Moreno E Moreninho E Sua Embaixada – Bandeira De Santos Reis (1991)

Olá, amigos cultos e ocultos!  Depois do álbum “Viola, minha viola”, a cargo do violeiro Moreno (Pedro Cioffi, Machado, MG, 27/11/1925-Poços de Caldas, MG, 14/12/1995), o TM apresenta mais um disco dele, agora em dupla com o irmão Moreninho (João Cioffi, Machado, MG, 29/9/1927-Campinas, SP, 23/4/2008). É “Bandeira de Santos Reis”, originalmente lançado pela Copacabana em 1979, e aqui em uma reedição de 1991, com o selo Sabiá. Como vocês já sabem, Moreno e Moreninho foram os primeiros a divulgar pelo rádio a música folclórica brasileira, o que antes só era feito pelos foliões, nas Congadas e Folias de Reis. Eles chegaram a se apresentar no Teatro Municipal de São Paulo, em 1954, com um grupo folclórico autêntico, feito inédito na música caipira. E foi com um repertório voltado para o nosso folclore, além da autêntica moda de viola, que a dupla construiu toda a sua carreira. Esta vem a ser a característica fundamental deste disco, que apresenta faixas como “Bandeira do Divino”, “Natal, Natal” e “Encontro do presépio”.  Enfim, mais um ótimo trabalho que o TM oferece a vocês. Não deixem de conferir no GTM.

bandeira do divino
natal natal
benças de nossa senhora
cantiga de reis
o rei já chamou
bandeira de santos reis
dança de são gonçalo
folia de são sebastião
capelinha de santos reis
três reis do oriente
encontro do presépio
estrela do oriente



*Texto de Samuel Machado Filho

Moreno Da Viola – Viola, Minha Viola (1991)

O som autêntico da viola caipira, é o que o TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos através desta postagem. Na verdade, este disco foi originalmente lançado pela Copacabana, em 1980, e aqui chega através de uma reedição de 1991, com o selo Sabiá. Por coincidência, o título deste disco, “Viola, minha viola”, é o mesmo de um programa que foi apresentado durante anos pela TV Cultura de São Paulo, primeiro por Moraes Sarmento e Nonô Basílio, e depois por Inezita Barroso. A execução das faixas ficou a cargo de um senhor violeiro: Pedro Cioffi, o Moreno. Ele nasceu em Machado, Minas Gerais, no dia 27 de novembro de 1925, e faleceu em Poços de Caldas, também no estado de Minas, em 14 de dezembro de 1995. Formou, junto com seu irmão João Cioffi , a dupla Moreno e Moreninho, que marcou época na história da música sertaneja brasileira, e foi a pioneira na divulgação de nossa música folclórica pelo rádio, o que antes só era feito pelos foliões, nas Congadas e Folias de Reis. Aliás, os outros três irmãos Cioffi também fazem parte dessa história: Vitório e Orlando formaram a dupla Riachão e Riachinho, e Omero foi o Catireiro, da dupla com Bate-Pé (Pedro Crivelari Neto). Das doze músicas que compõem este LP, dez são de autoria do próprio Moreno, incluindo a faixa-título. Foram ainda incluídos os clássicos “A viola e o cantador” (Zé Palhoça e José Rosa) e “Pingo d’água” (Raul Torres e João Pacífico). Vindo de uma família de autênticos artistas sertanejos, Moreno apresenta primorosos solos de viola, ele que começou a dedilhar o instrumento já aos seis anos de idade. Portanto, um trabalho de primeiríssima qualidade, verdadeiro merecedor de mais esta postagem do Toque Musical. É ir ao GTM e desfrutar desta relíquia sonora. 

berrante catira e viola
rincão mineiro
prenda linda
brasil caboclo
festa na varanda
rancho do zé rosa
viola minha viola
caçando e pescando
canta brasil
viola e o cantador
alvorada cabocla
pingo d’agua
 



*Texto de Samuel Machado Filho

Festival Da Viola – TV Tupi (1970)

