Lana Bittencourt – Lana Em Musicalscope (1958)

Estou nesta semana fazendo uma faxina em meus arquivos, mais exatamente naqueles ‘de gaveta’. Havia uma série de discos que por razões diversas acabaram ficando meio de lado. E eu já nem me lembrava mais. Temos, por exemplo, este disco da cantora Lana Bittencourt que há tempos atrás eu só não postei porque já o tinha visto em outros blogs. Mas assim como eles aparecem, logo somem. Portanto, chega de reservas! Aqui vai o meu…
“Lana em Musicalscope” foi um dos principais discos lançados pela cantora e também um dos seus primeiros em formato lp de 12 polegadas. O álbum reúne além de gravações, até então inéditas, dois de seus grandes sucessos, lançados anteriormente, “Little darlin” e “Se alguém telefonar”. O repertório, como se pode ver logo a baixo, é variado e dos melhores. Ela canta em português, inglês e francês demonstrando um talento ao nível de qualquer grande cantora internacional. Um bom disco, podem conferir…

além
with all my heart
ciúme
la vie em samba
oho aha
alone (why must i be alone)
se alguém telefonar
summertime
graças a deus
himne à l’amour
conselho
little darlin’

Os Tradicionais – Gosto Que Me Enrosco (1969)

Olá amigos cultos e ocultos! Pelo que eu tenho visto, estamos com várias postagens e seus respectivos links vencidos. Naturalmente isso acontece ao longo do tempo para quem, como nós, não tem conta ‘Premium’. Com a ajuda dos meus amigos que já estão bem além, tenho atualizado apenas os links que me são solicitados. No momento tenho uma lista para mais de 100 que gradualmente vão sendo atualizados. Peço a todos um pouco de paciência. Para piorar a situação, minhas próximas semanas vão me manter ocupadíssimo. Nem sei como vou achar tempo para as postagens diárias. Mas vamos tentar…
Para começar a semana, eu estou trazendo um lp que há muito eu queria postar. Só não o fiz antes por não ter encontrado nenhuma informação a respeito do disco ou do grupo musical. Continuo sem ter essas informações, mas dessa vez ele entra na roda assim mesmo. Quem sabe alguém aparece comentando sobre ele, não é mesmo? De qualquer forma, temos aqui um trabalho bem interessante, lançado pela CBS em 1969, através do selo Uirapuru. Trata-se de um disco curioso, cujo o repertório é realmente dos mais tradicionais. Uma seleção musical instrumental reunindo samba, baião, chôro, toada e outros estilos. Músicas das mais conhecidas do público, como podemos ver a relação logo a baixo. O que cria um contraste, ou saí do tradicional são os arranjos e a inclusão de instrumentos elétricos como a guitarra a la The Pops. Aliás o disco tem mesmo a cara dos anos 60. Vale a pena uma conferida.

gosto que me enrosco
dorinha meu amor
fiz a cama na varanda
brejeiro
baião de dois
cabeçinha no ombro
asa branca
kalú
beijinho doce
cabeça inchada
paraquedista
andré de sapato novo

Augusto Calheiros – Patativa Do Norte (1970)

Olá amigos cultos e ocultos! Estamos meio em cima da hora, mas ainda em dia com a postagem. Desculpem, meu dia hoje foi intenso, só agora estou tendo um tempinho para o nosso diário musical. Vamos rapidinho, pois ainda tenho que me preparar para a semana, que vai ser boa pra cachorro, só osso!
Temos aqui mais uma coletânea da “Patativa do Norte, o grande Augusto Calheiros. Este disco foi lançado no auge do selo Imperial/Odeon. Reúne uma série de músicas gravadas pelo cantor em discos originalmente de 78 rpm. São canções bastante populares e com um sabor todo especial, na interpretação sigular de Augusto Calheiros. Um disco muito bonito, podem acreditar. Vão conferindo aí, porque hoje eu já estou esgotado.

revendo o passado
30 minutos
flor do mato
olhos de helena
seresta do norte
cantadô misterioso
chuá, chuá
como és linda sorrindo
belezas do sertão
adda
caboclo de raça
o pequeno tururu

Orquestra Namorados do Caribe – Sabor De Sucesso (1964)

Temos para hoje, mais uma vez, um trabalho do Maestro Carioca, arranjando e regendo a Orquestra Namorados do Caribe, uma versão RCA Victor para a Orquestra Românticos de Cuba, da Musidisc. Neste álbum a Orquestra nos apresenta um repertório quase todo de músicas italianas que faziam muito sucesso nos anos 60. Bem agradável, longue… Vai mais uma pedrinha de gelo aí? Apreciem com moderação 😉

la bamba
non ho l’etá
if i had a hammer
anamaria
esta noche
come sinfonia
free me
sapore di sale
io che amo solo te
se le conse stanno cosi
cio’ che rimare alla fine de un amore
roberta

Nivaldo Ornelas, Nelson Ayres, Márcio Montarroyos & Toninho Horta – Concerto Planeta Terra (1989)

Bom dia meus amigos cultos e ocultos! Como sempre, a gente nunca consegue agradar a todos. Seja na escolha dos álbuns apresentados, seja na escolha do provedor de links. Desta vez parece que alguns estão tendo problemas para baixar através do Mediafire. Eu acredito que isso esteja acontecendo devido a uma série de possibilidades, entre elas o fato de não termos uma conta ‘Premium’, a baixa qualidade de conexão em algumas regiões do Brasil e as interferências na rede devido ao aquecimento solar. A conta especial a gente pode até providenciar, mas melhorar a conexão da rede e criar uma consciência ecológica em todo o mundo ainda vai demorar.
Por falar em consciência ecológica, nosso encontro musical e independente desta sexta feira tem como tema justamente esta questão. Traz o encontro de quatro feras da música (instrumental) brasileira: Nelson Ayres, Nivaldo Ornelas, Márcio Montarroyos e Toninho Horta. Trago hoje para vocês o maravilhoso ‘Concerto Planeta Terra”. Um álbum duplo realizado pela IBM do Brasil e distribuído de maneira não comercial. O concerto aconteceu em São Paulo, no Parque Ibirapuera, em 1989. Foi um espetáculo grandioso, ao nível dos artistas principais, com direito a Orquestra Sinfônica (Jovem de Campinas) e os Corais da IBM de Sampa e Campinas. Participaram também, na cozinha de apoio aos ‘três mosqueteiros’, Zeca Assumpção no contrabaixo e Carlos Bala na bateria. Por aí já dá para se ter uma ideia da qualidade musical do show e do produto final que é este disco. Para completar, a direção musical do projeto foi toda de Toninho Horta. O álbum se divide igualmente para os quatro músicos e suas composições feitas especialmente para o projeto. Cada lado pertence a um artista que representa os quatro elementos: Ar – Nivaldo Ornelas, Água – Nelson Ayres, Fogo – Márcio Montarroyos e Terra – Toninho Horta. Confiram o toque…

