Bom dia, amigos cultos e ocultos! Finalmente é quinta-feira e amanhã é feriado, bão demas 🙂
Para encerrar o mês de abril, eu tenho hoje para vocês este disco do cantor João Dias. Alguém aqui se lembra dele? Digo isso porque pouco se ouve falar nele. João Dias Rodrigues Filho foi um cantor paulista bastante popular nos anos 50 e 60. Descoberto por Francisco Alves, gravou seu primeiro disco na Odeon, com “Guacyra” de Hekel Tavares e Joraci Camargo e “Canta, Maria” de Ary Barroso. No início dos anos 60 fez dupla com Dalva de Oliveira, percorrendo diversas cidade brasileiras, tendo feito também muito sucesso com a música “Brasil” de Benedito Lacerda e Aldo Cabral. Sua atuação não se limitou apenas a função de intérprete. Nos bastidores, João Dias também trabalhou em prol da classe dos cantores, idealizando a chamada “Lei de Direito Conexo” na qual intérprete passava a receber também pela execução posterior de suas gravações. Foi dirigente da Socimpro – Sociedade Brasileira de Intérpretes e Produtores Fonográficos.
Eu acredito que este foi o seu último álbum, gravado em 1979. Um disco especial, num repertório super bacana, com dois grandes compositores, Adelino Moreira e Lupiscinio Rodrigues. O lp foi todo produzido, arranjado e orquestrado pelo maestro Lindolfo Gaya, o que garante um trabalho da melhor qualidade. Confiram o toque 😉
Arquivo mensais:abril 2009
Alaide Costa – Amiga De Verdade (1988)
Os Bons De Bossa (com Walter Wanderley) – Balanço A Beça (196…)
E eu que pensava que esta semana seria mais tranquila para mim. Que nada… 🙁 Continuo daquele jeito, correndo atrás do tempo. Por isso, lá vou eu puxando a gaveta das reservas, pois só disponho de meia hora. Se não for agora, só amanhã de manhã…
Tenho aqui este disco que me foi enviado pelo ‘brother’ Chris Rousseau. Eu ainda nem tive tempo de ouví-lo direito e minha intenção era antes a de procurar maiores informações, pois pouco ou nada sei sobre ele. Mas diante à situação e longe do acervo, me vejo obrigado a botá-lo para rodar antes da hora. Contudo (ou com nada) vejo agora que pouco adiantaria tê-lo guardado para uma outra ocasião. Procurei rapidamente pela rede e não achei absolutamente nada sobre Os (obscuros) Bons de Bossa e seu “Balanço a beça”. Fica claro apenas que se trata de um disco gravado (ou lançado) pelo selo argentino Trova e um dos seus integrantes é nada mais, nada menos que Walter Wanderley. Eu suponho que este disco ele tenha gravado na Argentina, sem que aparecesse o seu nome, por motivos de contrato com a Philips. Vários artistas brasileiros, em apresentações na Argentina, gravaram dessa forma pelo selo Trova. Infelizmente não achei nenhuma referência ao Walter Wanderley ou sobre sua participação neste disco. Porém, se alguém duvida de que seja ele mesmo, basta ouvir… (e se alguém tiver informações, dê também o toque no comentários)
Araken Peixoto – Um Piston Dentro Da Noite Vol. 2 (1987)
Bom dia! Levemente recuperado do domingão, aqui vou eu para a segunda-feira enfrentar os bichos e as ‘bambis’ saltitantes que hoje circulam pela cidade felizes da vida. Mas não tem nada não… toda araruta tem seu dia de mingau.
Deixemos a araruta e as ‘bambices’ de lado, vamos ao disco do dia. Hoje temos a presença do pistonista Araken Peixoto, irmão do Cauby. Araken era um músico da noite, sempre foi. Gostava de tocar em casas noturnas do eixo Rio-SãoPaulo. Era um instrumentista com um toque ao estilo americano, redondo e limpo. Faleceu no ano passado aos 77 anos.
