Coquetel De Sucessos – Solos Instrumentais (1961)

Bom dia, prezados amigos cultos e ocultos! Estou vendo que a única forma de continuar mantendo diária as nossas postagens vai ser eliminando esses textos, essas resenhas, que por vezes tomam mais tempo e que de uma certa forma, poucos se dão ao trabalho de ler. Por outra, nem sempre estamos dispostos a escrever coisas que podem ser buscadas por vocês no Google. Mas, sempre que acharmos pertinente, a gente escreve, deixa uma dica, dá o toque… ok? 
Hoje temos um disquinho bem legal, lp lançado pela RCA, em 1961, “Coquetel de Sucessos – Solos Instrumentais”. Neste, temos reunidos quatro grandes instrumentistas, verdadeiras feras dos sopros, ou metais: Paulo Moura, Nelsinho, Maurílio e Aurino. No lp temos doze temas de sucessos, nacionais e internacionais onde desfilam cada qual com três faixas, em solos realmente envolventes. Confiram no GTM…
 
eu e tu – paulo moura
bat masterson – aurino
abandono – maurílio
santeleco – nelsinho
greenfields – paulo moura
aliança – aurino
chuva de arroz – maurílio
se eu morrer amanhã – nelsinho
little devil – aurino
rose – paulo moura
recado de amor – nelsinho
tristeza em mim – maurilio
 
 
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Paulo Moura – Gafieira Etc E Tal (1986)

Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Tenho aqui, hoje, um disco de primeiríssima. Um daqueles lps que se fosse ‘da gringa’ estaria agora entre os mais cobiçados por colecionadores e especuladores. “Gafieira Etc & Tal” é um trabalho surpreendente do mestre Paulo Moura que pouco a gente escuta falar e ouvir, naturalmente… Neste álbum, lançado pelo selo Kuarup temos o artista acompanhado por sua banda de baile e como diz no texto de seu site, “destilando a malícia do repertorio sedutor que apresentava nas Domingueiras Voadoras, da Lapa, nas Gafieiras do Sesc Pompéia (SP) e do sucessu imenso com a Gafieira do Parque Lage (RJ), encontros dançantes que comandava na zona sula carioca e que marcaram toda uma geração. A gafieira tornava-se como Paulo Moura, um gênero musical brasileiro”. Cola lá no GTM…

diálogo (para a paz mundial)
ao velho pedro
rio negro
alma brasileira
nada além
fibra
magia do samba
jogada
mra



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Senhor Ouve Teu Povo (1973)

Fundada no dia 5 de março de 1901, como oficina tipográfica, e com sede na cidade de Petrópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, a Editora Vozes é a mais antiga casa editorial brasileira em funcionamento. Pertencente aos frades franciscanos, a Vozes privilegia especialmente três grandes áreas: cultura, religião e catequese. Está entre as cinco maiores editoras do Brasil, produz 15 novos títulos a cada mês, além de reimprimir outros 30 ou 40, e tem seu lucro reinvestido na própria empresa e destinado a obras sociais. Durante o período de repressão, nos anos 1970, a editora destacou-sepela corajosa publicação de obras em defesa da liberdade, tais como “Tortura nunca mais” e “A voz dos vencidos”. A Vozes tem sido ainda, desde seus primeiros tempos, o maior veículo de comunicação religiosa do Brasil, além de possuir uma linha editorial segura e diversificada, provando que, ao contrário do que muitos insistem em dizer, nosso país desfruta de um imenso potencial dentro da indústria cultural. O álbum que o TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos, lançado em 1973 sob o selo RCA Camden, é justamente uma co-produção da gravadora do cachorrinho Nipper com a Editora Vozes. É “Senhor, ouve teu povo”, gravado no Rio de Janeiro, que contou com arranjos e regências de um verdadeiro “cobra”, Paulo Moura, e a produção de Jorge Santos. Suas doze faixas foram extraídas do livro “Cantos e orações”, antes denominado “Cecília”. Editado, claro, pela Vozes, já tinha vendido, até aquele momento, mais de um milhão de exemplares, e é sucesso permanente do catálogo da editora.  Conforme explica a contracapa, o disco é “a primeira tentativa de integração da música popular brasileira em todos os seus ritmos e também com sentido religioso”, com preocupações inclusive ecológicas, ou seja, nada mais atual. Para interpretar as músicas foram designados os cantores João Luiz, Ricardo de Assis, Cidinho, Vânia e Aline (nada a ver com Aline Barros, atual estrela gospel). Os destaques ficam por conta de duas músicas assinadas por mestres do samba: a faixa-título, “Senhor, ouve teu povo”, de Zé Kéti, com João Luiz, e “Bom é louvar o Senhor”, de Paulinho da Viola, com Aline. No mais, este é um trabalho primoroso, que nos dá uma ideia do que se fazia no Brasil em matéria de música católica, nesse tempo, bem antes da explosão dos “padres cantores”, tipo Marcelo Rossi, Fábio de Melo e Reginaldo Mazzotti (o padre Zezinho veio muito antes deles, nos anos 1960). Um álbum pioneiro, e, por isso mesmo, digno de merecer a postagem do meu, do seu, do nosso Toque Musical!

