Pasquim Apresenta MPB Independente (1982)

Olá amigos cultos-ocultos e outros de plantão!
Para hoje temos um disquinho muito interessante. Uma coletânea de artistas que se lançaram na então nova investida do disco independente, sem gravadora. Gente de peso como Caetano Veloso e Tom Jobim estão presentes (independentes?). Mas o lp tem mais peixe grande e coisas interessantes, com se pode ver na capa e na relação das faixas. Este disco é parte integrante do jornal “O Pasquim” e não foi lançado comercialmente (pelo menos diretamente). Quem comprou o jornalzinho levou disco. Assim, podemos dizer que se trata de um disco raro, que com toda certeza não voltará a ser publicado. Sua peculiaridade também está no fato de apresentar artistas e versões raras. Vale mais do que nunca dar uma conferida neste toque.

feito em casa – antonio adolfo
monsieur duchamp – aguilar e banda performática
nego dito – itamar assumpção
garotos da rua – sergio mello e o parassol
aguas de março – tom jobim
agnus sei – joão bosco
hoje eu acordei como sol – arnaldo baptista
sonora garoa – passoca
longos prazeres de amor – tetê espíndola
rock mary – paulinho boca de cantor
a volta da asa branca – caetano veloso
mucuripe – raimundo fagner

Sergio Sampaio – Sinceramente (1982)

Olá amigos cultos e ocultos. Aqui estamos nós para mais uma postagem do dia.
Antes de tudo, gostaria de deixar minhas desculpas para aqueles que tem me enviado e-mails e cujos quais eu ainda não respondi ou atendi. O fato é que depois de aberto este canal de comunicação, muito do que poderia ser colocado através dos Comentários passou a ser enviado por e-mail. Daí que tenho recebido uma ‘penca’ diária que as vezes nem dá para responder de imediato. Postar pedidos, só o atendo quando tenho e está à mão. Mas sempre procuro não decepcionar. Tarda, mas não falha. Quanto às contribuições, link ou arquivos, estarei sempre aceitando, mas nem sempre posso garantir se o mesmo será postado. Às vezes recebo contribuições, bem intencionadas por certo, mas que nada acrescentam, sendo muitas vezes títulos postados ou tirados de outros blogs. Como nem sempre tenho tempo para ficar verificando essas coisas – quando resolvo postar algo que não é da minha fonte – acabo sendo alvo de críticas, como usurpador de blog alheio. Estou escrevendo isso, não como justificativa para as últimas postagens que de uma certa forma são comuns ou já foram apresentadas em outros blogs. Volto a repetir que mesmo na reprise de títulos, o conteúdo nunca é o mesmo, seja na qualidade e/ou apresentação. Quando chego a postar alguma coisa que encontrei diretamente em outro blog, faço questão de cita-lo. Agora, espero ser entendido apenas como um blog amador. Aqui não há comercio de espécie alguma e também não peço doações. O que faço aqui no Toque Musical é puramente ‘amadorístico’ (por amor), sem maiores pretensões… Escrevo e publico o que gosto e quero, afinal este é apenas um blog pessoal.
Mas vamos parar por aqui e partir de uma vez para o que lhes interessa. Se é que interessa este, também já bastante divulgado, disco do ‘bendito’ Sérgio Sampaio. Eu me considero um pouco suspeito para falar de um dos artistas que mais cultuei nos últimos (pelo menos) 30 anos. Mas pensando bem, não há o que falar de mal de um artista genial como ele era. “Sinceramente” foi seu terceiro e último lp em vida. Disco independente, traz uma carga autoral muito mais forte e pungente. Um álbum raro de achar e tão maravilhoso quanto os demais. Se você ainda não ouviu, não sabe o que está perdendo…

homem de trinta
na captura
tolo fui eu
só para seu coração
essa tal de mentira
meu filho, minha filha
cabra cega
sinceramente
nem assim
doce melodia
faixa seis

Nei Lisboa – Hein?! (1988)

Vou aproveitando uma brecha para trazer mais cedo a postagem do dia(ou noite?).
Para este, temos aqui um disco de Nei Lisboa, cantor compositor e escritor gaúcho. Nos anos 80 ele chegou a fazer um certo sucesso para além dos pampas, se tornando conhecido através de álbuns como “Pra viajar no Cosmos não precisa gasolina” e “Carecas da Jamaica”. “Hein?!” foi seu quarto disco e até onde eu acompanhei sua carreira é o que mais me agrada. Não parece um disco dos anos 80. Nei é um artista acima da média e mesmo nesses mais de 25 anos de estrada ainda cheira como novidade.

zen
no fundo
hein?!
nem por força
a fábula (dos três poréns)
faxineira
baladas
rima rica / frase feita
fim do dia
telhados de paris
teletrsnsporte n. 4

Fábio – Frutos De Mi Tierra (1972)

