Vamos nesta sexta-feira com mais um ilustre, raro e desconhecido álbum. Alguém aqui já ouviu falar nOs Diplomatas no Samba ou por acaso conhece o solista Paulo Roberto? Alguém conhece este disco? Pois eu, até pouco tempo, não conhecia. Aliás, ainda não sei muito sobre ele. Tirando as informações contidas no próprio álbum, nada mais pude encontrar. Pesquisei a fundo pela rede, mas não achei nada. Absolutamente nada… O texto na contra-capa passa a ser então nossa única referência. Nele encontramos apenas uma breve apresentação de quem é o tal Paulo Roberto e seu futuro promissor. “Os Diplomatas no Samba” ficam apenas no título do lp. Nada se fala sobre eles, se eram um grupo de sambistas ou se foi formado apenas para acompanhar o rapaz. Podemos entender também que “diplomatas” se refere talvez ao público refinado que o escuta, como ilustra bem a capa.
Vindo de uma pequena cidade em Goiás, Paulo Roberto – pseudônimo de João Abrão – tocava antes violino, mas cedeu aos encantos do orgão eletrônico. Aprendeu a tocar o instrumento em apenas 15 dias, passando a excursionar com uma orquestra pelo país. Imagino que a idéia era lançar no mercado um outro Ed Lincoln ou Walter Wanderley. O repertório escolhido traz coisas muito boas e a interpretação não fica a desejar.
Vejam vocês, talvez essa seja a primeira vez após 45 anos, que este trabalho é lembrado publicamente. Que volta à tona, ressuscitado entre os esquecidos. Teria ficado no limo, perdido para todo sempre. Quem saberia que este disco/artista um dia existiu? Essa é mais uma razão que me motiva manter o blog.
Arquivo mensais:fevereiro 2008
Sidney Com Orquestra & Coro – Isto É Dança (1961)
Aqui temos para hoje mais um disco interessante que merece uma conferida. Um álbum feito para as ‘horas dançantes’ do final dos anos 50. Misturando os ritmos e sucessos predominantes na época, este lp lançado pela Columbia, nos traz o obscuro Sidney, um pianista que só se tem notícias através desta série “Isto é dança”. Informações sobre ele só mesmo na contra-capa do disco, numa apresentação rápida que nada acrescenta. Por outro lado, temos o Astor Silva, instrumentista, arranjador e maestro que teve sua vez. Com sua orquestra, gravou diversos discos e acompanhou outros tantos artistas. Foi dele os arranjos e acompanhamento nos primeiros passos fonográficos do rei Roberto Carlos.
Carlos Galhardo – Os Grandes Sucessos (1970)
João Martins Ribeiro & José Ribeiro Filho – Noite De Lua / Valsas (1968)
Aproveito, inicialmente, a postagem de hoje para informar que vários links já estão novamente ativos, graças ao trabalho e colaboração dos amigos que não deixam a peteca cair. O mês de julho/2007 já está todo restaurado e agosto já está quase completo. Como havia dito anteriormente, a prioridade são as solicitações via e-mail e as postagens mais antigas. Em pouco tempo teremos todo o blog revitalizado.
Hoje, continuando com o violão, vamos para mais um disco raro. Aqui temos este obscuro álbum de dois violonistas da cidade mineira de Lambari – João Martins Ribeiro e José Ribeiro Filho – lançado em 1968 pelo (nâo menos conhecido) selo Itamarati. Como no disco da postagem anterior, este é outro ilustre desconhecido na web. Passei um bom tempo procurado informações sobre o disco e seus intérpretes, mas não achei nada… Nada além do texto que vem na contra-capa. João Martins Ribeiro e José Ribeiro Filho eram atração nas boates dos hotéis da cidade balneario de Lambari. Pelos nomes, imagino que os dois fossem parentes.
Neste dueto de violões, temos um repertório de valsas. Obras clássicas que todo estudante de violão quer aprender a tocar.
