Arquivo da categoria: Selo Odeon
Quarteto Novo (1967)
Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Após mais de uma década postando diariamente um disco, chega uma hora em que a gente perde um pouco a noção do que já foi publicado e também o que não foi. Entre os muitos que ainda não postei, eis aqui essa joinha, este disco que é simplesmente maravilhoso e que, claro, não poderia faltar aqui em nosso acervo. Finalmente, chegou a vez dele, o Quarteto Novo! E para quem não o conhece, vamos lá… O Quarteto Novo foi um conjunto de música instrumental formado em 1966, em São Paulo. Inicialmente, como um trio, o Trio Novo, concebido para acompanhar o cantor e compositor Geraldo Vandré em gravações e apresentações. Inclusive estão presentes no belíssimo “Canto Geral”. O trio era formado, nada mais, nada menos, por Theo de Barros (contrabaixo e violão), Airto Moreira (bateria e percussão) e Heraldo do Monte (viola e guitarra). Mas logo viria o quarto elemento, Hermeto Pascoal, incrementando o grupo com uma flauta.. Estava formado o super grupo, o Quarteto Novo. E foi logo aí, em 67 que ele gravou pela Odeon este disco que hoje é uma das mais bonitas obras da música instrumental brasileira. Um disco realmente e literalmente único e na minha concepção, um trabalho que merecia maior atenção e divulgação. Nunca voltou a ser reeditado a não ser em 1973 e já com uma outra capa. Se tornou um disco raro, cobiçado por colecionadores e principalmente para negociantes que hoje veem no comércio do vinil uma excelente fonte de renda. Infelizmente, o quarteto não durou muito tempo, em 69 ele se desfez. Cada um de seus membros já tinha lá um caminho a seguir. Este álbum também se tornou cobiçado por conta do interesse internacional, estava ali pela primeira vez um disco de música instrumental brasileira com elementos da música regional nordestina. Um disco instigante, sofisticado e com arranjos cuja sonoridade tem influenciado compositores de várias partes do mundo. Taí uma razão pela qual este lp não poderia nos faltar. Por certo, boa parte do nosso público amigo, culto o oculto, já deve conhecer. Mas, o que é bom a gente sempre quer de novo, ainda mais esse Quarteto Novo, não é mesmo? Confiram no GTM…
Uccio Gaeta – Musicas Italianas Em Bossa Nova (1964)
Olá, prezados amigos cultos e ocultos! Hoje apresentamos um álbum do cantor e acordeonista Matteo Gaeta, que adotou o pseudônimo de Uccio Gaeta. Italiano de Salerno, nascido em 2 de janeiro de 1932, radicou-se no Brasil em meados da década de 1950, ingressando como cantor na Rádio Gazeta de São Paulo. Em 1966, trabalhou como ator no programa “TV de comédia”, da extinta TV Tupi, tendo sido dirigido por Geraldo Vietri. Logo depois ganhou seu próprio programa na antiga TV Cultura, então coligada da Tupi. Em 1969, ainda na Tupi, trabalha como ator na novela “Nino, o italianinho”, também sob a direção de Geraldo Vietri (também autor da novela, estrelada por Juca de Oliveira e Aracy Balabanian), e ainda teve uma música sua na trilha sonora, “Un baccio”. Em 1976, também na Tupi, atuou na novela “Canção para Isabel”. No início dos anos 1980, atuou como cantor e músico na trilha sonora de outra novela de sucesso, “Os imigrantes”, da Rede Bandeirantes, hoje conhecida por Band. Uccio Gaeta gravou no Brasil oito LPs e onze discos de 78 rpm. Dessa discografia, o TM foi buscar um álbum que a Odeon lançou em 1964. Trata-se de “Músicas italianas em bossa nova”, apresentando doze sucessos da “canzone” italiana no ritmo consagrado por João Gilberto. Entre eles, encontraremos “Anema e cuore”, “Piove” (“Ciao, ciao, bambina”…), “Nel blu dipinto di blu” (“Volare”), “Scapricciatiello” e “Tintarella di luna”, aliás “Banho de lua”, como ficou conhecida no Brasil através da versão de Fred Jorge que Celly Campello consagrou. Disco muito bom, digno merecedor de nosso Toque Musical. É ir ao GTM e conferir.
guaglione
non ti scordar di me
anema e core
romantica
nel blu dipinto diblu
vurria
maruzzella
pione
scapricciatiello
tintarella di luna
come sinfonia
fenesta che lucive
*Texto de Samuel Machado Filho
Carlos Galhardo – E O Destino Desfolhou (1973)
Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Um dos artistas mais procurados aqui no Toque Musical é, sem dúvida, o cantor Carlos Galhardo. Temos aqui um público fiel e é para esses que estamos trazendo mais um de seus discos. Aqui está o lp “E o destino desfolhou”, álbum lançado em 1973 pela Odeon. Este disco foi seu primeiro lp gravado pela Odeon. Ele já havia gravado antes por este selo, na fase dos bolações, mas ao longo de toda a sua carreira Carlos Galhardo sempre gravou pela RCA Victor. O álbum que aqui apresentamos tem um sabor especial, uma roupagem nova, principalmente por conta do arranjos e orquestração do maestro Gaya. Repertório bonito e com músicas já conhecidas do grande público. Não deixem de conferir…
meus tempos de criança
bodas de prata
porque cantam os passarinhos
arrependimento
valsa do meu subúrbio
cruel destino
pedrinhas de cor
e o destino desfolhou
a rosa
infeliz amor
malandrinha
será
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Antenógenes Silva – Recordar É Viver (1959)
Olá, amigos e ocultos! O Toque Musical oferece hoje mais um disco de Antenógenes Silva, o inesquecível mago do acordeão, considerado, no auge de sua época, o maior acordeonista de oito baixos do mundo. É “Recordar é viver”, lançado pela Odeon em 1959. Neste álbum, como era de costume, um repertório totalmente autoral, e quase todas as músicas eram, até então, inéditas em disco, inclusive a faixa-título. A única regravação é a da polca “Pescando lambari”, de 1939, erroneamente rotulada no selo como toada. Aliás, vale ressaltar que este disco já havia aparecido no blog “Forró em vinil”, em sua reedição de 1970, com o selo Imperial. Ainda assim, aparece aqui no TM com sua capa e contracapa (escrita por um entusiasmado Fernando Lobo) originais, e vale a pena ouvir e recordar todo o virtuosismo deste grande acordeonista que foi Antenógenes Silva. Afinal de contas, como diz o próprio título deste trabalho, recordar é viver. Não deixem de conferir no GTM.