Fábio é mais uma das boas sacadas do produtor Carlos Imperial. Antes disso o cara era conhecido como “Juancito”, um cantor paraguaio que atuava em boates de Sampa, lá pelos idos dos anos 60. Foi Tim Maia que fez a cabeça do moço. Mas através do Imperial o ‘desbunde’ foi total. Começando pelo novo nome artístico. De saída ele gravou num compacto a impagável “LSD” (Lindo Sonho Delirante) que foi sucesso restrito aos malucos de plantão. Esta música eu resolvi incluir no pacote, aproveitando a ocasião. Fica de bônus extra.
“Os frutos de mi tierra” é em minha opinião, seu melhor trabalho. Além de composições próprias, tem também músicas de Ruy Maurity, Dorival Caymmi, Luis Vieira, Sueli Costa, entre outros… Chamo a atenção para duas outras faixas: “Pai e filho” (versão de Cacá Diégues para “Father And Son”, de Cat Stevens) e “Guantanamera” , dois sucessos internacionais.

01. Manuela
02. Viajante
03. Menino de Braçanã
04. Pai e Filho
05. Guantanamera
06. Hino da República
07. Marina
08. Os Frutos de mi Tierra
09. Cravo e Jasmim
10. Encouraçado
11. Magia
12. Fonte da Saudade

Gilberto Gil & Rita Lee – Refestança (1977)

Boa noite aos que se tocam e aos que precisam de um toque.
Estou trazendo nesta semana alguns álbuns que sempre estiveram na minha lista de postagens, mas que até o momento não haviam sido apresentados no TM. Sei que muitos já são ‘figurinhas repetidas’, mais rodados que nota de um real, postados exaustivamente em diversos blogs. Talvez nem sejam mais de interesse da maioria, mas mesmo assim faço questão postá-los. Isso porque, embora comuns, são diferentes na origem e também na apresentação. São meus e também quero tê-los no blog.
Vamos então nessa noite com um show que virou disco e que ao longo de seus trinta anos ainda continua atualíssimo.Um encontro de duas grandes figuras que dispensam apresentações, numa ‘refestança’ para ninguém botar defeito. Este é mais um caso típico de álbum que merecia ter sido lançado duplo (ou até triplo). Sempre achei que disco ao vivo, registro de shows, deveriam render mais que um simples disquinho. Será que a duração do espetáculo foi de apenas 40 minutos?
Seja como for, aqui vai mais um dos meus, que também são seus e também são nossos.
Tomo aquela frase de pára-choque de caminhão de forma readaptada:”Não tenho todos os discos que quero, mas quero no TM todos os discos que tenho.”

01. Refestança
02. É Proibido Fumar
03. Odara
04. Domingo no Parque
05. Back in Bahia
06. Giló
07. Ovelha Negra
08. Eu só Quero um Xodó
09. De Leve (get back)
10. Arrombou a Festa

Chico Buarque – Construção (1971)

Boa noite amigos! Estamos começando mais uma semana preparada para novos toques. Fugindo um pouco da velha guarda, vamos nos próximos dias nos deliciar com um cardápio musical variado e contemporâneo, que começa com um dos maiores nomes da nossa MPB. Chico Buarque em um dos seus melhores momentos. Um álbum emblemático, que traduz toda a essência do artista. Na minha modesta opinião um dos discos MPB mais importantes da década de 70. Chico faz parte daquele grupo de artistas que tem sua obra sempre viva, relembrada e constante em relançamentos e coletâneas. Mesmo assim, não pude perder a chance e a honra de tê-lo aqui no Toque Musical. Chico Buarque é o cara! 🙂

01. Deus lhe Pague
02. Cotidiano
03. Desalento
04. Construção
05. Cordão
06. Olha Maria
07. Samba de Orly
08. Valsinha
09. Minha História (Gesubambino)
10. Acalanto

Nelson Gonçalves – Êxtase (1959)

Para encerrar a semana da nostalgia, trago mais um disco do Nelson Gonçalves.
Como sei que temos muitos fans do artista por aqui, penso que este pode ser um bom ‘ovo de páscoa’. Se estiver no agrado, tenho outro para as próximas semanas.
“Extase” é mais um grande disco de Nelson, um álbum ‘recheado’, a começar pela música que dá nome ao lp.