Depois do sucesso de “Um piston dentro da noite” gravado em 1986, Araken resolveu dar sequência, lançando no ano seguinte este que é o volume dois. Como no primeiro, ele conta com a participação especial do irmão Moacyr Peixoto ao piano. Tocam também Evaldo Rui Guedes no contrabaixo e Ricardo Vaz Teixeira na bateria. Um disco totalmente acústico e, cá pra nós, o melhor da série que se estendeu (acho) até o volume 4. Neste podemos encontrar as seguintes pérolas…
Tito Madi – Na Intimidade (1986)
Hoje eu vou procurar esquecer que meu time levou uma goleada de seu maior rival. Foda-se para ele e também para o rival. Vão todos tomar naquele lugar… Hoje eu quero é chocolate!
Apesar dos pesares, meu dia foi ótimo! Hoje foi o Dia Mundial da Fotografia Pinhole. Vocês sabem o que é isso? A dica está aqui e aqui 🙂 Eu tomei o meu dia para essa atividade lúdica, deliciosamente prazerosa e que aconteceu simultaneamente em mais de 70 países!
Como eu disse, estou ‘na boa’, mais ainda neste início de noite, ouvindo este disco do Tito Madi. Já ouviu? O toque está aqui… Gravado ao vivo no Inverno & Verão em 18 de agosto de 1985, o álbum é 10! Fico imaginando como foi o show ao vivo. Privilegiado foi aquele que o assistiu, pois é perfeito! Tito Madi está impecável nesta apresentação que traz alguns de seu maiores sucessos e outras que não ficam por menos.
Enquanto os loucos gritam lá fora, eu doido escuto aqui dentro o som do grande Tito Madi. Manda vê, que hoje eu estou a mil 😉
Araci Cortes – Arquivo Funarte (1984)
Como diz o outro, tá osso! Duro de roer… Estou envolvido em algumas atividades e eventos que acontecem neste fim de semana e acabo ficando sem tempo e sem cabeça para pensar no blog. Pior é que não estou tendo nem condições para ler os e-mails, que nessa altura já se acumulam. Peço desculpas àqueles cujos quais eu ainda não respondi e-mails ou comentários. Por enquanto eu irei me concentrando apenas nas postagens, que não podem faltar, não é mesmo? 🙂
Hoje iremos com este disco lançado pela Funarte em 1984, parte integrante do Projeto Almirante, onde foram recolhidos alguns fonogramas da cantora Araci Cortes. O Projeto Almirante foi criando por essa fundação, no sentido de viabilizar e divulgar uma produção artística cujo o interesse já não existe no circuito fonográfico comercial.
Araci Cortes traz seu nome atrelado ao gênero que ajudou a firmar, o teatro de revistas. É considerada, segundo Jairo Severiano, o pesquisador responsável por este trabalho, como “a primeira grande intérprete genuinamente brasileira de nossa canção popular”
Este disco procura resgatar alguns de seus maiores sucessos em gravações originais, Confiram…
iaiá (linda flor)
tu qué tomá meu home
quem me compreende
teu desprezo
baianinha
quem quiser ver
jura
vão por mim (harmonia)
a polícia já foi lá em casa
um sorriso
que é que?
no morro (eh! eh!)
versos de jota maia – tem francesa no morro
Waldir Calmon – E Seus Multisons (1982)
Carlos Augusto – Negue (1960)
Carlos Galhardo / Cauby Peixoto – Compactos
Meus prezados amigos cultos e ocultos, bom dia! Volto a lembrar que o Toque Musical está ativo em dois endereços (http://toque-musicall.blogspot.com e http://toque-musical.blogspot.com).
Carmelia Alves – Baiões (1955)
Gilberto Canavarro & Seu Conjunto – Jubileu De Prata Da Música De Herivelto Martins (1956)
Neste fim de semana fiquei com o blog travando direto. Isso me deixou confuso e me levou a pensar em diversas razões. Apelei para todo tipo de coisa para solucionar o problema. Com isso acabei desconfigurando o blog e bagunçei todo o ‘layout’. De nada adiantou. Resolvi então ativar o velho endereço. Importei todo o conteúdo do ‘problemático’ e criei um blog réplica. Percebi que algumas otimizações haviam se perdido, como o quandrinho de bate-papo, os links para outros sites e o contador de visitas. Porém, o clone estava funcionando perfeitamente. Foi daí que eu percebi que o problema era causado por um daqueles recursos. Um amigo me informou depois que o problema era no contador de visitas. Era ele quem estava travando tudo. Agora parece que tudo voltou a normalidade. Contudo, estou num dilema. Tenho dois blogs iguais e não sei qual deles devo retirar da rede. Não faz sentido ter dois blogs iguais. Por outro lado, tanto num como no outro o Toque Musical tem muitos seguidores. O ideal seria juntar todos num só. Por enquanto irei mantendo os dois ativos, mas vamos nos direcionar para apenas um, ok?