vai virando de banda
boogie woogie na roça
qualquer um toca
saudades do meu pai
sanfoneiro apaixonado
recordando os teus beijos
baile da saudade
quando chora o bombardino
flor do campo
pescando lambari
pra você todo o meu amor
abel em paris
*Texto de Samuel Machado Filho
Prêmio Cidade De S. Sebastião Do RJ – Os Melhores Do Disco Nacional (1965)
Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje o Toque Musical apresenta uma coletânea muito interessante, lançada pela Odeon em 1965, reunindo alguns dos agraciados com o Prêmio Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, idealizado pelo crítico Claribalte Passos, do extinto jornal “Correio da Manhã”, para premiar os melhores do disco no Brasil. É ele quem, inclusive, assina o texto de contracapa deste disco, uma seleção acrescida de aplausos ao final de cada faixa, com o claro objetivo de dar ao ouvinte a sensação de estar no local da premiação, o Teatro Municipal do Rio. O repertório, de fato, merece aplausos, pois tem ótimos momentos pra gente recordar. Entre os premiados escolhidos para este álbum, estão Moreira da Silva (“O rei do gatilho”), Dalva de Oliveira (“Rancho da Praça Onze”), João Gilberto (“Desafinado”), o grande Wilson Simonal (apresentando um pot-pourri de bossa nova), Elza Soares (“O samba brasileiro”) e Dorival Caymmi (“Saudade da Bahia”). Abrindo o disco, uma composição do próprio Claribalte Passos, “Rio, eterna capital”, executada por orquestra. E, encerrando com chave de ouro, o “Rancho das flores”, com a Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Ao ouvirem este disco que merece com todos os méritos o nosso TM, vocês com certeza também terão vontade de aplaudir o repertório aqui incluído. É só ir ao GTM e conferir.
*Texto de Samuel Machado Filho
Quem Samba Fica? – Fica. (1974)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Olha só o que temos para hoje… Um autêntico disco de samba e da melhor qualidade. Reunindo cinco grandes nomes do samba carioca: Dona Ivone Lara, Sidney da Conceição, Flávio Moreira, Wilson Moreira e Casquinha. Um arranjo idealizado pelo produtor Adelzon Alves, que escalou os cinco sambistas e também João Donato, que havia recentemente voltado dos Estados Unidos, para cuidar da orquestração e regência ao lado do maestro Gaya. Em 1971 Adelozon produziu o que foi o primeiro volume, disco com o mesmo título e também lançado pela Odeon. Como podemos ver, trata-se de um disco trabalhado, pensado, onde seus produtores procuram captar a verdadeira essência do samba carioca através de seus verdadeiros representantes. A ilustração da capa é uma pintura de Sidney da Conceição, um sambista assim como Heitor dos Prazeres que se dedicava a pintura. Está aí um disco bem a cima da média e hoje uma raridade, que não pode passar batido. Confira no GTM…
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Dalva De Oliveira – Tangos Vol. 2 (1963)
Fala, meus amigos cultos e ocultos! Diante a mais de uma dezena de pedidos para que postássemos aqui outros disco de tango, eis que temos um que atende e não foge a regra. Quer dizer, como estamos numa fase de cantoras, foi sorte ter encontrado para postagem este lp com a Dalva de Oliveira cantando tangos. Aqui temos um lp lançado pela Odeon, o volume 2, em 1963. Uma seleção de tangos clássicos, em versões em português na voz inesquecível de Dalva. Espero que esteja no agrado e logo que possível postaremos também o volume 1.
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Elza Soares – Sambas E Mais Sambas (1970)
Olha aí, amiguinhos cultos e ocultos, mais um que ficou na gaveta esperando não sei o quê. É que são tantas as emoções…, como já dizia o Roberto Carlos, que as vezes umas passam batidas…
Taí, então a Elza Soares, em “Sambas e mais sambas”, disco lançado pela Odeon em 1970. Repertório, nem precisa dizer, só sambas com muito swing e da melhor qualidade. Discão bacana que não perde o rebolado, sempre fazendo sucesso. Afinal, é Elza Soares! Confiram essa belezura no GTM…
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Luiz Bonfá – Ritmos Continentais (1958)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Nosso encontro hoje é com Luiz Bonfá, um dos grandes violonistas brasileiro, também cantor, compositor e arranjador. Um dos mais importantes autores brasileiros. Sua música é conhecida internacionalmente. Como instrumentista promoveu várias inovações técnicas no violão. Gravou uma centena de discos, muitos, inclusive fora do Brasil.