01. Êxtase – (Adelino Moreira / Nelson Gonçalves)
02. Deixa Falar – (Nelson Gonçalves / Raul Sampaio)
03. Meu Triste Long-play – (Adelino Moreira)
04. Vaidosa – (Nelson Gonçalves / Raul Sampaio)
05. De Braços Abertos – (Nelson Gonçalves / René Bittencourt)
06. Aqui Se Faz Aqui Se Paga – (Nelson Gonçalves / Herivelto Martins)
07. Deusa do Asfalto – (Adelino Moreira)
08. O Preço da Glória – (Herivelto Martins / David Nasser)
09. Cinzas de Amor – (Wilson Batista / Jorge de Castro)
10. Revolta – (Nelson Gonçalves / Raul Sampaio)
11. Noite de Insônia – (Herivelto Martins / David Nasser)
12. Aviso – (Adelino Moreira / Nelson Gonçalves)

Alcides Gerardi – E… Eu Sem Maria (1964)

Alcides Gerardi, quem diria… Tá bombando aqui no Toque Musical. Fazendo mais sucesso que o Sílvio Caldas que eu achei que seria o máximo. É isso aí… já que tá bom vamos mandar ver… (e ouvir, claro!) Como eu tinha mais um disco do cara, resolvi então postá-lo. Este eu baixei no Soul Seek a um tempo atrás, mas infelizmente veio incompleto. Felizmente, depois de algum tempo, eis que surge o disco completo, enviado pelo nosso atencioso amigo, Recruta Zero. Agora não há porque reclamar. Disco completo, link novo. Confiram.

e… eu sem maria
você é que pensa
não troquemos de mal
nossa canção
maria
castelo de areia
professora
antonico
brotinho maluco
o esbarro

marise
ansiedade

Sílvio Caldas – Em Pessoa (1960)

Para o dia de hoje tenho aqui este raríssimo álbum de Silvio Caldas, que com toda certeza irá agradar, tanto ou mais que os outros postados anteriormente. Em 1960 ele gravou dois discos: “Eternamente”, seu álbum de carreira e este, “Em Pessoa”, um registro ao vivo onde ele canta seus antigos sucessos, numa apresentação única. No encarte e selo do vinil não constam datas e informações sobre a gravação. Na rede também não há muita informação sobre o disco. Contudo (ou com nada?), o álbum não deixa de ser um registro histórico valioso. Como muitos outros discos do “Cabloquinho” (ou quase todos?), este lp nunca chegou a ser relançado em cd.

No sentido de preservar o show na íntegra, procurei manter como no lp, sem pausa entre as músicas, apenas lado A e B.
Viva meu samba (Billy Blanco)
Saudade dela (Ataulfo Alves)
Até breve (Ataulfo Alves – Cristóvão de Alencar)
Juramento falso (Foi uma pedra que rolou) (Pedro Caetano)
Minha palhoça (J. Cascata)
Nos braços de Isabel (José Judice – Silvio Caldas)
Cabelos brancos (Marino Pinto – Herivelto Martins)
Chuvas de verão (Fernando Lobo)
Inquietação (Ary Barroso)
Três lágrimas (Ary Barroso)
Chão de estrelas (Silvio Caldas – Orestes Barbosa)
Arranha céu (Silvio Caldas – Orestes Barbosa)
Arrependimento (Armando Reis – Silvio Caldas)
Na aldeia (De Chocolat – Carusinho – Silvio Caldas)
A tua vida é um segredo (Lamartine Babo)
Feitiço da Vila (Vadico – Noel Rosa)
Violões em funeral (Sebastião Fonseca – Silvio Caldas)
Até amanhã (Noel Rosa)

Lúcio Cardim – Matriz Ou Filial (1978)

Muita gente por aí ainda acredita que “Matriz ou Filial”, música que fez sucesso na voz de Jamelão, seja de Lupicínio Rodrigues. Mas esse samba-canção é do paulista Lucio Cardim.

Ao baterem o olho nesta imagem, quem conhece o artista há de perguntar: que disco é este?
Seria mesmo de chamar a atenção sabendo que Lucio gravou apenas um disco. Este aqui é na verdade um registro feito pelo próprio compositor. Como ele mesmo diz em seu monólogo de abertura “Ficha Cadastral”: “As músicas contidas nessa fita são todas de minha autoria e eu as estou interpretando. No acompanhamento ao violão também são feitos por mim. Esta fita não se encontra no mercado para venda, porque é particular e dedicada a você em especial. Observe minha dedicatória no verso da mesma.”
Curioso, não? Sem dúvida uma gravação caseira, no melhor estilo româtinco e apaixonado. Quem seria essa pessoa especial? Se tivéssemos uma cópia da capa da fita com a dedicatória ficaria fácil… Foi na carência de um encarte que acabei criando este para assim apresentar os arquivos que recebi de colaboração a um tempo atrás.
Olha aí amigo anônimo, aqui está sua preciosidade publicada, com uma capinha simples mas eficiente – apenas para criar uma identidade visual nesta postagem. Os comentários estão abertos para críticas, sugestões…

PS: Quero fazer uma correção. Esta gravação, foi lançada sim, em cd a um tempo atrás e eu não sabia. Graças a ajuda de nosso amigo Neco, que gentilmente me alertou para o fato, enviando o encarte original. Valeu garoto!