José Vicente – Noite de Lua vol. 3 (1982)
Percebendo o grande interesse existente aqui no TM pela música instrumental, principalmente o violão, resolvi trazer mais alguma coisa que tenho certeza… irá agradar. Temos aqui um álbum de um violonista pouco conhecido, ou, conhecido por poucos. Eu mesmo, nada sei sobre o José Vicente além de poucas e ralas informações encontradas na rede que em nada acrescentam. Sendo este o terceiro volume de “Noite de lua”, imagino que ele tenha gravado pelo menos mais dois discos. Definitivamente você não irá encontrar muita coisa sobre o violonista José Vicente. Seria bom se alguém pudesse nos dar alguma informação, o canal está sempre aberto, comentem! Mas seja como for, o mais importante será sua avaliação. No disco ele interpreta diversos clássicos como podemos ver logo a baixo. Eu não toco violão, mas achei ele um tanto técnico demais…
Vinicius – Testamento (1980)
Vamos à bobagem do dia (o texto, claro!). Trazendo hoje uma coletânea musical de Vinícius. Lançado pela RGE em 1980, este é um álbum póstumo, que reúne alguns de seus melhores momentos na gravadora. Registros históricos do encontro do “poetinha” com Maria Bethânia, Marilia Medalha, Maria Creuza e seu eterno parceiro Toquinho. O disco é muito bom, pena não ser álbum duplo.
Wilma Bentivegna – Canção Do Amor Que Eu Lhe Dou (1963)
Mexendo no baú, achei mais um álbum raro, que por certo irá agradar à ‘turma dos velhos tempos’. Um disco de uma cantora que hoje em dia poucos se lembram, a Wilminha Bentivegna. Ela foi uma das pioneiras da televisão. Além de cantora, Wilma foi apresentadora e atriz nas primeiras novelas de tv. Trabalhou na antiga TV Paulista ao lado de outras figuras não menos conhecidas como Vida Alves e Hebe Camargo, apresentando o programa “O Mundo É das Mulheres”. Na música fez sucesso com “Hino ao amor” (Hymne AL’amour), na versão que vendeu toneladas de discos e que está também neste lp.
Altemar Dutra – Resto de Amor (1972)
Minha cara amiga Dora, após o sexto e-mail que você me enviou implorando uma coletânea do Altemar Dutra, eu me vi na obrigação de antender, o mais rápido possível, o seu pedido. Na verdade, antes mesmo do terceiro eu já estava providenciando tudo. 🙂
Os Carbonos – Samba Instrumental (1973)
Logo depois que eu criei um e-mail para assuntos relacionados aos links foi que percebi uma coisa importante. A constatação de que mais da metade das postagens estavam com links vencidos. Renovar esses links é uma coisa que espero fazer, atendendo também a inúmeros pedidos urgentes. Porém, como é sabido, uploads demoram bem mais que downloads. O que quer dizer que este processo de renovação será lento. Peço a todos que fiquem atentos, pois aos poucos tudo estará novamente ok. Irei priorizar os pedidos formais e posts mais antigos. Estamos combinados?
Bom, agora vamos ao disco da noite… Depois do sucesso da coletânea “Meu amor por você” dOs Carbonos (mais de 100 downloads), resolvi desenterrar outros discos do grupo e por no prato. Começamos com este instrumental de samba. Um longue Jovem Guarda que pode agradar numa festa (para alguns no início, para outros no final). Pessoalmente, achei o lp bem agradável e recomendo. Não vai nem precisar lista as faixas. Tá na capa… 😉
Sergio Mendes & Brasil’ 77 (1971)
Outro grande artista brasileiro que fez (e faz) muito sucesso lá fora é o Sérgio Mendes. O cara soube tirar proveito do que a America tem de bom. Foi prá lá entre aplausos e vaias dos de cá, nos ano 60. Fincou o pé, fez a cama e a fama. Apesar de muito criticado na época, por abandonar a Bossa Nova e se entregar aos encantos da música americanizada, percebemos hoje, ao longo do tempo e de seus discos, que ele foi um dos primeiros artistas a fundir e difundir a música brasileira por lá. Ao contrário do que um dia pareceu ‘entreguismo’, o que ele fez foi elevar o nome do Brasil. Sergio Mendes, assim como outros artistas brasileiros que na época seguiram a mesma estrada, merecem todo o nosso respeito.
