Arquivo mensais:outubro 2009
Alpha III (Amir Cantúsio Jr) – Sombras (1986)
Olá amigos cultos e ocultos! Hoje é sexta-feira, dia em que normalmente temos usado para postarmos os artistas/álbuns independentes. À pedidos, estarei estendendo por mais uma semana a temática do rock e suas vertentes. Realmente, uma semana é pouco até que a turma entre no clima. Além do mais, temos ainda algumas pérolas, pedras e pedregulhos para resgatar e rolar por aqui. A postagem de ontem, o disco do Dialect, bem que poderia ser caracterizado como independente, na verdade ele é. Mas preferi deixar para o presente disco este mérito.
Dialect (1991)
Bom dia moçada! Cada vez me convenço mais da verdade da frase: “tudo que é bom dura pouco” Ou será que é por gostarmos tanto de alguma coisa, a gente nem se dá conta do tempo e só sentimos quando ela já está chegando ao fim? Sei lá… só sei que trem bão é coisa boa 🙂
Patrulha Do Espaço – Patrulha 85 (1985)
Olá rapaziada do rock, cultos e ocultos, seguimos nesta quarta-feira nervosa e corrida com outra banda que marcou época e ainda hoje está na estrada fazendo a alegria de muita gente, a Patrulha do Espaço. Este grupo surgiu em São Paulo, na segunda metade dos anos 70, como banda de apoio do mutante Arnaldo Baptista. Na época, formada por Rolando Castello, Oswaldo Gennari e John Flavin. Um ano depois o trio saiu das asas (ou do disco voador, se preferirem) de Arnaldo viajante. Saiu também o irlandês John Falvin, dando lugar a Eduardo Chermont. Botaram mais peso na guitarra e foram conquistar um espaço ainda bem diluído do hard rock brasileiro. Participou também nesta época Percy Weiss, ex-vocalista do Made In Brazil. Entre trancos e barrancos foram aos poucos conquistando e ampliando seu público Lançaram em 1980 o seu primeiro álbum, conhecido como o Disco Preto, talvez o primeiro disco de hard rock independente do Brasil. O álbum era vendido através dos correios, outro pioneirismo no rock tupiniquim. Em pouco tempo a banda se consagraria como uma das melhores do cenário ‘roquemrou’. Passaram pelos anos 80 e 90 gravando vários discos, participando de todos os festivais de rock, fazendo shows por todo o país e também na Argentina. Em 1983 foram escolhidos para abrirem o show do Van Halen. Ao longo dessas três décadas a banda passou várias modificações em sua formação. Se consolidaram com um “power trio” de heavy metal e estão na ativa até hoje, graças ao seu fundador, Rolando Castello Jr. O “Patrulha 85” é quase um EP, gravado em apenas três dias, traz uma sonoridade ainda mais pesada e embora contando com a participação do exímio guitarista argentino, Pappo, o disco não decolou. Nos anos 90 saiu em cd a série Dossiês, trazendo em um box de quatro discos com toda a produção da banda. Mas eles não pararam por aí. Lançaram mais discos e continuam em crescente atividade até hoje. Salve, salve…
Pholhas – Forever (1974)
Bom dia, meus prezados amigos cultos e ocultos! A semana do rock está apenas começando e o ‘ibope’ continua se mantendo num bom nível. Isso é legal 🙂
Mutantes – Compacto (1976)
Complementando a postagem de hoje, me lembrei deste compacto dos Mutantes, lançado dois anos depois e ainda com a mesma formação: Sergio Dias, Túlio Mourão, Ruy Motta e Antonio Pedro de Medeiros. Sem perder a ginga progressiva, o grupo cria neste compacto uma sonoridade, fazendo a gente se lembrar que ali ainda tem Mutantes.