monólogo – ficha cadastral
matriz ou filial
ressaca
conflitos emocionais
obra prima
ela é assim
monólogo – artista sem platéia
teu amor é minha vida
êta dor de cotovelo
resolvido
a chance
monólogo – nem um segundo a perder
dois corações e um grande amor
pergunte a deus
monólogo – o amor é um jogo de empate
quitame la vida
lado da felicidade
porque motivo
conversando com a solidão
a mágoa
chora
deus perdoa
nossa cartinha
prelúdio de um coração tristonho

Silvio Caldas – Ary Barroso Na Voz de Silvio Caldas (1968)

Boa noite meus caros amigos. Hoje é quarta-feira, mas tá com a sêde de sexta. Vamos logo para o que interessa porque se não for agora, só amanhã. Então…
Em razão do grande sucesso (sempre velado, snif!) do Sílvio Caldas Depoimento, volto com mais um disco do “caboclinho querido”. Desta vez temos uma jóia, uma coletânea rara que reúne gravações do período de 1931 a 41, onde Silvio interpreta composições do grande Ary Barroso. Um disco, mais uma vez, imperdível. De nada…

1- faceira
2- bahia
3- tu…
4- perdão
5- é mentira, oi!
6- um samba em piedade
7- morena boca de ouro
8- três lágrimas
9- eu vou pro maranhão
10- flor de inverno
11- segura essa mulher
12- malandro sofredor

Alcides Gerardi – Innamorata (1957)

Hoje o dia foi corrido. Não deu tempo de preparar nada, mas para essas horas sempre tenho uma carta na manga. E pode-se dizer que é uma carta muito cobiçada. Sei que tem gente por aqui que vai dar pulinhos da alegria ao ver o Alcides Gerardi nesta nova postagem. Para meu espanto, o álbum postado aqui em agosto do ano passado fez o maior sucesso e ainda faz. Assim, porque não apresentar mais um disco do homem?
Aqui temos então um 10 polegadas de 1957, com oito faixas, entre tango, valsa, toada, samba e bolero. Um dropes misto para recordar… vai daí que o sonho daqui tá pegando… desculpem.

01 Innamorata – Jack Brooks/Harry Warren vrs. Alberto Ribeiro
02 Tudo foi ilusão- Laert Santos
03 Para que recordar- Fernando Cesar / Carlos Cesar
04 Quero ver-te uma vez mais- Mario Canaro / vrs Jair Amorin
05 Mulher Banal- Miguel Miranda / Francisco Babli
06 Cruel Realidade- Américo Seixas / Alberto Jesus
07 Eh ! Vento- Nilva Teixeira / Nazareno de Brit0
08 A chuva cai- Irany de Oliveira

Sílvio Caldas – Depoimento (1975)

Nós os amadores… seguimos a trilha musical por pura paixão, apenas pelo prazer da sintonia, das afinidades e semelhanças. Nós que não somos nada além de amantes da música, dos artistas e seus discos. Estamos apenas ouvindo música na sala com nossos amigos. Compartilhando cultura, nos reunindo sem conspiração, sem anarquia… Organizados, mas não temos isto como profissão. O que se ganha aqui é apenas amizade. Estamos mais para associação do que para sindicato.
E o que tem isso a ver com a postagem? Absolutamente nada… são apenas divagações sobre ser ou não ser nesse mundo musical ‘blogalizado’. Tem gente que entende do que eu falo. Outros não querem nem saber, vamos direto ao assunto…

Vamos abrindo a semana com um registro histórico, um depoimento com um dos maiores nomes da música brasileira, o grande Sílvio Caldas. Este disco foi gravado ao vivo no TUCA (Teatro da Universidade Católica) em 1974 num espetáculo- depoimento promovido no intúito de recolher material para o Arquivo de Som e Imagem da PUC. Sílvio Caldas em suas histórias e respostas a platéia nos prende a atenção do inicio ao fim do disco. É sem dúvida um grande bate-papo com o artista. Um álbum indispensável para quem estuda sobre a música brasileira.

MPB-4 (1967)

Hoje excepcionalmente, para completar ‘a presença’, estou postando também este álbum de 1967, o segundo lp do grupo. Nele temos composições de Edu Lobo, Sidney Miller, umas tantas de Chico Buarque, Tom e Vinicius, Sérgio Ricardo… ah, e também “Canção a medo” de Sérgio Bittencourt, canção esta interpretada com participação da versão feminina, o Quarteto em Cy. Para completar o clima, vai aqui também um video do YouTube com o MPB-4 cantando “Gabriela”, no III Festival da Música Popular Brasileira.
Aproveito também o momento para informar que o MPB-4 “De palavra em palavra” postado aqui em agosto do ano passado já está novamente ativo.

