Eu não gosto muito de atender pedidos, embora algumas vezes já o tenha feito. Não gosto porque foge da minha proposta inicial. Mas na medida do possível e conforme a solicitação faço as vezes um esforcinho para ajudar aos amigos. Coincidentemente, meu amigo/minha amiga, o disco que você tanto procurava eu tenho aqui. Por essa razão e também pelo fato de ser um disco raro estou postando-o aqui, num toque que do individual passou a ser coletivo. Extensivo à todos. Eis então as marchinhas de carnaval, sempre lembradas. São 24 canções em “pout-pourris” nas vozes de Jorge Goulart, Emilinha Borba e Gilberto Milfont.
Arquivo mensais:setembro 2007
Juarez Sant’ana – Muito Legal (1965)
Uma coisa que eu acho interessante é como alguns arquivos de música passeiam pela rede como dinheiro pelas mãos. Eles nascem em algum lugar, passeiam por aqui, por ali… Recebem de alguns a consideração, por outros passam sem razão. Digo isso em viturde de alguns títulos musicais, como este do Juarez Sant’ana, que eu vi nascer precavidamente em 128 kbps. Ele rodou e rodou por aí… Por curiosidade, resolvi baixá-lo em todos os sites e blogs que eu encontrei na rede. Para a minha surpresa e constatação, descobri que era o mesmo velho e bom arquivo em 128 que um dia eu pus no mundo. Eram outros tempos, outras raridades… Agora e mais uma vez, me vejo no direito de trazê-lo de volta, ou melhor, de reconhecê-lo como um membro da família Toque Musical. Esse disco é maravilhoso e merece também aqui seu lugar de destaque. Não preciso entrar em detalhes sobre o álbum, pois este já é do conhecimento de todos: Samba & Bossa no sax do Juarez.
2-Meu Bem
3-Multa P Setenta
4-Falling in Love with Love
5-Na Baixa Do Sapateiro
6-A Amor E A Cancao
7-Vai Ficar P’ra Titia
8-Domingo Azul
9-Formosa
11-Nem Vem De Garfo
12-Encontro Feliz Eu / Sei Que Vou Te Amar
Nelson Ayres – Mantiqueira (1981)
Taí mais um ótimo disco de música instrumental brasileira. Nelson Ayres reuniu-se com mais onze instrumentistas geniais para criar um trabalho que pela capa já indica se tratar de uma obra arte. E realmente o disco é impecável. São sete faixas inspiradas nas reminiscências de Nelson Ayres, as lembranças de sua infância na região da serra da Mantiqueira.
A música instrumental, no Brasil, sempre teve uma certa dificuldade para chegar a um público mais amplo (não é exatamente o caso deste álbum). Sua difusão, talvez, não aconteça por culpa dos próprios músicos que insistem em repetir velhos e importados formatos, se mantendo distantes da realidade brasileira. Quando existem afinidades, a aceitação acontece de forma natural. O povo canta, solfeja, batuca, assovia e faz a festa.
Antonio Carlos Jobim – The Composer Plays (1963)
Para finalizar a noite vamos com ‘o mestre’. Este é um disco bem manjado (ou um manjar?) do Tom, feito para o mercado americano, já foi resucitado e postado por diversos blogs musicais. Em nome do bom gosto e para aqueles que não tiveram a oportunidade de degustá-lo, eis aí um novo momento. Coisa fina. Toque de mestre.
Jane Duboc – Languidez (1980)
Eu já havia trazido aqui no Toque Musical um outro disco com a Jane Duboc. Agora volto com mais um da primeira fase da cantora. Um disco muito bom, que merece o toque. Eu, pessoalmente, prefiro os trabalhos iniciais da Jane. Acho que tem a ver com o repertório e também com a vitalidade jovial. O artista iniciante é mais rebelde e suas ambições ainda só se limitam ao reconhecimento por parte do público. Depois que vem a fama, vem o dinheiro e muita chatice embutida. Não é exatamente o caso da nossa cantora aqui. Esta por sinal, mantém o nível.
