merda). Cheguei tarde, cansado e sem a menor condição para fazer a postagem que já deveria ter entrado logo cedo. Escrevi tudo, fiz uma resenha até confiável. Daí, por um lapso, um pequeno vascilo, deletei todo o texto. Tive que escrever tudo de novo (merda de Ctrl + C!)
Hoje, excepcionalmente, eu gostaria de dedicar esta postagem a uma pessoa muito especial, um amigo sem o qual eu não estaria aqui. Como eu, ele nos anos 80 se refugiou no blues (ou será que foi a bossa nova?) Taí, meu camarada…
Vamos com André Christovam, um dos maiores nomes do blues brasileiro. Reconhecido também internacionalmente e já tocou com muita gente, inclusive medalhões do blues americano. “A Touch Of Glass” é o seu segundo álbum. Um disco bacana. Um blues feito na medida e sem exageros, nada de performatismo. O título do álbum está relacionado ao tocar a guitarra usando o ‘bottleneck’, uma espécie de tubo, de metal ou vidro, colocado no dedo que desliza no braço encostado nas cordas. Esta técnica é conhecida como ‘slide guitar’. André Christovam toca o ‘slide’ de forma brilhante, sem ficar chato. Considero “A Touch Of Glass” um dos melhores disco de blues brasileiros. Confiram aí…
Rádio Taxi (1982)
Bom, como ninguém pediu para parar, meu toca discos continua no embalo… Eu queria ter mantido um toque duplo durante os dias que se passaram, mas acabei sem condições. Mal dei conta do que é diário. Já vi que ficar prometendo ou antecipando as coisas por aqui não é uma boa, preciso ir devagar com isso.
Seguindo em nossas postagens, o domingo vai ser oitentão, do jeito que o povo gosta. Vamos com o grupo pop Rádio Taxi, formado no início dos anos 80 por Wander Taffo, Lee Marcucci, Willie de Oliveira e Gel Fernandes. Gravaram este primeiro disco onde constam os ‘hits’ “Garota Dourada”, “Conversa Fiada” e “Coisas de Casal” que fizeram muito sucesso nas rádios do país. O grupo parece ter sido feito de encomenda para aquele momento pop. Duraram mais de vinte anos e emplacaram algumas músicas (que até hoje eu não consegui tirar por completo da minha mente)*. Neste primeiro álbum eles contaram com participações especiais de Rita Lee, Lucinha Turnbull e Lincoln Olivetti. Taí, do jeito que os amigos queriam…
O Último Número – Filme (1988)
Olás! Estou fazendo esta postagem apenas por honra da firma. O dia hoje foi pauleira e nessa altura o que eu mais quero é um banho e uma cama para dormir por umas doze horas. Depois de uma avalanche de paulistas (que não pára), vamos dar um breque, trazendo os mineiros dO Último Número em seu segundo álbum, “Filme”, lançado em 1988 pelo selo independente Cambio Negro. Pessoalmente, eu gosto mais deste trabalho do que do anterior, o primeiro, “Strip Tease da Alma”, também já postado aqui. A impressão que eu tenho é que no segundo disco o grupo adquiri uma certa maturidade, com músicas mais bem trabalhadas e capazes de encarar até uma versão de “Come together” dos Beatles, que por sinal ficou fora de série, muito boa mesmo. Mas gostaria também de destacar “Desintoxicação”, “Os Doze Trabalhos” e “Filme”, música que dá nome ao disco. Só por essas quatro faixas já valeria o disco, mas tem mais…
Rock Do Autor – Manifesto (1991)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Realmente, gosto não se discute, lamenta-se. Daí, lamentem uns de lá que eu vou lamentando também de cá. Uma coisa que eu gostaria de deixar clara é que o Toque Musical, embora seja um espaço autoral, não reflete exatamente o gosto pessoal do Augusto (muito menos o meu). Por certo, também não vou deixar a coisa descambar para a ignorância, a não ser quando essa se faz como uma curiosidade. O interessante disso tudo é que a música e seus autores e artistas são como vinho, com o passar dos anos vão sofrendo alterações. Uns melhoram, se tornam marcas de qualidade, outros se tornam vinagre e na melhor das hipóteses, para aproveitar, a gente usa na salada (estão gostando da Waldorf?).
E por falar em autores, hoje teremos em nossa sexta independente o álbum “Rock de Autor”, uma coletânea reunido diversos artistas da cena poética e musical paulista no início dos anos 90. Taí um trabalho diferente e muito legal criado por artistas autores. O intérprete aqui é o próprio autor. Talvez por isso mesmo o disco seja mais poesia do que exatamente rock ou pop. Até a capa e seu título é uma arte, uma poesia concreta… 🙂
Wejah – Renascença (1988)
Hoje, ao postar um disco do Pholhas, senti falta do progressivo. Para fazermos a dobradinha, escolhi então o Wejah. Saímos dos anos 70 e voltamos aos 80, extamente no ano de 1988. Foi nesta data que um grupo de quatro rapazes conseguiram lançar seu primeiro álbum. Até antes do lançamento do disco a banda era conhecida como Renascença. Não sei a razão, mas eles adotara Wejah (não me perguntem o que é). O grupo faz um rock progressivo bem particular, com uma sonoridade que agrada. O único pecado é a parte vocal. Faltou um cantor (ou cantores) ao nível dos instrumentistas. Eu, de tanto ouvir o disco, já estou começando a acreditar que aquilo era intencional.
