Bom dia Cultos e Ocultos, gente de todo o mundo! Sei que vocês não tem nada com isso, mas apenas para justificar. Meu tempo anda curtíssimo e com isso acabo sem ter como preparar devidamente as minhas postagens. Estou tendo que recorrer aos meus arquivos de gaveta e em alguns casos, percebo que os mesmos precisavam de uma revisão. Infelizmente e de imediato não poderei fazer muita coisa. Vida de blogueiro não é só ficar direto na frente de um computador. Peço a todos paciência. O mingau de vez enquanto é de araruta.
Arquivo mensais:junho 2009
Luiz Wanderley – Baiano Burro Nasce Morto (1959)
Bom dia gente do Brasil e do mundo! Começamos a semana muito bem, ainda impregnado com a cultura nordestina, estou trazendo hoje um disco que tem tudo a ver. Alguém aqui se lembra do Luiz Wanderley? Provavelmente poucos. Eu também já nem me lembrava desse ‘peça rara’, um cabra que fez sucesso nos anos 50 e 60. Cantor e compositor, Luiz Wanderley iniciou sua carreira nos aos 50 quando foi para o Rio de Janeiro. Ele era alfaiate. Começou como cantor de orquestra no bairro da Lapa. Depois foi para o rádio e daí então passou a fazer sucesso com seu gênero bem popular. Gravou diversos discos em 78 rotações. Seu maior sucesso como cantor foi “Baiano burro nasce morto”, composição do sambista baiano Gordurinha. Outro grande sucesso foi “Matuto transviado”, também conhecida como “Coronel Antonio Bento”, música feita em parceria com João do Vale e que veio a se tornar conhecida nacionalmente através de Tim Maia.
Jackson Do Pandeiro – Nossas Raízes (1974)
Olá meus prezados amigos, cultos e ocultos. Mais uma vez, na tentativa de espantar a friagem, vamos forrozar. Começamos a semana com alguns discos para quadrilha e festas juninas, que por sinal continuam tendo uma boa saída, principalmente para aqueles que entendem que mesmo numa produção popular e comercial, também se extrai coisas boas. Acho que o texto das últimas postagens, comentando sobre os artifícios da CID, tiraram um pouco o tesão daqueles que olham a coisa só na superfície. Assim, sem fazermos uma mudança radical nos estilos e postagens, resolvi incluir um disco da Marinês e hoje um do Jackson do Pandeiro. Agora, alguns, já não vão mais torcer o nariz. Espero…
Marinês – Meu Carirí (1976)
Olás! Já que a festança está boa, vamos até o fim da semana neste ritmo. Ninguém reclamou, sigamos em frente que a fogueira está queimando…
Zeferino & Sua Gente – Isto É Que É São João (1976)
Bom dia! Para darmos por completa nossa missão junina/joanina, finalizo com mais um disquinho da CID/Itamaraty, na mesma linha do anterior. Aliás, verificando agora neste instante, percebo que quase a metade das músicas deste lp estão contidas no que foi postado ontem. Daí a prova inquestionável dos tais artifícios da CID para lançar seus álbuns datados e criar artistas fictícios. O nosso Zeferino (e Sua Gente) é mais uma invenção da lavra de Harry Zuckermann. E pela capa”Isto é que é São João” podemos ver que ele já é o oitavo volume. Mas conforme às ‘peripécias’ desta gravadora, este pequeno detalhe pode também ser desconsiderado. De verdadeiro e autêntico aqui só mesmo a música, a redentora de todos os males, inclusive das produções ‘capengas’ que visam apenas um bom negócio. Eu digo isso, mas no fundo até entendo a posição comercial da gravadora. Álbuns como este são criados com esta intenção, apenas para marcarem presença numa determinada data de celebração. Em geral, o público consumidor não está interessado na ficha técnica do trabalho e a própria gravadora não os classifica como lançamentos autorais por serem registros de acervo, cujos intérpretes são músicos/artistas contratados apenas para a execução, sem maiores ‘status’.