Sebastião Tapajós – E Sua Guitarra Cósmica (1969)
2) Rio Das Ostras
3) A Estrela E O Astronauta
4) Call Me
5) Luar Em Veropeso
6) Eu Quase Sozinho
7) Cantiga De Errante
8) A 200 P.H.
9) Zazueira
10) Wave
11) Sinhazinha
12) La Mentira
Shirley E O Tuca Trio – Gosto Do Que É Bom – Gravado Ao Vivo No Sarau (1968)
Eu também gosto do que é bom. Mas também gosto do que é raro, diferente e até feio. Encontrei esse disco fragmentado nas profundezas do mar da net, incompleto e quase sem capa. Ao ouvir uma das faixas, não tive dúvidas, resolvi assumir o trabalho de recuperação e restauração do disquinho. Procurei informações por todos os cantos, mas não achei nada! Nem mesmo no Loronix, onde as vezes me surpreendo com títulos raros e obscuros. Não houve jeito… tive que me apoiar apenas no conteúdo sonoro e nas informações da capa (que por sinal estava um lixo). Este disco está a venda no Batmacumba, um site especializado em raridades, por apenas 500 dolares! (que precinho, heim?) Olha, o disco é realmente muito bom. A cantora Shirley tem uma levada boa, acompanhada de um trio também afinado, num show de samba, bossa e jazz. O trabalho de recuperação foi duro, mas valeu a pena. Podem agradecer que eu mereço. O toque tá dado. Quem tiver e puder complementar as informações sobre o disco, por favor, não se faça de rogado. Aguardo comentários…
Paulo Cezar Botas & Marinho Gallera – Paixão Segundo Cristino (1984)
Eis aqui um trabalho muito interessante e pouco conhecido. Este álbum foi gravado por Paulo Cezar Botas e Marinho Gallera, dois frades dominicanos do Paraná. O lp foi uma realização da Fundação Cultural de Curitiba. A “Paixão Segundo Cristino” – transcrevendo parte do texto da contra-capa – foi escrita por Geraldo Vandré, em 1968, para a celebração da Semana Santa na Igreja de São Domingos das Perdizes, em SP. Consta que existe uma gravação de época da peça na voz do próprio Vandré, eu desconheço, mas gostaria desse toque. Quem tiver notícias, por favor, me avise.
Vera Brasil – Tema Do Boneco De Palha (1964)
Mais um raro toque. Desta vez com a compositora Vera Brasil. Digo compositora porque ela é mais conhecida por suas músicas que já foram gravadas por diversos artistas. Como interprete, ela aparece a partir de seu único disco, mas de forma esporádica. Seu mérito maior é, sem dúvida, este lp que temos agora o prazer de ouvir. Vamos lá?
Hermeto Pascoal & Grupo (1982)
Mais um disco do selo Som da Gente. Dessa vez vamos com Hermeto Pascoal & Grupo, lançado em 1982.
