A Grande Música Do Brasil – A Grande Música De Chico Buarque (1978)

Chico Buarque, indiscutivelmente é um de nossos maiores compositores de todos os tempos. Postar um disco dele é sempre uma grande honra, porém eu ainda não o fiz porque acredito que toda a sua obra se encontra disponível, seja em lojas ou em blogs. Contudo, o universo ‘buaqueano’ ainda merece ser explorado. Muita coisa ligada à música deste grande compositor necessita ainda um resgate ou atenção. Aqui temos um bom exemplo disso, na série “A Grande Música do Brasil”, concebida por Marcus Pereira para a Discos Copacabana. Esta série foi criada no sentido de homenagear alguns dos maiores nomes da nossa música e também ao maestro Guerra Peixe, responsável por toda a direção musical. Trata-se de um disco instrumental e orquestrado. Não sei precisar quantos volumes tiveram a série, mas todos tiveram o arranjo sinfônico de Guerra Peixe. Além da excelência musical de Chico, podemos apreciar a arte deste magnifico regente. Confiram o toque… 😉

a banda – olê olá
noite dos mascarados
carolina
roda viva
quem te viu, quem te vê
januária
pedro pedreiro – deus lhe pague
o que será

Bob Fleming – Boleros, Boleros, Boleros (198?)

Olá! Antes de tudo, eu gostaria de esclarecer dois pontos importantes para um melhor entendimento do nosso Toque Musical. Primeiro com relação aos links. Sempre usamos o Mediafire e o Rapidshare para arquivos maiores de 100 mega e para reposição dos vencidos. Acredito que todos atualmente estão ativos, contudo, conto com o interesse e colaboração de vocês. A reposição é imediata. O segundo ponto diz respeito à maneira como os álbuns são apresentados aqui. Procuro sempre caprichar, mas alguns detalhes como remasterização e capa, tenho procurado não intervir, de forma que se mantenha íntegra toda uma informação. Acho que é importante mostrar a coisa como ela é. Mostrar a capa do disco e não apenas o seu encarte. Por certo, tudo de forma apresentável, mas qualquer melhoramento, prefiro deixar a cargo de cada um. Em resumo, quero que o ábum chegue até vocês da forma mais pura, sem intervenções. Tenho tomado essa posição devido à facilidade com que hoje em dia podemos modificar, transformar e subverter uma informação. Digo isso principalmente dos arquivos de imagem e de som. Daí, chego a conclusão que quanto menos mexer, melhor. (cês tão intendendo?)
Bom, chega de blá-bla-blá… vamos ao que interessa! E hoje, como prometido, o negócio é o bolero. Como nesta semana eu andei postando álbuns instrumentais, para não destoar muito, preferi escolher boleros instrumentais. Então, nessa hora, não deu outra… escalei o Mr. Sax, Bob Fleming ou se preferirem Moacyr Silva. Como é sabido de todos, o saxofonista Moacyr Silva, assim como outros músicos, atuaram com outros nomes, principalmente nomes estrangeiros, de forma a driblar contratos com outras gravadoras. Moacyr fez muito isso e no caso de Bob Fleming, foi adotado para que o instrumentista pudesse gravar pela Musidic. O nome, me parece, foi cunhado por Nilo Sergio, dono da gravadora. Por esta ele gravou vários discos, entre eles esta série de boleros, que pelo que tudo indica começou a partir de 1960 com o Volume 1. O segundo volume eu não localizei a data, mas o terceiro saiu em 1965. Nos anos 80 os três volumes foram reunidos e relançados pela Sigla com esta bela capa conceitual, onde juntando os três álbuns temos um poster dessa loira sensual (até rimou!). O repertório vocês podem conferir logo a baixo, quase todas as músicas bem conhecidas do público. Vamos então ouvir o nosso Ben Webster tupiniquim. Maravilha…
vol.1
frio en el alma – aquellos ojos verdes
un mujer – desesperadamente
por que ya no me quieres – olhos castanhos
magic is the moonlight – tres palabras
adios – se muy bien que vendras
solamente una vez – frenesi
maria elena – la violetera
quiereme mucho – cubanacan
torna a surriento – o sole mio
poinciana – marta
stars in your eyes – orchilds in the moonlight
quero beijar-te as mãos – nostalgias
vol.2
la barca
cancion de amor cubano
nocturnal
duerme
regalo de viaje
misty
tu, mi delirio
la puerta
sabor a mi
green fields
sweet and lovely
vol. 3
charade – just for tonight
sin motivo – ay de mi
accarezzame – arrivederci
star dust – fly me to the moon
sta sera pago io – amapola
amor – abrazame asi
rose – trop beau
acercate mas – quizas, quizas, quizas
quando calienta el sol – besame mucho
uno per tutti – io che amo solo te
nessuno al mondo – al di la

Nouvelle Cuisine – Slow Food EP (1991)

Segundo os entedidos, Nouvelle Cuisine foi um termo criado por dois jornalistas franceses, Henri Gault e Christian Millau, especializados em gastronomia, para definir o estilo culinário de um grupo de ‘chefs’ franceses, que nos anos 60 se espelhavam nos ideais de cozinha do Movimento Futurista, revolucionando o ato de preparo e apresentação dos alimentos. Ou seja, a comida vista como uma obra de arte, aquela que é bonita aos olhos, mas que não enche a barriga. Naturalmente cara, como toda obra de arte, o que mais importa é o conceito (ups!). Somado ao requinte, transformam pequenas e simples porções em maravilhas culinárias, mesclando o salgado e o doce sobre um prato banco. Sem dúvida, essas misturas e o rompimento com a cozinha tradicional nos trouxe novos sabores, porém eu ainda sinto fome.
Aproveitando este enredo, mas sem querer fazer analogias com o grupo, acho que a postagem do dia merece um complemento. Daí, resolvi incluir este EP promocional que saiu em 91 anunciando a chegada do segundo disco, “Slow Food”. Um álbum produzindo por Oscar Castro-Neves e desta vez com um repertório que inclui também a música brasileira. Saboreie este fino prato, que aqui realmente está em pequena porção. Depois de ouvi-lo você vai ficar com a mesma sensação de quem comeu um “boeuf bourguignon” na hora do almoço. Gostoso, mas quero mais…

luzes
notas
cool
power flower

Nouvelle Cuisine (1988)