Bom, eu agora vou dormir. O sono tá pegando. Divirtam…
Pholhas (1975)
Olá amigos cultos e ocultos! Como eu havia comentado inicialmente, teremos música jovem a partir dos anos 60. Não sei bem onde eu estava com a cabeça no momento em que pensava em privilegiar uma determinada época. Acabei gerando confusão. Mas sempre há como corrigir. Daí, pulamos agora para os anos 70. Vamos mais uma vez relembrar o grupo Pholhas. Em outubro do ano passado eu postei aqui o álbum “Forever“, de 1974. Agora é a vez do trabalho seguinte. A impressão que eu tenho é que a cada novo disco, o Pholhas ia ficando mais pop, deixando de lado a sua veia rock’n’roll. Acredito também que por ter seguido este caminho mais imediato e comercial, a banda acabou sendo vista com um certo ar de desconfiança. Não me lembro de nenhum roqueiro simpatizante do grupo. O Pholhas ficou associado ao pós Jovem Guarda, por sua música, embora em inglês, excessivamente romântica. Mas tinha mais rock que os românticos de hoje.
Smack – Noite E Dia (1986)
Da última vez que eu fiz uma semana de postagem dedicada ao rock/pop nacional, acabei fazendo algumas dobradinhas, com duas postagens por dia. Mesmo sem ter muito tempo disponível para ficar aqui criando novas postagens, não resisti a tentação de mais uma dose. Coincidentemente, da outra vez, na dobradinha, eu postei um disco do Smack, o “Ao vivo no Mosh”. Vamos então ao segundo e último trabalho dessa banda de vida efêmera, mas que gerou frutos como o Ira!, As Mercenárias e Fellini. Eis aí algumas das poucas e boas coisas feitas nos anos 80. Por favor, não me crucifiquem, isso é apenas uma questão pessoal 😉 Um ponto de vista de um virginiano chato.
Pin Ups – Time Will Burn (1990)
Na semana dedicada à música jovem, ao rock e pop nacional, eu não poderia deixar de fora uma da minhas bandas preferidas, a Pin Ups. Com este chegamos ao terceiro disco do grupo postado aqui no Toque Musical. “Time will burn” foi o álbum de estréia. Um trabalho que parece ter sido gravado ao vivo, quer dizer, os caras gravaram direto, sem retoques. Me lembro na época do lançamento do disco, muitos acreditavam ser uma banda estrangeira. As letras das músicas são todas em inglês, assim como suas referências musicais. Podemos dizer que o Pin Ups foi uma das primeiras bandas brasucas a ser reconhecida como ‘indie’. Foi, sem dúvida, uma das melhores bandas dos últimos vinte anos surgidas no Brasil. “Time will burn”, eu acredito, não foi até hoje relançado em cd e nessa altura do campeonato nem sei se ainda vale a pena. O ‘glamour’ e o encantamento dos discos, hoje, só se encontra em blogs.
Rock Brasília – O Rock É O Caminho! (1987)
Olá amigos cultos e ocultos! Hoje foi dia de Parada, daí eu parei mesmo, tomei o tempo para descançar. Tirei o sono atrasado, dormi umas quatro horas, nem acredito… Mas ainda continuo preguiçoso, como parece estar o Mediafire. Não estou conseguindo acessá-lo. Será um problema local? Se até o fim desta postagem continuar assim, pedirei aos ‘meus famosos colaboradores’ para usarem o Rapidshare.
Bom, depois de receber ‘uma meia dúzia e meia’ de e-mails dos meus amigos cultos protestando quanto ao meu descaso com os anos 80, resolvi ‘desovar’ então algumas coisas apenas a título de curiosidade e conhecimento. Minha preguiça até aumentou, mas vamos lá…
Segue aqui uma coletânea de bandas de Brasília, quando o ‘rock nacional’ resurgia vestido de ‘new wave’. O álbum traz várias bandas em um registro ao vivo, gravado no Circo Show em dezembro de 1986. O disco teve a direção artística de Liminha e foi produzido por Pena Schimidt, através do selo WEA, que buscava um novo ‘cast’, apostando na nova onda da música pop mundial. Brasília era naquele momento um celeiro ideal, fervilhando de bandas, todas seguindo as mesmas trilhas do Legião Urbana, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso (que por acaso não foi formada em Brasília). Das dez bandas que participam da coletânea, acho que nenhuma vingou, pelo menos o suficiente para um primeiro disco solo. E não é de se estranhar… o caldo ainda estava muito ralo para eles. Não era qualquer bandinha que tinha um Cazuza, um Renato Russo, um Herbert Vianna… no máximo chegavam a um Dinho Ouro Preto. Sinceramente, eu acho que o novo rock brasileiro só engrossou a partir dos anos 90. Os 80 foi ‘chacrinha’…