nivaldo ornelas – ar
1º movimento: abertura
2º movimento: rock novo
3º movimento: variações sobre um tema dos Beatles
nelson ayres – água
márcio montarroyos – fogo
toninho horta – terra
1º movimento
2º movimento
3º movimento

Carioca Swings – The Delphin Jr. Orchestra Plays – Dance… Dance… Dance… (1965)

Quase que sem querer, acabei transformando as postagens da semana numa mostra de regentes e orquestradores. Hoje e mais uma vez, marcando presença no Toque Musical, temos o Maestro Carioca, figura importante na música brasileira, mas como outros antigos artistas, esquecida em meio a tanta mediocridade musical. Como no caso do André Penazzi, Maestro Carioca é um nome difícil de encontrar informações, pelo menos através da rede. Sites especializados, que se gabam de serem fomentadores da cultura e história na MPB, a cada nova consulta que faço, me faz perceber o quanto ainda são incompletos. Vamos então ajudar… Segundo a Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, o Maestro Carioca foi um trombonista que integrou a geração de músicos que, na década de 40, traçou os caminhos da música popular orquestral brasileira. Chefe de orquestra, compositor, arranjador e instrumentista, nascido em Taubaté, SP, em 1910 (faleceu no Rio de Janeiro em 1991). Seu verdadeiro nome era Ivan Paulo da Silva. É de sua autoria o famoso prefixo do antigo noticiário radiofônico “Repórter Esso”. Durante três décadas ele esteve a frente de diversas orquestras, trabalhou no rádio e na televisão. Gravou dezenas de discos e participou e outros tantos numa diversidade musical que abrange diferentes estilos. No presente lp o maestro vem nos brindar, mais uma vez, como um grande ‘band leader’, à frente de sua orquestra, ele nos traz alguns dos mais famosos ‘standards’ da música americana. Disco muito bacana. Para mim, só faltou “Caravan” de Tizol. Confiram…

love is a many splendored thing
this can’t be love
blue moon
sentimental journey
all the way
love me or leave me
s’ wonderful
night an day
summertime
blues in the night
love letters
flamingo

Cipó And His Authentic Rhythm Group – Brazilian Beat (1965)

É, acho que preciso colocar mais tempero no rango. Naturalmente, sei que comentários só aparecem quando a coisa está muito boa ou muito ruim. Pelo jeito, as postagens desta semana estão num meio termo. E eu que pensava que teríamos uma semana quente. Mas vamos dar um jeito nisso, o caldo vai engrossando, vejam só… Temos aqui uma jóia de rara beleza, coisa que já não se ouve mais. Um disco que está na lista dos meus 3 mil da MPB. Mais um belíssimo trabalho do Maestro Cipó que vem agora fulgurar nossa semana, chamando a atenção e comentários do amigos cultos e ocultos.
Depois de dois discos do Maestro já postados aqui, acho desnecessário uma nova apresentação. Como já deve ser do conhecimento da maioria, Orlando Silva de Oliveira Costa, o Cipó, foi um dos mais destacados músicos brasileiros. Grande arranjador e orquestrador de fama e atuação internacional. Dono de uma sensibilidade singular. Mais uma prova disso é ouvir o seu “Brazilan Beat”, um álbum que só pelo título já sabemos ser um produto tipo exportação, ou importação se considerarmos que nessa época, Cipó trabalha na Europa. Salvo o engano, este lp, lançado em 1965 pela Odeon, foi produzido no intuito de solidificar a arte musical brasileira na Europa, mais exatamente na Inglaterra. Cipó na terra da Rainha é quase um rei. Com este álbum ele deve ter feito o povo da Ilha pirar, pois é tudo de bom. Um trabalho marcado pelo ritmo autêntico do samba, um tipo de batucada que hoje não se ouve mais. Acho que nem as escolas de samba e seus ritmistas fazem hoje coisa igual. Eu acho que nem a famosa frigideira, como a que podemos ver na foto da capa (por sinal muito fraquinha, senhor Chico Pereira!), faz parte da instrumentação do samba atual. Me parece que as baterias de escolas de samba hoje em dia só usam o instrumento para friar ovo. Pois é, deu saudades do Luciano Perrone… Por isso mesmo e para quem gosta, agora é a vez de “Cipó and his authentic rhythm group”. Infelizmente o álbum que apresento a vocês é o da edição nacional. Se fosse o importado poderíamos ouví-lo na melhor qualidade ‘stéreo’. Mas está valendo, né não? 😉

implorar
general da banda
eu brinco
recordar
pastorinhas
cai cai
estão voltado as flores

André Penazzi – Orgão Samba Percussão – Terceiro Volume (1964)