Olá amigos cultos, ocultos e visitantes em geral. Hoje me encontro um pouco indisposto, devido a uma endoscopia que fiz pela manhã. Examezinho chato, estou com a minha garganta ardendo como quando a gente fica gripado. É uma merda, me desculpem a expressão.
Para esta sexta-feira eu reservei o Nouvelle Cuisine, grupo paulista que surgiu no cenário artístico da segunda metade dos anos 80, fazendo apresentações em boates no Rio e em São Paulo. Caíram logo no gosto da crítica refinada e amantes do jazz. A proposta do grupo era versões acústicas de alguns dos mais famosos ‘standards’ dos anos 30 a 50, de autores como Duke Ellington, George e Ira Gershwin, Rodgers & Hart, Charles Mingus e outros.
O disco que apresento foi o primeiro, gravado em 1988, trazia exatamente essas versões. Um trabalho sofisticado, bem elaborado pelo vocalista Carlos Fernando que também é o responsável pelo conceito e programação visual do álbum. Pessoalmente acho este disco um charme e tenho certeza que aqueles que não o conhecem e gostam de jazz, vão se deliciar 😉

embraceable you
blues in the night
riquixá (pousse-pousse)
so long frank lloyd wright
my funny valetine
lullaby of birdland
my one and only
st. louis blues
day dream
chelsea bridge

José Carlos Poleshuck – E Sua Música (1990)

Eis ai um nome que sempre vejo presente como compositor em discos de música instrumental, principalmente os dos anos 80. José Carlos Poleshuck, eis um nome, cadê o ‘homi’? Esta é um pergunta que eu faço, porque não obtive respostas. Numa consulta por nome, não encontrei absolutamente nada a seu respeito, além de anúncios de venda, deste e de um outro disco que ele um dia lançou? Afinal, quem é este compositor?
O disco que tenho o prazer de apresentar, pelo que tudo indica não conta com a participação do compositor. Lançado 1990 pelo selo JLV, este álbum tem como figura chave o pianista Gilson Peranzzetta, responsável pelos arranjos, regência e presente em todas as faixas. Outros instrumentistas feras também entram no mexido, mas deixo isso para a ficha técnica que já vem incluída. Para aqueles que torceram o nariz para o experimentalismo da música instrumental, talvez neste disco possam se reencontrar. O disco é muito bom, eu garanto!

teu jeito gostoso de amar
caminho certo n.1
a menina dos olhos azuis
fabinandas
noturna n.11
estou de volta
caminho certo n.2
alegria

Eumir Deodato – Deodato 2 (1973)

Desculpem, mas hoje eu estou mais corrido que ontem e sem condições ou acesso a algo mais inédito. Assim, vamos com mais um dos meus já famosos discos de gaveta.
Eis aí um disco bacana, Eumir Deodato em seu segundo álbum solo americano, produzido por Creed Taylor. Depois do sucesso total que foi “Prelude”, no ano seguinte ele sairia com “Deodato 2”, um disco que em nada tem haver com a sonoridade musical brasileira, exceto pela presença de Airto Moreira que tempera um pouco o caldo. Todavia, não deixa de ser um disco genial, do qual eu gosto muito e recomendo para os que ainda não o ouviram. Podem comprar o disco, que com toda certeza vocês irão gostar. A pedido da g
Vou ficando por aqui, porque o tempo urge e a caravana passa. Té mais…

super strut
rhapsody in blue
nights in white satin
skyscrapers
pavana for a dead princess
latin flute
venus
do it again
tropea

Zé Eduardo Nazario – Poema Da Gota Serena (1983)

Olá! Hoje o bicho está pegando para o meu lado. Meu tempo está contadinho. Pensei até que não iria conseguir fazer a postagem do dia. Mas vou aproveitando o que tenho à mão nesta pausa para o café. Continuamos no instrumental, o bolero fica para o fim de semana, ok?
Taí, um disco para os apreciadores da música instrumental, “Poema da gota serena”. Primeiro álbum solo do baterista Zé Eduardo Nazario. Para os que não conhecem a fera eu vou dar a ficha, resumida, só para vocês sentirem o toque.
Zé Eduardo começou cedo. Aos 12 anos ganhou do pai uma bateria. Aos 13 formou seu primeiro grupo, o “Xangô 3” ao lado de mais dois adolescentes. Embora com pouca idade, o trio fez muito sucesso em São Paulo nos anos 60. Eles faziam bailes e também eram atração em todos os programas de tv’s paulistas. Se apresentavam regularmente em progamas como o Bossaudade de Elizeth Cardoso, Corte Rayol Show de Agnaldo Rayol, Hebe, Moacyr Franco Show e muito mais. Nos anos 70 formou o Grupo Experimental de Percussão, depois o Mandala, cujo o disco é raríssimo (qualquer hora dessas eu posto ele aqui). Nos anos 70 ele ainda tocou com Hermeto Pascoal, participou de outros grupos e de discos de figuras não menos importantes como Marlui Miranda e Egberto Gismonti. Formou juntamente com o irmão, Lelo Nazario e outros feras o Grupo Um, gravando uns cinco discos. A partir dos anos 80 ele começa a desenvolver seus trabalhos solo, gravando o “Poema da gota serena” em paralelo com o Grupo Um. Formou com o irmão o Duo Nazario, integrou o grupo Pau Brasil, Percussônica e nos últimos anos tem tocado com o guitarrista americano John Stein. Mora em Pouso Alegre, Minas Gerais e tem tocado com as formações Zé Eduardo Nazario Trio, Quarteto, Quinteto e Sexteto.
Bom, depois desta, falar do álbum postado é ‘chover no molhado’. Melhor ouví-lo e comprar o original na mão do . Toquei?

pra pensar
pra sentir e contar
energia dos três mundos
só pra ouvir

The Modern Jazz Quartet – Artista Convidado Laurindo Almeida (1964)