Para o dia de hoje eu tenho aqui um disco desses que só mesmo pela atuação de um blog poderia voltar à tona. “Jubileu de Prata”, com Gilberto Canavarro e Seu Conjunto. Quem, além de umas pouquíssimas pessoas, saberá ainda da existência deste disco e de seu artista? Eu arriscaria a dizer que talvez nada sobrou. Por outro lado não me surpreenderia receber um e-mail de alguém que conheceu. Principalmente um parente próximo, saudoso e agradecido por encontrar aqui uma parte do seu mundo. O certo é que Gilberto Canavarro foi um pianista com uma carreira muito curta. Faleceu alguns dias após a gravação deste disco. Em 1956 eram comemorados os 25 anos de vida artística do compositor Herivelto Martins. Mais de cem músicas antigas e novas, foram na época lançadas em novos discos e por diversas gravadoras. A Columbia também preparou sua cota e gravou o jovem pianista Gilberto Canavarro, de apenas 28 anos. O repertório traz oito sambas de Herivelto, numa interpretação instrumental, alegre e dançante. Este disco é também uma homenagem ao instrumentista que infelizmente só nos deixou gravados essas faixas. Vale a pena conferir.
João Nogueira – Espelho (1977)
Olá amigos cultos e ocultos, seguidores e espectadores, fiquem a vontade… se conseguirem… Eu, sinceramente estou um pouco desanimado com essa onda de bloqueio. Ainda não consegui entender o que está acontecendo. Tenho entrado em outros blogs para ver se mais algum está como eu e pelo jeito, vi que são muito poucos. Dos blogs de música, apenas o Toque Musical está sendo travado. Tentei entrar através de outros computadores, mas todos dão a mesma coisa. Se isso foi algo premeditado, tentando me prejudicar, saibam que eu não dou a mínima. Recomeço em outro lugar. Refaço tudo de novo se for preciso. Eu não estou perdendo nada além do prazer de compartilhar com vocês as raridades da minha fonte. Aliás, este pode ser um bom motivo para que eu volte a concentrar mais no meu acervo digital, que modestamente já chega a uns sete terabites. Darei mais um tempo para ver até onde vai isso, mas se continuar, podem se preparar para novas mudanças. Por enquanto, o único espelho que trarei é o disco do João Nogueira, que hoje estou tentando apresentar.
Lançado em 1977, “Espelho” é um hoje um clássico do samba. Um disco maravilhoso, repleto de pérolas como “Espere Oh! Nega”, “O Passado da Portela”, “Pimenta no Vatapá” e faixa que dá nome ao disco, “Espelho” – maravilhosa parceria de João com Paulo Cesar Pinheiro. Acompanham o artista outros nomes de peso do samba e da música popular como, Dino Sete Cordas, Wilson das Neves, Luizão Maia (o baixista do samba), Sérgio Barroso, Marçal, Edson Frederico, entre outros. Os arranjos, mais que perfeitos, são de Geraldo Vespar.
Não sei se este disco está incluído na lista dos 300 discos importantes da MPB, mas o certo é que merecia. Aliás, com tantos álbuns excelentes de música brasileira, chega quase a ser um insulto limitarmos à trezentos. E pelo pouco que sei e vi do livro, tenho cá minhas reservas. (importantes em que sentido?)