Coisa mais difícil desse mundo é encontrar a biografia de André Penazzi. Percorri páginas e páginas através do Google e em nenhuma delas achei mais do que uma simples nota. Nem mesmo em sites especializados como o Dicionário Cravo Albim (que de médio ficou pior) e o sempre em construção, Músicos do Brasil, não trazem nada! Até mesmo o respeitadíssimo Aramis Millarch, onde se encontra tudo sobre música brasileira, não havia muita coisa. Só depois me dei conta de que tudo que eu precisava estava na contracapa do disco. Segundo o texto, André Penazzi nasceu em Rio Claro, São Paulo em 1914. Foi um músico talentoso, mas que só conseguiu prestígio após ingressar na Audio Fidelity, em 1962, quando iniciou a série “Doctored”, versão tupiniquim. Seu primeiro disco pelo selo, já postado aqui, foi considerado um dos lps mais vendidos daquele ano. Assim também ocorreu com os álbuns e compactos subsequentes. Atingiram um número de vendagem que a própria crítica não podia acreditar, principalmente numa época onde a bola da vez era a Bossa Nova. Ao contrário do que se pensava, a música de Penazzi foi muito bem recebida pelo público.
Segue aqui o Terceiro Volume, até então inédito na blogosfera. Um álbum com as mesmas características dos outros. Um som que lembra o Walter Wanderley e que hoje soa para novos ouvidos como um som ‘cult’, diferente…, um ‘groove square’. Confiram o toque…

bolinha de sabão
o morro não tem vez
por causa de você menina
cafuné
berimbau
o que eu gosto de você
bigurrilho
samba do balanço
mas que nada
tem pena de mim
joão sebastião bach
pra que chorar

Luiz Claudio – Sonhando Com Luiz Claudio (1957)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Serei breve… Vamos iniciando uma nova semana, cheio de velhas e raras novidades. Antes de tudo porém, abro a postagem homenageando o artista mineiro Luiz Claudio, que hoje completa 75 anos de vida. Parabéns Luiz Claudio! Quem te conhece, não esquece jamais!
E para ficar bem lembrado, aqui vou eu com mais um de seus belos discos. Temos aqui um álbum de 10 polegadas lançado por ele através do selo Columbia, em 1957. Este lp eu já o vi em outros blogs, mesmo assim, vou trazendo a minha versão completa. Ainda nesta semana, atendendo à pedidos, postarei outro do cantor. Vamos por enquanto curtindo este sonho nas oito faixas que aqui seguem…

proibido amor
quero-te assim
bem juntinhos
abandono
meu fingimento
meu deus não sei
eu sem você
anda jerico

As Eternas Cantoras Do Rádio – Vol. 2 (1992)

Olá, amigos cultos e ocultos. Acabei adiando a postagem do segundo volume das Eternas Cantoras do Rádio. Era para ontem e ficou pra hoje 🙂 Bom, antes tarde do que nunca, né?
Segue então o volume dois, uma prova de que o talento e o carisma de continuam a toda prova. Quando nas décadas de 70 e 80 as cantoras de rádio viviam um momento de ostracismo, esquecidas pela mídia e mal apresentadas às novas gerações, Nora Ney, Rosita Gonzales, Carmélia Alves, Hellen de Lima, Violeta Cavalcante e Zezé Gonzaga se uniram para juntas se apresentarem. Desse encontro, com shows em várias cidades do Brasil, nasceu a idéia de também gravarem discos. Lançaram além desses dois primeiros álbuns pela CID, outros já em formato cd e também com outras formações. Nora Ney, Zezé Gonzaga e Violeta Cavalcante deram lugar a outras divas do rádio como Carminha Mascarenhas e Ademilde Fonseca. Mas essa é uma outra história. Este segundo lp é extamente uma sequência do primeiro. Quem gostou não poderá perder o volume dois.

o que é o que é – hellen de lima
de cigarro em cigarro – nora ney
o amor e a rosa / rosa morena / rosas de abril /
estão voltando as flores – rosita gonzales
estrada do canindé – carmélia alves
todo o sentimento – zezé gonzaga
o samba e o tango – violeta cavalcante
franqueza – nora ney
besame mucho / solamente una vez /
perfidia – rosita gonzales
samba em prelúdio – hellen de lima
baião da garôa – carmélia alves
pressentimento – zezé gonzaga
adeus batucada – violeta cavalcante

As Eternas Cantoras Do Rádio (1991)

Olá amigos cultos e ocultos! Aproveito a minha hora de almoço para fazer esta postagem. O tempo está curtíssimo por aqui. Por isso, entre um garfada e outra, vamos trazendo mais um disco dedicado às cantoras e ao dia da mulher.
Para hoje eu escolhi este álbum que é um encontro entre algumas das eternas cantoras do rádio. Artista que se destacaram no mundo musical do rádio em sua fase de ouro. Como podemos ver, participam do lp as figuras de Carmélia Alves, Ellen de Lima, Nora Ney, Violeta Calvacante, Rosita Gonzales e Zézé Gonzaga. Cada uma delas cantam duas músicas e juntas o famoso tema “As cantoras do rádio”. Apesar de já serem aqui senhoras sexagenárias ou mais, continuam mantendo o vigor. Cantam afinadíssimas e mesmo interpretando saudosos sucessos não se deixam levar pela decadência, mostrando muito talento e carisma. Este disco foi uma espécie de homenagem a um tempo onde elas, as cantoras, eram as grandes rainhas. Se hoje ainda me sobrar um tempo, farei no dia uma postagem dupla, trazendo também o volume 2. Caso o contrário, fica para amanhã 😉
Agora deixa eu acabar de bater o rango, que nessa altura até já esfriou. Estou me sentido o autêntico bóia fria 🙂 Mas vamos nessa?

as cantoras do rádio – todas juntas
fascinação – rosita gonzales
camisa listrada – violeta calvacante
qui nem jiló – carmélia alves
sangrando – ellen de lima
preconceito – bar da noite – nora ney
estrada do sertão – zezé gonzaga
ninguém me ama – ronda – nora ney
olhos verdes – zezé gonzaga
noche de ronda – rosita gonzales
camisa amarela violeta cavalcante
vício – ellen de lima
pau de arara – carmélia alves
as cantoras do rádio – todas juntas