Bom, aqui temos este álbum de 1971, apesar da confusão que fazemos com capas diferentes e mesmo pelo fato do grupo se chamar Brasil’77. Eu mesmo pensava que este fosse de 1977, mas não é não. Este disco também tem uma outra capa, provavelmente a que foi reeditada no EUA. O grupo conta ainda com a participação de Oscar Castro Neves e Gracinha Leporace. Muito bom!
Deodato & Airto – En Concierto (1974)
Hoje viro meu toque musical para outra direção, vamos para os ‘states’ ouvir o Brazil. Se é verdade que o Brasil não conhece o Brazil, eis aqui um bom momento para conhecê-lo. Vamos ouvir dois brasileiros respeitadíssimos lá para as bandas do norte – Eumir Deodato e Airto Moreira – figuras que despensam maiores apresentações. Por falar em apresentações, este é um disco gravado ao vivo, onde participa também a Flora Purin. Apesar da capa, uma edição argentina, o disco foi gravado no EUA. Não precisa nem dizer muito… coisa fina!
tropea
Moreira Da Silva – O Sucesso Continua (1968)
Antes que o sono me tome de vez sentado em frente ao monitor, deixa eu postar logo mais um. Para rimar com o Germano Mathias, nada melhor que o Moreira da Silva. Zzzzz…..
E não é que eu dormi mesmo, sentado naquela cadeira. Quando dei por mim já era quase 2 da madrugada. Fui dormir e deixei tudo pra hoje. Hoje a tarde. Mas antes tarde do que nunca.
Vamos por a malandragem pra rodar, porque o sucesso continua neste ótimo disco do ‘Rei do Gatilho’. Ele foi o criador do estilo samba de breque e romantizou a figura do malandro através da suas músicas. Neste disco ele continua mostrando talento e fazendo escola. Verdadeiramente um artista singular. Tem que ouvir…
Germano Mathias – O Catedrático do Samba (1968)
Hoje eu achei que não conseguiria postar, devido a uma manutenção de emergência no Velox. Êta serviçinho ‘nas coxas’… Eles não avisam e nem dão desconto na próxima fatura dessas furadas. O consumidor que se f… Felizmente voltou a tempo e na minha falta de tempo vou entrando com o catedrático Germano Mathias, uma das figuras mais importantes do samba paulista (e brasileiro, claro!). Estou postando este disco, mas me lembrei que as faixas 1 e 7 estão ruins. Não consegui encontrar um arquivo mais de(s)cente. Se alguém tiver algo melhor, por favor, não faça cerimonia… Mesmo assim vale ouvir este sambista que continua na ativa…
2 Estória de um sambista Antônio Bruno – Elzo Augusto)
3 Terreiro de Itacuruçá (Padeirinho da Mangueira)
4 Mundo cão (Sebastião Silveira – Jorge Costa)
5 Depois da tempestade (Elzo Augusto)
6 Vou ficar devagar (Nelson Pechincha – Padeirinho da Mangueira)
7 Não tenho sorte (Tóbis)
8 Palavra saudade (Elzo Augusto)
9 Bacharel de gafieira (Conde)
10 Cozinheiro à força (Ribeiro Valente – Altamiro Carrilho)
11 Minha nêga, minha máquina (Carlos Imperial)
12 Regenerado (Zé Kéti)
Toques para quem se toca – Links e postagens antigas.
Tenho recebido várias notificações de visitantes sobre links que caducaram. Infelizmente isto acontece se dentro de um determinado período eles não forem requeridos por alguém.