Bossa Nova – Bossa Instrumental (2009)
Coisa mais estranha desse ‘mundo blogosférico’… não estou conseguindo acessar o blog sem que ele trave completamente. Será que este problema acontece também com vocês ao entrarem no Toque Musical? Pelo jeito, parece que não… ninguém reclamou. Pensei que fosse algum dos recursos que tenho no blog, como o ‘slide show’, o contador de visitas ou mesmo o quadrinho de batepapo. Por via de dúvidas desinstalei o bate-papo, mas o problema persistiu. Por enquanto vai ficando assim. Mas é desanimador. Se alguém puder dar uma luz, seria bom.
Como meu tempo anda curtíssimo, hoje eu vou mandar uma coletânea ‘made in TM’ de Bossa Jazz, que com certeza irá agradar. Eu havia preparado esta seleção musical para presentear um amigo e cheguei inclusive a criar a capinha. Aproveito a ocasião para presentear vocês também.
Temos aqui, rigorosamente selecionados, 14 temas instrumentais clássicos da Bossa Nova, com uma excelente qualidade sonora. Para um sábado bacana como este, nada melhor que esta trilha musical. Confira aí…
Vassourinha (1969)
Olá! Hoje, por alguma razão que eu desconheço, não consegui acessar o blog. Há algo bloqueando e curiosamente apenas Toque Musical. Estranho… Espero que seja apenas uma coisa passageira. Somente agora consegui continuar esta postagem. (já não bastasse a minha falta de tempo).
Eis que temos para hoje a carismática figura de Mário Ramos – o Vassourinha – cantor de samba, considerado “uma das maiores revelações de todos os tempos da música popular brasileira”. Eu, por certo não discordo dessa máxima e nem do seu talento, que só conheço da história e de suas doze gravações que aqui se fazem presentes neste disco. Vassourinha foi um artista que morreu precocemente e no início de carreira, com apenas 19 anos. Talvez por esse fatídico motivo, o que é muito comum, a celebridade do artista tenha se fortalecido, gerando uma figura lendária e ainda mais admirada.
Este disco reúne suas doze gravações feitas em bolachas de 78 rpm, nos anos de 1941 e 42. São composições, em sua maioria de Antonio Almeida, Braguinha e Wilson Baptista, que em algumas assina com J. Baptista. Lançado originalmente em 1969 pelo selo econômico Musicolor, da Continental, este lp foi remontado e lançado com uma nova capa em 1976 e posteriormente relançado em cd pela Warner. No livro “Os 300…” (não confundir com os de Esparta) a versão de 76 faz parte da seleção dos “discos importantes da núsica brasileira”.
Francisco Alves – Interpreta Sinhô (1968)
João de Barro – Série Documento (1972)
Vicente Celestino – Alma E Coração (1960)
Existem artistas que realmente possuem um carisma inexplicável, à ponto de se eternizarem não apenas como uma lembrança, mas como uma parte viva e pulsante da música que vence o tempo, os estilos e modismos. Este é o caso do Vicente Celestino, considerado “A voz orgulho do Brasil”. Um cantor que durante toda a sua carreira se manteve no auge, sem oscilações, sempre respeitado e admirado por todos. Seu ‘vozerão’ e sua interpretação dramática fizeram dele o grande tenor popular. Romântico e nacionalista (no melhor sentido da palavra), sua missão foi sempre cantar para o povo brasileiro.
Esta é a segunda vez que eu posto um disco do Vicente Celestino aqui no blog. Curiosamente este foi o artista que mais deu ‘ibope’ ao lado da polêmica postagem da fita do João Gilberto. Desta vez eu trago para vocês um disco que pega a gente logo pelo visual. Vejam só que capa bacana, numa atmosfera romântica e estilo cinematográfico, temos estampadas as figuras de Vicente e sua eterna companheira, Gilda Abreu. Parece mesmo um cartaz de filme hollywoodiano e faz sentido, afinal Gilda era entre outras coisas, cineasta e participa do disco na faixa “Aleluia”, composição sua em parceria com Francisco Mignone. No álbum, lançado em 1960, temos o cantor interpretando Vinicius de Moraes em sua belíssima “Serenata do adeus, Ataulfo Alves em “Serenata”, “Saudade” de Dorival Caymmi e Fernano Lôbo, entre outros…
Lucio Alves – Serestas (1957)
Carlos Poyares – Seresta A Moda Antiga (1982)
Francisco Petronio & Dilermando Reis – Uma Voz E Um Violão Em Seresta (1962)
Olá! Hoje estou tendo que recorrer aos meus ‘álbuns de gaveta’, pois longe da central e sem um notebook (que eu odeio), minha opção é meia hora num único e lotado ‘cyber café’ (que eu odeio também). Eu vou ser rápido, porque já tem gente na fila de espera.