Satiricom (1973)
Cyro Aguiar (1975)
Cantor, compositor e instrumentista, Cyro Aguiar anda mais sumido que nota de 50 (no meu bolso). Esse disquinho dele eu me lembro sendo anunciado na tv. Antigamente a Som Livre divulgava seus artistas e lançamentos através de propaganda na tv (Globo). A última notícia que tive desse artista é que ele se tornou radialista, apresentador da Rádio Tropical FM de SP. Continua na ativa, lançando discos, mas num circuito bem limitado. Aqui p’ros meus lados o pessoal já até esqueceu do cara. Por essas e por outras é que estou trazendo este álbum dele que, por sinal, é muito bom. Este toque vale a pena…
Cido Bianchi (1985)
Cido Bianchi é uma figurinha bastante conhecida no mundo do jazz e bossa nova. Foi integrante do famoso Jongo Trio, na primeira formação. Este álbum foi lançado nos anos 80 através do selo Som da Gente que era voltado exclusivamente para a música instrumental brasileira. Se alguém aqui espera ver o Cido dos tempos do Jongo, vai se surpreender. O disco é bom, mas tem algo de chato, comum a todos os discos da nova música instrumental brasileira. Mesmo assim vamos tocando… (agradeço ao blog Abracadabra pela lista pronta da músicas, facilitou a minha vida)
Cido Bianchi – Keyboards (Juno,DX7,Korg,Piano Yamaha)
Special guests:Marcio Montarroyos (on track 7) e Jane Duboc
Banda Elétrica (1973)
Disquinho curioso este aqui. Curioso e obscuro. Fiz uma breve pesquisa para ver se achava alguma informação sobre o álbum, mas nada! Não há nenhuma informação além do fato de se tratar de um disco experimental gravado pela Continental em 1973. Um disco de música eletrônica com sons produzidos ou tratados por um “Synthi-A (EMS) equipado com um teclado DK-I, um tipo de sintetizador moog, coisa muito em voga naquele tempo. O resultado faz lembrar aquelas musiquinhas eletrônicas em midi. Olha só o eclético repertório do disco. Este toque vale como curiosidade, ok?
Dom Um Romão – Spirits Of The Times (1973)
Dom Um Romão se tornou um profissional nos final de 40, tocando bateria em orquestras de dança e acabou sendo contratado pela orquestra da Rádio Tupi. Ele formou no Beco Garrafas em 1955, o Copa Trio (que tinha o pianista Toninho e o baixista Manuel Gusmão). No mesmo período, ele foi contratado pela boate Vogue.
Em 1958, ele participou do marco inicial da bossa, o álbum de Elizeth Cardoso, “Canção do Amor Demais”. Em 1961, Romão tocou com Sérgio Mendes no Sexteto Bossa Rio, no Festival Sul-americano de Jazz (no Uruguai). Em 1962, com o Bossa Rio, participou do Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em New York. Com Cannonball Aderley, ele gravou o álbum “Cannonball’s Bossa Nova” (Riverside).
Com o Copa Trio participou de “O Fino da Bossa” no Teatro Paramount (1964), sendo a primeira vez que bossa nova foi lançada na cidade de São Paulo. O seu primeiro álbum, “Dom Um”, foi gravado no mesmo ano. Com pianista Dom Salvador e o baixista Miguel Gusmão surgiu a nova formação do Copa Trio, que acompanhou vários cantores na boate Bottle’s, no Beco Garrafas, inclusive o Quarteto em Cy. O trio ao se unir a Jorge Ben, acabaram formando o Copa 4.
Em 1965, ele participou do primeiro álbum de Flora Purim (então sua esposa), “Flora é MPB”(RCA). No mesmo ano, ele foi convidado por Norman Granz para se mudar para os EUA, onde gravou com Stan Getz e Astrud Gilberto, seguindo depois para a Europa. Sendo muito requisitado, Dom Um gravou muitos álbuns, inclusive com Tom Jobim. Romão se juntou ao Brasil 66 de Sérgio Mendes para gravar “Fool on the Hill”(A&M) e para excursionar ao Brasil (1966).
Ele participou da gravação do álbum “Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim” no ano seguinte. Deixando o grupo de Sérgio Mendes, ele gravou entre outros, com Tony Bennett (The Movie Song Álbum). Já em 1971, Romão substituiu o Airto Moreira no Weather Report.
Em 1973, ele gravou seu primeiro álbum de solo no EUA, “I Sing the Body Electric”, e na seqüência, “Spirit of the Times”. No mesmo ano, ele viajou com Blood, Sweat and Tears. “Hotmosphere” seu terceiro álbum,foi gravado em 1976. Dono do estúdio Black Beans em Nova Jersey, Dom Um acabou se mudando para a Suíça no início dos anos oitenta.
Na Suiça ele formou o Dom Um Romão Quintet, que participou no exterior de vários shows, inclusive abrindo as apresentações de muitos artistas importantes, como Tony Bennett e Blood, Sweat and Tears. Em 1993 gravou “Saudades” e em 1998, o cd “Rhythm Traveller” foi gravado no Brasil.