Neste lp, lançado em 1958 pela Odeon, temos o artista interpretando uma série de músicas, nacionais e internacionais, num modelo muito comum da época, discos feitos para dançar. Assim, já de saída temos um desfile com um variado leque musical, interligados como um ‘pot-pourri’ que toma todo o lado A. Uma dezena de músicas dos mais variados ritmos, aqui costuradas com maestria para se dançar. No lado B há outras seis músicas, incluindo duas composições próprias, “Melodiando” e “Swingin em Madrid”. Este disco teve uma segunda edição, com outro nome, “Luiz Bonfá Toca Melodias das Américas”. Na verdade, uma edição que consta boa parte dessas gravações. Confiram os “Ritmos Continentais” no GTM.
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Violeta Cavalcanti – Exaltação A Bahia (1956)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Seguindo em nosso toque fonomusical, temos para hoje a cantora Violeta Cavalcante, figura que sempre esteve presente em nossas postagens, porém essa é a primeira vez que publicamos um disco inteiramente dela. E para tanto, estamos trazendo esse belíssimo lp de 10 polegadas, lançado pela Odeon, em 1956. Como se pode ver logo de cara, pela capa, trata-se de um disco voltado para a Bahia, ou seja, um repertório com músicas que falam da Bahia e aqui muito bem interpretadas por essa grande cantora. São músicas bem conhecidas do público em geral, sambas, canções de diferentes autores, não apenas baianos. Uma seleção musical que realmente exalta um estado tão rico de tradições, histórias e encantos. A Bahia do Senhor do Bonfim. Disco bacana, que não poderia faltar por aqui. Confiram no GTM.
Zezinho E Seu Conjunto – Mesa De Pista N. 2 (1959)
Olá, amigos cultos e ocultos! Eis aqui mais um álbum dançante, dos muitos lançados pelas gravadoras nos anos 1950/60. É “Mesa de pista número 2”, editado pela Odeon em 1959, com Zezinho e seu conjunto (o primeiro saiu em 1957, com Zezinho à frente dos Copacabana). José Batista da Silva Júnior (seu nome de batismo), também pianista e acordeonista, era pernambucano do Recife, onde fez seus estudos musicais, e veio para o eixo Rio-São Paulo em 1957. Atuou na Rádio Nacional (hoje Globo) de São Paulo como acordeonista do conjunto de ritmos da emissora. Mais tarde, passou a chefiar o conjunto e a dirigir orquestra. Entretanto, devido à mudança de orientação da emissora, a orquestra foi dispensada e Zezinho passou a se apresentar em bailes e boates, além de fazer arranjos para gravações. O disco, como informa a contracapa, reúne uma seleção das músicas mais executadas pelas casas noturnas da época, a pedido dos próprios frequentadores. Entre as faixas, destaque para “Meu limão, meu limoeiro”, um tema folclórico adaptado por José Carlos Burle, que Wilson Simonal reviveria anos mais tarde, “Calado venci” (única parceria de Ataulfo Alves e Herivelto Martins) e ainda para o clássico “Pra machucar meu coração”, do mestre Ary Barroso. No mais, um disco muito bom, que merece o nosso Toque Musical. A conferir no GTM, sem falta.
*Texto de Samuel Machado Filho
Raul De Barros – Sonho E Animação Em Ritmo De Dança (1960)
Sem dúvida um trombonista que marcou época em nossa música popular, Raul de Barros (Rio de Janeiro, 25/11/1915-Itaboraí, RJ, 8/6/2009) volta a bater ponto aqui no Toque Musical. Desta vez, trazemos para nossos amigos cultos e ocultos “Sonho e animação em ritmo de dança”, álbum lançado pela Odeon em 1960. Nele, à frente de seu conjunto, Raul sola clássicos nacionais e internacionais com muita propriedade, provando que era mesmo um trombonista nota 10. No repertório temos, entre outras, “Quiereme mucho”, “No rancho fundo”, “Tudo ou nada”, “Hymne a l’amour” e também um tema erudito, a “Valsa do adeus”, de Chopin, em ritmo de bolero. Conforme diz a contracapa, Raul de Barros se supera neste disco, fazendo dele puro divertimento para nós. É mais um ótimo disco dele que o TM oferece, com a satisfação de sempre. Não deixem de conferir no GTM.
*Texto de Samuel Machado Filho .
Trio Irakitan – Boleros E Vozes Que Agradam Milhões (1964)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje vamos de bolero e mais uma vez com o lendário Trio Irakitan, grupo vocal muito querido por aqui, tanto que deles já postamos vários outros discos. E desta vez temos para vocês o lp de 64, “Boleros e Vozes Que Agradam Milhões”. Um álbum onde temos uma seleção de clássicos do gênero em versões para o português. Confiram este disco no GTM.
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A Juventude (1970)
Olá, amigos cultos e ocultos! Estamos em pleno Carnaval e eu havia mesmo planejado postar aqui vários discos do gênero, mas percebi que esses são produções exclusivas do Grand Record Brazil, braço de cera, como diz o nosso amigo Samuca, que também é quem cuida das resenhas para essa série. Achei então melhor espaçar, deixá-los para outros momentos. Mas ainda assim teremos as marchinhas e outros quitutes carnavalescos, ok?