Coroné Pereira E Sua Gente – Pula Fogueira – Quadrilha Marcada (1978)
Olás! Ainda no espírito das festas joaninas, tenho aqui mais um bom disquinho para animar a festança. Desta vez vamos com este lp do possível Coroné Pereira e Sua Gente. Digo possível porque nos discos da CID/Itamaraty as vezes se usava de artifícios como a criação de um nome artístico para compor trabalhos meramente comerciais. Discos temáticos, de celebração e populares eram um dos pontos fortes da gravadora de Harry Zuckermann. Suponho que o tal Coroné Pereira seja apenas um nome fictício, para dar uma certa identidade e intencionalidade à este trabalho. Embora fique claro o intuito comercial e oportunista deste disco, ele não deixa de ter seus encantos e dotes de qualidade através dos anônimos artistas/músicos e das músicas que nele aparecem.
Luiz Gonzaga – Quadrilhas E Marchinhas Juninas (1973)
Bom, já que entramos na quadrilha, vamos dançar! Desta vez trazendo uma autoridade no assunto e assuntos, o grande Lua. Temos para hoje este álbum do Luiz Gonzaga lançado pela RCA, originalmente em 1965 e que em 73 foi relançado com esta capinha. Um disco dedicado às tradições joaninas, aos festejos de São João e às noites estreladas.
Alberto Calçada – Vamos Dançar A Quadrilha (1969)
Nesta semana, um de nossos visitantes me chamou a atenção para o fato de que estamos em junho e que faltava aqui uma postagem dedicada às festas juninas, que acontecem pelo Brasil a fora. A verdade é que eu realmente havia me esquecido, embora eu veja tantas festas e quadrilhas pipocando aqui para os meus lados. Até o meu filhote vai dançar quadrilha na escola e eu nem me toquei. Mas nunca é tarde para um forró. Aliás, cheguei mesmo numa boa hora e vou garantir nos próximos dias uma boa trilha para esta festa.
Deus Lhe Pague – TSO (1976)
Bom dia, meus prezados amigos cultos e ocultos! Vamos nós começando a semana, trazendo sempre uma rara novidade ou uma grata lembrança, para alegar nossas vidas.
Grande Baile N.1 (196?)
Olás! Hoje estou entrando um pouco já no fim do dia, mas antes tarde do que faltar ao nosso encontro diário. Os domingos são imprevisíveis…
Walter Wanderley – Organ-ized (1966)
Olás! As vezes eu fico querendo postar aqui alguns discos que me são enviados por amigos e colaboradores. Hoje em dia, posso dizer que estou muito bem servido por pessoas interessadas em colaborar, enviando seus discos digitalizados e tudo mais. Contudo eu sempre, ao agradecer, aviso que a postagem não tem data marcada. Tudo depende do momento. Há casos em que eu prefiro não postar, pois vejo que o disco já foi mais do que apresentado. Porém, há outros que mesmo nessas condições, ainda assim eu faço questão de apresentar. Este é o caso do Walter Wanderley, um instrumentista singular, copiado por muitos, mas poucos conseguiram tirar um som tão gostoso de um orgão eletrônico como ele fez. A Bossa Nova foi seu grande diferencial e com ela ele ultrapassou limites, se tornando conhecido mundialmente. Esta é uma das grandes vantagens de ser um artista brasileiro talentoso e morar nos ‘States’. Além do reconhecimento merecido ele adquire uma maior visibilidade. A América ainda é a vitrine do mundo.