Mutantes – Tudo Foi Feito Pelo Sol (1974)
Bom dia amigos cultos e ocultos! Como eu havia dito, esta semana será dedicada ao rock e suas vertentes tupiniquins. Atendendo aos apelos de muitos que haviam solicitado um passeio por um gênero musical que tomou conta do mundo e temperou bem a música popular, inclusive no Brasil. Durante a semana teremos alguns discos que valem a pena relembrar, coisas produzidas nas décadas de 70 à 90. Por certo, alguns desses álbuns já se tornaram clássicos até mesmo para a blogosfera, mas mesmo assim, não deixam de ser parte do nosso toque musical. Aqui também terão seus lugares garantidos 🙂
Orquestra Pan American – Samba Internacional (1959)
Olá amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós neste domingo encalorado, finalizando a dobradinha compacto e long play. Sei que muitos gostariam de ver e ouvir mais compactos, mas por enquanto vamos dar uma pausa. Em breve retornaremos ao disquinhos, aguardando as doações prometidas pelo meu amigo culto Antonio Carlos (estou esperando, heim?).
Compactos Diversos
Bom dia a todos! Inicialmente eu gostaria de explicar a situação de duas postagens que fiz nas últimas semanas. Me refiro aos discos de Orlando Silva e Francisco Alves pela Collector’s Editora. Recebi uma solicitação desta editora pedindo para retirar os links dos dois discos. Eu até então não sabia que os referidos discos ainda se encontram em catálogo. Os discos ainda estão em catálogo e podem ser adquiridos através do site da Collector’s. Foi uma surpresa saber disso, inclusive porque eu tenho interesse em completar a minha coleção. Os arquivos digitalizados são uma mão na roda, mas nada substitui ao fetiche do objeto disco de vinil. Vou logo comprar os que faltam em minha coleção e aconselho a todos que façam o mesmo. Sei que muitos irão dizer a vitrola já não faz mais parte de suas vidas e que o melhor mesmo é o mp3 ou semelhante. Para esses, eu aconselho também entrar no site ou enviar um e-mail aos donos da editora. Acredito que eles, além dos discos, devem estar vendendo as gravações digitalizada como fazem as gravadoras atualmente. Os preços não devem ser uma coisa muito absurda, mesmo considerando se tratar de um material tão precioso. Diante a tudo isso, não faz sentido e eu nem quero manter as tais postagens com links. Peço publicamente desculpas ao Ricardo Manzo, responsável pela Collector’s Editora, pelo inconveniente e só espero que esse fato tenha também um lado positivo, despertando a atenção e o interesse das pessoas pelo trabalho de resgate musical da editora. Para compensar, em breve teremos uma outra série, tão rara e interessante quanto a da Collector’s Editora.
Francisco Alves – Os Ídolos do Radio Vol. II (1986)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Deus ajuda quem cedo madruga e hoje eu preciso correr, o trabalho me chama. Mas antes de sair, vou logo para a nossa postagem, pois eu não sei se terei tempo depois. E aí, vocês já ouviram a ‘web rádio’ Armazém da Saudade? Tenho certeza de que por lá também estão rolando os compactos que por aqui fazem tanto sucesso.
Juca Chaves, Moreira Da Silva, Mauro Celso, Os Araganos, Raul Gil, Trio Esperança – Compactos!
Na sequência da nossa ‘dobradinha’, alternando entre compactos e long plays, vamos até domingo nesse ritmo variado. Para a próxima semana estou programando uma mostra de rock. As vezes é preciso ir de um extremo ao outro para que as pessoas percebam que o Toque Musical é um blog eclético. Rola de tudo e para todos, com exceção apenas aos novos lançamentos comerciais e algumas coisas que nem ouvindo com outros olhos se pode levar fé. Axé! Salve, salve!