Fabiola – Porcelana

Chegamos a mais uma sexta feira e para não variar, hoje teremos um disco independente. Como a semana é ainda dedicada às mulheres, nada mais justo que o álbum independente do dia seja também de uma mulher. Estou trazendo para vocês a cantora Fabíola, um nome talvez pouco conhecido, mas que merece destaque aqui no Toque Musical. Fabíola iniciou sua carreira nos anos 70, gravou seu primeiro disco, um compacto, produzido por Durval Ferreira. Ainda nessa época lançou um lp pela CBS, com produção de Eduardo Lages e arranjos de Eduardo Souto Neto. Fez parte dos grupos Seleção e Cravo e Canela, esse último com participação de Sivuca. Nos anos 80 ela se apresentou em diversas casas noturnas do Rio de Janeiro, ao lado de grandes instrumentistas como Márcio Montarroyos, Osmar Milito e Edson Frederico. Fez ‘backing vocal’ para discos de Tim Maia, Azimuth, Grupo Batuque e outros. Participou do Festival MPB Shell 82 e também gravou diversos ‘jingles’. Em 86 ela lançou este álbum, chamado “Porcelana”, um lp bem produzido e com participações especiais como as de Téo Lima, Maurício Einhorn e Celso Fonseca. No repertório temos músicas de Tavito, Sarah Benchimol, Aldir Blanc e por aí a fora… “Porcelana” foi relançado na versão CD e aproveitando este relançamento a cantora passou a assinar como Fabyola Sendinno. A última informação que tenho dela foi como integrante do grupo vocal Nós Quatro, onde participam também os cantores Márcio Lott, Clarisse Grova e Célia Vaz.

chuva miúda
porcelana
balé de cobras
beleza marginal
paixão
coração atento
black and blue
tia eulália na xiba
no mesmo colar

Nubia Lafayette – A Voz Quente De Nubia lafayette (1971)

Aproveito que estamos na semana da mulher, para atender a um pedido da amiga Gleice que desde de janeiro espera o que eu lhe prometi. Eis aí o tão esperado disco da cantora Nubia Lafayette. Chegou sua vez… 🙂
Considerada a versão feminina de Nelson Gonçalves, Nubia foi uma cantora romântica que surgiu no final dos anos 50. Seu verdadeiro nome era Idenilde de Araújo Alves. Começou a carreira como Nilde Araújo, primeiro nome artístico e com o qual gravou um disco. Através de Adelino Moreira ela mudaria para Nubia Lafayette. Adelino também foi o reponsável pela ida dela para a RCA Victor, em 1960 onde gravou seu primeiro disco. Ele viu nela uma de suas melhores intérpretes. Não era a toa que a chamavam de Nelson Gonçalves de saias. Nelson, inclusive, teve uma participação muito importante na formação da cantora.
“A Voz Quente de Nubia Lafayette” foi um álbum lançado pela RCA em 1971. Eu acredito que este disco seja na verdade uma coletânea dos primeiros anos, com músicas exclusivamente de Adelino Moreira. Taí, pediu, (se eu tiver) levou… 😉

solidão
prece a lua
nosso amargor
vida
segredo
gente assim como a gente
página portuguesa
devolvi
não jures mais
preciso chorar
ontem a noite
vila sombria
devoção
seria tão diferente

Carmen E Aurora Miranda – Filigranas Musicais Vol. VII (1988)

Olá! Em nossa semana dedicada à mulher, uma artista que não poderia faltar é Carmem Miranda. Melhor ainda se vier também a irmã, Aurora. Devo antes de tudo esclarecer que não se trata de um disco com gravações das duas cantando juntas. O que temos na verdade é um ‘meio a meio’. De um lado vem Carmem Miranda com gravações pela RCA Victor entre os anos de 1930 a 35. O outro lado é de Aurora Miranda em gravações que vão de 1938 a 40. São, sem dúvida, registros raros relançados em vinil pela Filigranas Musicais, uma editora especializada em resgatar o som das primeiras bolachas da música brasileira, através de acervos de colecionadores (pois se fossem depender dos arquivos de gravadora a mpb não teria a mesma história)

um pouquinho de você – carmem miranda
será você – carmem miranda
bom dia meu amor – carmem miranda
sorrisos – carmem miranda
de quem eu gosto – carmem miranda
que bom que estava – carmem miranda
coração sonhador – aurora miranda
paulo, paulo – aurora miranda
petisco do baile – aurora miranda
não vejo jeito – aurora miranda
pau que nasce torto – aurora miranda
barbeiro se sevilha – aurora miranda

Nora Ney (1958)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Vou logo aproveitando o momento matinal para fazer a nossa postagem, pois pelo jeito não terei outra oportunidade. O meu tempo está curtíssimo!
Como eu comecei a semana com uma cantora, Maria Bethânia, acho que vou dar sequência ao tema ‘voz feminina’. Afinal, além de fazerem muito sucesso por aqui, elas também merecem mais espaço no Toque Musical. No Dia Internacional da Mulher eu deixei passar em branco, não fiz nenhum comentário e nem prestei minha homenagem. Mesmo assim, é bom saber, não deixo de pensar nelas um só dia 😉 Viva a mulher!
Nosso encontro hoje é (novamente) com a Nora Ney, cantora a qual eu aprendi a respeitar e conhecer melhor. Por isso mesmo venho insistindo em mantê-la sempre presente. Sempre que possível, postarei alguma coisa dela. Temos assim o seu álbum de estréia na RCA Victor, lançado em 1958. Um lp de canções feitas para a interpretação da cantora. Segundo as informações do texto na contracapa, foram reunidas doze canções especialmente escolhidas para ela. São músicas até então inéditas, com exceção de apenas “O que…”, de Maysa. Todas as demais são assinadas por seus colegas cantores compositores, que com muita propriedade, confiaram à ela a tarefa de interpretá-las. Daí, sucessos como “Solidão” e “Castigo” de Dolores Duran ou “Vai, mas vai mesmo”, de Ataulfo Alves, se fizeram primeiro na voz de Nora Ney. Tem também músicas de Tito Madi, Marlene, Cyro Monteiro, Ivon Curi, Chico Alves e outros… Taí, mais um disco básico para quem quer conhecer melhor a MPB. Confiram…

solidão
tudo passa
quando a chuva não vem
pra falar com meus botões
pobre de mim
ser bom
vai, mas vai mesmo
o que…
pedro manduca
o que passou, passou
você sabe
castigo

Bossa Nova (1985)