cordão da saideira
morena dos olhos dágua
meu violão
brincadeira de angola
malandro
canção de não cantar
cheguei
o grande amor
quem te viu e quem te vê
fica
canção do medo
é preciso perdoar

MPB-4 – Samba Bem (1964)

Na semana passada recebi do Lázaro, da comunidade MPB-6070 no Orkut, esta colaboração pra lá de rara e interessante. Trata-se do primeiro disco do MPB-4, um compacto duplo com quatro músicas. Sempre ouvi falar deste disquinho, mas nunca tive a oportunidade de ver ou ouvi-lo. De raro passou a esquecido. Agora, de um hora para outra, recebo este presente o qual irei compartilhar com vocês.
Como já é de praxe, fiz uma consulta rápida na rede para saber se o mesmo já havia sido postado. Não precisei procurar muito para chegar ao CB Vocal Groups, um blog musical muito bacana, especializado em grupos vocais brasileiros e estrangeiros.
Lá estava a verdadeira fonte, com todas as informações sobre o quarteto e seu primeiro disco. Carlos Braga é o autor do blog e amigo da turma do MPB-4. Tomo a liberdade de transcrever seu comentário a respeito do disquinho:
esta postagem é de dar água na boca…é uma gravação raríssima, inédita, que me foi carinhosamente ofertada pelo Magro Waghabi, que fez tudo: escaneou a capa, ripou, zipou, upou e me mandou tudo prontinho*. (Eu não resisto: AMIGO É PRÁ ESSAS COISAS….) Eu só vou correr pro abraço. O MPB4, repiso, é uma instituição, um ícone, um emblema e uma referência fundamental na história da música brasileira. Seu estilo, sua brasilidade, sua sonoridade própria e seu estilo inconfundíveis ainda vão ecoar por muito tempo, se Deus quiser. Valeu Magro, Miltinho, Aquiles e – ainda integrando o grupo nesta gravação, o Ruy Faria – amigo velho de guerra dos saudosos tempos da UFF.

Carlos Braga é também o autor de outro excelente blog, CB Latin Jazz Corner. Pode ir lá conferir (nos dois) que vocês irão gostar. Eu recomendo…

Arranjos vocais: Magro Waghabi
Arranjos instrumentais coletivos
Piano e flauta doce: Magro Waghabi
Contrabaixo: Silveirinha
Bateria: Murilo
Violão: Toninho
Flauta: Balu
*restauração TM

Os Magnatas Do Samba – Volume 2 (1971)

Olá amigos cultos e ocultos! Antes de apresentar o disco do dia, gostaria de avisar que quase todas as postagens já estão com os links novamente ativos. O restante que falta virá em breve. Fiquem atentos!
Apesar de eu não ter recebido nenhum comentário ou informação a respeito dOs Magnatas do Samba (mesmo tendo mais de 40 downloads até o momento), achei que deveria postar o segundo volume em homenagem a um dos poucos visitantes agradecidos que tenho por aqui. Hey JT, this is for you!
doce veneno
você não tem palavra
se alguém disse
cirandinha
outras mulheres
timidez
se essa mulher fosse minha
meu amplexo
bahia, oh bahia
não é economia (alô pandeiro)
nem ela
disse me disse

Conjunto Nosso Samba (1972)

Para embalar a sexta-feira, vamos com este presentão, um disco bastante esperado por muita gente. Fiquem a vontade para comentar, pois aqui temos o Conjunto Nosso Samba. Este grupo ficou famoso ao acompanhar grandes nomes da MPB em show ou em discos, como Clara Nunes, Chico Buarque, Martinho da Vila e outros. O conjunto Nosso Samba era formado exclusivamente de gente do morro e surgiu em um programa de rádio nos anos 60. O grupo nunca se afastou de sua origem e por muitos anos esteve emplacando vários sucessos, sempre de música autêntica. Neste lp temos uma coleção de pot-pourri, com pérolas do samba e da canção. Um disco bacana que em breve estará em outros blogs também, principalmente naqueles que se dizem especialistas em samba. Para não dizerem depois que eu estou trazendo ‘figurinhas repetidas’, fiz questão de checar se este álbum já havia sido ou não postado em algum outro blog. (Vocês sabem como é, né? A bruxa tá solta… não quero confusão.) Achei no Loronix um compacto do grupo lançado em 1973, também muito, que vale a pena conferir…