Depois de uma semana inteira entre o pinho e as cordas, vamos agora dar oportunidade aos outros instrumentos, artistas e aos nossos amigos cultos, ocultos e frequentadores em geral. Acredito que todos tenha gostado e por essa razão (e por outras), continuarei postando violeiros, violonistas, etc… Ainda temos muitas cordas para nos amarrar e elas virão entre outros artistas e gêneros. Como vocês sabem, o Toque Musical é um blog que gosta de diversificar e nesta semana que se inicia, a palavra de ordem é ‘variedades’. Mas não se preocupem, o pinho continua presente, solando ou acompanhando 🙂
Hoje o dia é do jazz em uma de suas mais autenticas expressões, o Modern Jazz Quartet. Formado pelas feras – John Lewis no piano, Milt Jackson no vibrafone, Percy Heath no baixo e Connie Kay na bateria – o TMJQ neste disco conta com a participação especial de Laurindo Almeida, o grande violonista ‘brazileiro’. Este disco, para quem gosta de jazz, é simplesmente maravilhoso. A química entre esses músicos é perfeita, graças, de uma certa forma, a uma experiência prévia de quase seis meses tocando juntos. Laurindo havia sido convidado por Lewis, com quem já havia tocado, para se juntar ao grupo numa turné europeia em 1963. O álbum em questão é fruto desta relação e foi lançado em 1964 pela Philips com o nome de “Collaboration – The Modern Jazz Quartet With Laurindo Almeida”. No mesmo ano ele também chegou ao Brasil, mas com a capa que vemos acima. Neste lp temos as seguintes faixas:

silver
trieste
valeria
fuga em lá menor
samba de uma nota só
foi a saudade
concerto para aranjuez

Baden Powell – Ao Vivo No Teatro Santa Rosa (1966)

Como eu havia dito, aqui vai mais um do Baden o qual eu gosto muito, gravado pela Elenco.
Este disco, como está estampado na capa, foi gravado ao vivo no Teatro Santa Rosa, no Rio em 1966. O espetáculo foi um tremendo sucesso de público e chegou a ficar mais de 5 meses em cartaz. O lp é hoje uma raridade e muito procurado por colecionadores. Não sei se chegou a ser relançado em cd, mas com eu havia dito antes, já está em diversos blogs nacionais e estrangeiros. Segue aqui a minha versão com a qualidade que o artista merece (e vocês também).

abertura – choro para metrônomo
astronauta
valsa de euridice
preludio em ré menor
berimbau
consolação
lamento
samba de uma nota só
tempo feliz

Baden Powell – Solitude On Guitar (1973)

Olá! Acho que todos os discos do Baden Powell já foram devidamente postados em diversos blogs, nacionais e internacionais. Agora a pouco estive checando na rede e pelo jeito já foram todos mesmo. Bom, pelo menos os que eu tenho. Mas seja como for, depois de tanto trabalho, não os vou deixar passar batido. Hoje resolvi que irei postar dois álbuns desse lendário instrumentista. Se você ainda não teve a oportunidade de vê-los e ouví-los, não deixe essa passar.
Começo com “Solitude on guitar”, lp gravado na Alemanha em 1971, mas que só chegou ao Brasil em 73. Produzido por Joachim Berendt e Júlio Medaglia, o álbum nos traz dez faixas, entre composições próprias e de outros artistas, inclusive internacionais. Um disco realmente excelente, com uma qualidade acima da media, com condiz ao apuro alemão. Gravação nota 10!

introdução ao poema dos olhos da amada
chará
se todos fossem iguais a você
márcia, eu te amo
na gafieira do vidigal
kommt ein vogel geflogen
fim da linha
the shadow of your smile
brasiliana
bassamba
por causa de você
solitário

Celso Machado – Brasil, Violão (1977)

Para completar a noite de sábado eu resolvi trazer também o primeiro disco do Celso Machado. Eu fiquei na dúvida se deveria postá-lo, visto que em outros blogs esse disco (me parece) já foi apresentado. Porém já estava mesmo na ponta da agulha. Agora vai de carona fazendo a dobradinha. Por certo vocês não irão reclamar, não é mesmo? 🙂
Segue então este álbum que também é muito bom, cheio de releituras famosas e acanhadamente uma única composição própria.

legua tirana / assum preto /qui nem jiló
asa branca
ponteado
cristal
odeon
choro n. 1
mágoas de africando
choro n. 2
estudo n. 1
a voz do morro

Celso Machado – Violão (1980)

Ainda presos às cordas do pinho, temos para hoje outro grande instrumentista, Celso Machado. Um artista excepcional, um virtuoso do violão que também domina outros instrumentos de corda e percussão. Sem dúvida um artista completo, de formação clássica, mas dono de uma técnica apurada e pessoal. Durante mais de trinta anos, ele tem realizado concertos em todo o Brasil, no Canadá, Europa e também nos Estados Unidos. Infelizmente o cara é mais conhecido e aclamado fora do que dentro de seu próprio país. Não é atoa que ele foi morar no Canada. Sempre muito requisitado, Celso, além de concertista é também professor, palestrante e claro, compositor. Suas criações não se limitam à música regional e tradicional brasileira. Ele também compõe para o cinema, sendo dele diversas trilhas de produções estrangeiras. Por trabalhos em cinema e produções para tv ele já recebeu diversos prêmios. Uma prova do talento e qualidade artística.
“Violão, Celso Machado” foi seu segundo álbum, lançado em 1980 pelo selo Marcus Pereira. O primeiro, “Violão, Brasil”, de 1977, também saiu pela mesma gravadora. Estranhamente, este segundo disco foi o único que até hoje não chegou a ser lançado em cd. Um álbum bacana, com direção artística de Marcus Vinicius e direção musical de Filó Machado que também participa ao lado de outros bambas da música instrumental brasileira. Imperdível!

motivo barroco
juazeiro
parazula em si menor
abraço a neto e lea
tributo ao músico
feitio de coração
el ultimo canto
retirantes
hora de mudar
tema de isabel

Garoto – MIS (1979)

De corda em corda, desta vez chegamos à Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto. Exímio instrumentista, dominava com muita técnica não apenas o violão, mas praticamente quase todos os instrumentos de corda. Me parece que até piano o cara tocava. O apelido de Garoto está relacionado ao fato dele ter se iniciado na música muito cedo. Com apenas 11 anos já fazia parte do Regional Irmãos Armani e era chamado de Moleque do Banjo. De Moleque virou Garoto. Ele é considerado por muitos como um dos precursores da Bossa Nova. Morreu com apenas 40 anos, mas nos deixou um grande legado.
Estou postando este disco, lançado pelo MIS – Museu da Imagem e do Som, porque sei que o mesmo não se encontra mais à venda (o que é uma pena). Aliás ele nem aparece na listagem de produtos oferecidos por essa entidade. No lp estão reunidas gravações raras em acetato, algumas em bases de alumínio, outras em vidro, realizadas ao vivo durante os programas da Rádio Nacional. Essas gravações não foram produzidas com fins comerciais, eram apenas registros dos programas. Assim, temos Garoto em vários momentos, tocando violão e cavaquinho, em solo ou como acompanhamento. Confiram esse toque.