Olá amigos! Custei mas cheguei! Meu domingo foi super movimentado, só agora estou podendo ligar o computador. Mas esta vai ser rapidinha. Estou cansado e com sono. Para que o dia não passe em branco, ainda mais um domingo, estou deixando aqui esta coletânea de Bossa Nova da Fontana/ PolyGram. Não tem nenhuma novidade ou raridade, mas sempre agrada.
Confira aí, porque agora eu vou dormir. Zzz……

chega de saudade – tom jobim
brigas nunca mais – elis regina
coisa mais linda – caetano veloso
este seu olhar / só em teus braços – lúcio alvves e sylvia telles
garota de ipanema -os cariocas
ela é carioca – sergio mendes e bossa rio
falsa baiana – joão gilberto
você e eu – nara leão
surf board – roberto menescal e seu conjunto
desafinado – gal costa
o barquinho – tamba trio
você – dick farney e norma bengell

14 Sucessos Da Juventude (1967)

Olá amigos cultos e ocultos! Quem é do tempo da Jovem Guarda deve lembrar daquele programa ao vivo apresentado pelo Rei Roberto Carlos, que passava na televisão todos os sábados a tarde. Eu era bem menino, mas já vivia a agitação ao lado dos meus primos mais velhos. Não perdíamos um programa, aquilo era bom demais. Depois, mais a noitinha, tínhamos a semanal ‘Hora Dançante’. A turma toda se juntava na casa da minha tia e o som rolava até a meia noite. Para mim e alguns outros a festa só ia até as dez, depois, muito a contragosto, era hora de ir para a cama. Tenho boas lembranças dessa época.
Foi lembrando disso que hoje eu resolvi trazer este lp, embora não sendo exatamente o da turma do Roberto é da mesma época e tem o mesmo espírito musical. Os “14 Sucessos da Juventude” pela RCA Victor reúne algumas músicas e artistas que se destacavam fazendo o som jovem daquele momento. São, sem dúvida, músicas bem conhecidas do grande público. Em sua maioria são versões de hits internacionais, mas há também a produção nacional e versões dessas nas vozes de outros artistas. Um disquinho bom para se ouvir no sábado, mesmo já no fim do dia. Confiram aí o toque musical 😉

coisinha estúpida – george freedman
garota do roberto – waldirene
piangi com me – the rokes
i was kaiser bill’s batman – the young whistlers
estou começando a chorar – wilson miranda
coração de papel – expósito e sua orquestra
uma tarde no circo – rosemary
era um garoto que como eu amava os beatles e os rolling stones – os incríveis
ciao amore, ciao – luigi tenco
quando o amor bater na porta – os iguais
gira gira – rita pavone
só eu e você – carlos gonzaga
quando dico che ti amo – tony renis
tributo a martim luther king – conjunto farropilha

Impacto 5 – Rio Potengui (1983)

Chegamos finalmente na sexta-feira. Aproveito para juntar o útil ao agradável (ou qualquer coisa parecida). Vamos mais uma vez com o grupo potiguar, Impacto Cinco. Na semana eu postei o álbum “Lágrimas Azuis” gravado por eles em 1975. Hoje, que é dia de gravações/artistas independentes, faremos de “Rio Potengui” a nossa estampa, afinal este disco não deixa de ser uma produção no estilo. Lançado pela Escola de Música da UFRN em parceria com o SESC/RN, este disco faz parte do Projeto Memória, que foi criado com a finalidade de preservar e tornar conhecido do grande público o que de melhor o Estado do Rio Grande do Norte produzia em termos de música até então. Pode parecer um pouco estranho dar a um cojunto de rock toda essa ‘pompa’ (com apenas dois discos de música ‘pop’ lançados), mas ao contrário do que parece, o Impacto Cinco também bebia na fonte do regional e era apoiado pela comunidade universitária. O grupo, após o lançamento do álbum de 1975, que teve uma inexpressível vendagem e quase nenhuma divulgação nacional, acabou voltando para casa. Retornou às origens e passou a fazer um som mais regional. Quem espera aqui encontrar o mesmo jeitão ‘pop rock’ pode se decepcionar. Aqui não tem a produção do Gileno e nem músicas do Raul Seixas. Pelo que parece não tem nem mais os mesmos músicos do início de carreira. A formação é outra. Daí, a música também é outra. Estão mais para Sá & Guarabyra do que para Som Imaginário, ou Pholhas, que tem mais a ver… Mas isso não quer dizer que eles deixaram de ser interessantes, muito pelo contrário. Se tornaram um grupo ainda mais afinado, maduro e coerente. Passaram a fazer uma música, ainda jovem, mas inserida no contexto da cultura regional. Bom, pelo menos é isso que reflete o lp “Rio Potengui”. Escutem e digam o que acham. Se houver alguém interessado em adquirir o disco, este também eu tenho para a venda. Quanto ao primeiro álbum, o de 1973, vai ficar para uma outra ocasião. Desafio aqui é moda de viola 😉

safra de fole e viola
par tristeza
no cio do rio
o luar e a canção
mariola
gente na praça
rio potengi
afeto farto
fruto tropical
longe daqui, aqui mesmo

Nonato E Seu Conjunto – No Embalo Jovem De Nonato E Seu Conjunto (1978)

Coisa curiosa é esse tal de Rapidshare… um serviço eficiente, mas de uns tempos prá cá passou a boicotar seus usuários que não tem conta Premium. Fazer um ‘download’ através dele passou a ser a coisa mais difícil, só liberavam o acesso no fim de noite e pela madrugada. Como eu não tenho conta paga, o jeito foi migrar para outros servidores, que também não são lá grandes coisas. Mas enfim, depois que entrei no embalo com o Mediafire e Megaupload eles agora resolveram afrouxar a amarração. Já estão liberando o acesso durante o dia. Mas agora é tarde, vou continuar como estamos. Ao perceberem um link desativado, avisem que eu falo com a turma especial de colaboradores 😉 Eles estão adorando o Mediafire 🙂
E por falar eu curiosidade e outros embalos, temos aqui um grupo do Maranhão, que durante os anos 70 fez a cabeça de muitos nordestinos, chegando inclusive a ecoar aqui para as bandas do sudeste, principalmente em São Paulo. Nonato e Seu Conjunto gravou uma série de discos nessa época. Eu confesso que nunca ouvi os outros discos do grupo, mas sei que o som deles sempre foi pautado numa musicalidade com influências das mais variadas. Geralmente, grupos musicais nordestino estão sempre associados à música regional, mas no caso de Nonato a perspectiva é um pouco mais ampla. Neste álbum, “No Embalo Jovem de Nonato e Seu Conjunto”, lançado pela RCA em 1978, percebemos a influência da ‘dance music’, na fase aurea da ‘discoteque’ de uma forma bem singular. Passados mais de trinta anos, ouvir agora esse disco é como filtrá-lo em outros conceitos. O disco hoje adquire um outro ‘status’, a levada do ‘groove’, do balanço, do samba rock… Realmente o disco é interessante, as músicas são de qualidade e o conjunto tem uma ‘levada’ muito boa. Quem não conhece e gosta do estilo, pode conferir que vai gostar.