prova de amor

o pão de deus

o vosso coração

bendigamos ao senhor

lá no azul do céu

todos saberão

senhor ouve teu povo

aleluia eu sou o pão

vou primeiro recociliar-me

bom é louvar o senhor

que poderei retribuir

senhor tende piedade



*Texto de Samuel Machado Filho

Brasil Instrumental (1985)

Olás! Ontem eu cheguei em casa tão cansado que acabei não deixando um compacto de fim de noite para vocês. Contrariando as expectativas, achei de postar um texto do Luis Fernando Veríssimo sobre o disco de vinil e seus adoradores. E pensar que nenhum outro suporte para a música foi tão durável e charmoso quanto o disco de vinil. Realmente é uma experiência deliciosa manusear, colecionar, tocar e ouvir uma bolacha, seja ela 78, 45, 33 ou 16 rpm. Isso, para não falarmos das capas… só mesmo quem viveu os tempo áureos dos discos de vinil saberá entender essa emoção. Talvez seja por isso mesmo que ele ainda hoje continua dando sinais de vida.
Hoje para a nossa sexta independente eu estou trazendo um álbum duplo promocional. Temos aqui, como bem se pode ver pela capa, um álbum instrumental com um time da pesada, produzido pela extinta Karup para a CAEMI (Companhia Auxiliar de Empresas de Mineração), como brinde aos seus clientes e associados. Trata-se, obviamente, de um disco não comercial, de tiragem limitada. O álbum duplo se divide em dois momentos. O primeiro à cargo de Paulo Moura que reúne saxofone, violão, violoncelo e trombone numa aparente insólita mistura instrumental, ao lado de Jaques Morelembaum, Rafael Rabello e Zé da Velha. Eles tocam um repertório variado e essencialmente instrumental, música para músicos. Tem aqui Severino Araújo, Alcyr Pires Vermelho, Toninho Horta, Tom Jobim e outros… Já o segundo disco é dedicado ao trabalho instrumental de Paulinho da Viola, tendo a frente o violonista João Pedro Borges, acompanhado pelo próprio Paulinho e seu pai, Cesar Faria. Neste segundo volume, ao contrário do que se possa imaginar, não é um disco de samba instrumental. Aqui é mostrado a faceta, principalmente, de chorão de Paulinho da Viola. Talvez, pela fama de compositor de samba, muitos desconhecem a riqueza criativa musical desse artista, que também sempre se dedicou ao chorinho, tendo belíssimas peças no gênero. Não é por acaso ou qualquer semelhança que Paulinho da Viola também faz choro. Seu pai, Cesar Faria, foi um entusiasta do samba e choro. Paulinho cresceu em meio às rodas de choro promovidas pelo pai. No disco temos como intérpretes os três: João Pedro Borges, Paulinho e Cesar Faria. Taí um álbum que merece o nosso toque musical 😉

sandoval em bonsucesso
isso é brasil
corata jaca
modinha
bons amigos
saxofone porque choras?
lamento
urubu malandro
tarde de chuva
bronses e cristais
espinha de bacalhau
valsachorando
relembrando pernambuco
tango triste
romanceando
itanhangá
salvador
abraçando chico soares
valsa da vida
evocativo
lila

Paulo Moura Hepteto – Mensagem (1968)

Que desagradável surpresa saber que hoje faleceu um dos maiores instrumentistas brasileiros, o grande Paulo Moura. Não tive nem tempo de preparar uma homenagem com um disco inédito. Aliás eu nem tenho nada que já não esteja postado neste e em diversos outros blogs. Paulo Moura sempre mereceu a atenção dos blogueiros de música, porque ele foi um músico presente em várias frentes e também nos bastidores. Sua atuação foi sempre pautada na qualidade, o que fez dele um artista especial e acima da média.
Segue aqui esta postagem especial, trazendo um disco também especial. Música instrumental, jazz, talento brasileiro. “Mensagem” é um álbum que tem a cara do artista. Aqui ele vem acompanhado por um time de músicos também de primeira: Wagner Tiso, Oberdan Magalhães, Darcy da Cruz, Cesário Constâncio, Pascoal Meirelles e Luiz Carlos. O repertório privilegia Milton Nascimento, com metade das músicas sendo de sua autoria ou parcerias.
Valeu Paulo Moura!