Nelson Gonçalves – A Pedidos (1966)
Bom dia, meus caros amigos cultos, ocultos e correlatos (correlatos é ótimo). Aqui estamos nesta bela e fria manhã de sexta-feira trazendo um pouco mais de alegria e resgatando lembranças. Hoje eu estou atendendo a pedidos. Eu e o Nelson Gonçalves. Ao amigo Paulo Athaydes e a todos os boêmios e amantes da música do Nelson ‘Metralha’. Este disco, me parece, não foi um álbum de carreira e sim uma coletânea lançada pela RCA em 66. As músicas apresentadas nele fazem parte de outros álbuns já lançados pelo artista. Algumas faixas são coisas raras, difíceis de achar. Confiram o toque porque eu já estou indo… meu tempo é sempre curto 😉
Mark Morawski (1961)
Olás! Estou fazendo desta quinta-feira o Dia do Independente, trazendo para vocês uma curiosidade. Embora eu tenha usado inicialmente as sextas-feiras para postagem de trabalhos de artistas independentes, não ficamos condicionados ao dia certo e nem todas as semanas poderemos ter um artista assim. Tenho listado pelo menos uns dez, que pretendo ir agendando de acordo com o clima da semana. Peço aos artistas que tenha paciência, todos serão atendidos 🙂
Wilson Miranda – Relevo (1978)
Eis aqui um bom disco para a quarta feira. Wilson Miranda, vocês se lembram dele? Taí um nome que sumiu da praça. Quando se ouve falar neste artista, muitos irão pensar nos tempos da Jovem Guarda e mesmo antes quando ele era cantor de rock. Wilson começou a carreira como cantor de baladas, calipsos e versões de rock (twist). Naqueles tempos (início dos anos 60) só dava ele e o Carlos Gonzaga, outra figurinha marcante no cenário pré-jovem guarda. Wilson fez um relativo sucesso com versões como “Bata Baby”, “Twilight Time” e outras. Nos anos 60 foi também produtor musical e trabalhou em discos de muitos artistas, principalmente os da Jovem Guarda. A carreira de cantor romântico acabou ficando em segundo plano. Por outro lado, a medida em que o tempo passou ele foi refinando seu repertório. Até onde sei, “Relevo” foi seu último disco e com certeza o mais bem produzido. Lançado em 1978, este álbum parece ter sido feito com todo o cuidado. Um disco pensado, com autores e músicas muito bem selecionadas, como se pode conferir na relação a baixo. No álbum há as participações especiais de Ivan Lins, Adoniran Barbosa, Paulo Cesa Pinheiro, Maurício Tapajós e Eduardo Gudin. Por aí já dá para se ter uma ideia do que temos na bolacha. Confiram já este toque…
100 Anos De Música Popular Brasileira – Projeto Minerva Vol. 2 (1975)
Em dezembro do ano passado eu havia postado aqui alguns discos da coleção “100 Anos de Música Popular Brasileira” do saudoso Projeto Minerva. Esta série é composta (me parece) de oito volumes. Eu já havia apresentado quatro, como se pode verificar por aqui Ó. Há pouco mais de um mês, atendendo aos meus pedidos e aos de muitos frequentadores do blog, uma alma bondosa enviou para nós mais um exemplar, o número 2. Demorei um pouquinho em postá-lo, pois esperava encontrar os outros restantes. Como não aconteceu ainda e para não perder o fio da meada, vou hoje postando o que tenho. Obrigado amigão, valeu demais!
Marcus Vinicius – Trem Dos Condenados (1976)
Bom dia! Começando a ‘segundona brava’, cheio de coisa para fazer, vamos logo apressando as postagens para não perdermos o diário. Hoje eu estou trazendo um disco prometido a algum tempo atrás e que só agora encontrou sua vez. Antes tarde do que nunca, não é mesmo? 🙂
Neusa Maria – Canta Para Os Que Amam (1956)
Olás! As vezes eu fico meio perdido com tantos discos que já foram apresentados aqui no Toque Musical. Eu tinha por certo que este lp da Neusa Maria já havia sido postado. Mas agora percebo que não. Assim sendo, vamos a ele!
Espirito Do Tempo (2008))
Hoje, excepcionalmente, teremos o Dia do Independente. Sei que tenho sido crititicado por isso e também porque sempre estou comentando da minha falta de tempo, mas realmente me faltam horas a mais. Daí recorro ao que já está pronto, seja os de gaveta ou os independentes que aguardam a vez de serem publicados semanalmente.
Balona E Seu Conjunto – Música 18 Kilates (196…)
Aqui estamos novamente nesta sexta-feira, Dia dos Namorados. Para celebrar a data (ou não), temos um conjunto de baile que fez sucesso na Belo Horizonte dos anos 60, Célio Balona e seu grupo. Quantos casais de namorados já dançaram ao som do Balona no Minas ou no Automóvel Clube. Tempos bons aqueles, heim?