1- pot-pourri:
nhem, nhem, nhem
ia ia do cais dourado
parei na sua
casa de bamba
2- pot-pourri:
no tabuleiro da baiana
saudades da bahia
lapinha
gabriela cravo e canela
a baiana e o tabuleiro
origem do samba
bahia de todos os deuses
3- pot-pourri:
ai que saudades da amélia
você passa eu acho graça
laranja madura
estou chorando sim
na ginga do samba
4- pot-pourri:
feitiço da vila
aos pés da cruz
palpite infeliz
sabiá de mangueira
prá machucar meu coração
leva meu samba
5- pot-pourri:
cheguei
não chore amor
favela
espere oh nega
6- pot-pourri:
louvação
irene
o cravo brigou com a rosa
cadê tereza
por causa de você menina
balança pema
chove chuva
bebete vãobora
charles anjo 45
take it easy my brother charles
8- a voz do coração
9- luto em mangueira
10- não sou feliz
11- choro e lamento
12- poeira

Angela Maria – Angela (1975)

Acho que o título da postagem de ontem deveria ser “Os Magnatas do Samba – Ninguém comentou”. Olhando por esse angulo fica difícil de acreditar que 92% das visitas nas últimas 20 horas conferiram o ‘toque’. Dizem que está dando ibope no Rapishare.
Contrariando então o meu desejo de postar o Volume 2, achei em por bem apresentar mais um disco da Sapoti. Este álbum setentão me atrai quase que exclusivamente pela faixa “Tango pra Teresa”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Esta música se tornou um clássico no repertório de Angela Maria. O que me motivou postar este disco foi um vídeo que assisti hoje no YouTube, com Angela no estúdio cantando essa canção.

tango pra tereza
pequeno concerto para um grande amor
a qualquer jura
velho palhaço
para quê ficar
ciúmes
a noite e a despedida
de que adianta
depois do amor
marina

Os Magnatas Do Samba – Ninguém Ensaiou (1971)

Temos aqui um disco do qual eu nada sei além das informações impressas no próprio álbum. Procurei pelos quatro cantos algo sobre o grupo, mas não achei nada… Mesmo assim eu vou dar este toque. Apesar nada sabermos sobre o disco/artista, posso garantir que se trata de um trabalho interessante. Basta ver pelo repertório. Caso alguém tenha (e queira dar) alguma informação sobre o disco, seria muito bom. Assim poderia utilizá-la para postar o volume 2. Se vocês gostarem é só comentar. Tá na mão, ou melhor, tá no prato…


vaidosa (herivelton martins – ré menor)
transformação (herivelton martins)
meu consolo é a viola (cafuringa-vicente amaral-ary cordovil
ia pra missa (volta sêca)
menina quem foi seu mestre (erasmo silva)
samba neguinha (tuninho-aroldo silva)
ninguém ensaiou (benedito lacerda-haroldo lobo)
trepa no coqueiro (ary kerner)
boogie-woogie na favela (denis brean)
o amor e a roda (pernambuco-antonio maria)
ave maria (erothides de campos)
canta maria (ari barroso)
é tarde pra voltar (niquinho-othon russo)
bahia em dois tempos (ferreirinha)
desengano (haroldo lobo-milton de oliveira)

Martinho Da Vila – Portuñol Latinoamericano (1980)

Como ontem eu fui de samba e deu ‘ibope’, volto hoje no mesmo espírito… bom… claro, tudo em suas devidas proporções – sem comparações… Este disco do Martinho da Vila eu queria ter postado naquelas duas semanas dedicadas à música latino-americana. Acabei me esquecendo. Mas hoje, procurando um sambista para a postagem, lembrei desse disco que estava no fundo da gaveta (por favor, não me perguntem o que ele estava fazendo lá).
Trata-se de um álbum curioso. Não me recordo de outro sambista que tenha gravado coisa semelhante – samba em portunhol. Aproveitando a onda de popularidade de Martinho da Vila com seus shows em países vizinhos, a RCA resolveu lançar este disco para o mercado latino. Embora o samba tenha bastante aceitação nos países latinos, os produtores acharam por bem mesclar alguns de seus clássicos com temas de outros, como Juan Manuel Serrat e Violeta Parra; criando assim uma mistura de português e espanhol para o agrado do público. O disco era para ficar só no Exterior, mas como os fãs de Martinho no Brasil são muitos, a RCA lançou o disco aqui também. Embora pareça estranho, o disco até que soa bem.
disritmia
pedro ninguém
vas o no vas
renacer de las cenizas
para que dinero
anacaoana
agradeço à vida
tono mayor
canta, canta, canta, gente
a mulher que eu quero
mundo raro

Alceu Valença – Vivo (1976)

Domingo é um dia chato, principalmente depois do meio dia. Dá vontade de sumir. Felizmente sempre existe um paliativo para esses momentos. Hoje, quem me salvou da ‘deprê’ foi este disquinho aqui. Levantou o meu ânimo, me trouxe boas recordações…
Este foi o terceiro lp gravado por Alceu. O primeiro foi em parceria com Geraldo Azevedo, o “Quadrifônico”. O segundo, “Molhado de suor”, ainda não havia pegado o público de jeito. Foi só a partir de “Vivo” que o cara começou a ganhar popularidade. Depois de ter classificado sua canção “Vou danado pra Catente” no Festival Abertura. A música deu nome ao show que deu origem ao disco “Vivo”. Sem dúvida, um dos seus melhores trabalhos, num registro histórico onde participam artistas como Zé Ramalho, ainda pouco conhecido do público. Este é um álbum que eu recomendo… toca aí…

casamento da raposa
descida da ladeira
edipiana n. 1
você pensa
punhal de prata
pontos cardeais
papagaio do futuro
sol e chuva