alma brasileira
sons de carrilhões
benny goodman no choro
rato rato
tico tico no fubá
duas contas
amor não se compra
cavaquinho boogie
carinhoso
relâmpago
chinatown, my chinatown
chorinho do ahu
nacional
sempre perto de você
saudade de iguape

Josmar Assis – Sonhos D’Alma (1974)

O violão é mesmo um instrumento dos mais interessantes e vemos através de seus instrumentistas, um leque variado de estilos e técnicas. Num país como o nosso, extenso, que abrange diferentes culturas, também encontramos diferentes estilos de tocar o violão.
Desta vez eu trago para vocês o violonista, sociólogo e professor Josmar Assis. Um nome pouco
conhecido (ou lembrado), embora já tenha sido considerado o um mais importantes violonista-concertista do nordeste (e posso completar, do Brasil). Foi aluno do maestro H. J. Koellreutter e de José Carrión e Maria Lívia São Marcos, mestres das cordas. De aluno se tornou logo professor e concertista. Lecionou no Universidade Católica de Salvador, criando depois a sua própria escola. Muitos músicos, principalmente baianos, passaram pelas mãos de Josmar.
Para conhecer um pouco o trabalho deste grande músico, temos aqui “Sonhos D’Alma”, álbum lançado em 1974. Neste lp encontramos um repertório que inclui além de composições próprias, outras peças típicas e bem conhecidas para violão.
Eu procurei outras informações sobre este violonista, mas pela rede tudo é muito fragmentado, o que demanda mais tempo para a pesquisa, a qual (infelizmente) não tenho como fazer. Não posso nem afirmar à vocês se ele chegou a gravar mais discos ou se ainda está tocando. Se alguém tiver notícias, não perca o momento, comente!

gotas de lágrimas
serenata de schubert
saara
pensando
última inspiração
sonhos d’alma
facination
um cantinho no mar
brincando de ciranda
abismo de rosas
foi o boto sinhá
romance de amor

Renato Andrade – A Fantástica Viola De Renato Andrade (1977)

Quando comentei que esta seria a semana das cordas, o nosso amigo Giovanni me enviou um e-mail oferecendo uma colaboração, “A fantástica viola de Renato Andrade. Eu prontamente aceitei, mas esqueci de avisá-lo que a postagem seria para hoje. Sorte nossa ele estar ligado no Toque Musical. Recebi agora a pouco a sua colaboração e já estou incluindo-o na dobradinha do dia. Valeu o toque, meu prezado!
Temos então o primeiro disco de Renato que eu, confesso, não conhecia. Porém, do pouco que ouvi, posso afirmar: é fantástico! Estranhei a quantidade de músicas. Algumas são do álbum “Viola de Queluz”. Seria um ;lp duplo? Não, apenas bonus extras, não é mesmo Giovanni? 🙂 Seja como for, antes sobrar do que faltar. (fiquei curioso quanto a este disco, vou ver se acho o vinil e a capa original)
siriema no campo
prelúdio de inhuma
viola e suas variações
folia de reis
literatura de cordel
o jeca na estrada
viola de cego
moto perpétuo caipira
ballet na roça
luar do sertão
tritezas do jeca
viola de queluz
reizados e congadas
ponteado caipira
meu abraço a portugal
viola de beira fogo
sertões
sarapalha
baile catrumano
sinhá e o diabo
relógio da fazenda
multirão
casamento na roça
amor caipiracorpo fechado

Renato Andrade – Viola De Queluz Vol.2 (1979)

Nesta semana, como eu havia dito, vai ser a das cordas. Tenho algumas bolachas aqui, prontas para serem degustadas. E antes que passe do prazo de validade, vamos ao pinho!
Hoje teremos uma viola e o violeiro é Renato Andrade. Um dos mais importantes violeiros do Brasil, que tardiamente gravou seu primeiro lp em 1977, “A fantástica viola”. Sua técnica apurada, domina diferentes afinações da viola caipira. Dos violeiros que eu conheço, Renato é um dos poucos que tirou a viola da roça e a levou para uma sala de concertos. Seu virtuosismo e seu campo de atuação musical vai da mais simples moda de viola aos clássicos e eruditos brasileiros. Se não bastasse o cabra era bom de papo, um grande contador de estórias.
“Viola de Queluz” foi seu segundo disco e nele temos dez faixas autorais em solo e duas, “Tristezas do Jeca” e “Luar do sertão” com acompanhamento.
Dependendo da receptividade e boa vontade de um amigo (se é que ele não esqueceu), ainda hoje teremos “A fantástica viola de Renato Andrade”. Vamos aguardar…

viola de cego
ballet na roça
o capangueiro
tristezas do jeca
viola de queluz
veredas mortas
moto perpétuo caipira
luar do sertão
urupês
senhores da terra
paineiras
raízes ibéricas

Dilermando Reis & Radamés Gnatalli – Concerto N.1 Para Violão E Orquestra (1976)

Quando se fala de violonista, um nome que a gente nunca esquece é o de Dilermando Reis. Violonista literalmente de ‘mão cheia’, tocava de todos os gêneros e muito bem. Foi um dos instrumentistas que mais popularizou o violão no país.
“Concerto N.1” é uma peça de Radamés Gnatalli dedicada ao grande violonista. Aqui temos o prazer de ouví-lo como solista, sendo Radamés o regente da orquestra. O disco é datado de 1976, mas me parece que o “Concerto N.1” é do início de 70. No lado B do disco, anda com o maestro, encontramos obras de Lorenzo Fernandez, Guerra Peixe, Villa Lobos, Heckel Tavares e Agostin Barrios. Taí, um lado mais erudito de Dilermando. Espero que gostem 🙂
concerto n.1 para violão e orquestra
velha modinha
ponteado
choro n.1
ponteio
la catedral

Sebastião Tapajós – Painel (1986)