Vamos mais uma vez na herança deixada pelo Sintonia Musikal, agora trazendo uma coletânea do selo Odeon, celebrando a então música jovem. Temos aqui alguns dos artistas/conjuntos que faziam parte deste ‘cast’ da gravadora. Artistas, muitos deles, vindos da onda Jovem Guarda. Um disco bacana, pois seleciona diferentes artistas e faixas extraídas de discos que hoje já não encontramos com tanta facilidade por aí. Vale a pena recordar…
Adelina Garcia – Sonho Tropical (1955)
Olá amigos cultos e ocultos. Algumas coisas, as vezes, me chegam as mãos e ficam naquela gaveta esperando a sua hora. Quando chega uma oportunidade de postar já não me lembro. Este disco que posto hoje é algo assim. E oque temos para hoje é uma atração internacional, coisa que também não tenho feito por aqui. Apresento ao amigos, Adelina Garcia, uma cantora mexicana que fez muito sucesso aqui no Brasil nos anos 50. Ela, na verdade, como nos conta o próprio texto de contracapa, nasceu nos Estados Unidos, mas ainda criança foi morar no México. Seus pais eram mexicanos. Atuou como cantara e com muito sucesso nos anos 40 e 50. Esteve no Brasil várias vezes e em 1955 gravou por aqui este lp de dez polegadas com alguns de seus maiores sucessos, acompanhada da orquestra de Oswaldo Borba. Um disquinho bem ao gosto do público brasileiro. Certamente vocês vão amar. Confiram no GTM.
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Sucessão de Sucessos (1961)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Para manter diária a nossa produção, as vezes somos obrigados a recorrer aos ‘arquivos de gaveta’, ou ainda os arquivos enviados por amigos. Para fechar nosso domingão vamos com uma coletânea da Odeon, trazendo o melhor do seu ‘cast’ em 1961 no lp “Sucessão de Sucessos”. Um disco, que como já se pode ver pela capa tem Dalva de Andrade, Elza Soares, Celly Campello, Jayme Ferreira, Trio Irakitan, Anisio Siilva, Hebe Camargo, Orlando Dias, Isaura Garcia e Carlos Augusto. Infelizmente, as letras das músicas que, num raro momento, foram impressas na contracapa estão em baixa qualidade e quase não se pode ler. Fico devendo, logo que achar o disco, refaço o link. Por hora, ficamos aqui. Valeu, meu caro Denys!
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Rosa Maria – Uma Rosa Com Bossa (1966)
Olá amiguinhos cultos e ocultos! Tempo corrido, vamos direto ao assunto. Tenho hoje para vocês a cantora Rosa Maria. Por certo, muitos irão lembrar do sucesso “California Dreamin”, do grupo The Mamas & The Papas, que ela regravou para uma campanha publicitária nos anos 80. A gravação fez tanto sucesso que acabaram lançado em um EP (um disco de 12 polegadas com apenas duas músicas) com outro grande clássico, a música “Summertime. Um disco promocional onde participa também o fantástico Tony Osanah. Mas a história de Rosa Maria começa nos anos 60, quando sai de Minas e vai para o Rio de Janeiro tentar a carreira artística como cantora e também atriz. Cantava jazz e bossa nova no Beco das Garrafas. ‘Apadrinhada’ por Wilson Simonal, participa como convidada em seu disco “S’Imbora”. Foi logo em seguida que ela assina contrato com a Odeon para gravar este que foi o seu primeiro disco: “Uma Rosa Com Bossa”, em 1966. Um discaço, diga-se de passagem. Cheio de bossa num repertório que ainda cabe a participação do Wilson Simonal em uma das faixas. É ele também que assina o texto de apresentação da cantora na contracapa. Não deixe de conferir essa joinha no GTM.
João De Aquino – Violão Viageiro (1974)
Bom dia, amigos cultos e ocultos. Estou me esforçando para voltar a ter aquele ritmo dos primeiros tempos. Não vou garantir nada, mas farei todo o possível para manter essa frequência de publicações.
Hoje temos um disco raro, que eu ainda não cheguei a vê-lo postado em outros blogs. Aliás, poucos ainda resistem, como o nosso Toque Musical. Vamos com “Violão Viageiro”, do violonista e compositor baiano, João de Aquino, um nome importante na música brasileira, mas muito pouco comentado. Seu talento parece vir de família, pois foi primo de outro grande violonista, o lendário Baden Powell. João de Aquino iniciou sua carreira nos anos 60. Sua música de maior sucesso foi “Viagem”, feita em 64 em parceria com Paulo César Pinheiro. Essa música faz parte deste disco que foi seu primeiro trabalho lançado no Brasil (creio que ele chegou a gravar na Europa). “Violão Viageiro” tem também arranjos do maestro Radamés Gnatalli e Hugo Bellardi, a presença de Pedro Sorongo, Fernando Leporace, coral de Joab e outros. Taí, mais um disco bacana que não pode faltar por aqui. Em breve e na sequencia postarei outros dois discos desse artista, pois vale a pena.