Paulo Diniz – Brasil, Brasa, Braseiro (1967)

Depois da ressaca de ontem, estou pontualmente de volta… Fiquei meio na dúvida do que iria postar, daí ouvindo no rádio um programa sobre a Jovem Guarda, tocou “O chorão”, a música do Paulo Diniz. Lembrei-me do disco que há anos eu não ouvia. Embora um pouco ‘detonado’, achei que seria uma boa apresentá-lo hoje, aqui no Toque Musical. Este foi o primeiro disco desse pernambucano que saiu de Recife nos meados dos anos 60, indo tentar a sorte no Rio de Janeiro. Se deu bem logo de saída, gravando um compacto com esta canção que fez um razoável sucesso. O lp saiu no mesmo ano, abrindo assim as portas para o artista que veio a se consagrar em discos posteriores. Este álbum foi, há um tempo atrás, relançado em cd. Me parece que ainda é possível encontrá-lo nas lojas. Não desista…
.brasil,brasa,braseiro.
.vou explodir de felicidade
.seria bom
.o trevo
.quem desenha quer comprar
.o chorão
.se o mundo pudesse me ouvir
.só que a minha pele é negra
.o telegrama
.eu quero ter um tigre em mim
.o chorão no dentista
.o risonho

Os Populares (1968)

Para comemorar a sexta-feira, apresento mais um disco dOs Populares. Tenho certeza que vai agradar, pois o ‘ibope’ do grupo por aqui é acima da média. Neste lp de 68, o grupo deixa de ser exclusivamente instrumental. Muito bom. Quem ainda não viu os outros, pode pesquisar pela letra inicial que irá encontrar mais dois álbuns deles…
Como estou sendo chamado para aquela cervejinha gelada lá na mesa,vou ficando por aqui. Dou por encerrada a semana (ufa!).

solução
você vai, você vem…
favela
di kiki colada
laura
jalousie
pinião
maria quê
lá, lá, lá…
el dia que me queiras
trovoada
despertar da montanha

Paulo Bagunça & Tropa Maldita (1973)

Olha aí gente, não vai esquecer da Feira do Vinil, sábado, durante todo o dia, lá em Belo Horizonte. Estão dizendo que vai ‘bombar’. Lá estarão vendedores e compradores não só da cidade, mas também de vários lugares do Brasil e estrangeiros. Tá todo mundo de olho no vinil. Vai lá que vocês encontrarão de tudo, inclusive esse discaço que de uns anos prá cá passou a ser cultuado pela moçada. Vai poder escolher entre o vinil ou no formato cd, lançado a pouco tempo atrás por um selo argentino. Se não fosse outros compromissos eu na certa voava prá lá…

Paulo Bagunça e suA Tropa Maldita surgiram em meados de 1972, em um festival de música de bairro, organizado pela comunidade da Cruzada de São Sebastião, na cidade do Rio de Janeiro. Gravaram este único disco e chegaram a fazer fumaça naquela época. Foram até matéria na Rolling Stones. Infelizmente não vingaram (?), mas entraram para a história da música jovem brasileira. A sonoridade do grupo, para quem não conhece, é um misto semi-acústico interessante, onde sentimos a presença de Santana, Jorge Ben, Richie Havens, Traffic e outras coisas nessa linha, que rolavam nos início dos anos 70.
Apelo
Grinfa Louca
Olhos Risonhos
Microfones Metálicos
Tramba
A Mente
Olhar Animal
Madalena
Mensageiro
Cristina

Odair Cabeça De Poeta & Grupo Capote – A Forronática E O Forramba (1976)

Já faz um bom tempo que me pediram para postar mais alguma coisa do Odair Cabeça de Poeta e seu Grupo Capote. Infelizmente, entre um post e outro, acabei esquecendo do cara. Mas não tem nada não… a gente tarda, mas não falha! Falei Marujo?
Temos então este lp de 1976 que vem com o destaque “mulher corintiana”. Me parece que foi o seu quarto álbum. Mantendo o mesmo nível dos discos anteriores, ele faz uma mistura dos ritmos nordestinos com o rock. Segundo contam, Odair Cabeça foi o inventor do forrock, pelo menos do termo que tenta ressaltar essa fusão musical. Ele tocou com Tom Zé e já foi baterista dos Novos Baianos.
tranca da janela
amigos
mariquinha
vazio
feitiço do saci
mundo só
forramba no castelo doido
arrepio do ébrio
isso é bonito
lamento
mulher corintiana