Interessante… Depois de postar hoje cedo o disco do Luiz Claudio, resolvi dar sequência durante a semana ao discos onde predominassem as cordas. Acho que foi pela capa, muito sugestiva. Temos tantos violeiros, violonistas, tocadores de tudo que é corda. Somos um povo previlegiado de instrumentistas. No Brasil, quando alguém pensa em tocar algum instrumento musical, pensa primeiramente no violão. Ou pelo menos é o mais tocado por aqui. Não bastasse isso, somos naturalmente musicais.
Bom, indo direto ao assunto, inauguro a ‘semana das cordas’ com um dos maiores violonistas do mundo, o genial Sebastião Tapajós. Aqui temos um disco gravado em 1986. “Painel” é um álbum essencialmente feito para o mercado estrangeiro, principalmente o alemão e japonês. Mas também sae (por insistência e limitado) para o público brasileiro. Temos doze composições próprias, algumas parcerias com Hamilton Costa, Amilton Godoy e Maurício Einhorn. Perfeito!
canção para mariza
brinquedo pro junior
prainha
igarapés
painel
poente
blandice
à 200 por hora
ebulição
velha varanda
olinda medieval
garoteando

Luiz Claudio – Entre Nós (1968)

Para que o presente de nosso amigo Refer não fique limitado à somente aqueles que viram o link no quadrinho de bate-papo, achei por bem postá-lo aqui. Assim que eu tiver um tempo, vou incluir a contra-capa e selo, como de costume. Eu ainda não havia postado este lp, porque achava que o mesmo já tivesse sido postado em outros blogs. Diante a procura, vamos liberar…

Este disco do Luiz Cláudio é realmente imperdível, pura bossa! Lançado em 1968, esquecido nas décadas seguites e relançado de forma independente em 2006 pela audiolunchbox.com, que vende o álbum a 1 dólar por faixa (192 kbps VBR MP3 Audio Files + capinhas). Nessa, mais uma vez os gringos saíram na frente. Enquanto isso, por aqui, a Biscoito Fino vai molhando a rosquinha.
.
tenha pena de mim
coisa n.10
razão
ouro preto
ole olá
simplesmente
amélia
nós
cidade do interior
poeira da saudade
labareda
jequié
.
PS.: o dia está só começando… ainda teremos a postagem oficial. Aguardem!

Clodô Climério E Clésio – Chapada Do Corisco (1979)

Mais uma vez, marcando presença no Toque Musical, temos os irmãos Clodo, Climério e Clésio. O trio passou a ser conhecido, aqui para as bandas do sul e em todo o Brasil, através e principalmente de artistas nordestinos já consagrados como Fagner e Ednardo, que gravaram muita coisa deles. “Chapada do Corisco” foi o segundo álbum dos três juntos. Nele encontramos dois sucessos de Fagner e Ednardo, respectivamente “Revelação” e “Enquanto engomo a calça”. As outras oito músicas do disco não ficam para trás em qualidade e originalidade. Pelo que sei eles, em trio, chegaram a gravar mais uns quatro discos. Para aqueles que ainda não conhecem o som dos manos, eu recomendo… muito bom!
rixa
flor do coqueiro
morena
chapada do corisco
dia claro
oferenda
modo de ser
timom
enquanto engomo a calça
revelação

Exportação Baiana (1972)

Olá! Hoje estive conversando com uma pessoa muito amiga, dessas que são como um espelho, que nos faz ver a verdade. E foi ela que me fez refletir sobre a minha conduta no blog, me mostrando coisas que eu não havia considerado. Desculpem, mas acho que mais uma vez exagerei… Foi realmente mal a minha colocação quanto aos outros blogs. Na verdade o que eu queria mesmo dizer é que, para mim, não faz sentido ficar simplesmente publicando títulos de maneira automática. Desculpem-me todos, blogueiros, visitantes, amigos cultos e ocultos… todos em fim. Às vezes sou um tanto ácido em minhas críticas e acabo ofendendo. Falhei…
A casa é minha, sem dúvida, mas desde o dia em que resolvi manter as portas e janelas abertas, o mundo entrou. Com ele quero compartilhar o que tenho. Mas juro, viver apenas rodeado por fantasmas, chega a ser desanimador.
Um amigo já dizia, “quer fazer um blog de música de sucesso? põe o texto todo em inglês, limite-se ao assunto e se puder faça um dinheirinho.” Acontece que comigo a coisa não funciona assim e eu não quero assim.
Eu não quero, por exemplo, lembrar exclusivamente à gringos que em 1972 saiu pelo selo Som este maravilhoso e obscuro disco “Exportação Baiana”. Que se trata de uma coletânea onde foram reunidos alguns dos mais expressivos (embora pouco conhecidos) artistas baianos daquela época. Que neste álbum há também curiosidades como a famosa canção “Agora eu sei” , que todo mundo pensa que é do Roberto Carlos (inclusive ele), aqui interpretada pela dupla Tony e Zuca. Também não me interessa dizer que essa música é de autoria de Edson Ribeiro e Helena dos Santos.Não vou também me limitar ao assunto, quero fazer parte dele. O blog é público, mas é autoral. Quanto ao dinheiro, nem pensar… Eu só quero chocolate 😉

pescaria do xaréu – nilton brandão
ei camará – firmino de itapoã
festa no casarão – trio belizário, diferraz e bonfim
taba da berada – tony e zuca
pimenteira – nilton brandão
batam palmas – ubirany silva
você só começa quando eu começar – zé pretinho da bahia
nega legal – nilton brandão
fim de semana em recife – trio belizário, diferraz e bonfim
não é normal – trio belizário, diferraz e bonfim
alegria geral – basílio
agora eu sei – tony e zuca

Peter Thomas & The Espirituals – Festinha Legal (1968)

Pô, acho que acabei deixando alguns de vocês ressabiados, mas minha bronca não tem endereço certo e sei muito bem como tudo funciona. É que as vezes a gente tem que levantar poeira. Um blog sem diálogo não é um blog vivo. Quanto a idéia de transformar o blog em um espaço privado, se isso for mesmo acontecer, avisarei a todos com antecedência (inclusive meus maxos e minhas phemias)

Vamos a mais um raro e obscuro álbum a ser revelado. Devo confessar a vocês que este passou batido… Fui tentar localizá-lo pela rede e acabei tropeçando em um compositor alemão homônimo. Porém, juntando daqui e dali, conclui que o noso Peter Thomas foi um organista relativamente conhecido nos anos 60. Tinha seu conjunto de baile e tocava em festas famosas no Rio. Com certeza os cariocas devem lembrar. Ele gravou alguns discos pelo selo BIG, seguindo a mesma linha deste álbum. “Festinha legal” é um disco com um repertório pop, típico daqueles saudosos conjuntos de beira de piscina em festa dos anos 60. Peter Thomas vem acompanhado pelo grupo The Spirituals, que não é americano e nem cantam gospel, estão mais para Jovem Guarda misturado com Esquivel. Me fazem também lembrar o Célio Balona e seus conjuntos na Paladium. Uma boa curiosidade que vale a pena conhecer ou rever.
Mais uma coisa: ao me referir aos blogs sem texto, como galinhas poedeiras, não me esqueci que seus ovos são de ouro. Tudo tem o seu valor e eu reconheço, inclusive o carcarejo de um franguinho furioso. Esse foi o máximo :))) ganhei o dia 🙂
a praça
bus stop / last train to clarlksville
tico tico no fubá
you something to me / it had to be you
got to get you into my life
festinha legal
peter gun
o bom rapaz
o chorão
mamãe ele está de olho em mim
pergunte ao vento / monday monday