Agradeço ao amigo Fáres mais essa contribuição (logo lhe devolvo os discos) E vamos ao GTM, pois o link não dura muito tempo. Quem não acompanha o blog, come mosca. 🙂
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Clementina de Jesus (1966)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Mais uma vez marcando presença em nosso espaço, temos o prazer de postar mais um disco da maravilhosa Clementina de Jesus. Esta é outra que despensa apresentações, até porque neste lp que agora estou trazendo, temos um longo texto de Hermínio Bello de Carvalho que não só nos dá um apanhado geral dessa artista, como também de cada faixa do disco. Isso me facilita a vida, pois nesse corre-corre de fim de ano fica difícil me debruçar para uma resenha, tal qual faz o nosso Samuca. Confesso, sou um preguiçoso, kkkk… Mas, enfim, taí o disco de Clementina lançado originalmente em 1966, reeditado nos anos 80. Neste disco Clementina canta uma série de músicas, sambas tradicionais, coisas que ela traz em sua bagagem. Um verdadeiro mostruário das raízes do samba e da nossa música popular. Segundo o próprio Hermínio, a ideia era mostrar a diversidade e riqueza de nossa música, mesmo sendo essas, em grande parte, sem origem ou autoria. Velhos sambas e jongos remanescentes das rodas de pagode e candomblé. Confiram no GTM!
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Leny Andrade – Estamos Aí (1965)
Feliz Natal, amigos cultos e ocultos! Diferente dos anos anteriores, neste eu não fiz festa e nem publiquei discos com músicas natalinas. Sinceramente, não é de hoje que eu perdi o tesão com isso aqui. E não é por culpa do cansaço ou falta de tempo… É mesmo pela atual conjuntura política e social que passamos. Confesso, estou muito desanimado, decepcionado e desiludido com muita gente. A tamanha ignorância, estupidez e burrice tomaram conta desse nosso povo. Na verdade, as flores do mal se desabrocharam, um pensamento radical direitista, xucro e ignóbil se lançaram como uma onda sobre o Brasil. Vivemos hoje momentos tristes com a polarização social, um povo que antes era unido, agora se deixa levar por um plano diabólico de autodestruição. O país está partido, dividido entre conservadores adestrados de Direita com seu ‘baixo clero’ e uma Esquerda desunida e vaidosa, que não tem força para desbancar um idiota miliciano. Sinceramente, estou enojado com tanta estupidez e burrice. E isso, claro, se reflete também aqui, no Toque Musical. Sei que há muitos ‘bolsominions’ orbitando por aqui. Gente que até pouco tempo se dizia amigo culto. Gente que fazia parte desse nosso metiê. Por certo, eu não dou corda pra esse povo (a não ser que seja para eles se enforcarem), mas sei que estão por aqui e isso me incomoda, pois não penso mais em dividir com eles o que compartilho aqui. O Toque Musical é para pessoas com sensibilidade, pessoas que prezam e respeitam a cultura e arte, a música e sua história. Tenho tentado me livrar dessa gente, assim como faço nas redes sociais. Mas isso é uma praga, toda hora aparece. Daí, vem o desânimo… ficar aqui dando de bandeja esse toque musical pra gente ruim? Eu não! Por essas e outras é que o TM perdeu o encanto, o tesão diário. Porém, ainda assim, a gente continua, pois também sei que metade da maçã ainda está boa e é por essa que eu inspiro. O Toque Musical continua até não poder mais. E mais uma vez eu desejo, a este lado bom, um feliz Natal com muito amor, paz e consciência de classe! Classe musical, social e política. Somente a Educação é capaz de salvar o Brasil!
Dito isso, segue aqui o meu presente de Natal para vocês. É claro que não é uma grande surpresa, mas é sem dúvida um grande disco, talvez o melhor de uma das nossas maiores cantoras, a excepcional Leny Andrade, que aqui dispensa maiores apresentações, pois há tempos já faz parte do nosso ‘cast’ de artistas. “Estamos aí” é uma obra fina, cujo o repertório nos apresenta um valioso leque da atmosfera do samba bossanovista, sendo também responsável por essa pérola Eumir Deodato quem cuidou dos arranjos. Não deixem de conferir no GTM.
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Márcia (1973)
Bom dia, prezados amigos cultos e ocultos! Devido a algumas atualizações feitas nas plataformas dos nossos blogs (WordPress e Blogspot), acabei também mudando o layout das edições, coisa simples, mas que alguns poderão notar. Temos que nos adaptar as mudanças. Além do mais, estamos sempre sendo invadido por idiotas que pensam em surfar em nossa onda, mas aqui o mar é bravo!
Muito bem, temos para hoje a cantora Márcia, uma das nossas grandes intérpretes, figura já apresentada aqui em outros discos, mas que merece sempre estar em nossas fileiras pela qualidade, talento e repertório. Este lp é na verdade o álbum “Rimas”, de 1973. Curiosamente lançado no mesmo ano pela Série Coronado, mas também trazendo no selo o ano 1972, isso por conta da faixas “Última forma”, “Pra não ser mais tristeza” e “Rimas”, que foram editas um ano antes, talvez em algum compacto, mas esse eu nunca vi. O certo é que se trata do mesmo disco, um excelente disco, diga-se de passagem, como se pode ver pela seleção musical. Não deixem de conferir no GTM.
Gao, Seu Piano e Orquestra (1964)
Olá amiguinhos cultos e ocultos! Hoje nós vamos com um disco do renomado pianista Gaó, Odmar Amaral Gurgel. Músico paulista, foi maestro, arranjador, compositor e instrumentista. Gaó foi inspirado em suas iniciais ao contrário. Foi diretor artístico da gravadora Columbia e da famosa Orquestra Colbaz, a qual gravou pela primeira vez a música “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu. Não bastasse, ele foi muito além seguindo uma carreira internacional. Gaó teve um currículo extenso que merece um aprofundamento, mas por hoje ficaremos apenas nessa breve apresentação. O disco que hora apresentamos é uma seleção musical com temas nacionais e internacionais. Um disco gravado por ele, segundo consta no texto de contracapa em um momento de sua passagem pelo Brasil, quando na época morava nos Estados Unidos. Confiram aí mais esse resgatado no GTM.