Roberto Luna (1977)
Bom dia a todos! Estou aproveitando a semana para também atender alguns pedidos, que nunca saem na hora certa, mas que acabam aparecendo. É só uma questão de paciência. Nesse meio tempo, enquanto se espera, a gente vai ouvindo música 🙂 Por falar em ouvir, quero dar uma sugestão… Vocês já conhecem o Armazém da Saudade? É uma rádio web muito bacana, criada recentemente e com uma programação musical primorosa, dedicada à música popular brasileira, abrangendo os mais diversos estilos e épocas. O site tem uma programação musical perfeita, que combina bom gosto com qualidade. Quem ainda não conhece, depois do toque, não vai perder. Muito do que é postado aqui também se escuta por lá. O Hugo está de parabéns! No meu trabalho, eu e toda a turma já viramos ouvintes assíduos. É ligar e deixar rolar.
Silvio Caldas – Saudade (mini lp)
Olá! Bom dia a todos! Nessas duas últimas semanas temos falado aqui sobre os discos de vinil compactos. Como já foi dito, eles surgiram no Brasil no final dos anos 50 e ao contrário dos ‘singles’ americanos e europeus, de 45 rpm, por aqui eles vieram em 33. Ao longo do tempo de existência desses disquinhos algumas transformações ocorreram. A partir dos anos 80 eles foram substituidos pelos ‘singles’ de 12 polegadas, igual em tamanho ao LP. Tinha os de 33 e também de 45 rpm. Mas nos meados dos anos 60 a Musidisc apareceu com uma novidade, os mini lps. Estes eram discos no tamanho igual ao compacto, ou seja, de 7 polegadas, mas com um grande diferencial. Ao invés de duas ou até mesmo quatro faixas, os mini discos traziam dez faixas, ou dez músicas. Parece difícil de acreditar, mas ele conseguiram comprimir ainda mais os sulcos num espaço de 7 polegadas. A Musidisc chegou a lançar vários títulos nacionais e também internacionais. Eu tenho até hoje guardado um desses, do Donovan, com capinha igual ao lp. Mas o certo é que esse novo modelo não vingou. Não sei exatamente o motivo, mas em pouco mais de dois anos esses disquinhos deixaram de ser fabricados. Acredito talvez que o formato de compacto já carregava consigo a estigma de coisa barata e sem qualidade. Os compactos sempre tiveram essa conotação pejorativa. Outro motivo seria também o fato de esses discos necessitavam de um maior cuidado, pois qualquer arranhãozinho danificava ou prejudicava muito o som. Os sulcos, ficavam ainda muito mais próximos e a agulha saía com facilidade da trilha.
Zé Kéti – Sucessos de Zé Kéti (1964)
Bom dia amigos cultos e ocultos! Iniciamos a semana como prometido, alternando entre o disquinho e o discão. Abrindo nossa programação semanal, temos assim o compositor Ze Keti.
Compactos De Cantoras II
Amigos cultos e ocultos, seguimos ainda no fim de semana com os compactos. Como eu havia mencionado, na próxima semana ainda teremos mais disquinhos, mas desta vez farei de maneira alternada, quer dizer, um dia Long Play, no outro Compacto, ok?
Compactos Independentes – Coletânea (2009)
Olá amigos cultos e ocultos! Dando sequência às nossas postagens de compactos, vamos hoje nas edições independentes. Seguindo a política do “lugar onde se escuta música com outros olhos” fiz aqui uma salada mista bastante curiosa. Não vamos levar em conta a qualidade artística dos trabalhos ou gostos pessoais. A ideia é mesmo ver e ouvir esses fonogramas com outros olhos. Tenho aqui quatro compactos distintos, com artistas que nada tem a ver um com outro em estilos ou gêneros, mas no conjunto formam uma curiosa experiência musical.