Grupo Temucorda – Sangria (1979)

Verificar ortografiaOlá meus caros amigos cultos, ocultos e simpatizantes. Estou pensando, em breve, transformar este blog num espaço privé, num clube fechado ou coisa assim. Me desculpem a expressão, mas as vezes tenho a sensação de que isso aqui parece um prostíbulo. Todo mundo entra e sai discretamente, não há manifestação… nenhum comentário… Ou talvez eu devesse fazer como a maioria dos blogs que temos por aí, ser apenas uma galinha botadeira, postar o disco e me limitar à ficha técnica. Isso é rápido e fácil, dá até para postar mais de um por dia. Acontece que escrevendo “essas bobeiras”, como já foi dito por uma anônima criatura, exercito minha capacidade de expressão, me envolvo mais com o artista/música, aprendo, ensino e dou o toque. Isso para não dizer que agindo dessa maneira, dou ao Toque Musical um carácter bem pessoal e autoral. Sem dúvida, já dei muita bola fora, mas eu sei reconsiderar e me desculpar. Meu texto não tem compromisso, mas sei os limites quando o levo à público, mesmo sabendo que poucos irão ler.
Bom, vamos deixar de lado “essas bobeiras” para irmos direto ao que interessa. Hoje temos o Grupo Temucorda, que se não me engano é de Minas Gerais. Um amigo me disse que esse grupo vem de Montes Claros. Não afirmo, somente confirmo o que me veio aos ouvidos. Para aqueles que conhecem o trabalho dessa turma e em especial o álbum “Sangria”, há de estranhar a capa que apresento. Esta, sem dúvida, não é a original. A outra eu vou deixar para mostrar no meu futuro blog de capas curiosas (ainda vou fazê-lo, aguardem!). Mas não se preocupem, todo o encarte está incluído no pacote. É só baixar…
O Temucorda e seu lp “Sangria”, lançado em 1979, se não conseguiu deslanchar, com toda certeza não foi por falta de qualidade. Com um pé a pelo menos uns dez anos para trás, a música do Temucorda é inspirada na canção de protesto. Cozinharam, comeram e beberam na fonte de Geraldo Vandré. Aliás, temos até uma canção, “Tributo a Geraldo Vandré”. A turma ainda conta com a participação e força do grande Sivuca.
Acredito que se eu tivesse apresentado aqui a capa original, nem minhas “bobeiras” seriam suficientes para convencê-los que vale a pena ouvir os encalorados rapazes do Temucorda.
(Tudo bem, eu sei… a culpa é só do Mafra e da Impulso)

sangria
cantador
recordança
apocalipse
rodeio
tributo à geraldo vandré
grito de liberdade
sangue e areia
peregrino
filho da terra

Os Meninos De Deus – Aperte… Não Sacuda (1974)

Olha, não vou querer entrar no mérito da questão religiosa que envolve este disco. Pessoalmente ele já me fez a cabeça em outros momentos da minha vida. Hoje eu o vejo e o apresento aqui mais como uma curiosidade musical. Os Meninos de Deus surgiram no Brasil no início dos anos 70 como um núcleo de uma seita muito polêmica criada na Califórnia por David Brandt Berg e Karen Zerby em meio ao ‘bum’ do ‘Flower Power’ nos anos 60. Aqui no Brasil, em meio a repressão política e outras…, o grupo (o núcleo) encontrou uma série de dificuldades, sendo em poucos anos quase amaldiçoados por suas atividades e condutas mal interpretadas. Diante a pressão e dissidências, em 1978 o grupo deixou de existir como “Meninos de Deus”. Tornaram-se “A Família”. Mas essa é uma outra história…

Os Meninos de Deus souberam usar a arte em seu favor, criaram um grupo teatral e musical que os ajudavam em sua pregação e a conquistar os jovens. Através da música, que eu saiba, eles lançaram dois discos e contaram com a colaboração e simpatia de outros artistas. Em “Aperte… Não Sacuda”, o primeiro álbum, eles contaram com Fernando Adour, compositor e produtor da época da Jovem Guarda, para cuidar do disco, lançado pelo selo Polyfar. As músicas deste disco foram enviadas pelas comunidades estrangeiras e vertidas para o português pelo próprio grupo. Algumas são até bem conhecidas.