George Kenny – Uma Noite No Beguin (1956)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Aqui, mais um náufrago resgatado, outro disco que merece o nosso toque musical. Hoje vamos com o organista argentino George Kenny, que segundo a contracapa nos informa ser este, na época, um dos grandes mestres dos teclados. Veio ao Brasil para se apresentar na lendária boate Beguin, do também lendário Hotel Glória, no Rio de Janeiro. Embora tenha todo esse mérito no texto de contracapa, George Kenny é hoje um ilustre desconhecido, pois nem mesmo fazendo uma busca no Google conseguimos encontrar mais informações sobre esse artista. Fica então mais essa chance, imortalizado no TM enquanto existir. Confiram no GTM!
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Sergio Ricardo – Depois Do Amor (1961)
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Hoje estou trazendo para vocês um disco que há muito eu queria ter postado aqui, mas como vocês sabem, eu gosto de um serviço completo, ou melhor dizendo, gosto de apresentar arquivos completos. Tenho preguiça até de ouvir quando o arquivo não traz capa, contracapa, selo e encartes. Por essa razão o “Depois do Amor”, de Sérgio Ricardo ficou na gaveta, esperando por uma capa, contracapa e selo. Mas, finalmente apareceu, o meu amigo Fares me presenteou com essa pérola e agora então posso compartilhar a alegria com vocês.
Temos aqui um Sergio Ricardo intérprete, bem ao estilo do artista que se apresentava na noite com seu piano. “Depois do Amor” é um disco onde ele seleciona 12 canções de outros autores, algumas, ou quase todas, verdadeiros clássicos da nossa canção popular. Sem dúvida, um disco bem bacana, hoje também um clássico, indispensável em qualquer discoteca de Bossa Nova. E aqui também 😉
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Eduardo Marques (1973)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje eu trago um disco, que por certo, nunca vi postado em outros blogs (no tempo em que haviam blogs). Aliás, nunca vi este disco além da capa, conhecia talvez uma ou outra música. Certamente, ao pesquisarmos no Google as informações aparecem, mas posso dizer, sem dúvidas que este disco passou batido pela mídia recente. Permaneceu no obscurantismo dos nossos holofotes, esquecido entre outras pérolas da música popular brasileira. Observo que este lp, lançado pela Odeon, no ano de 73 segue um padrão de capa ao estilo de outros discos lançados pela gravadora naquela época, como os de Edu Lobo e do Francis Hime. São capas criadas pelo fotógrafo Cafi e pelo compositor Ronaldo Bastos, que naqueles tempos cuidavam das criações visuais da Odeon.
Não fosse a colaboração do meu amigo Fáres, este disco hoje não estaria aqui e talvez continuasse na penumbra, no esquecimento musical. Confesso que me apaixonei de cara logo na primeira faixa e a coisa seguiu de cabo a rabo. Onde eu estava que até então desconhecia essa preciosidade? Tardou, mas não faltou.
Mas afinal, quem é Eduardo Marques? Compositor, instrumentista e cantor carioca. Nasceu em Vila Isabel, zona norte do Rio, no berço do samba, vindo de uma família também musical. Seu avô foi violonista e seu pai cantor, chegando inclusive a gravar um disco com Jacob do Bandolim. Dentro desse ambiente, Eduardo Marques desde a adolescência já frequentava as rodas de samba e no início dos anos 70 começou uma parceria com Hermínio Bello de Carvalho. Suas composições começaram a ser gravadas por gente de peso como Elza Soares, Roberto Ribeiro, Clementina de Jesus, Simone e muitos outros. Apadrinhado por Cartola, Clementina, Carlos Cachaça e outros bambas, gravou este que foi o seu primeiro disco. Na verdade, antes, no mesmo ano de 73, saiu um compacto promocional com duas músicas, “Não esquente a cabeça” e “Jerusalém”.