02 – Wait On The Corner
03 – Lamento Negro
04 – Highway
05 – The Angels
06 – The Salvation Army
07 – Kitchen
Edson Alves – Preamar (1988)
Edson Alves é um músico talentoso. Baixista da Banda Mantiqueira e guitarrista da Orquestra Jazz Sinfônica. Ele é compositor, arranjador e instrumentista. Toca violão, viola, guitarra, contrabaixo, flautas, entre outros. Neste disco instrumental de 1988 a gente pode comprovar isso, através das 10 belíssimas faixas. As composições são todas de sua autoria, exceto “Chão De Estrelas” (Orestes Barbosa – Sílvio Caldas) que aqui ganha uma nova roupagem num duo de violão e flauta. Um disco verdadeiramente bonito. Confira mais este toque.
João Donato – Leilíadas (1986)
João Donato tem sido o artista mais ripado nos blogs de música que a gente vê por aí. E não é pra menos, o cara é mesmo muito bom de serviço e seus discos são coisas finas e raras. Este álbum é de uma fase mais recente, porém é mais difícil de achar. Gravado ao vivo na boate People, no Rio de Janeiro em 1986. Donato e seu grupo desfilam talento e mostra muita ginga em noites de puro jazz.
Sebastião Tapajós – Guitarra Criolla (1982)
Ontem eu estava assistido tv e dei por acaso com um canal onde passava um documentário sobre música brasileira. Não deu para entender muita coisa, pois era em alemão. Eles falavam sobre o Sebastião Tapajós e este seu disco lançado em1982. Eu não sabia, mas este trabalho foi considerado pela crítica como o melhor disco do ano. Por coincidência, o álbum estava à mão, assim posso compartilhar com vocês esta jóia. Eu tenho certeza que vocês irão gostar deste toque.
Jayme Marques – En Directo (1979)
Aqui vai mais um disco desse brasileiro, que a mais de 40 anos vem apresentando nossa música na Europa. Como já havia dito em uma postagem anterior, Jayme mora na Espanha, sendo por lá mais conhecido que no seu país de origem. Neste disco, gravado ao vivo em 79, ele desfila uma série de clássicos da mpb. Um álbum bem gravado e gostoso de ouvir. Não vai perder esse toque, vai?
Carlos Dafé – Pra Que Vou Recordar (1977)
Carlos Dafé já foi apresentado aqui em agosto. Agora eu volto trazendo outro disco dele. Na verdade, este era para ter sido o primeiro. Minha intensão era postar o álbum que tem duas músicas finas, “Pra Que Vou Recordar o Que Chorei” e “Tudo Era Lindo”. Apesar da confusão, acho que foi melhor assim. No final todo mundo saí ganhado. Por falar em ganhar, vai de bônus mais uma faixa, “Folhas Mortas”, numa interpretação marcante de Dafé.
A ordem das músicas não correspondem a indicada na contra-capa, mas tá tudo aí… ok?
