Bom dia a todos! As minhas ‘fotopotocas’ estão ficando bem mais divertidas do que eu imaginava, principalmente depois de serem publicadas no blog. Acho ótimo a reação das pessoas. Tem gente que pensa ser uma postagem normal, chegam até a me pedirem o ‘link’. Que ‘link’? Aqui não tem ‘link’, tem ‘toques’ 😉 Como a maioria já deve ter percebido, tenho feito essas postagens de humor, sempre partido de uma capa de disco. Achei a ideia interessante e dá ao Toque Musical um sentido mais alegre. Obviamente, estou puxando a sardinha para o meu lado, quando através desse humor também procuro promover a imagem do TM. Como já dia (ou pelo menos pensava) o jogador Dadá Maravilha (o Dario, Peito de Aço), a autopropaganda é alma do negócio.
Brincadeiras a parte, vamos ao que interessa. Hoje é sexta feira, dia do artista/disco independente. Continuando nossa mostra pelo Sul, temos agora um outro disco importante, que merece ser apresentado a vocês. Estou trazendo mais uma boa colaboração do amigo Sérgio Digital. Foi muito por conta dele que eu resolvi dedicar a semana à postagem de discos e artistas do Sul. A música gaúcha tem uma identidade própria, sem dúvida, assim como o próprio gaúcho. Existe neles, naturalmente, uma forte influência dos países vizinhos, principalmente a cultural, que em determinadas visões, as vezes se choca e vai contra à realidade brasileira. Há ainda para alguns um sentido separatista, o que caracteriza esse isolamento. Mas considero isso como uma ação promovida por interesses que eu chamaria de ‘feudais’. Não quero entrar nesse assunto, pois sei o quanto ele é polêmico, fere sentimentos e além do mais, não tem nada a ver com o nosso propósito fonoaudiomusical. O certo é que entendo o gaúcho como um povo de planicies, de horizonte aberto, capaz de enxergar muito além de fronteiras imaginárias ou impostas. Dessa forma, a música sulista não se limita ao regionalismo. Ela é multipla porque é também Brasil. Uma prova disso é o cantor e compositor Túlio Piva. Mesmo tendo nascido num local onde, provavelmente, se ouvia mais milongas que qualquer outro tipo de música, ele foi se transformar num dos mais importantes compositores de samba e choro no Rio Grande. Quando se espera de um gaúcho uma caracterização tradicional, surgi figuras como Túlio, Lupicínio… A partir dos anos 50 Túlio começa a divulgar a sua música. Se torna um artista da boemia, principalmente depois que se mudou para Porto Alegre. Na Capital ele fez história. Durante os anos 70 foi proprietário e sócio de duas casas noturnas que lhe serviram de palco, se apresentando em grupo e também ao lado de outros artistas (em noites memoráveis, segundo o Sérgio). Compôs, interpretou e consagrou sua obra. Gravou poucos discos, mas se tornou um dos grandes nomes da música popular brasileria. Teve suas composições gravadas por Elza Soares, Germano Mathias, Noite Ilustrada, Caco Velho, Carmélia Alves, Francisco Petrônio, Conjunto Farroupilha, Demônios da Garoa e até a jovem aspirante ao posto de maior cantora do Brasil, Elis Regina. Como se vê, um artista e tanto. Precisa apenas ser um pouco mais divulgado.
“Pandeiro de Prata” foi seu terceiro lp, lançado de maneira independente, através do Instituto Sidonal de Assistência Educacional e Cultura (ISAEC), uma instituição ligada à Igreja Luterana, em seu estúdio, na cidade de Poá. No álbum, ele vem acompanhado pela cantora Oneida Martins, que também participou de outros dos seus discos. Como vocês, eu também estou tendo o prazer de escutar pela primeira vez este artista. Eu já o conhecia pela fama, mas nunca cheguei a ouvir um de seus disco ou música. É nessa hora que eu retorno com a máxima: falar de música só é bom quando também se pode ouvir! 😉
eu nasci pro samba
você chega lá
sonho colorido
pandeiro de prata
da cor do sonho
tamborim
eu tenho dó
folhas caídas
botiquim da vida
flor na lapela
quando a cidade adormece
jóia rara