Arthur Moreira Lima E Radamés Gnattali – A Grande Música De Noel Rosa – A Grande Música Do Brasil (1978)
Miltinho – Samba Em Tu (1971)
Jair Amorim E Evaldo Gouveia – Brasil Especial (1976)
Olá a todos! A postagem de hoje, infelizmente, teve que ficar para o fim do dia, pois o meu tempo anda meio curto. Manter um blog diário não é mole não, mesmo com um texto superficial e resumido, como sempre faço. A gente tem que andar um passo a frente ou ter algumas reservas, pois senão fica difícil manter a regularidade.
Nesta quarta-feira eu estou trazendo uma das mais importantes parcerias, a dupla de compositores Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Suas composições tem sido gravadas pelos mais diversos e destacados artistas da música brasileira (e também estrangeiros). Não há quem não conheça pelo menos uma música da dupla. Jair Amorim foi o grande letrista e inicialmente parceiro de Zequinha de Abreu com quem também compôs pérolas. Evaldo Gouveia foi antes um dos integrantes do famoso Trio Nagô. É sem dúvida, uma dupla dos mais autênticos e versáteis compositores da música popular brasileira.
O álbum que eu aqui apresento, foi lançado pela Som Livre nos anos 70, reunindo algumas de suas mais conhecidas obras e que fizeram muito sucesso nas vozes de um variado leque de artistas, como se pode perceber logo a baixo. Todas as composições são da parceria dos dois, exceto as faixas “Alguém com tu”, que é de Jair e Zequinha e “Deixe que ela se vá”, que é de Evaldo Gouveia e Gilberto Ferraz.
Dick Farney – E Você (1974)
Trio Irakitan – Para Crianças De 6 A 60 (1969)
Juca Chaves – As Músicas Proibidas De Juca Chaves (1968)
…E por falar em polêmica, humor e grandes compositores, hoje eu resolvi trazer o “Menestrel do Brasil”, irreverente Juca Chaves. Ele pode até não ser grande em tamanho, mas como compositor ninguém pode duvidar, não é mesmo? 🙂 Suas composições sempre foram marcadas pela sátira, pela crítica social e política. Mas não podemos colocá-lo no mesmo patamar dos compositores de protesto e contestação como foram Chico Buarque, Sérgio Ricardo ou Vandré. Como eu já disse, humor não é para ser levado a sério. Jurandyr Chaves foi sempre um satirico, sua preocupação social se limitava às críticas. Não foi atoa que um dia a escritora Zelia Gattai o classificou como um anarquista, o que num certo sentido lhe confere um ‘status’ honroso, embora não tenha sido exatamente essa a intenção. Juca, na verdade e literalmente, sempre foi um pequeno burguês, amante (ou apreciador?) de lindas mulheres, colecionador de carros e um ‘bon vivant’. Seu momento maior e com algum sentido político-social se fez nos anos 60, quando ganhou muita popularidade com suas modinhas e também muitos processos, que na verdade só serviram mesmo para lhe dar mais destaque. Depois de 64, criticar a classe política e militar já não era mais moleza e o Juquinha ‘previdentemente’ foi logo mudando seu alvo para coisas mais amenas e agradáveis como o sexo e as piadinhas picantes.
Neste disco, lançado em 1968 pelo selo Imperial (que foi criando pela Odeon para vendas à domicílio) temos reunidas algumas de suas sátiras que só saíram para o público após muitas batalhas judiciais. São composições, portanto, da primeira metade dos anos 60. Porém, logo depois de ter sido lançado este álbum, veladamente a Odeon o retirou da venda ao público, a pedido da nova ordem militar.