Os Incriveis – Nesse Mundo Louco (1967)
Vou postando mais um disco dos Incríveis para embalar a festa. Embora seja uma figurinha repetida, fácil de achar em outros blogs, faço questão de também tê-los aqui. Esse toque eu também quero dar. Adoro essa fase da banda…
Os Incriveis – Para Os Jovens Que Amam Os Beatles E Os Rolling Stones (1967)
Depois do Manito, achei que seria uma boa trazer alguma coisa dos Incríveis. Este foi, sem dúvida, um dos mais importantes grupos de rock brasileiro. Me lembro, ainda menino, de ouvir direto este disco na casa de meus primos. Essa capa, com motivos pscoldélicos, nunca saiu da minha cabeça, assim como as músicas deste disco. Quem nunca cantou, pelo menos o refrão, de “Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones” ou nunca ouviu o instrumental “O Milionário”? Apesar de versões, como era comum naquela época, Os Incríveis foi bem mais que um simples grupinho da Jovem Guarda. Eles tem uma história própria. São merecidamente os incríveis do rock nacional. Tem que ouvir direito. Tem que ouvir este toque…
Manito – O Incrível Manito (1970)
Taí um disco super-procurado que até hoje eu só vi postado no extinto Acesso Raro. Curiosamente, por algum motivo, nenhum blogueiro lembrou de re-publicá-lo. E olha que eu já vi muita gente na rede procurado pelo disco. Assim, já que ninguém se habilitou, o toque vai ser dado por mim. Será que eu fui o único a ver e baixar o Manito pelo Acesso Raro? Bom, deixa prá lá… O importante é que o álbum está aqui para a alegria de todos. Manito, para os que não sabem, foi um dos principais integrantes dos The Clevers, Os Incríveis, Mutantes e Som Nosso de Cada Dia. Se não bastasse, ele é ainda um dos músicos de estúdio e acompanhamento mais requisitado. Seu ‘toque’ está presente em discos de diversos artistas. O cara é mesmo fera. Sobre o álbum, o que posso dizer é que apesar da raridade e tudo mais, não chega a ser uma coisa incrível. Mas é um basicão do nosso rock tupiniquim. Confira!
Vox Populi (1969)
Mais um disquinho raro e inédito nos blogs (espero). Vi hoje mesmo este álbum numa loja por 70 reais. Achei caro, apesar de ser um vinil raro. A capa e o disco também não estavam lá essas coisas. Enfim, uma hora aparece um comprador. Se alguém estiver interessado, este álbum foi relançado em cd em 2002. Mas para o mercado europeu, viu? Melhor, por enquanto, ouvir aqui. O Vox Populi foi um grupo vocal /instrumental que durou pouco e só gravou este disco. Se destacam na formação Helvius Vilela, Fernando Leporace e Guto Graça Melo. Confiram esse toque!
Salinas – Paz, Amor e… Samba (1972)
Este álbum foi ‘um achado’. Ou melhor, um enviado, raro e desconhecido. Uma colaboração do meu amigo Paulo, dono de um pequeno, mas precioso sebo de discos. Fiquei surpreso com este trabalho e o grupo que eu até então não conhecia. Fiz uma pesquisa rápida na rede para ver se encontrava alguma informação. Até onde fui, não havia nada de esclarecedor além do fato de que Salinas é o sobrenome do arranjador Daniel Salinas (seria o mesmo Daniel Salinas arranjador dos discos do Made In Brazil?). Na capa, segundo o meu amigo, também não há muito o que contar. Gravado pela Copacabana em 1972, o álbum é magnífico. Lembra muito o Walter Wanderley, o Trio Mocotó e umas pitadas de Lalo Schifrin. Uma fusão rítmica de batucada e orgão bem ao estilo dos anos 60. Quem tiver alguma informação complementar, por favor, não se faça de rogado, comentem! Vale a pena apostar neste toque.
Jorge Ben – A Banda Do Zé Pretinho (1978)
Alô, alô… como vai? Vai de Jorge Ben? Então vamos agora com A Banda do Zé Pretinho. Um disco que considero razoável entre tantas pérolas do Ben(jor). Este eu resolvi postar porque estava mais a mão e também porque o que vemos desse artista nos blogs de música são apenas as ‘pérolas’. Assim, deixa eu entrar com esta que, embora cultivada, também tem seu valor. O toque tá dado!