Compactos De Festivais (1968, 70, 72)
Compactos de Festivais ou festival de compactos? É, pelo jeito teremos que prolongar por mais uma semana as postagens de compactos. Está ‘bombando’, como diz o outro… Acho que vou fazer o seguinte, na próxima semana, colocarei intercalado às postagens tradicionais, os disquinhos, ou então irei revezando. Vamos ver…
Erasmo Carlos, Bob Lin, George Freedman, Os Caçulas, Os Vips – Compactos (1967 e 68)
Bom dia! Inicialmente eu gostaria de informar que algumas postagens antigas já foram reativadas, tais como Victor Jarra, e o português Fausto. No caso de encontrarem outros vencidos, basta avisar no Comentários ou pelo e-mail toquelinkmusical@gmail.com
Alda Perdigão, Dorinha Freitas, Martha Mendonça – Compactos
Olá amigos cultos e ocultos! Realmente o tal do compacto faz um sucesso danado e dar o maior ‘ibope’. Por isso, essa semana vai ser quente 😉
Chico Buarque – Compactos (1967-68)
Bom dia das crianças, amigos cultos e ocultos! Já faz um tempinho que eu não promovo aqui uma semana temática. Resolvi então iniciar esta, não exatamente com um tema, mas dedicada à um tipo de disco muito comum nos anos 60 e 70, os compactos, aqueles disquinhos de 7 polegadas que traziam geralmente uma música de cada lado. Os compactos, ou ‘single play’ foram lançados no final dos anos 50 e era discos de 17 cm de diâmetro que tocavam em 45 rpm. No Brasil eles surgiram em 33 rpm e sua capacidade era a de até 5 minutos de cada lado. Esses disquinhos eram geralmente utilizados para difundirem as músicas de trabalho de um álbum. Era uma espécie de pré lançamento, um ‘test drive’ para sentir a aceitação do público. Em alguns casos eram como amostra grátis, mas no Brasil se tornaram também uma alternativa econômica para aqueles que se aventuravam no mundo fonográfico, artista em seu primeiro disco e coisas assim. A popularidade dos compactos no Brasil durou até o início dos anos 80, quando então vieram os chamados ‘maxi single’, discos de 12 polegadas, mudando todo o conceito e matando de vez os compactos. Mas quem, na faixa dos 40, nunca teve nas mãos (ou na vitrola) um compacto? Quem não se lembra pelo menos daqueles disquinhos coloridos de estórias infantis? Hoje, Dia da Crianças, bem que eu poderia ter iniciado com um daqueles, mas prefiro deixar os discos infantis para quem já é especialista, o Cantos & Encantos. Vou começar nossa mostra de compactos abrindo com chave de ouro e também em homenagem ao retorno do meu amigo Chris Rousseau, recém chegado do ‘Velho Continente’. Para ele e também para todos vocês, estou postando dois compactos do Chico Buarque de Holanda, um de 67 e o outro de 68. Acho que não carece falar sobre o artista e suas músicas. Chico é figura notória e suas músicas também. Apenas complemento dizendo (ou escrevendo?) que os dois discos que temos aqui são mais que simples amostras de pré lançamentos. Temos o compacto simples de 1967 com a presença do MPB 4 em “Roda Viva”. No de 68 o compacto é duplo, quer dizer, com duas músicas de cada lado, sendo a faixa “Sem Fantasia” com a participação da irmã, Cristina Buarque. Temos assim, seis músicas, quase um lp.
