Eu havia dito que esta semana seria bem variada como uma colcha de retalhos, mas acabei ficando na música instrumental e jazz. Acontece que nesses dias eu estou em trânsito, pequenas viagens. Daí, acabei não tendo como cumprir o prometido. Mas, acredito eu, que as postagens estão de bom tamanho (e o ‘ibope’ também). Talvez, mais que vocês, eu estou me divertindo muito e aproveitando o momento para curtir também esses discos bacanas. Estou com a série toda da “Jazz A Confronto” em meu Ipod. São discos ótimos e no ‘cast’ do selo tem alguns músicos brasileiros que muitos poucos brasileiros ouviram falar. Além do Afonso Vieira que eu já postei, tem também o percussionista Mandrake (Ivanir do Nascimento) e o guitarrista Irio de Paula. A série criada pelo produtor Aldo Sinesio nos anos 70 teve 35 volumes, ou seja, 35 discos de um variado grupo de músicos jazzístas europeus, americanos e brasileiros. A ‘química’ do sucesso da “Jazz A Confronto” é justamente o entrosamento entre os músicos, criado pelo produtor. Os músicos tocam nos discos uns dos outros, surgindo assim parcerias inéditas e resultados surpreendentes. O disco que deu origem a série foi este álbum produzido inicialmente com o título de “Balanço” e lançado em 1972. Nele tocam Irio de Paula, Afonso Vieira, Ivanir do Nascimento (o Mandrake) e o baixista italiano Giorgio Rosciglione. Na contracapa, apresentado os artistas, temos um texto do maestro Enrico Simonetti, bem conhecido por todos nós aqui no Brasil através de seus discos e trabalhos pelo selo RGE. A capa que vemos acima já é a da série JAC, de 1974.
Antes de chegarem ao Simonetti, deixa eu clarear um pouco mais… Irio de Paula é um renomado guitarrista de jazz europeu. Já tocou com inúmeros e não menos famosos músicos de várias partes do mundo. Tem em seu currículo discográfico mais de 60 trabalhos. Nos anos 70 esteve na Europa acompanhado a cantora Elza Soares e por lá ficou, estabelecendo residência na Italia. O Afonso Vieira eu já citei no disco anterior da JAC, é outro na mesma linha. Quanto ao Ivanir do Nascimento, mais conhecido por Mandrake (apelido este adquirido por sua semelhança com o personagem da estória em quadrinhos, quando ainda usava um bigodinho), se estabeleceu na Europa no final dos anos 50. Gravou poucos discos autorais, mas participou de diversos projetos e álbuns de outros artistas, principalmente no Jazz e trilhas para cinema. Tanto Mandrake como Afonso Vieira estiveram na trilha criada pelo argentino Gato Barbieri para o polêmico filme de Bertolucci, “O Último Tango em Paris”. Outra curiosidade, Mandrake, falecido nos anos 80, era primo do nosso craque, o Rei Pelé. Confiram também este toque… 😉
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Luis Agudo & Afonso Vieira – Jazz A Confronto 33 (1976)
Olá, amigos cultos e ocultos! Estamos para iniciar um novo Governo em nosso país. Independente da divergências políticas, desejo a todos nós brasileiros muita sorte. Escolher entre esses dois candidatos o que melhor poderia representar o Brasil não foi fácil. Agora é esperar…
Abrindo uma nova semana de postagens, eu desta vez vou fazer um mexidão para agradar tucanos, estrelas e indecisos. Vamos ver se a gente consegue fazer uma bela colcha de retalhos.
Eu ontem, procurando na rede por discos do genial compositor italiano, Piero Umiliani, acabei descobrindo um blog de jazz super bacana. Trata-se do Jazz A Confronto, um espaço dedicado aos famosos discos do selo italiano HORO Records. Este selo surgiu no início dos anos 70 através do cineasta e produtor Aldo Sinesio, um apaixonado por jazz. A série “Jazz A Confronto”, pelo que eu li no blog, teve 35 títulos, realizados de 1972 a 76. Uma boa média em apenas cinco anos.
Há tempos atrás eu tive um disco deste selo, mas nunca encontrei outros da série. São importados e hoje em dia muito mais raros. Felizmente, meio sem querer, acabei descobrindo a fonte e como dizem por aí, estou que nem pinto no lixo, baixando tudo antes que o seu autor mude de ideia. Entre os diversos álbuns há alguns que levam uma pitada brasileira. Músicos de alto nível que saíram do Brasil para tentar a sorte na Europa. Artistas que por aqui a gente nem lembrava mais. Mas vamos recordar… Pretendo ainda nesta semana postar um do Irio de Paula (lembram dele?).
Para começar, vai aqui um disco que eu fiquei de cara. A sensação foi a mesma de quando eu ouvi pela primeira vez “Krishnanda” do Pedro (Sorongo) Santos. Um ‘disbunde sonoro’ que me encantou e com certeza vai encantar vocês também. Me fez lembrar outro, os primeiros tempos do Naná gravando pela ECM. O disco em questão é de uma dupla percurssiva. Luis Agudo é um percussionista argentino, bastante familiarizado com os ritmos brasileiros. Ele aqui faz parceria com o mineirinho lá de Cataguases, o baterista Afonso Vieira (lembram dele também?). Este, começou a carreira sendo ‘apadrinhando’ pela cantora Sylvia Telles. Trabalhou com os mais diversos artistas da música mundial. Tem um currículo de dar inveja. É um artista brasileiro respeitadíssimo lá fora. Vocês precisam conferir… 😉