Chico Hernandez – Bongo Fiesta! (1964)
Muito bem, depois de tantos e-mails eu não poderia deixar de trazer mais um álbum da “Percussonic Series”. Vocês gostaram, né? Pois é, bem interessante e com algumas curiosidades… Vejamos agora este “Bongo Fiesta!”. Pela capa, logo a baixo lemos: Orquestra dirigida por Chico Hernandez. Seria uma atração internacional? Não exatamente. Uma das boas jogadas da Imperial ao lançar esta série com ritmos latinos, foi criar nomes como Chico Hernandez, Ray Lawrence, Skip Martin ou ainda Cristobal Chaves – pseudônimos para os maestros Carioca, Cipó e Lírio Panicalli. Segundo o raciocínio dos produtores, nomes internacionais legitimavam o produto e na época, para as horas dançantes, era o que há…
Carioca & Sua Orquestra – Samba …Oba! (1964)
Olás! No início dos anos 60 o mercado fonográfico ia de vento em polpa, todos os dias trazendo novos lançamentos. Algumas gravadoras começaram a criar selos especiais para uma outra modalidade de vendas, a domicílio. O selo Imperial foi uma criação da Odeon e trazia algumas diferenças que atraíam o público. Além da entrega do produto via correio, os Discos Imperial vinham lacrados, com selos de segurança, que veda o orifício do vinil, garantindo sua ‘virgindade’ (nunca havia sido usado). Outro artifício era mais um lacre na capa interna, garantindo sua integridade. Bacana, né? Uma idéia que deveria ser seguida para os convencionais. Mas os discos desse selo, inicialmente, traziam (ou buscavam) outras novidades como uma qualidade singular de som. Nessa época estavam surgindo novos sistemas melhorados do Hi Fi (alta fidelidade) e estéreo. Eis que a Imperial/Odeon veio com essa, “Percussonic Sound System”, que na verdade não se trata de um sistema inovador de áudio. Esta foi apenas uma jogada comercial, onde o conceito era a ‘Era Espacial da Música’. Através desses diferenciais e de uma capa bonita e arrojada com bolinhas flutuantes, nascia a “Percussonic Series”, uma coleção de música orquestral que explorava os ritmos ‘calientes’ e suingados. Esta série foi criada pela lenda viva, André Midani, um dos maiores nomes da indústria fonográfica brasileira. Não sei dizer quantos álbuns foram lançados, mas para este projeto estiveram envolvidos nomes de peso, como os maestros Cipó, Líro Panicalli, Caricoa e outros…
Armando Y Su Solovox – Ensalada Musical (1959)
Bom dia a todos! No mês de março deste ano eu postei um disco do Armando, “o rei do solovox” e havia prometido para breve trazê-lo novamente no disco “Som de Boate” do Armando’s Trio. Acabei me esquecendo da promessa (que ninguém cobrou) e hoje, por acaso (e também por que yo no tuve tiempo, hehehe…), estou postando este álbum lançado pela Columbia na Argentina, possivelmente no final dos ano 50 ou início dos 60. Conforme eu já havia publicado, Ele foi um instrumentista/tecladista que fez um relativo sucesso nessa época, tocando em diversas casas noturnas do Rio e São Paulo. Seu diferencial era o Solovox, um pequeno teclado eletrônico de três oitavas, o qual ele tocava juntamente com o piano. No presente álbum, temos um repertório variado, com diversos ritmos dançantes, entre samba, rock, rumba, fox-trot e outros mas. O álbum saiu pela série “Bailable Especial”. Pelo que pude entender, este disco não parece ter sido lançado no Brasil. Feito mesmo para o mercado argentino. Por sinal, este arquivo me foi enviado como uma colaboração por um hermano argentino, seguidor do Toque Musical. Gracias!