Jayme Marques – So Much Feeling (1977)
Quem tem acompanhado as postagens do Toque Musical deve às vezes achar que anda faltando lenha na fogueira. Afinal, tenho postado figurinhas repetidas, o que para a satisfação dos assíduos não chega a ser suficiente. Infelizmente, nem sempre tenho tido tempo para pesquisar na rede e saber se um determinado disco já foi ou não postado em outros blogs. Meu critério de postagem obedece a ordem do que gosto, do que me pedem, do que tenho pronto e em mãos, do que é bom e do que é raro. Faço a coisa assim… não exatamente nessa ordem, mas procuro fazê-lo conforme o que está mais a mão. Títulos inéditos é o que não falta. O que falta mesmo é tempo. Vamos então para um disco inédito (pelo menos nas melhores casas do ramo). Jayme Marques, artista brasileiro radicado na Espanha. Foi um dos primeiros músicos brasileiros a divulgar a Bossa Nova na Europa. Seus discos só saem lá fora. Pouco se sabe dele por essas bandas de cá. Eu mesmo, também não sei muita coisa, mas vou procurar me informar para uma próxima oportunidade. Se alguém se habilitar a tecer um comentário eu ficaria muito grato. Quanto ao disco, seu conteúdo, não há o que reclamar. Releitura de alguns clássicos da mpb temperado com um instrumental fino (para europeu e japonês ver). Disco bacana… Hey Justin, help me!
Obs: a sexta faixa precisar ser convertida, esqueci…
Moraes Moreira – República da Música (1988)
Este disco do Moraes Moreira vale pela capa. Uma sátira ou referência sobre um fato curioso ocorrido alguns meses antes do lançamento do disco. No final de 1987, uma embarcação de nome “Solana Star” com um carregamento de 15.000 latas de maconha (pesando 1,25 Kg cada) procedente da Indonésia, foi interceptada pela guarda costeira no litoral brasileiro. Para evitar o flagra a turma à bordo resolveu dispençar a carga jogado ao mar. Deu merda para os caras do mesmo jeito. Por outro lado, acabou fazendo a alegria da malucada naquele verão e por mais uns bons meses. Aquilo era um ‘maná’, um fumo nota 10! As latas se espalharam, sendo levadas às praias pelas marés, do sul da Bahia até Santa Catarina. A polícia federal correu atrás mas já era tarde. A malucada correu primeiro. Muita estória sobre isso foi contada e já virou lenda praieira. Mas de uma coisa eu posso ter certeza, essa capa do Moraes Moreira não foi atoa. Embora em todo o disco nenhuma faixa faça referência à droga, fica claro que a “República da Música” é mesmo ‘da lata’.
Agostinho Dos Santos – Uma Voz E Seus Sucessos (1957)
Ainda no clima do ‘pede que eu atendo’ vamos com mais um disco do Agostinho dos Santos. Este eu já vi postado por aí, mas mesmo assim vou incluí-lo no Toque. É mais um álbum bacana desse grande cantor. Aqui estão reunidos alguns de seus sucessos gravados em bolacha de 10 polegadas. Este seria o primeiro lp de Agostinho. Uma excelente coletânea. Um álbum básico! Vai, toca aí…
Os Originais do Samba – O Samba É A Corda Os Originais A Caçamba (1972)
A uns dois anos atrás, um amigo quiz comprar este disco na minha mão. Ele era fascinado por esse grupo e insistiu muito para que eu o vendesse. Embora fosse um vinil bem conservado e raro, não era exatamente o tipo de samba que me agrada. Daí, acabei vendendo para ele. Porém, em virtude de uma viagem, esse meu amigo acabou não concretizando o negócio comigo. Passaram-se dois anos e agora ele volta querendo o disco. Que azar, acho que acabei vendendo para outro. Não o encontrei de forma nenhuma. Apesar da frustração, prometi ao meu amigo que lhe daria, pelo menos, o álbum em mp3. Gastei um dia inteiro baixando-o pelo e-mule, para depois descobrir que (por minha desatenção), deixei de fazê-lo em 30 minutos no Loronix ou no J Thyme… kind. O que a gente não faz pelos amigos. Depois de tudo que passei, agora faço questão de postá-lo aqui também.
Para os que não conhecem, este grupo surgiu nos anos 60. Levavam um sambinha na linha pagode (como conhecemos hoje), uma espécie de samba-pop (será que isso existe?). Um dos integrantes do grupo era o Mussum, aquele que também fazia parte dos Trapalhões, junto com Renato Aragão. Neste disco, a música que se destaca é “Do Lado Direito da Rua Direita”, sambinha muito popular ainda hoje.