bate zabumba
cirandeira
terecô
a gente e o mar
menino da lera
a bela e a fera
é de nanã
lourdinha
o mundo do homem
dor de cotovelo
o bode
não dá pra entender

Os Três Tons (1962)

Olá amigos cultos e ocultos! Nosso encontro hoje é com o trio vocal “Os Três Tons”, vocês conhecem? Estou perguntando porque eu mesmo não sei nada sobre eles. Vez por outra, em alguma coletânea, vejo o nome do trio, inclusive em um disco de natal que eu postei aqui. Mas nunca procurei saber quem era e de onde eles vieram. À primeira vista, olhando pela capa e com este nome a gente logo pensa que se trata de alguma coisa ligada à Bossa Nova. Porém ao ouvir o disco, ou mesmo pelo repertório, se percebe que eles estão mais para Os Cantores de Ébano do que para a turma do banquinho e violão. Trata-se de um disco curioso, de estréia de três rapazes que na verdade não são Antonio, Tonico e Totonho. Chamam-se Nilson, Nelson e Jorge. Os “tons” ficam por conta da sonoridade, da diferença vocal entre eles que juntos se arranjam de maneira bem agradável. Os Três Tons também nos remetem à lembrança de Tom Jobim, embora não tenham absolutamente nada em comum. Percebe-se que há no nome um certo apelo comercial (se um Tom é bom, três é demais). Sem dúvida, uma boa escolha, um bom nome artístico criado pelo produtor musical Ismael Corrêa. O repertório tem bem a cara da época e influências dos grupos vocais americanos. Acredito que Os Três Tons só lançaram este disco. Consta na rede, nos ‘mercados livres da vida digital’, também um compacto. Eis então um disco raro, que vale a pena uma conferida. Se alguém soubre e quiser complementar as informações, na se faça de rogado, solta o verbo no Comentários 😉

despreocupadamente
alucinado
joga a rede no mar
indecisão
você há de voltar
mar azul
amor pequeno
negrinhos dizendo amém
amor de morena
balada dos olhos
não sei porque
devaneio

Desfile 2 (1968)

Olha aí, mais uma coletânea interessante que vale a pena conferir. Temos desta vez um disquinho pelo selo Equipe, do produtor Oswaldo Cadaxo. O lp “Desfile 2” é, no mínimo, uma coletânea curiosa. Do lado A o disco é do conjunto ‘Sax Cantabile’, possivelmente mais uma criação de Cadaxo usando a turma do The Pop’s num arranjo com metais. Inspirado no bolero de Armando Domingez, o Sax Cantabile traz um repertório para se ouvir, realmente com outros olhos. As seis faixas instrumentais que compõem o lado A já valem o disco, mas o lado B também não fica para trás. Nele encontramos a figuraça do Osvaldo Nunes em seu famoso samba-rock “Segura este samba, Ogunhê”; Monsueto com “Chico da tuba”; Tânia (que Tânia?) cantando “Eu e a brisa” de Johnny Alf e “Viola enluarada” de Marcos e Paulo Sergio Valle. Como não podia faltar, temos ainda o The Pop’s em dois de seus hits, “Que é isso menina” e “Garrafa de vinho”. Como podemos ver, trata-se de uma seleção musical bem singular, como foi o selo Equipe. Confiram o toque…

eu sou um homem doente – sax cantabile
eu não volto mais – sax cantabile
sem amor, não sou ninguém – sax cantabile
anjo azul – sax cantabile
lá-lá-lá – sax cantabile
non voglio nascondermi – sax cantabile
segura este samba ogunhê – osvaldo nunes
chico da tuba – monsueto
eu e a brisa – tânia
que é isso menina – the pop’s
viola enluarada – tânia
garrafa de vinho – the pop’s

A Medida Do Sucesso (1972)

Olá amigos cultos e ocultos! Com a colaboração dos meus célebres parceiros musicais, foram corrigidos alguns links que estavam desativados. Demoramos um pouco, mas estão todos aí…
Começamos a semana numa boa (humm…) Tenho aqui para vocês esta coletânea dos bons tempos da Som Livre. Estão reunidas aqui algumas músicas que eu mesmo já nem me lembrava. Coisas como “Lúcia Esparadrapo”, “Karaní Karanuê, “Mudei de Ideia”, além das internacionais “Oh Me, Oh My” na versão de Jane Duboc e “Les Rois Mages” com Sheila, são músicas que vieram a tona em minhas lembranças e acredito que acontecerá o mesmo com quem viveu e curtiu os anos 70. A seleção musical desta coletânea traz diversos temas que fizeram parte de novelas e programas da Rede Globo. Muito boa, confiram…

oh me oh my – jane duboc
karaní karanuê – diana camargo, myrna e elson
mudei de ideia – osmar milito e quarteto forma
o cafona – angela e paulo sergio valle
o que é que houve? – o som livre
kyriê – trio ternura
lourinha – marília pêra
mas que doidice – maria creusa
les rois mages – sheila
lúcia esparadrapo – betinho
desacato – maria de fátima
shirley sexy – marília pêra
você abusou – maria creusa

Odair Cabeça de Poeta & Capote – Rebuliço (1979)