Carnaval Do Jeito Que O Povo Gosta (1980)
E aqui vamos nós com mais um disquinho de carnaval. Este também é muito bom, na mesma linha do álbum anterior, quase 20 anos depois. Seguindo a receita o lp reúne, literalmente, uma ‘trupe’ de artistas variados. Olhando assim rapidamente, fui tentando identificar o grupo da capa. Alguns eu até acertei de cara, outros só depois de conferir o verso. Mas veja só o que achei a primeira vista. Da esquerda para a direita: começa com o Chacrinha (óbvio!), Ana Maria Braga (não é a própria?), Ivan Lins (nos bons tempos), Emilinha Borba (usando Rexona), Bofélia (será?), o rei momo Edson Santana, Clóvis Bornay (esse tá na cara que é…), Lady Francisco (ô coroa boa!), o Carequinha! Logo em seguida o de cowboy, pensei que fosse o Beto Carreiro. E finalizando, fala a verdade, o cara que vem voando não é a cara do Jerry Lee Lewis? hehehe… Bom, esta foi apenas uma primeira impressão, não se deixem levar por ela. Aqui temos uma seleção bem bacaninha, que como a outra, também vale para o seu próximo carnaval. Agora, lança o perfume…
É Carnaval! É Carnaval! – Com Vários Artistas (1965)
“Carnaval não passa. É das poucas coisas que permanecem. Carnaval fica o ano inteiro, nem que seja para recordar os dias de folias. E de um ano para o outro, todos querem relembrar o carnaval que passou.”
O texto acima, tirado do verso deste disco, não poderia ser mais apropriado para eu justificar meu atraso quanto ao carnaval que passou. Essa é uma grande verdade… não importa se o carnaval passou… ele passa de novo… Mas sua música está sempre presente, viva. Está sempre passando durante todo o ano. Portanto, não importa se ela só chegou agora por aqui. Talvez, tanto melhor… quem sabe assim você começa ouvindo as músicas e quando chegar o próximo já vai estar afiadinho.
Neste disco temos alguns clássicos dos salões, reunidos na voz e interpretação de diversos artistas do cash da Copacabana. Marchinhas e sambas que entraram para a história do cancioneiro popular, não só durante o carnaval.
Luiz Gonzaga – Meus Sucessos Com Humberto Teixeira (1968)
Outro álbum de 1968, uma safra muito boa. Aqui temos o Gonzagão, numa coletânea que reúne seus grandes sucessos em parceria com Humberto Teixeira. Em gravações originais, este é mais um disco raro, onde temos uma seleção única que nunca veio a ser relançada em cd. Eu não me recordo de um outro disco de Luiz Gonzaga com esses mesmos registro. Disco bão demais!
Ataulfo Alves – E Muito Samba (1968)
Mais uma vez aqui estou eu trazendo Ataulfo Alves para engrandecer nosso blog. Não preciso dizer o quanto gosto deste compositor. Temos no TM uns três ou quatro discos dele. Agora venho com este lançado em1968, um álbum até então com composições inéditas. Onde o artista vem acompanhdo, dessa vez não com suas pastorinhas, mas com orquestra e côro misto. Neste ‘long play’ histórico temos a famosa “Você passa eu acho graça” feita em parceria com Carlos Imperial. Um disco realmente bom. Eu recomendo…
Liberdade, liberdade… – Espetáculo Cénico-musical (1965)
Aproveitando a onda do “deixa que eu edito”, aqui vai mais um disco sem separação de faixas. Na verdade este é um álbum que não carece necessariamente de tal edição. Isto porque o espetáculo também não tem pausas. Assim, só faz sentido separar as faixas para facilitar a localização imediata de algum trecho. Este disco é o registro ao vivo do espetáculo cénico-musical, apresentado no Teatro de Arena de Copacabana em abril de 1965, com texto de Millôr Fernandes e direção de Flávio Rangel. O elenco era formado por Paulo Autran, Tereza Rachel, Nara Leão e Oduvaldo Vianna Filho, numa produção conjunta do Teatro Opinião e do Teatro de Arena de São Paulo. Em plena ditadura militar o musical, se é que podemos dizer assim, foi sucesso imediato, percorrendo várias cidades do país. No ano seguinte, diante a repercussão, os militares resolvem proibir sua apresentação.
“Muitos acharão que Liberdade, Liberdade é excessivamente circunstancial. O ato cultural muito submetido ao ato político. Para nós, essa é a sua principal qualidade. (…) Consciente de si, do seu mundo, [o artista brasileiro] marca a sua liberdade, inclusive, realizando obras que são necessárias só por um instante. E que, para serem boas, necessariamente terão que ser feitas para desaparecer; deixando na história não a obra, mas, a posição. (…) muitas vezes a circunstância é tão clara, tão imperiosa, que sobe à realidade (…). Afirmamos que nesse instante a realidade mais profunda é a própria circunstância – e nesse momento não ser circunstancial é não ser real”.