Ivon Curi – Meus Melhores Momentos (1957)
Taí um artista que até pouco tempo atrás eu não nada muito valor. Isso devido a minha própria ignorância e preconceito. Confesso que nunca havia me interessado pela figura do Ivon Curi. Por incrível que possa parecer eu tinha uma certa antipatia com o nome Ivon, achava feio e inexpressivo. A gente às vezes tem isso. Para completar a minha implicância, tinha o fato dele usar peruca. Eu achava aquilo o fim da picada. Era para mim, um artista que a gente não leva a sério. Aliás, eu já havia comentando certa vez que (na minha visão) um artista que trabalha também com humor, muitas vezes acaba carregando mais a estigma de humorista do que de compositor. Vejam o exemplo do Juca Chaves, Arnaud Rodrigues, entre outros. São todos compositores maravilhosos, mas sempre me passaram essa sensação de incredibilidade musical. Mas isso tudo é uma grande bobagem minha. A gente às vezes tem esses preconceitos que são formulados pelo nosso próprio desconhecimento do artista e seu trabalho num todo. O Ivon Curi me surpreendeu em todos os sentidos. O cara tinha uma voz refinada e suas composições revelam um aguçado senso criativo. Era romântico sem ser piegas ou banal. O humor, é claro, existe, mas de maneira comedida, sem excessos. Algumas de suas composições tem um certo compasso ‘bossanovista’, não sei se vocês já repararam nisso. Além de cantor e compositor, Ivon foi também ator de cinema, tendo feito dezenas de filmes. Foi humorista, trabalhou na tv e também fez dublagens.
Neste disco, não tenho certeza, mas me parece que foi o único dedicado exclusivamente ás suas criações. Lançado em 1957 pela RCA Victor, o álbum apresenta além de temas românticos, xote, choro, samba e baião. Foi mais ou menos por essa época que ele começa a deixar um pouco de lado o romantismo dos primeiros tempos, se entregando a musica nordestina de teor humorístico. Também passa a atuar em shows, não apenas cantando, mas também contando piadas, brincando com o público. Um autentico ‘showman’. Devo admitir, o Ivon Curi era mesmo muito bom! (agora, aquela peruquinha…)
Toques Para Quem Se Toca
Quanto à questão de álbuns que são postados aqui ou ali, isso para mim é irrelevante. Ou melhor, faz parte do nosso intercambio. Ninguém pode se sentir dono de nada nessa situação. Pouquíssimas vezes eu recorri a álbuns postados por outros blogs, quando o fiz foi citando o autor (em casos muito específicos). Por certo, que muito do que postei também foi postado em outros blogs, antes ou depois. Nem por isso quer dizer que sejam os mesmo arquivos. Exclusividade é uma palavra que aqui só faz sentido se houver algum diferencial. E essa diferença se faz apenas com dedicação, capricho e muita criatividade. Como já dizia a Rita Lee: “Mas que falta de imaginação. Eu não. Meu departamento é de criação.”
Cartola – Ao Vivo (1991)
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Pixinguinha & Sua Banda – 40 Anos De Sucesso (1979)
Bom dia! Deixa eu ir logo fazendo esta postagem, pois o meu tempo hoje é curtíssimo. Como diz aquele velho ditado: “a pressa é inimiga da perfeição”. Foi justamente isso que a conteceu quando pensei numa quinta-feira de chorinho. Catei o primeiro Pixinguinha que apareceu para postar aqui. Sem estar muito antento, o resultado não foi outro… sambas e marchinhas de carnaval. Como tivemos uma ‘overdose’ carnavalesca no mês passado, achei que esta poderia não ser uma boa escolha para o momento. Porém, ao ouvir direito o disco e se tratando do mestre Pixinguinha, acho que não errei tanto assim.
Este disco, lançado pela lendária Musidisc de Nilo Sergio nos anos 60 (e depois relançado pela Sigla em 79), comemora os 40 anos de sucesso do compositor e instrumentista ao lado de sua banda, tocando aqui sambas e marchas de carnaval extraídas de seus discos anteriores, principalmente os das décadas de 40 e 50.
Dia 23 de abril é a data de nascimento de Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha. Nesta data também é comemorada o Dia Nacional do Choro. Sendo assim, ainda neste mês teremos novamente o prazer da companhia do Mestre, desta vez no choro, ok? Por hora, vamos à folia 😉