Olá amigos cultos e ocultos! Pelo que eu vejo, a minha ausência já despertou preocupação. Meu final de semana foi ocupadíssimo por isso na sexta-feira eu preparei uma postagem agendada, mas por alguma razão ela não entrou e eu só percebi isso agora a noite quando cheguei para a postagem do domingo. Estamos atrasados, mas estamos em dia 😉
Vamos na sequência trazendo mais um disco do Odair Cabeça de Poeta e seu Grupo Capote. “Reboliço” é outro dos excelentes álbuns desse artista baiano que sumiu da praça. Há muito eu não vejo (e nem escuto) um disco novo dele. Neste lp, lançado em 1979, o Odair conta com participações importantes como Clementina de Jesus, Vicente Barreto e Oswaldinho do Acordeon. Confiram aí, pois eu aqui já vou indo que amanhã tem mais…

fada faça aquilo
o casamento e o frango
terra
a outra que há outra
não é navio… é um barco
rebuliço
jamais
política do acarajé
doce sonho doce
não deixe de lembrar
big boy
antibiótico

Impacto Cinco – Lágrimas Azuis (1976)

Saindo de Pernambuco, vamos para o Rio Grande do Norte. É de lá que vem o Impacto Cinco, um dos pioneiros e maior representante do rock potiguar. O grupo surgiu nos anos 60, criado por Etelvino Caldas, um ex-seminarista que decidiu abandonar a Igreja depois de ouvir um disco dos Beatles. O Impacto Cinco era uma banda que tocava nas matines de domingo no ABC Esporte Clube de Natal. Se tornou logo um sucesso, sendo a banda de maior destaque entre a juventude universitária da época. O profissionalismo e qualidade musical da banda os levaram para São Paulo, através de Gileno Azevedo, o Leno da dupla Lilian & Leno. Gileno, também do Rio Grande do Norte, era na época produtor musical na CBS. Conhecia bem o trabalho dos caras e resolveu produzi-los. Lançou um primeiro álbum em 1973. Dois anos depois veio este lp, “Lágrimas Azuis”, um trabalho considerado por muitos bem a frente de seu tempo. Pessoalmente, não vejo muito isso, mas também não há como negar a qualidade, bem acima da média. Eles faziam um som competente, à nível das melhores bandas de rock brasileiras. Neste álbum de onze faixas, além de músicas próprias há também composições de Leno, Piska e Raul Seixas. O destaque vai para “Sábado”, música lançada anteriormente pelo Som Imaginário.
“Lágrimas Azuis” é hoje um disco dos mais raros, disputado a tapas e muito dinheiro por colecionadores. Eu por acaso tenho este lp repetido, se alguém se interessar, tá na mão por apenas 250 reais. Façam contato por e-mail 😉

mãos de seda, coração de ferro
(tudo vai mudar) amanhã
fuga
carmem, carmem
viver triste
lembranças
lágrimas azuis
sábado
um bom lugar
sentado no arco iris
muito tempo de som

Fred Monteiro – Coração Pernambucano (2004)

Bom dia amigos cultos e ocultos! Entre perdas e danos vamos seguindo em frente em nossa caminhada que também nos leva a novos encontros, caminhos e nos traz novos frutos. A vida é isso, uma passagem, onde a paisagem está sempre em transformação.

Nossa postagem de hoje é dedicada à música independente. É sexta-feira, um bom dia para trazermos a tona artistas e discos que estão fora do eixo das grandes gravadoras. Nosso destaque no independente semanal é o alagoano de coração pernambucano, Fred Monteiro, um nome ainda pouco conhecido pros lados de cá, mas que não demora muito para se tornar mais um célebre artista nordestino de sucesso nacional. Fred é compositor, instrumentista e produtor musical em Recife. Sua relação com a música vem desde os anos 60 quando já tocava profissionalmente com seu conjunto “Os Tártaros”. Como a vida de músico no Brasil nem sempre dá muito pano para as mangas, a partir dos anos 70 ele foi ganhar o seu quinhão como advogado, procurador federal da Sudene. Mas quem tem correndo pelo corpo um sangue de artista, nunca desiste desse ideal. Retomou as atividades com a música nos anos 90 e daí por diante vem buscando o seu lugar ao sol. Não vou entrar muito em detalhes, os quais podem ser conferidos no disco. O certo é que Fred vem se tornando um dos mais importantes produtores independentes da cena musical recifense. Através de seu estúdio tem criado coisas muito bacanas e também dado oportunidade à outros artistas da região, produzindo trabalhos com muita qualidade. Suas músicas estão também nas vozes de outros artistas espalhados pelo Brasil. Quando se fala no cenário musical do Recife, muita gente só se liga nas manifestações jovens, fundindo o rock-pop com a música tradicional. Mas a ação artística e sonora é bem mais abrangente e procura sempre manter os pés no chão, lembrando a todos a riqueza que é a genuína música do nordeste. Fred Monteiro é um desses representantes. Um artista autêntico, pode acreditar!
“Coração Pernambucano” foi um disco, lançado em 2004, uma compilação que reúne composições do artista desde o inicio dos anos 90. Suas músicas possuem um sabor bem popular, sem com isso perder na qualidade. Um trabalho muito bem estruturado e acima da média. Encontramos aqui frevos, ciranda, baião, forró e mais… Ao ouvi-los, inevitavelmente criamos uma simpatia e já na segunda vez, como eu, a gente sai logo assobiando ou cantando. Músicas que literalmente fazem a cabeça. Confiram aí…
tatiana
minha viola
estrela do poço
caboclo da cidade
mascate de lembranças
um bandolim em casa forte
viração
urso maluvido
o pife de rico
travesseiro de macela
cinema mudo
redolero
ciranda do mar da vida
sol na moleira
quebrando o bacalhau
pimenta no pé
bloco cirúrgico
coração recifense

Jackson Do Pandeiro – Com Conjunto e Côro (1955)