Os festivais de música que assolaram o país nas décadas de 1960/70 tiveram, predominantemente, a participação de compositores urbanos, ou seja, nascidos e criados em cidades de grande porte. Um belo dia, Fernando Faro,  o “Baixo”, produtor de programas musicais que marcaram época na televisão brasileira, e então trabalhando na extinta Tupi de São Paulo, teve a feliz ideia de organizar um festival de música sertaneja (ou de inspiração sertaneja), objetivando colocar esse tipo de música no mesmo nível e importância da MPB urbana, além de despertar o interesse dos compositores dessa faixa para os ritmos ditos caipiras ou sertanejos. Foi assim que nasceu o Festival da Viola, com a devida colaboração de Magno Salerno, outro experiente membro da equipe de produção da Tupi nesses tempos, e do apresentador Geraldo Meirelles, cognominado “o marechal da música sertaneja”. O certame obteve grande repercussão na capital paulista, e a Tupi recebeu muitas cartas e telegramas cumprimentando os organizadores do festival pela iniciativa. As rádios paulistanas executaram bem as finalistas do certame, que eram até cantaroladas pelo povo nas ruas. Sendo assim, o Toque Musical prossegue sua retrospectiva “festivalesca” oferecendo hoje, a seus amigos cultos e associados, o álbum com as doze músicas apresentadas na finalíssima do Festival da Viola da extinta TV Tupi, editado em 1970 pela Copacabana, com o selo Sabiá. Pelo que pude apurar, a música que venceu o certame foi “À minha moda”, de Rolando Boldrin, o atual “Senhor Brasil”, defendida por ele em companhia da então esposa Lurdinha Pereira. Esta música, evidentemente, consta de nosso álbum de hoje, porém na interpretação de Nonô (Basílio) e Naná. O próprio Nonô, como autor, teve outras duas músicas classificadas para a final do festival: “A viola e a carabina” (que ele também canta com Naná neste disco, sendo inclusive a faixa de abertura) e “Devoção”, aqui interpretada pelos sempre afinadíssimos Titulares do Ritmo. Merece destaque também a presença, entre os intérpretes, de nomes queridos do cenário sertanejo de então, como Dino Franco e a dupla Criolo e Seresteiro. Letinho, que assina “Carro velho” em parceria com Criolo e Pedro Sabino de Oliveira, trocou mais tarde seu nome artístico, passando a ser conhecido como Ronaldo Adriano. Os Titulares do Ritmo ainda interpretam, neste álbum, “Da lua, da rua, do violão”, curiosamente assinada por Antônio Marcos, cantor de grande popularidade na época, mas que teve sua carreira destruída pelo alcoolismo, em parceria com o maestro José Briamonte. Outro ídolo popular dessa época, o cantor Paulo Sérgio, assina outras duas músicas, aqui interpretadas pelo mestre Dino Franco: “É hoje que a terra treme” (parceria com Tony Gomide) e “A boiada” (com Alcino de Freitas). Enfim, um esforço que valeu a pena, e hoje é um verdadeiro documento histórico. É também uma oportunidade, para o público de hoje, de conhecer um pouco do que se fazia nessa época em matéria de autêntica música sertaneja, que, como vocês facilmente perceberão, nada tem a ver com o estilo dito “universitário”, que tanto infesta a mídia nos dias que correm. Ê trem bão…

a viola e a carabina – nono e nana

a saudade continua – maracá, dorinho e nardeli

desafio – trio maraya

carro velho – criolo e seresteiro

é hoje que a terra treme – dino franco

da lua, da rua, do violão – titulares do ritmo

a minha moda – nono e nana

o caboclo também tem ética – altemir e altemar

devoção – titulares do ritmo

passarela – itaity e embalo 5

carreteiro da esperança – maracá, dorinho e nardeli

a boiada – dino franco

*Texto de Samuel Machado Filho

Inezita Barroso – Classicos Da Música Caipira (1962)

Olá, amigos cultos e ocultos. Embora envolvido com outras coisas, não pude deixar o dia passar em branco. Ontem, na correria, acabei por não verificar se o ‘toque’ havia sido mesmo publicado. Como já informei, o Blogger criou diversas ferramentas para auxiliar o blogueiro, inclusive um ‘anti spam’ que só funciona para os meus ‘toques’. Propagandas, comentários idiotas e sacanas, lixos eletrônicos, esses eu tenho que tirar na mão. Ontem foi meio assim, na pressa de sair, esqueci de verificar, como sempre tenho feito, se o toque do link havia mesmo sido publicado. Mas agora está tudo certo, ok? Manda vê…
Para não passarmos em branco o dia, vamos com uma bela estampa, a sempre querida Inezita Barroso em mais um de seus excelente albuns. Tenho hoje para vocês “Clássicos da Música Caipira”, um disco gravado em 1962 para o selo Sabiá. Aqui encontramos doze temas inesquecíveis da música assumidamente caipira. Confiram aí, porque eu daqui, já vou dormir. Tô que não me aguento… Zzzz…

boi de carro
vae torna vortá
chico mineiro
cavalo preto
mineirinha
amor impossível
baldrana macia
do alado que o vento vai
pingo dágua
sertão do laranjinha
triste zas do jeca
boiadeiro apaixonado