Vou deixar aqui o relato do próprio artista sobre o lançamento deste belíssimo lp que encontrei em seu blog pessoal. Vale a pena a leitura:
Era o Tempo do “milagre brasileiro”, ano de 1973, na cidade do Rio de Janeiro. Eu mal completara vinte e um anos de idade. O local era o estúdio da gravadora Odeon, que ficava na sobreloja daquela galeria, ali próximo à Praça Paris, no finalzinho da Avenida Rio Branco, no Centro. Então, acontecia a gravação de…meu primeiro disco, um long-play, vulgo “bolachão”, de composições e interpretações minhas, produzido por meu parceiro Hermínio Bello de Carvalho, com arranjos musicais do Maestro Nelsinho do Trombone, e uma única faixa, dentre as doze, intitulada “Casa de Ferreiro”, arranjada por Luizinho Eça, do “Tamba Trio”. Essa faixa já estava gravada, quando recebemos a notícia de que fora vetada, com mais algumas outras, pelo serviço de censura vigente. Por orientação de Hermínio modifiquei letras e rimas, para que não se perdesse de todo o material de base já gravado, e até adotamos recursos, como simplesmente substituir um título original de uma determinada composição, por um outro bem babaca, que não tivesse qualquer sentido. Foi assim que um samba meu e de João de Aquino, originalmente intitulado “30 Moedas”, foi renomeado para “Fica, Amor” , gravado pelo João de Aquino e por Jorginho do Império. Então assim era feito e funcionava. Submetidas novamente à censura, as mesmas letras com títulos alterados eram, por fim, liberadas. As imagens de capa e contracapa do long-play foram das lentes precisas de Cafi e do compositor Ronaldo Bastos, além do traço delicado do pintor Luiz Canabrava, em uma imagem minha para o encarte do disco. O Hermínio preparara um esquemão para a divulgação do disco. Ele convidou para serem meus padrinhos artísticos: Cartola, Paulinho da Viola, Carlos Cachaça, Clementina de Jesus, e o General da Banda de Ipanema Albino Pinheiro. Houve a distribuição de convites, feita também com discos promocionais em formato de compacto simples, também de vinil, com duas músicas em parceria com Hermínio, extraídas do long-play, “Não Esquente A Cabeça” e “Jerusalém”, sendo uma em cada lado da “bolachinha”. A capa do compacto simples era de caricaturas impressas e assinadas pelo cartunista Lan, comigo ao colo de minha madrinha Clementina de Jesus, com meus outros padrinhos, como em um “batizado”, e na contracapa um texto de Hermínio. Os compactos foram endereçados à imprensa, à artistas, críticos, empresários, enfim. Os técnicos de gravação eram Toninho e Nivaldo, com a direção geral do Maestro Gaya. Uma produção vultosa, que me apavorou de tal forma, a ponto de eu me ausentar do “meio artístico”, em longa reclusão, tal me parecia a responsabilidade. O timaço de Músicos participantes nas gravações foi de primeiríssima grandeza: Regional do Canhoto, Maestro Orlando Silveira do acordeão, Chiquito Braga na guitarra elétrica, Hugo Belardi nos teclados, Dino 7 Cordas, Damázio no violão de 6, Luizão Maia no contrabaixo de pau, Luna na bateria, Pedro Sorongo nos efeitos, Erastro, irmão do percussionista Nana Vasconcellos, de berimbau e tambores, Luizinho Eça de piano, e nos vocais o Coral do Joab e d’As Gatas.
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Carolina Cardoso De Menezes – Tapete Mágico (1960)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Temos hoje e mais uma vez abrilhantando nossas páginas a genial pianista Carolina Cardoso de Menezes. Neste lp lançado pela Odeon ela nos apresenta uma absurda lista de 60 músicas de sucesso, nacionais e internacionais. Na base do ‘pot pourri’ nossa artista toca sem pausas, direto e reto numa performance incansável que merece toda a nossa atenção. Este disco já foi postado em outros blog, mas nenhum deles resistiu. Cabe agora então ao TM eternizá-lo enquanto eterno for esse blog. 🙂
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Lyrio Panicalli – E O Sucesso (1969)
Maestro, arranjador e pianista, além de compositor, LyrioPanicalli volta a bater ponto hoje aqui no TM. Ele veio ao mundo na cidade de Queluz, interior de São Paulo, em 26 de junho de 1906. Filho de imigrantes italianos, aos 12 anos transferiu-se para São Paulo, ingressando no Liceu Coração de Jesus e depois no Conservatório Dramático e Musical da cidade. Em 1922, já no Rio de Janeiro, estudou no Instituto Nacional de Música, e foi maestro e pianista da Companhia Negra de Revista. É quando conhece Lamartine Babo, e compõe com ele o fox “Saias curtas”. Por razões familiares, teve de voltar à Queluz natal, onde desenvolveu intensa atividade musical, organizando bandas e coros. Regressando à capital paulista, começou a trabalhar na Rádio São Paulo, desta passando, em 1938, para a lendária Nacional do Rio de Janeiro, onde participou do programa “Canção antiga”, de Almirante. Nesse ano, organizou uma orquestra melódica com seu nome, e desde então escreveu temas para diversas novelas da PRE-8, como as valsas “Encantamento”, “Magia” e “Ternura”. Em 1939, faz seu primeiro trabalho para o cinema: a trilha sonora do filme “Aves sem ninhos”, de Raul Roulien. Depois, faz o roteiro musical de inúmeros outros filmes, tais como “Moleque Tião” (1943), “A dupla do barulho” (1953) e “Nem Sansão, nem Dalila” (1954), os três da lendária Atlântida. Panicalli também foi um dos fundadores, em 1950, da gravadora Sinter (hoje Universal Music), onde foi diretor artístico e gravou seu primeiro LP, “Orquestra