João Gilberto – Live In Tokyo (2004)

Depois que eu comentei sobre o João Gilberto e este ‘bootleg’, recebi uma série de e-mails pedindo para publicá-lo logo. Ok, está na mão… vamos chegar junto 🙂

Temos aqui uma versão paralela do que foi lançado oficialmente pela Verve. Com certeza, numa qualidade inferior à gravação comercial, questionável inclusive pelo perfeccionismo do próprio artista, mas extremamente valioso para nós, seus apaixonados fans. Trata-se de 25 canções, as quais eu ainda dei uma retocada, tanto na edição do som, quanto da produção da capa. Vale como uma curiosidade exclusiva, retirada da lavra do nosso já conhecido colecionador sueco e trazida até a mim pelo ‘brother’ Chris Rousseau.
ligia
aguas de março
foi a noite
de conversa em conversa
eu sambo mesmo
caminhos cruzados
samba de uma nota só
wave (vou te contar)
retrato em branco e preto
bolinha de papel
ave maria no morro
um abraço no bonfá
isso aqui o que é
corcovado
chega de saudade
desafinado
insensatez
felicidade
mulata assanhada
foi o destino talvez
estate
preconceito
curare
saudade da bahia
garota de ipanema

Rosinha de Valença & Banda – Ao Vivo (1975)

Hoje eu amanheci numa dúvida. Como no poema da Cecília Meireles fiquei naquela, “ou isso ou aquilo”. Eu estava sem saber o que iria postar, “são tantas emoções”. Estava na dúvida entre este disco da Rosinha de Valença e um ‘bootleg’ do emblemático João Gilberto. Deixei a solução para o amigo Chris que ainda agorinha trocava e-mails comigo. Foi ele quem me cedeu essas duas pérolas. Infelizmente precisei mudar de conta para fazer esta postagem e não houve tempo de deixar ele escolher (desculpa aí, brother!). Decidi então pela Rosinha de Valença. O João já tem o lugar dele garantido e fica para uma outra ocasião (putz, até rimou!)

Vamos com a Rosinha de Valença & Banda, ao vivo! E que banda, diga-se de passagem. Neste disco, lançado em 1975, temos a violonista cercada por um time de primeiríssima. Só tem fera tocando com ela, olha só: João Donato, Tuti Moreno, Helvius Villela, Copinha, Oberdan Magalhães, Frederiko, Franklin, Raul Mascarenhas Jr., Alberto das Neves, Celinhho e no ‘gogó’ vai ainda Dona Ivone Lara, Miucha e Thelma. Depois dessa apresentação não é preciso dizer mais nada. Um registro ao vivo e dos melhores. Pena esse disco ser somente parte de um show, merecia um álbum duplo! Nele vocês conferem as seguintes músicas…
araponga
testamento de sambista
de amor eu morrerei
4 de dezembro
with little help from my friends
fiz a cama na varanda
o meu boi morreu
peguei um ‘ita’ no norte
prenda minha
tema espanhol
foi deus
uirapuru
saudades de matão
brasileirinho

Rago E Seu Conjunto – Os Grandes Sucessos De Rago (1980)

Hoje o nosso toque musical é dedicado à Antonio Rago, um nome pouco lembrado e na ‘blogosfera’, nem sequer comentado. Se por um lado isso é ruim, por outro me dá o prazer de ser o primeiro a apresentá-lo. Espero que de agora em diante este título se replique ou que outros discos dele venham a aparecer.

Rago, como ficou mais conhecido, foi um compositor e violonista dos mais brilhantes e originais, nascido no bairro do Bixiga, reduto italiano da capital paulista. Iniciou sua carreira ainda na adolescência, acompanhado outros músicos locais nas noites de serenata. Estudou violão clássico e profissionalmente começou a tocar aos vinte anos, integrando o conjunto regional de Armandinho, outro grande violonista paulista famoso. Em pouco tempo foi se tornando um dos acompanhadores preferidos dos grandes cantores da época, inclusive de Francisco Alves com quem ele trabalhou na última apresentação, um dia antes do trágico acidente que vitimou o cantor. Rago, em seguida, montou o seu Regional, tocando na Rádio Tupi de São Paulo. Seu grupo se tornaria famoso, principalmente pela qualidade artística de seus componentes. Sua composição mais conhecida foi o bolero “Jamais te esquecerei”, em parceria com Juracy Rago. Outro fato interessante na figura de Antonio Rago é que ele foi o pioneiro na eletrificação do violão. A fábrica Di Giorgio criou exclusivamente para ele o primeiro violão elétrico. Ao contrário dos violões elétricos atuais, o dele tinha características, tanto técnicas quanto sonora, mais próxima da guitarra, produzindo um efeito único até então. Não se ouvia nessa época nada parecido. A sonoridade de seu Regional com o violão eletrificado traçou um outro caminho para uma música essencialmente acústica. O disco que temos aqui reúne alguns de seus melhores momentos. Confiram já esse toque…
jamais te esquecerei
nada
despertar da montanha
festa portuguesa
que importa
boneca japonesa
motivo cubano
pelo teu amor
lisboa antiga
mambo na gloria
o barão na dança
carambolas