senhor fazei de mim
a luz
aprendam que podem ser livres
voz de amor
no mires atrás
cê tem que ser um menino
aleluia
estou feliz
como esquecê-lo
é melhor tentar que falhar
o que é que fez jesus?
obrigado senhor
.
Resolvi, para variar, incluir um texto do jornalista Aramis Millarch que para mim, foi o cara mais antenado em música e cultura nos anos 70. Este texto foi publicado a 34 anos atrás no Jornal Estado do Paraná. Nele podemos ter uma idéia mais clara do que foi esse ‘movimento religioso’:
O canto dos Meninos de Deus
O conjunto é composto por Aminadab, violão e vocal; Jeroboam, piano elétrico e vocal; Isaias, guitarra e vocal; Obed, contra-baixo; Miguel, violino; Israel, [ritmo]; Alael, bateria; Daniel Gentileza, todos no vocal.
O interior de uma das famílias dos Meninos de Deus é um organismo vivo. Todos têm senso de comunitarismo e executam as tarefas recebidas, motivados por uma força comum que é a de acharem que estão, desta maneira, servindo e amando a Deus.
“Somos hoje mais de 5.000 jovens vivendo juntos em mais de 50 países diferentes, com mais de 250 comunidades, em grupos de 12, 30 ou 100 pessoas. Jovens que encontraram um objetivo na vida, depois de experimentarem diferentes drogas, religiões, viagens ou coisas parecidas, e que encontraram em Deus e em sua palavra e no amor de Jesus, no amor fraternal, puro e sadio, a resposta para os seus problemas e para os problemas de toda a humanidade.
Estes jovens dedicam toda a vida a levar este amor, paz, felicidade, e alegria a todos aqueles que buscam por esta nova vida. O nosso objetivo é de obedecer ao último mandamento de Jesus: “Ir a todos e pregar o evangelho (boas notícias) a toda a criatura”. Levar esta mensagem a todo o mundo, até o último da Terra. Conquistar o mundo por Jesus”. Esta é a mensagem do grupo aqui no Brasil.
Os Meninos de Deus estão satisfeitos por terem tido a chance de gravar este disco. “A música é uma das formas de oração mais poderosa, e quando as pessoas estiverem cantando nossas canções, estarão de uma maneira indireta, orando”, afirmam eles.
O movimento surgiu em 1968 nos Estados Unidos, fundado por Moises David (David Brandt), que havia sido criado numa família muito religiosa. Seu pai era um pastor protestante conhecido por suas pregações por toda a Califórnia, e sua mãe, sofrendo um acidente de carro grave, atribuiu seu pronto restabelecimento ao poder espiritual do marido, convertendo-se ardorosamente, ao protestantismo e tornando-se uma escritora de livros religiosos.
No entanto, para Mo (assim Moises David é chamado pelos Meninos de Deus), nada do que seus pais faziam era concretamente religioso, já que eram atividades comandadas pela Igreja. A partir desta visão, David resolveu iniciar um movimento religioso onde Deus fosse realmente o centro e o sentido de todas as decisões e trabalhos a serem realizados, o que trouxesse em seu bojo a contemporaneidade necessária para ser aceito pelas pessoas que não viam no institucionalismo eclesiástico a solução para seus males.
David Brandt, da mesma maneira que seu pai, andou pregando por toda a Califórnia, e tornou-se [rapidamente] conhecido: mas havia uma nítida diferença no que pregavam, muito embora ambos usassem a bíblia como fundamento. David diferenciava-se de seu pai no modo de interpretá-la, decorrendo daí uma nova filosofia cristã, menos rígida e mais motivadora.
Através dos grupos hipies que foram se chegando a ele, trocando as drogas por seus ensinamentos, começou a estrutura, dando forma e sentidos exatos, o que hoje viria a ser essa enorme organização internacional composta quase que inteiramente por jovens.
Em fins de 1973, os mass-medias americanos falavam incessantemente nas cento e vinte comunidades espalhadas por todos os Estados Unidos. Comentavam o jeito singular daquelas pessoas alienadas e felizes falarem sobre a vida que levavam, de deus, sobre a orientação [artística] diferente nas [músicas] e peças de teatro produzidas por essas comunidades.
Jeremy Spencer, um jovem americano, cantor e compositor de rock e membro de uma das famílias dos Meninos de Deus, é um dos maiores responsáveis pelo êxito do movimento. Associando à sua arte toda a problemática religiosa da família, conseguiu por intermédio de suas letras, que transmitiam as mensagens de Moises David, trazer jovens ajustados mais infelizes, traficantes de drogas, e outros que procuravam respostas para a parafernália progressiva de erros e procuras que lhes parecia o mundo.
Quando as [idéias] do movimento ficaram conhecidas por todos os Estados Unidos contestando aberta e concretamente a Igreja, ao por em prática soluções que consideravam mais convenientes com a realidade religiosa some-se a ele os outros movimentos de origens diferentes, mas com a mesma intensidade de contestação à Igreja) o impasse criado juntos aos jovens para evitar seu afastamento da Igreja.
Os Meninos de Deus depois de afirmados como um grupo religioso, passaram a ser também conhecidos como um grupo artístico, ao formarem sua própria companhia teatral e assinarem contratos com gravadoras musicais para divulgarem o seu trabalho. Os responsáveis pelas atividades juvenis das Igrejas iniciaram uma série de atividades no sentido de aproveitarem essas iniciativas, fazendo com que os jovens encontrassem dentro das igrejas interesses que fosse compatíveis com suas [idéias] Eles os incentivaram a comporem [músicas] para as missas e a organizarem peças de teatro e conferências com temas religiosos.
Há 11 meses o movimento chegou ao Brasil, depois de haver percorrido e se fixado na Europa, na Ásia e na África.
Thiago e Tabita, um casal baiano, foram os percussores do movimento no Brasil, junto com Amminadab e Marcena, que são americanos e partilhavam do mesmo objetivo de incorporarem a [América] do Sul aos lugares visitados por eles. Os dois casais se conheceram numa comunidade do grupo na Holanda, surgindo aí a motivação para virem ao Brasil, país bem localizado para a vinda de suas idéias e a sua disseminação na [América] Latina. Formaram um grupo e [iniciaram] sua viagem atravessando a [América] Central, o que fez com que mudassem seus planos e passagens primeiro por outros países latinos, antes de virem ao Brasil.
Chegando ao Rio, foram morar em Santa Tereza, por ser um lugar calmo, onde poderiam trabalhar [tranqüilos] e criarem suas crianças. As atividades do grupo aqui, logo de início, consistiram em traduzir e reimprimir as cartas religiosas de Moises David, distribuindo-as por toda a cidade, explicando direta e detalhadamente as propostas do grupo às pessoas que se interessem principalmente a juventude, não só do Rio, mas de todo o Brasil.
Para isso viajam constantemente pessoas do grupo para os lugares mais distantes do país, [já] estiveram no Amazonas, em quase todo o Nordeste e Sul, iniciando comunidades com pessoas que adotaram as suas idéias.
Em quase um ano de atividades do Brasil o grupo cresceu bastante. Conta atualmente com quase 60 pessoas, das quais grande parte está morando num sítio em Jacarepaguá, alugado depois que a casa de Santa Tereza ficou pequena para tanta gente.
O trabalho artístico da família no Rio, já alcançou boa projeção. Amminadab e Thiago os responsáveis pelo grupo, entraram em contato com pessoas influentes do meio artístico e conseguiram promover o conjunto musical Meninos de Deus, que apareceu no programa “Fantástico, O Show da Vida”, por duas vezes e assinou um contrato com a Polydor gravando um disco logo em seguida, “Aperte não Sacuda”, é o nome do lp que foi lançado no dia 15 de agosto.
Fonte:
Veiculo: Estado do Paraná / Caderno ou Suplemento: Nenhum / Coluna ou Seção: Jornal do Espetáculo / Página: 12 Data: 26/11/1974