Olá amigos cultos e ocultos! Como disse um dos mais ocultos, a máscara caiu. Caiu sim porque o carnaval já passou. Agora vamos de cara limpa na caravana musical que tem deixado muito cachorro na latição. Como cachorro que late não morde, vamos tranquilos. Se precisar a gente chama a carrocinha, né não? 🙂
Bom, para tampar a boca, abrir os olhos e também os ouvidos, hoje eu vou postar um Jackson do Pandeiro. Este aqui, com certeza é novidade, podem começar o compartilhamento, mas não se esqueçam de voltar. A fonte aqui é inesgotável, vai matar a sêde de gregos e troianos.
Esta postagem era para ter entrado no dia 27 de fevereiro, numa homenagem a uma pessoa muito especial e querida, que me ensinava as canções deste disco. Que saudade! Mesmo com atraso, fica valendo, viu Luizinha?
Temos então, Jackson do Pandeiro com Conjunto e Côro. O primeiro lp do “Rei do Ritmo”, lançado em 1955 pelo selo do caramujo, da gravadora Copacabana. Neste albinho de dez polegadas temos alguns de seus maiores sucessos, músicas gravadas anteriormente em bolachas de 78 rotações. Posteriormente ele veio a regravar algumas dessas composições que se tornaram verdadeiros clássicos da música popular brasileira e de qualquer forró. Foi ele, ao lado de Luiz Gonzaga, um dos mais autênticos e expressivos artistas da música nordestina, caracterizando um estilo que sempre esteve em voga. Salve Jackson do Pandeiro!

forró em limoeiro
cremilda
1×1
o galo cantou
forró em caruaru
a mulher do anibal
falsa patroa
sebastiana

Sidney Miller (1967)

Olá amigos cultos e ocultos. Hoje, meio as pressas, vamos ficando com o Sidney Miller. Este é um disco que merece mais atenção e até algumas palavras em consideração. Todavia, vou me satisfazer apenas em postá-lo. Sei que é um álbum já bem explorado e publicado em diversos outros blogs, mesmo assim quero deixar a minha versão.
Sidney Miller foi um compositor dos mais talentoso. Na minha visão ele era um misto de Caetano Veloso e Chico Buarque de Holanda. Suas músicas sempre me remetem à esses dois, talvez porque tenha as mesmas qualidades, tanto musicais quanto poéticas. Este disco é sem dúvida um clássico da mpb. Um álbum que está na lista dos meus três mil discos básicos e indispensáveis da música brasileira. Aqui encontramos seus maiores sucessos. A presença de Nara Leão no dueto da ‘festivalíssima’ “A estrada e o violeiro” ou em “Menina da agulha”. Tem também “O circo”, música que Nara gravou posteriormente, se tornando outro grande sucesso. No álbum temos muita coisa boa. Se alguém ainda não tinha ouvido o lp, a oportunidade é esta. Confiram, pois…
Os cães ladram e a caravana continua passando…

a estrada e o violeiro
chorinho do retrato
maria joana
marré de cy
argumento
minha nêga
botequim nº 1
o circo
meu violão
passa, passa gavião
menina da agulha
pede passagem

Noites Cariocas – Ao Vivo No Municipal (1988)

É, pelo jeito os nossos conhecedores de música popular brasileira andam mais que ocultos, estão mesmo sumidos. Até agora ninguém se manifestou em relação às duas últimas postagens. Tanto os Hamornipops quanto Aimé Vereck não foram identificados pelos nossos pesquisadores de plantão. Será que não há ninguém por aqui que saiba nos dar mais informações sobre os dois últimos discos postados? Estaria faltando mais interação entre nós ou realmente ninguém sabe mesmo? Continuamos na obscuridade…
Mas para não ficarmos totalmente no escuro, vamos mudar o rumo. Vamos para as Noites Cariocas, onde pelo menos as estrelas brilham, tanto no céu quanto no palco do Teatro Municipal. Para quebrar um pouco a monotonia, o álbum do dia (ou da noite?) é dedicado ao chorinho. Temos aqui este belíssimo álbum editado pela extinta Kuarup, “Noites Cariocas”. Um registro ao vivo de um ‘big’ sarau realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro nos anos de 1987 e 88. Como podemos ver logo pela capa do disco, participam como figuras principais: Altamiro Carrilho, Zé da Velha, Paulo Sérgio Santos, Chiquinho do Acordeon, Paulo Moura, Paulinho da Viola e Joel Nascimento. Pois é, noites cariocas não são apenas para o samba. O choro também, sempre teve seu lugar garantido na Cidade Maravilhosa.

noites cariocas
carinhoso
aleluia
chorando baixinho
chiquinha gonzaga
espinha de bacalhau
doce de côco
ingênuo
inesquecivel
sarau para radamés
remexendo
um a zero
urubu malandro

Aimé Vereck & Seu Conjunto De Boite Nº 2 (1955)

Bom dia amigos cultos e ocultos! Começo a semana com mais um quebra cabeças. Temos aqui mais um disco que carece de informações – uma identidade e uma história. Aimé Vereck não me é um nome muito estranho ou totalmente desconhecido. Ele aparece em pelo menos umas três coletâneas de antigos álbuns de 10 polegadas. Aqui mesmo no Toque Musical ele está presente na seleção Odeon chamada “Solistas Populares” de 1957. Se procurarmos através do Google também não chegaremos muito longe. Não há uma informação mínima sobre este instrumentista e seu conjunto de ‘boite’. Das peças desse quebra cabeças só tenho suposições. Acredito que ele tenha sido um saxofonista, pelo menos neste lp. Pelo disco da Odeon, citado acima e também em alguns sites fica claro que Aimé Vereck tocava ocarina, um instrumento de sopro dos mais antigos, uma espécie de flauta, mas com um formato ovalado. Porém, neste disco a ocarina foi trocada pelo saxofone, um instrumento mais condizente com a música de ‘boite’ e certamente quem o toca é Aimé Vereck. Falando do álbum, trata-se de um disco bem agradável. Uma seleção musical variada onde temos um Noel Rosa (e Vadico) com seu “Fetiço da Vila” num arranjo bem original. Há duas composições de Aimé, uma delas em parceria com o bamba da guitarra Poly. As outras faixas são ‘starndars’ da música internacional.
Taí… algumas peças para iniciarmos o quebra cabeças. Quem tiver mais, por favor, tragam elas para os comentários. Toda informação é bem vinda. Universitários de plantão, críticos, pesquisadores e parentes, queiram se manifestar!

feitiço da vila
seven lonely days
baião frisante
la ronde de l’amour
três patetas
i’m walking behind you
baião em moscou
melody of love