Olá amigos cultos e ocultos! Aqui vou eu nessa peleja diária, soltando os discos e os bichos (quando necessário). Estou trazendo para animar o sábado uma dose dupla em lp. Vamos relembrar alguns momentos pitorescos dos antigos programas de calouros e artistas iniciantes, apresentados no programa de auditório do ‘figuraça’ Flávio Cavalcanti. Quem, por volta dos 40 anos de idade (ou mais) não se lembra deste apresentador e seus programas? Flávio foi uma figura polêmica na televisão brasileira. Fazia (e era) um tipo conservador, daqueles que sempre se acham os donos da verdade. Tinha uma opinião própria a respeito de tudo e não poupava palavras para defender ou detonar. Era retrogrado, careta e as vezes até chato, mas tinha lá as suas convicções. Se eram certas ou erradas, não quero entrar no mérito. Dizem também que Flávio Cavalcanti era simpatizante do Regime Militar e uma ferramenta importante na difusão desses ideais. Se bem que as suas histórias são controversas. Da mesma forma que homenageava em seu programa, ao vivo, um general golpista, por outro lado, escondia artistas da perseguição militar, em sua casa, como foi o caso da Leila Diniz. Flávio acabou se desencantando com as mudanças políticas promovidas pelos militares. Acho que ele percebeu que estava sendo manipulado. Por outro lado, a partir dos anos 70, sua fama e seu ‘carisma’ começaram progressivamente a entrar em declínio. A televisão estava se modernizando, outros programas, artistas e apresentadores começavam a surgir. O formato de seu programa e toda a psicologia aplicada nele para envolver o público, serviu e ainda serve de modelo para os Silvios, Fautões e Ratinhos da vida. “A Grande Chance” era uma espécie de concurso para calouros e artistas iniciantes. Os doze finalistas ganhavam o direito de participarem do disco e as vezes até conseguiam um bom contrato com alguma outra gravadora. Muitos artistas hoje famosos, passaram inicialmente pelo crivo de jurados comandados por Flávio Cavalcanti.
As Revelações Da Grande Chance 1 e 2 (1967 e 68)
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Como eu disse anteriormente, tenho uma dose dupla, ou seja, os dois discos da “Grande Chance” lançados pela Codil. Eu inicialmente iria postar apenas o primeiro volume, mas aí me lembrei que tinha o arquivo do segundo (possivelmente baixado do Loronix). Para não ficarmos em meia boca, decidi incluí-lo. Assim, temos o primeiro disco, lançado em 1967. Nele encontramos doze cantores (ilustres desconhecidos até então) interpretando músicas de Francis Hime, Tom Jobim, Marcos Valle e outros. Cabe inclusive temas internacionais. No segundo disco, lançado em 68, a coisa muda um pouco. Já neste álbum a gravação é ao vivo, no Teatro Carlos Gomes. Trata-se da finalíssima da segunda série do programa. O clima é igual ao dos festivais. “A Grande Chance”, se não me falha a memória, foi levada inclusive à Portugal! Ora pois…
Nossos comerciais, por favor…
A Grande Chance 1
libera – marisa rossi
o amor é chama – maurício mesquita
molambo – salvador martins
dá-me – dália
canto triste – olavo sargentelli
mar de ódio – elson cruz
maria de mim – antonio joão
por um amor maior – rose valentin
per una donna – fernando lucas
se todos fossem iguais a você – ana luzia
meu tempo é nunca mais – os marruazes
caburé – celso martins
a menina que eu amei – glória bernadete
A Grande Chance 2
onde está você – marília barbosa
deixa – paulo roberto
serenata em teleco teco – arlete maria
manhã de carnaval – luiz carlos
peter gunn – os solfas
deus com a família – dulce cardoso
sem compromisso – cesar costa filho e ronaldo monteiro
januária – fabíola
upa neguinho – inema trio
gira mundo jaime da conceição
riqueza e pobreza – leci brandão
tempo feliz – gessy willians