Apoteose – O Show Dos Shows (1991)

Hoje não vou prolongar… Além do mais, o sono já vem me pegando de jeito.
Sobre este disco não é preciso falar muito, tá na capa! Uma seleção de artistas de primeira linha que passaram pela RGE. É isso aí… a gravadora se mantém com nomes de peso. Nada como uma coletânea, reunindo o que de melhor o selo ofereceu ao longo dos tempos. Neste, lançado somente em vinil e cassete (lembra da fitinha?), temos apresentações ao vivo de shows e festivais, realizados em 1964 e 65. Faixas retiradas de outros álbuns da gravadora.
chove chuva – jorge ben
terra de ninguém – elis regina e marcos valle
maria moita – nara leão
sem deuz com a família – césar roldão vieira
primavera – toquinho
tem dó de mim – quarteto em cy
aleluia – edu lobo e yvette
pedro pedreiro – chico buarque
garota de ipanema – zimbo trio
nós e o mar – maysa
onde está você – alaíde costa
mulher sempre mulher – vinícius de morais

Tom e Dito – Se Mandar M’imbora Eu Fico (1974)

Tenho recebido vários e-mails de pessoas pedindo a re-postagem de diversos álbuns. Até o momento o que tenho feito é buscar novos links para as mais antigas postagens e para quem os pedem via e-mail. Porém, volto a lembrar que esse processo é um pouco demorado, depende de outros fatores além da minha própria vontade. Peço a todos que tenham paciência, checando sempre que possível se o mesmo já está novamente ativo. Estou estudando a possibilidade de re-postagem juntamente o post do dia, vamos ver…

Bom, vamos ao álbum do dia… Para variar um pouco, estou mudando o alvo. Começo a semana com uma dupla baiana já postada aqui. Esses dois foram descobertos por outra dupla baiana famosa, Antonio Carlos e Jocafi. Um dos maiores sucessos de Tom e Dito foi, sem dúvida, “Tamanco malandrinho”. Classificada no Festival Abertura de 1974, a música é um dos carros-chefes deste disco, lançado no mesmo ano. A Som Livre, no relançamento de seus diversos títulos, trouxe também de volta este álbum. Procurando com vontande você ainda encontra o cd para comprar. Se você não conhece, vale a pena conferir aqui antes, na velha tecnologia de agulha.

01. Tamanco Malandrinho
02. Brinco de Ouro
03. Branco na Paixão
04. Promessa e Confissão
05. Eu Não Sou de Ferro
06. Solidão
07. Se Mandar M ‘ Imbora Eu Fico
08. Resolução
09. Eu Cansei
10. Me Deixa Ser Teu Acalanto
11. Jogo Duro
12. Malandragem Dela

Orlando Dias – Tu Hás De Pensar Em Mim (1968)

Hoje, fechando o domingo, trago uma curiosidade rara que poderá agradar. Venho com um dos precurssores do que hoje se chama estilo “brega-romântico”. Orlando Dias foi um cantor curioso. Em suas apresentações costumava recitar versos apaixonados, se ajoelhava com lencinhos brancos nas mãos, dramatizando ainda mais suas interpretações. Seu maior sucesso foi “Tenho Ciúme de Tudo”, música esta, cantada por Caetano Veloso em 1973 numa homenagem ao artista (veja no YouTube). O disco que apresento foi um dos seus álbuns mais vendidos e conta ainda com a participação de Oswaldo Borba, sua orquestra e côro. Atendendo então ao gosto popular, vamos ouvir essa pérola romântica… boleros que fizeram a trilha de muitos bordéis.

nunca mais
espere um pouco mais
se eu pudesse
por uma noite ainda
vem prá cá junto de mim
ainda te espero
serás minha eternamente
que me importa
tu hás de pensar em mim
ainda te amo
nas tuas horas de tristeza
luz da minha vida

Os Carbonos – As 12 Mais Da Parada (1968)

Este não era para ser o álbum do dia. Eu queria terminar a semana com mais um ilustre desconhecido. Um disco como tem sido nas últimas postagens – antigo, raro e esquecido.. Acontece que, diante ao atraso dos nossos colaboradores, achei melhor usarmos o que tinha à mão de imediato. Para não destoar muito, resolvi voltar com mais um disco dOs Carbonos. Como nos outros, este também, com certeza, vai dar muito ibope.
Então, aqui temos Os Carbonos num álbum totalmente instrumental com acompanhamento de orquestra, interpretando um variado repertório internacional.

congratulations
honney
la tramontana
love is blue
la derniere valse
silenceis golden
the ballad of bonnie & clyde
aranjuez, mon amour
san francisco
a pobreza
days of pearly spencer
última canção