Souvenir Musical (1959)
Olás! Finalmente consegui listar todas as postagens na barra lateral do nosso blog Toque Musical. Há tempos que a janelinha de busca de postagens não funciona corretamente. A gente digita um nome de um determinado artista, mesmo sabendo que ele foi publicado, mas a resposta vem como se não constasse nas postagens. Como não descobri a razão do erro, achei melhor criar a lista, já que muitos não ‘sacaram’ que a pesquisa poderia ser feita pela letra inicial ou datas. Sem dúvida, para a maioria, a nova listagem será mais cômoda. Mas vai chegar um momento em que esta relação se tornará inviável, devido ao número de postagens com marcadores. Enfim, vamos levando até onde for possível…
Olmir Stocker (Alemão) – Longe dos Olhos Perto Do Coração (1981)
Olá amigos cultos e ocultos! Hoje vamos de música instrumental, que é legal e não faz mal. Estou trazendo um disco bacana do guitarrista Olmir Stocker, mais conhecido no meio artístico como Alemão. Este álbum me foi enviado já algum tempo pelo amigo Nilo, professor de violão e compositor recatado. Depois de deixar o álbum na fila de espera por mais de quatro meses, achei que já era hora de apresentá-lo aqui no Toque Musical. “Longe dos olhos, perto do coração” é, sem dúvida, um disco muito bonito, que eu devo confessar, nunca cheguei a ouvi-lo direito. De ontem para hoje passei ele na agulha umas três vezes. Muito bom! Música instrumental do jeito que eu gosto, sem firulas intencionais, mas competente e original. O álbum é um passeio pelo Brasil (talvez na carroceria de um caminhão – a bela capa me inspirou) com ritmos e composições que ilustram diferentes paisagens. Alemão é um fera nas cordas, seja na guitarra ou no violão. Com mais de meio século de estrada ele já tocou com muita gente. Foi o guitarrista do conjunto de Breno Sauer no início dos anos 60. Participou como instrumentista da Jovem Guarda ao lado de Roberto Carlos e Wanderléa. Em 1968 formou com Casé, Hermeto Pascoal e outros o conjunto Brazilian Octopus, lançando no ano seguinte um excelente disco instrumental. Fez parte do Grupo Medusa, outro conjunto instrumental nota dez. Tocou em turnês por diversos países tendo sua arte mundialmente reconhecida. Se você ainda não viu e ouviu este disco em outras fontes, aproveite agora para matar a sede 😉
Thiago De Mello – Estatutos Do Homem & Poemas Inéditos (1989)
Enfim chegou a sexta-feira! Mais uma vez vai ser ela o dia do artista/disco independente. Escolhi a dedo o disquinho para hoje, com todo o carinho para os amigos cultos e ocultos. O dia já está quase no fim, mas a intenção e a postagem permanecerão eternamente enquanto durarmos.
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.
Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
Orlando Silva – Orlando Silva, Hoje (1973)
Muito bem… vocês devem ter notado que as postagens estão com um pequeno atraso. Isto se deve a uma série de problemas aqui pelos meus lados. Falta de energia elétrica, falta de ânimo, falta de humor e principalmente falta de tempo. Comecei esta postagem hoje a tardinha, mas só agora estou tendo tempo para terminá-la. Acho que agora vamos regularizar…
Taí um álbum muito esperado, “Orlando Silva, Hoje”. Este disco, gravado em 1973 traz o “Cantor das Multidões”, já em fim de carreira, interpretando pela primeira vez compositores contemporâneos. Nomes como Taiguara, Caetano Veloso, Giberto Gil, Edu Lobo, Antonio Carlos & Jocafi, entre outros, formam o repertório deste disco singular na carreira de Orlando Silva. Curiosamente, entre seus discos, inclusive os mais antigos, este se tornou um dos mais procurados. Talvez por ter sido seu último álbum em vida. Fala-se muito no processo degenerativo de sua voz, devido ao álcool e a morfina. Mas, cá prá nós, seja ontem ou seja hoje, Orlando Silva foi sempre um grande cantor e intérprete. Este disco é uma prova de suas qualidades, mesmo já bem debilitado. Pessoalmente, acho o álbum nota 10! Confiram…
Tito Madi – Quem É Da Noite Canta (1987)
Olá amigos cultos e ocultos. Depois de tantos afetos e desafetos, eu resolvi colocar uma campainha na porta. Em outras palavras, os comentários de agora em diante passarão por uma verificação prévia antes de serem publicados. Sinceramente, sempre achei isso um saco. É mais um fator que inibe o comentário. Mas, diante aos fatos quem vem ocorrendo, achei melhor fazer como os outros blogs. Chega de bate boca e polêmicas que não acrescentam nada ao objetivo principal. Não peço mais comentários e não publico mais ‘crititicas’. Chega de ameaças e hipocrisia. Antes um amigo oculto que um inimigo culto, muito embora eu saiba que todos os meus amigos e os demais visitantes são cultos. Afinal, música é cultura!