Gilson (1979)

Olá meus caríssimos visitantes! Inicio com uma pergunta: quem não se lembra de duas músicas que fizeram muito sucesso no final dos anos 70, “Casinha branca” e “Andorinha”? Com certeza, quase todo mundo conhece, alguns até lembrariam do Gilson. Pois é… por onde anda o cara? Nem mesmo consultando umas vinte páginas do Google consegui encontrar informação sobre este artista. É curioso… alguns sites relacionam suas músicas à um cantor evangélico chamado Gilson Campos (brincadeira, né não?). O fato é que Gilson lançou apenas dois álbuns e um compacto com seus dois maiores sucessos. As músicas, me parece, foram até tema de novela. E realmente são muito boas. Aliás, o disco no geral é muito bom. Me parece uma mistura de Jessé com Cassiano… ficou legal. Vale a pena conferir este toque 🙂

.
andorinha
fim de primavera
lembrança
chuva
sonho de verão
casinha branca
eu sou feliz
o trem
dentro do meu quintal
não vou deixar

Eduardo Araújo & Silvinha – Rebu Geral (1981)

Olhando este disco pela capa, que é realmente um rebu geral, um bacanal… somos automaticamente atraídos para uma observação mais detalhada. Aliás, detalhes são os que não faltam. Chego a pensar que a maneira caricatural de todos os personagens que compõem a cena tem um endereço certo, uma crítica… Mas não consegui referências para compreendê-la. O fato é que este é mais um disco do casal Eduardo Araújo e a saudosa Silvinha. Trata-se de um álbum independente lançado por eles no início dos anos 80, gravado em Sampa, mas finalizado nos States. “Rebu Geral” é uma esponja que absorve tudo que rolava na época de forma implícita e explícita. Cada faixa nos faz lembrar alguma música que já ouvimos. Pessoalmente isso não me agrada, mas devo reconhecer que todo o trabalho instrumental, os arranjos e a gravação em si são primorosos. Confiram esse toque…
imagens
rebu geral
lança menina
irradia
rancho alegre
sapataria progresso
sob o ouro desse eterno sol
queima como fogo
paixão de um cowboy
porta aberta

Matéria Prima – Sessão de Rock (1974)

Matéria Prima foi o nome dado ao grupo que Gileno, da dupla Leno & Lílian, produziu e tocou neste lp lançado em 1974. Após um curto período na Philips, ele retorna a velha casa, a CBS, onde anteriormente havia saído depois que a gravadora cortou seu barato com o disco “Vida e Obra de Johnny McCartney”, que só veio realmente a ser lançado vinte cinco anos depois. Contratado como artista exclusivo e produtor, ele agora começava uma nova fase. E foi daí que nasceu “Sessão de Rock”, álbum com participações de Lilian, Renato e Seus Blue Caps e Fevers. O disco vem recheado de clássicos do pop/rock dos anos 50, 60 e lembranças da Jovem Guarda.
Se não me engano, este disco foi relançado em cd pelo próprio artista, juntamente com outros trabalhos anteriores. Confiram aqui, mas não deixem de incansavelmente procurar pelas lojas… vocês acabarão encontrando 😉
.
rua augusta / parei na contra-mão
diana
marcianita
o amor que perdi
estupido cupido
só você
splish splash / bata baby
erva venenosa
ritmo da chuva
alguém é bobo de alguém
o diário
oh carol

Os Carbonos – As 12 Mais Da Juventude Vol. 4 (1969)

Um dos grupos mais postado aqui no Toque Musical e certamente um dos que mais dá ‘ibope’. Os Carbonos foram os precursores do ‘cover’ no Brasil. A especialidade do grupo era tocar sucessos nacionais e internacionais. Gravaram dezenas de discos, muitos instrumentais, como já vimos. Gravaram também com outros artistas da Jovem Guarda e até onde sei, continuavam atuantes acompanhado o cantor Gilliard em discos e shows.
Neste álbum, já tradicional do grupo, temos o volume 4 dAs 12 mais da juventude. Em minha modesta opinião um dos melhores, com um repertório selecionado que irá agradar. Confiram…
.
hold me tight
two bit manchild
é meu, é meu, é meu
ela é minha menina
sou louco por você
eu sei que gosto de você
ob-la-di ob-la-dá
no dia em que parti
sealed witha kiss
ela é tão linda
o tempo vai apagar
veja

Ronnie Von (1967)

Escalado meio que de última hora, teremos para hoje o Ronnie Von, que com este vai para o terceiro já postado aqui. Um artista com um pé lá outro cá, acabou assumindo sua faceta mais pop e romântica. Aqui, neste álbum de 67, ele inaugura “A praça”, música de autoria Carlos Imperial e que se tornaria seu grande sucesso. Até hoje tem gente que pede: “Canta aquela da praça?” E ele tem mais é que cantar, pois todo mundo cantou.
Este disquinho é bem interessante e veio hoje meio que para anunciar novos ventos. Sopra…
a praça
escuta, meu amor
vamos protestar
canção de ninar meu bem
igual a peter pan
vamos cantar
se alguém chorou
a catedral
o carpinteiro
menina flor
minha história
o mundo que eu pensei

Martinha – É O Sucesso (1969)

Eu, embora não tivesse preparado, acabei caindo em mais uma semana temática. Nos últimos dias tenho andado prá lá de atarefado e se tenho feito as postagens diárias é bem por honra da firma. Como já estamos pra mais da metade, deixa rolar… Temos para hoje o “Queijinho de Minas”, a sumida Martinha, lembram dela? Recebeu este apelido carinhoso de Roberto Carlos nos tempos em que ela participava do seu programa, a Jovem Guarda. Cantora e compositora, Martinha ficou famosa a partir da composição “Eu daria a minha vida”, que em 1968 foi gravada pelo rei em seu lp San Remo. Embora eu não conheça direito a sua discografia, dizem que gravou mais de vinte discos. O álbum que temos aqui, me parece, trata-se de uma coletânea. Não tive tempo para checar isso, mas seja como for, temos neste disco as seguintes canções, todas, praticamente de sua autoria.

eu daria minha vida
pior pra você, bem pior pra mim
seja o que deus quiser
não gosto mais de você
pra que amar você
gosto de você
eu te amo mesmo assim
por quem estou apaixonada
você não voltou
se você não explicar
meu vestidinho
não sei se você sabe