Trecho do manifesto do Grupo Opinião
Big Boy Apresenta O Baile Da Cueca – Uma Tremenda Zorra (1972)
Hello crazy people! Começamos o sábado com uma curiosidade. Big Boy, figura ímpar do rádio nos anos 70, eixo Rio-Sampa. O cara inovou com seu jeito irreverente, apresentado uma programação musical jovem e internacional. Dono de uma coleção com mais de 20 mil discos importados e raros de rock/pop/bm, ele era um dos poucos antenados com o que rolava lá fora. Sua programação musical lhe rendeu fama, fazendo bailes antológicos na zona norte do Rio, o precursor dos bailes funk, o “Baile da Pesada”. O cara atuava também como programador, colunista em diversos jornais, revistas e tv. Como produtor de discos, criou álbuns como este, onde entre uma música e outra entrava a sua ‘loucução’.
Por se tratar de uma curiosidade, não tomei o trabalho de dividir faixas e tratar o som. Neste, quem quiser que se habilite. Mas deixo listada a programação.
Sá, Rodrix & Guarabira – Terra (1972)
Mais uma maravilha de disco, bem conhecido de todos. Bom, pelo menos as músicas.
Embora seja um álbum já bastante divulgado nos outros blogs de música, não me recordo de tê-lo visto com a capa original. Vocês sabem como eu gosto das coisas bem arrumadinhas, né? Assim, tomo a minha vez e faço desse meu segundo post do dia. Não vou nem chover no molhado, com informações sobre o trio. Como sempre, deixo em aberto para discutirmos no comentários. Se alguém se interessar, o assunto rende…
Quinteto Violado (1972)
Sergio Sampaio – Tem Que Acontecer (1976)
O segundo disco da noite, outra pérola que poucos conhecem ou consideram. Um álbum maravilhoso. Na minha modesta opinião é o melhor disco do Sergio Sampaio. O álbum foi relançado em cd a alguns anos atrás, mas apresentado como coletânea ou algo assim. Nem tiveram a consideração de nos brindar com a capa original. Passou assim meio batido, só mesmo quem está ligado nas coisas é que se tocou. Como sempre, só depois que o artista morre é que lhe dão o devido valor. Sergio foi re-descoberto a custa de seus admiradores, artistas da nova geração, gente que bebeu da sua fonte. Pena o Roberto Carlos nunca ter gravado uma música do cara. O Rei pecou em não participar do “Balaio do Sampaio”. Mas se ele um dia gravar “Meu pobre blues”, estará perdoado. Como na postagem anterior, este aqui, mais que nunca, tem que acontecer…
Walter Franco – Vela Aberta (1980)
Eduardo Dusek – Cantando No Banheiro (1982)
Em nome da preguiça, resolvi por hoje pegar leve. Aproveitando aqueles lnks de gaveta, vou apenas pingar no molhado.
Após o sucesso com seu disco de estréia “Olhar Brasileiro”, já apresentado aqui no TM, Dusek seguiu pela estrada com toda a sua irreverência e talento. A cada novo disco, novos sucessos. Preferencialmente, gosto apenas dos 4 primeiros trabalhos. Depois acho que ele entrou no esquemão, passei a não seguir mais sua carreira. Neste lp, o segundo, ele conta com a participação do grupo João Penca & Seus Miquinhos Amestrados. O mesmo que no ano anterior dividiu com ele o palco no Festival da Shell, aprontando uma boa, quando no lugar de “Valdirene, a paranormal” tocaram “Barrados no baile”. Foi desclassificado no ato, mas sua música virou sucesso e está neste lp.