Orlando Silva – Os Ídolos Do Rádio Vol.1 (1985)
Olá a todos! Como eu havia dito anteriormente, nesta semana, estarei postando alguns discos do Orlando Silva, alternando dia sim, dia não. Teríamos começado na segunda feira, não fosse a homenagem mais que merecida à cantora argentina Mercedes Sosa, falecida no domingo.
Mercedes Sosa – La Negra En Familia
Buenos dias! É com um tremendo pesar que inicio hoje a semana. Ontem, como já é sabido, faleceu La Negra, a grande cantora argentina Mercedes Sosa. Sem dúvida, uma grande perda, não apenas para a música argentina, mas também para todo o povo latino americano. Em sinal do nosso agradecimento, estou postando aqui um registro da cantora em uma apresentação ao vivo com seu irmão Cacho, seu filho Fabian e seus sobrinhos Coqui e Claudio. Essas gravações eu fui buscar em um blog argentino chamado “Los que no se consiguen“. A gravação nos traz 15 músicas e tem uma boa qualidade. Para tal, eu criei uma capa e contracapa, dando uma melhor identidade a este registro, que agora se faz histórico. Viva em nossos corações Mercedes Sosa!
Paraguassu – Canções De Amor (1970)
Olá! Ontem tivemos um dia cheio. Teve Baden Powell e antes que o dia findasse eu ainda postei um Orlando Silva, homenageando o artista na data de seu nascimento. Eu havia me esquecido… Como dizem, a pressa é a inimiga da perfeição e tanto ontem como hoje eu estou correndo contra o tempo. Perfeccionistas de plantão, queiram me perdoar! Fim de semana trabalhando, como diz a minha empregada, ninguém merece!
Orlando Silva – Depoimento RCA (1978)
Putz! Como pude deixar (quase) passar em branco a data de hoje?! Ainda bem que eu cheguei a tempo… Hoje, dia 3 de outubro, é a data do aniversário do ‘Cantor da Multidões’, o grande Orlando Silva. Eu deixei passar batido, nem lembrei… Ainda bem que o dia ainda não acabou, assim posso me redimir desta falha. Estou postando agora, mas acho que só vai entrar mesmo amanhã. Para compensar farei desta próxima semana um festival de Orlando Silva. Dia sim, dia não, vamos relembrar o saudoso cantor. Começo por este álbum duplo, um registro para ficar na história. Trata-se de um álbum depoimento onde o cantor fala de sua carreira, de sua vida e seus sucessos. Como convém a um disco tão importante, este é duplo e foi gravado em abril de 1978. Foi produzido e coordenado por Zuza Homem de Mello. O disco traz não apenas a fala do cantor, temos também as músicas, 31 gravações originais que ilustram bem toda a história contada por ele. Eis ai um trabalho dos mais interessantes e raro. Procurei não desmembrar a gravação, mantendo uma sequência linear dos lados A e B, conforme o disco. Temos assim, sem pausa ou intervalo o disco 1 e 2. Isso nunca saiu em cd (e nem vai). Confira aqui e vamos juntos soprar a velinha :*
Baden Powell – Gravado Ao Vivo Em Paris (1973)
Olá! Correndo contra o tempo, aqui vai a postagem do dia. Hoje eu já sei que nem a noite vou ter tempo para afinar a viola, portanto vamos com o que já está na agulha. Vamos mais uma vez com o grande violonista Baden Powell neste álbum gravado ao vivo em Paris. Escolhi este ‘álbum de gaveta’ porque é de um artista que não precisa de muitas apresentações, ainda mais aqui no Toque Musical. Baden é figurinha cativa. Neste show predominam as composições em parceria com Vinícius de Moraes e tem mais… inclusive Chopin e Bach. Disco lindo! Mas vou deixar os complementos e comentários por conta de vocês, amigos cultos e ocultos. Desculpem, mas estou atrasadíssimo! O trabalho me chama! Bye, bye…