Herbie Mann – Bossa Nova Com Herbie Mann (1962)
Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje estamos chegando bem mais cedo e o dia vai ser longo para mim. Como eu já havia comentado, o samba está em todas. E quase sempre topamos com ele em discos de música brasileira. Daí, não reparem ou fiquem acreditando que eu estendi a temática por mais uma semana. O samba vai e volta… Para começarmos de bem com a segunda-feira, estou trazendo um álbum nota 10 de bossa nova. Temos aqui o flautista americano Herbie Mann, um dos maiores nomes do instrumento no mundo do jazz. O cara já gravou de tudo e com todo mundo, mas uma de suas grandes paixões foi a bossa nova, que ele conheceu em 1961, quando esteve pela primeira vez no Brasil. No ano seguinte ele voltaria ao país para gravar este disco, que segundo o próprio, seria uma mostra da verdadeira Bossa Nova. Para o instrumentista, tocar a música brasileira autêntica só se faz ao lado de músicos brasileiros. E assim, para fazer com que este disco soasse verdadeiramente como bossa, ele escalou os donos da bola – Tom Jobim, Baden Powell, Sergio Mendes, Paulo Moura, Durval Ferreira, Luis Carlos Vinhas e muitos outros. Tocaram com ele cinco diferentes conjuntos instrumetais. No repertório, apenas “Blues Walk” de Clifforf Brown e “Old Bossa” de Herbie são os temas internacionais, no mais é tudo Brasil. Um fato interessante neste disco é a presença de Tom Jobim cantando o seu “Samba de uma nota só” ou aqui, “One note samba”. Segundo as fontes, foi a primeira vez que ele gravou como cantor solista. E esta é a única faixa que não é instrumental. Sem sombras de dúvidas, um discaço! Confiram aí e comentem depois 😉
Marçal – Interpreta Bide E Marçal (1978)
Bom dia! Hoje eu poderia dizer que estamos chegando ao final de duas semanas dedicadas ao samba. Mas seria uma grande mentira, não fosse a música brasileira, em muito da sua essência, ritmada no batido do samba. Seja o mais novo ou o mais antigo, o raro ou o lançamento, sempre ouviremos ecos de samba, esse ritmo derivador que a muito já chegou aos ouvidos de todo o mundo. Para o domingo eu tenho aqui este álbum fora de série (que não custou 2 reais!) do ritmista e mestre Marçal. Nele temos um singular encontro pautado numa homenagem à dupla Bide e Marçal. Para os desentendidos, Marçalzinho é o filho, herdeiro da arte do velho Marçal, que em dupla com Alcebíades Maia, o Bide, criaram clássicos sambas que nunca saíram da boca do povo. O ritmista vem acompanhado por um côro estrelar de fazer inveja. Como se pode ver logo na capinha acima, temos Chico Buarque, Clara Nunes, Cristina Buarque, Dona Ivone Lara, Elton Medeiros, Gisa Nogueira, Gonzaguinha, Paulo Cesar Pinheiro, João Nogueira, Paulinho da Viola, Miucha, Roberto Ribeiro e o Conjunto Nosso Samba. Quer mais? O interessante deste trabalho é que aqui, os medalhões só fazem côro e quem canta é o sambista Marçal. Taí um disco que eu ainda não vi pelas ‘bocas’ e que merece a nossa atenção. Confira aí o toque…
Sargentelli – Sambão (1970)
Definitvamente, hoje o samba mandou me chamar. Ou me acompanha desde as 7 da manhã. Começou longo no café, quando eu preparava esta postagem, a qual eu só estou terminando agora por volta das 19 horas. Acabei não tendo como terminar naquele momento vespertino. Corri para a feira do vinil. Por lá acontecia também o lançamento do cd de um artista do samba. (uma vergonha, mas eu esqueci o nome dele, desculpa aí…) Passei o dia todo entre discos, papos, cerveja e samba. Voltei para casa numa p… dor de cabeça e eis que aqui chegando deparo com uma festa, literalmente de arromba no prédio vizinho. E olha só o que está rolando… uma verdadeira bateria de escola de samba rodeada por umas trezentas pessoas. O samba comendo solto aqui também! O som invade o mais surdo dos mortais. Minha cabeça chega a pulsar, mas devo admitir, a turma lá em baixo leva o samba na ponta do pé. São mesmo muito bons. O jeito é cair na folia e deixar a cabeça pulsar. Parabéns Marcelo, pelos 50 anos! Da próxima, convida o vizinho aqui 😉
Dudu Nicácio & Rodrigo Braga – Dois Do Samba (2008)