bonita
travessia
das tardes mais sos
homem do meu mundo
bitucada
nem precisou mais um sol
no brilho da faca
wave
três pontas
outono

Noites Cariocas – Ao Vivo No Municipal (1988)

É, pelo jeito os nossos conhecedores de música popular brasileira andam mais que ocultos, estão mesmo sumidos. Até agora ninguém se manifestou em relação às duas últimas postagens. Tanto os Hamornipops quanto Aimé Vereck não foram identificados pelos nossos pesquisadores de plantão. Será que não há ninguém por aqui que saiba nos dar mais informações sobre os dois últimos discos postados? Estaria faltando mais interação entre nós ou realmente ninguém sabe mesmo? Continuamos na obscuridade…
Mas para não ficarmos totalmente no escuro, vamos mudar o rumo. Vamos para as Noites Cariocas, onde pelo menos as estrelas brilham, tanto no céu quanto no palco do Teatro Municipal. Para quebrar um pouco a monotonia, o álbum do dia (ou da noite?) é dedicado ao chorinho. Temos aqui este belíssimo álbum editado pela extinta Kuarup, “Noites Cariocas”. Um registro ao vivo de um ‘big’ sarau realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro nos anos de 1987 e 88. Como podemos ver logo pela capa do disco, participam como figuras principais: Altamiro Carrilho, Zé da Velha, Paulo Sérgio Santos, Chiquinho do Acordeon, Paulo Moura, Paulinho da Viola e Joel Nascimento. Pois é, noites cariocas não são apenas para o samba. O choro também, sempre teve seu lugar garantido na Cidade Maravilhosa.

noites cariocas
carinhoso
aleluia
chorando baixinho
chiquinha gonzaga
espinha de bacalhau
doce de côco
ingênuo
inesquecivel
sarau para radamés
remexendo
um a zero
urubu malandro

Abel Ferreira E O Choro – Nova História Da Música Popular Brasileira (1978) 2

Como eu havia anunciado, esta semana é dedicada à voz feminina. Porém, eu também disse que teríamos, semanalmente, um volume da coleção Nova História da MPB. Dessa forma e excepcionalmente teremos hoje duas postagens (oooba!). Estou afirmando isso, mas ainda nem tive tempo de preparar nossa artista do dia. Eu bem que poderia ter escolhido uma representante feminina da série, mas a participação das mulheres nesta coleção é quase insignificante, se limitando a Dolores Duran e Rita Lee, que ainda por cima dividem discos, respectivamente, com Tito Madi e Secos & Molhados. Além do mais, a ordem de apresentação dos volumes, eu achei por bem fazê-la na ordem alfabética, visto que não há uma numeração expressa para cada álbum lançado.
Temos então o disco do Choro, sendo o clarinetista Abel Ferreira o seu representante. Não entendi muito bem o motivo, visto que das oito faixas apenas em duas ele é o solista. De qualquer maneira é um disco que nos dá uma pequena amostra do que é o chorinho e alguns de seus chorões.

numa seresta – abel ferreira
dinorá – altamiro carrilho e seu regional
quando a minha flauta chora – dante santoro e regional
chorando baixinho – abel ferreira e regional
espinha de bacalhau – severino araújo e orquestra tabajara
andré de sapato novo – carlos poyares
na glória – raul de barros e regional
eu quero é sossego – paulo moura e conjunto

Paulo Moura – Confusão Urbana Suburbana E Rural (1976)

Ainda não achei tempo para mais uma escavação arqueológica em busca de preciosidades e raridades musicais. Assim, continuamos sem muitas novidades e raridades. O disco que trago hoje, possivelmente poderá ser encontrado em mais uma meia dúzia de blogs (por sinal, todos com muito bom gosto), mesmo assim eu não poderia me faltar ao desejo de postá-lo. Trata-se de um álbum excepcional que gosto muito e talvez por isso mesmo o considere o melhor trabalho de Paulo Moura nos anos 70. Como uma caixa de bombons, este disco vem recheado de delícias musicais variadas. Se você, meu amigo, ainda não teve oportunidade de ouví-lo, então não perca essa… Este disco pode ainda ser encontrado com uma certa facilidade em lojas ou pela internet.

Espinha de bacalhau (Severino Araújo)
Notícia (Alcides Caminha-Norival Bahia-Nelson Cavaquinho)
Bicho papão (W. Tiso-P. Moura-M. da Vila) e Tema do Zeca da Cuíca (Rosinha de Valença)
Carimbó do Moura (Folclore)
Se algum dia (Martinho da Vila)
Peguei a reta (Porfino Costa)
Amor proibido (Cartola)
Dois sem vergonha (Wagner Tiso-Paulo Moura)
Eu quero é sossego (K-Ximbinho)
Dia de comício (Paulo Moura)
Pedra da lua (Toninho Horta)