Martinho Da Vila – Batuque na Cozinha (1972)
Em 2003 saiu um pacote com dez álbuns remasterizados do cantor e compositor da Vila Isabel, condensando o talento deste genial artista, não apenas com samba, mas também com ciranda, coco, capoeira, bossa nova, calango e toadas. Passados 5 anos já não encontramos com tanta facilidade esses seus primeiros discos em cd. É como se novamente tudo voltasse ao esquecimento. Todavia temos os blogs, como o Toque Musical, para manter a chama acesa. Como um indicador a mais de que um determinado trabalho ou artista existiu. De que adianta falar da música, fonogramas e registros sonoros se não podemos escutá-los? Pior ainda quando a coisa fica incompleta, apenas de amostra grátis, como se cultura fosse antes um mero produto comercial. Sem dúvida, nada como termos discos originais, obedecendo aos padrões legais. Porém o direito de acesso à cultura, no caso a música, não pode se delimitar dentro de padrões puramente legais e comerciais. O conceito fonográfico industrial e comercial também tem seu lado histórico e contextualizado na cultura musical a partir do século XX. A cultura dominou. Tá dominado…
Vamos então com este lp do Martinho da Vila, o quarto de sua carreira e um dos seus melhores trabalhos.
Cyro Aguiar – Homenagem Ao Músico Brasileiro (1979)
Enquanto esperamos por um novo link para o Cyro Aguiar de 1975, postado aqui em setembro do ano passado, achei que seria compensador apresentar um outro disco do artista. “Aos músicos brasileiros” é um dos seus melhores trabalhos, recomendado pelo Sergio Cabral. Conta com participações inusitadas como o Mutante Sérgio Dias Baptista.
O Cyro Aguiar é um caso curioso na música brasileira. Abandonado na Jovem Guarda e nos anos 60, ele chutou o balde do rock e adotou o samba como bandeira. Sábia decisão para um artista que por pouco não ficou na casa da breguiçe pós-jovem guarda.
Manduka – Caravana (1978)
Se tem um disco que falta na minha coleção é este do Manduka. Gravado na França em 1978, o álbum nunca chegou a ser lançado no Brasil. Já havia procurado por ele em diversos canais da rede, mas nunca achei nada. Aliás, discos do cara é a coisa mais difícil de achar, seja em lojas ou pela Internet. Por pura sorte, um dia desses, procurando informações sobre um outro assunto, fui cair em uma página de fórum de discussão. Lá alguém comentava sobre o Manduka e este disco. Vocês não podem avaliar a minha satisfação ao deparar com um link para o disco. Juro que pensei em vocês, meus caros amigos-visitantes-ocultos. Se fez a minha felicidade, com certeza fará a de vocês também. Agora temos no Toque Musical três discos desse saudoso artista. Vamos ouvir?
Raças
Estas São Demais! – A Grande Parada De Sucessos (1966)
Capinan – O Viramundo – 21 Anos De Tropicalismo (1988)
Como sempre, pra variar, estou chegando atrasado… Voltei de férias, mas ainda não ajeitei a casa. Tentarei mesmo assim manter as duas habituais postagens diárias. Só não tem hora certa para entrar, mas pode conferir todos os dias que sempre haverá novidades (ou raridades?).
Para esta ‘segundona’ reservei dois discos de coletânea. Começo com este letrista, poeta, escritor, publicitário, jornalista, médico e mais uma penca de coisas… O genial baiano Capinan.
Comemorado os 21 anos de maturidade do movimento tropicalista e também em sua homenagem, foi lançado o LP “O viramundo – 21 anos de Tropicalismo”. No disco temos algumas de suas composições mais conhecidas: “Soy loco por ti America ” (c/ Gilberto Gil), “Papel machê” (c/ João Bosco), “Te esperei” (c/ Gereba), “Gemedeira” (c/ Robertinho de Recife), “Gotham City” (c/ Jards Macalé), “Ponteio” (c/ Edu Lobo), “Um dueto” (c/ Francis Hime), “Coração imprudente” (c/ Paulinho da Viola), “Xote dos poetas” (c/ Zé Ramalho) e ainda “Te esperei”, poema que havia gravado em disco anterior do parceiro Gereba. Embora em sua maioria, sejam essas faixas bem comuns em outros discos, este é um álbum que vale a pena ouvir, saber que Capinan sempre esteve entre nós.