Bom dia a todos! Chegamos na sexta-feira com muito pique, nos embalos e abalos do samba. Como na semana passada não tivemos a apresentação de nenhum artista independente, hoje, chegando ‘aos finalmente’, tenho o prazer de trazer para vocês a dupla Dudú Nicácio e Rodrigo Braga, os Dois do Samba. Logo quando eles lançaram este trabalho, me foi enviada uma cópia para divulgação. Eu só não o publiquei porque não foi uma solicitação direta. E naquele momento ainda eu não havia criado um dia especial para artistas independentes. Mas numa semana dupla voltada para o samba, seria uma injustiça deixar de fora este trabalho super bacana. Ao contrário de muita gente que tenta fazer samba e acaba caindo no pagode, esses dois conseguiram sair do comum, fazendo um disco ‘descolado’ e com muita qualidade. Por certo alguns dirão que é samba de branco, mas qual é o branco brasileiro autêntico que não sente pulsar em suas veias o sangue do negro? O estereótipo do sambista, naturalmente, se manifesta em qualquer um que tem o dom de sambar. Nesse sentido o verbo aqui tem uma conotação ampla e dentro dele os Dois do Samba, já neste primeiro disco, são bambas. Quem ainda não teve a oportunidade de ouví-los, não deixe essa passar. Tenho certeza que não irão se decepcionar, muito pelo contrário. Os meninos dão o recado direitinho. Há espaço até para um Noel Rosa em seu “Tarzan, o filho do alfaiate”. Para quem quiser saber mais sobre os Dois do Samba, eu sugiro que façam uma visita ao site deles. Lá vocês irão encontrar todas as informações e saber por onde andam levando o seu samba. Muito bom mesmo! Confiram…
Clementina de Jesus – Clementina Cadê Você (1970-88)
Bom dia! Dando sequência à nossa dupla semana de samba, tenho para hoje mais um disco raro em todos os sentidos. Trago para vocês a carismática Mãe Quelé, Clementina de Jesus, neste lp originalmente lançado em 1970 e relançado em 1988, numa tiragem de apenas 1000 exemplares, homenageando a cantora e os 100 anos da abolição da escravatura no Brasil. Clementina faleceu em julho de 1987 e no ano seguinte o Museu da Imagem e do Som – MIS-RJ resolveu reeditá-lo (não sei se chegou ao formato cd). A gravação deste álbum foi (como sempre) uma iniciativa do genial Hermínio Bello de Carvalho. Ele foi quem produziu esta gravação feita, segundo o próprio, em condições precárias, no pequeno estúdio Elizeth Cardoso do MIS-RJ. Contou com a direção musical do maestro Nelsinho e um grupo de bambas como o Mestre Marçal, Luna, Índio, entre outros… Não precisa nem dizer, né? Imperdível!
Os Sambas Que João Gilberto Ama (2009)
Bom dia! Começando a quarta feira com muito pique, fui logo preparando esta coletânea, mais que especial, para fazer valer o dia. Esta seleção musical a qual eu denominei “Os Sambas que João Gilberto Amam” foi inspirada numa outra que saiu no ‘mercado paralelo’ do japonês no ano passado, reunindo uma série de sambas antigos, clássicos que o nosso querido João Gilberto sempre incluiu em seu repertório. Os arquivos me foram enviados pelo Chris Rousseau e agora, depois de preparar uma capinha com sabor tropical, apresento montado um álbum que foi sem nunca ter sido. Como vocês podem observar logo a baixo, trata-se de uma coletânea com gravações originais e algumas, inclusive, muito raras.
Moreira da Silva – Música Popular Brasileira Grandes Interpretes (1974)
Dentro da série Música Popular Brasileira – Grandes Interpretes, lançada pela RCA Victor e seu selo Camden para reedições de antigos fonogramas, temos hoje (e mais uma vez) o grande malandro, Moreira da Silva. Digo ‘malandro’ no sentido original da palavra, como cantou Chico Buarque em sua “Opera do Malandro”. Neste lp encontramos algumas das primeiras gravações de Antonio Moreira da Silva feitas na Victor. Extraídas das primeira bolachas de 78 rpm, encontramos aqui algumas pérolas que fizeram muito sucesso e ainda hoje podemos dizer que são bem conhecidas. Kid Morengueira sempre teve um repertório pronto e muitas das músicas que estão neste disco acompanharam o artista por toda a sua carreira. Vale a pena conferir essa jóia, pois muita coisa aqui, vocês não ouvirão tão cedo (ou tarde demais).
Zé Carlos – Vamos Nessa (1979)
Bom dia! Iniciando mais uma semana, vamos dando continuidade ao samba. Fazer uma temporada temática de samba é ótimo em todos os sentidos. Afinal o samba é a voz maior da música popular brasileira. Daí, nunca faltam discos para serem mostrados.