Melódica de LyrioPanicalli”. Idealizou com Paulo Roberto, na Rádio Nacional, o famoso programa “Lyra de Xopotó”, sobre bandas do interior do Brasil, de que resultou uma série de LPs com o mesmo título, alguns deles já postados aqui no TM. Foi ainda maestro contratado da Rádio MEC, também do Rio, e enriqueceu, com seus arranjos e regências, as gravações de vários cantores brasileiros, tais como Francisco Alves, Dalva de Oliveira, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Cauby Peixoto, Tito Madi e Sérgio Murilo, às vezes usando o pseudônimo de Bob Rose. Com a popularização das telenovelas, nos anos 1960, escreveu trilhas sonoras para várias delas, trabalho esse resumido, em 1972, no disco “Panicalli e as novelas”. Faleceu em 29 de novembro de 1984, em Niterói, litoral fluminense, aos 78 anos de idade. Além dos discos da Lyra de Xopotó, o TM já postou outros trabalhos que tiveram o dedo do mestre LyrioPanicalli: “Cantigas de roda”, “Nova dimensão”, “Boleros” (regendo a Orquestra Violinos de Ouro) e “Panicalli italiano”. Agora trazemos, para desfrute de nossos amigos cultos e ocultos, um álbum que a Odeon, gravadora à qual o maestro esteve vinculado durante bastante tempo, lançou em 1969. Trata-se de “LyrioPanicalli e o sucesso”, gravado sob a direção de produção de Mílton Miranda. Aqui, ele investe na linha dançante, apresentando com sua orquestra doze sucessos nacionais e internacionais daquele ano, destacando-se “Eu disse adeus” (do repertório de Roberto Carlos), “Sugar sugar” (de um conjunto americano do “faz de conta”, The Archies), “F… commefemme’ (de Salvatore Adamo, tema da novela “Beto Rockfeller”, da extinta Tupi), “I started a joke’ (dos Bee Gees, tema da mesma novela), “Cantiga por Luciana” (vencedora do FIC de 69, na voz de Evinha), “Aquarius” (da peça “Hair”), “Love isall” (também do FIC de 69, sucesso do britânico Malcolm Roberts) e “Evie” (que, na voz de Johnny Mathis, seria mais tarde prefixo do jornal “Hoje”, da Globo). Enfim, mais um álbum do mestre LyrioPanicalli que o TM oferece, verdadeiro e irresistível convite à dança. Que comece a festa…
*Texto de Samuel Machado Filho
Tania Maria – Olha Quem Chega (1971)
Cantora, compositora e pianista de jazz brasileira mundialmente consagrada, Tânia Maria volta a bater ponto aqui no TM. Desta vez oferecemos a nossos amigos cultos e ocultos “Olha quem chega”, álbum lançado pela Odeon em 1971, segundo trabalho-solo de Tânia e o último feito por ela antes de fixar residência no exterior. Neste disco, que conta com arranjos do violonista Geraldo Vespar (uma ótima credencial, convenhamos), Tânia Maria oferece, como sempre, um repertório irrepreensível e de qualidade, assinado por compositores de quilate: Ivan Lins (“Madalena”, “Hey você”), a dupla Eduardo Gudin-Paulo César Pinheiro (a faixa-título), Toquinho (“Bobeou, não vai entender”, parceria com Gianfrancesco Guarnieri, e “Mais um adeus”, com o Poetinha Vinícius), Johnny Alf (“Garota da minha cidade”), Chico Feitosa (“Vireivolta”), Abílio Manoel (“Ruas do Rio”), Anselmo Mazzoni (“De frente”) e ainda dois clássicos inesquecíveis de nosso cancioneiro: “Carinhoso” (Pixinguinha e João “Braguinha” de Barro) e “Ai, que saudades da Amélia (Ataulfo Alves e Mário Lago). Tudo com a versatilidade, a competência e o talento incontestáveis da grande Tânia Maria, aliado ao que de melhor a Odeon tinha em aparato técnico de gravação, fazendo deste “Olha quem chega” um dos melhores trabalhos já realizados pela cantora-compositora-pianista. Simplesmente de arrepiar!
*Texto de Samuel Machado Filho
Los Cubanacans – Noches del Caribe (1964)
Ritmos de procedência afro-americana, como rumba, conga, guaracha, chá-chá-chá e bolero sempre foram muito bem recebidos pelo público brasileiro e, por extensão,latino-americano. Ainda no final da década de 1990, inclusive, fez sucesso de bilheteria o documentário “Buena Vista Social Club”, que mostrava artistas de vanguarda da música cubana reunidos pelo produtor musical Ry Cooder para a gravação de um disco, tais como Ibrahim Ferrer, Compay Segundo e OmaraPortuondo. O documentário relatava as histórias de vida desses músicos, e como o êxito do álbum de mesmo nomegravado por eles, que ganhou até mesmo um prêmio Grammy, transformou suas vidas. O Toque Musical oferece hoje, a seus amigos cultos e ocultos, um álbum reunindo algumas das mais famosas páginas da música afro-americana, lançado pela Odeon em 1964. É “Noches del Caribe”, gravado pelo grupo Los Cubanacans. Não há nenhuma informação sobre os músicos que participaram deste disco, e nem mesmo a respeito do regente da orquestra (tudo indica que sejam brasileiros, mesmo). Entretanto, são doze músicas bem conhecidas, assinadas por compositores do porte de Ernesto Lecuona (“Para vigo me voy”, “Siboney””Canto karabali”), Gabriel Ruiz (“Mar”), Armando Orefiche (“Rumba azul”), Rafael Hernandez (Lamento borincano”), Moisés Simon (“Cubanacan”, “El manisero”), Nilo Menendez (“Aquellosojos verdes”), Luiz Alcaraz (“Prisionerodel mar”), Joaquin Pardavé (“Negra consentida”), com direito até ao tema folclórico mexicano “La cucaracha” e até músicas de procedência norte-americana (“South Americatake it away”, “The carioca”, “Indianlovecall”). Tudo em orquestrações de primeira, na medida certa para ouvir e dançar. Enfim, um disco de produção caprichada, que irá proporcionar momentos de pura diversão a todas as idades. Que comece la fiesta!
*Texto de Samuel Machado Filho