Manfredo Fest Trio (1965)

Boa noite, meus caríssimos amigos cultos e ocultos! Para fugir um pouco do programado, eu, as vezes, gosto de ter a mão alguma alternativa que venha do inesperado. Em outras palavras, embora eu já tenha uma seleção de discos predeterminados para a semana, as vezes é bom quando surge um outro, fora do contexto, fora do esperado, que dá uma bagunçada na lógica, na minha lógica de postar. Hoje eu trago algo assim. Uma colaboração dos amigos Célio e Márcio, da loja Acervos Lps, que vem conquistando espaço em Belo Horizonte para os amantes do vinil. Lojinha bacana na Savassi, com muitas variedades e preços imbatíveis (eis o segredo dos caras).
Temos aqui o excelente Manfredo Fest em trio, também formado por Heitor Gay de Faria Maris, na bateria e Mathias Mattos, no contrabaixo. O Manfredo Fest Trio foi lançado pelo selo RGE. Disco este que não consta em discografias do músico. Uma pérola da bossa jazz brasileiro, que passou meio batido, afinal era 1965, um ano sem grandes manifestações fonográficas. Não por falta de material, mas pela própria contingência da situação política no Brasil. A tomada do Poder pelos militares em 64 gerou uma espécie de paralisação cultural no ano seguinte. 1965 foi mesmo um ano inexpressivo em termos de publicações musicais. Basta ver que ao longo de todo esse tempo de Toque Musical, poucos foram os discos do ano de 65. Aliás, eu ainda não tinha visto este disco em outras fontes. Creio que aqui ele está fazendo a sua estréia 🙂
reza
quem é homem não chora
samba de verão
“m.e.” vestida de amarelo
estamos aí
você
consolação
impulso
só você
enquanto a tristeza não vem
samba de negro
o menino das laranjeiras
.

O Melhor Da Bossa (1965)

Olá meus prezados amigos cultos e ocultos! Custei, mas cheguei! Fui tomado pela preguiça e acabei deixado para a última hora esta postagem. Como aqui ninguém está com pressa, qualquer hora é hora…

Tenho aqui uma coletânea de bossa nova da melhor qualidade. Material da saudosa RGE, com alguns de seus mais expressivos artistas da linha jazz e bossa. Este álbum, “O Melhor da Bossa” é o autêntico, lançado em 1965! Muita gente confunde. Isto porque em 1989, comemorando os 30 anos de Bossa Nova, a RGE relançou o disco com outra lista de fonogramas e artistas. Manteve a capa e a mesma concepção da contracapa com cada artista com uma fonte texto diferenciada. Sinceramente, eu não entendi. Será que o pessoal da gravadora/selo não tinha mais as fitas masters, ou mesmo um exemplar em lp? Se tivessem me procurado, talvez eu pudesse ter ajudado. Olha o disco aqui…

garota de ipanema – zimbo trio

onde está você – paulinho nogueira

nós e o mar – maysa

evolução – manfredo fest

primavera – agostinho dos santos

berimbau – luiz chaves

sambão – ely arcoverde

balanço do mar – ana lucia

inútil paisagem – tenório jr

o menino das laranjas – os seis em ponto

também quem mandou – wanda

borandá – conjunto ok

Manfredo Fest – Brazilian Dorian Dream (1976)

Olás! Quando penso em postar discos de Bossa Nova, fico sempre na dúvida se já foi ou não postado no Loronix. Às vezes eu acabo desistindo quando vejo que o disco já passou por lá e já está em outras fontes também. Mas como hoje em dia, no blog do loro, de ativo e crescente só tem mesmo o quadro de seguidores (talvez esperando o seu retorno), eu daqui vou postando os meus sem preocupação. Acontecem também coincidências com postagens de outros blogs, mas eu já vi que se for ficar preocupado com isso, acabo me limitando e seguindo uma linha que não me interessa. Quando percebo a tempo que o disco também foi postado em outro blog, daí eu posso até fazer uma menção. Mas nem sempre eu saio procurando pela rede para saber se o disco que quero postar foi ou não publicando. Minhas postagens não dependem disso.
O álbum de hoje não é de Bossa Nova, porém já foi publicado no Loronix. Eu o comprei ontem, mais como um investimento, pois trata-se de um álbum raríssimo do Manfred Fest, gravado nos Estados Unidos (importado) em sua fase internacional. No quesito raridade ele está no mesmo pé de igualdade do álbum “Krishnanda” de Pedro Sorongo, cotado no mercado internacional de colecionadores a mais de 500 pratas! Depois de devidamente digitalizado, eu o coloco a venda para quem se interessar, pela metade do preço. Aproveitem porque a oferta é por tempo limitado (hehehe…)
Temos então o instrumentista em um álbum lançado em 1976 pelo selo americano T&M Productions. Este disco nunca saiu no Brasil e ao que me parece foi o primeiro álbum gravado por ele ao se mudar para os ‘States’. Muitos o consideram como sendo o seu disco mais moderno. Um álbum realmente diferente de outros dos seus trabalhos. Em “Brazilian Dorian Dream”, Manfredo vem acompanhado pelo baixista neozelandês Thomas Kini, o baterista e percussionista costa riquenho Alejo “Joe” Poveda e a cantora americana Roberta Davis. Juntos eles fazem um som que bem nos lembra o Sérgio Mendes numa postura mais jazzística. É um disco de “fusion” e dos melhores, com elementos do jazz, do rock e também de suas raízes brasileiras. Foi um álbum muito bem recebido pela crítica e mesmo sendo um disco estrangeiro, nunca chegou a ser relançado no formato cd. Manfredo faleceu em 1999, aos 63 anos, na Flórida (EUA).

brazilian dorian dream
facing east
jungle cat
that’s what she says
slaughter on tenth avenue
who needs it
braziliana nº 1

Manfredo Fest – Boleros Clássicos Clássicos Dos Boleros (1961)

Vejam vocês este álbum muito interessante. Este é um disco do Manfredo Fest que não temos uma mínima referência. Não achei em nehuma biografia deste pianista qualquer nota sobre este lp. Também não tive como saber a data, possívelmente final dos anos 50 ou início dos 60. No Dicionário Cravo Albin este disco nem existe na discografia do Manfredo. Eu acredito que este seja realmente o primeiro disco dele. Aqui temos um curioso repertório de boleros, sendo a primeira parte, o lado A, composta de peças da música clássica adaptadas ao ritmo bolerístico. Taí, mais um disco pra quem gosta de dançar coladinho…

apenas um coração solitário
sinfonia patética
poema
tema do 2. concerto para piano
estranho no paraíso
melodia em fá
pecadora
luna lunera
hipócrita usted
maria bonita
una mujer

Simonetti – Bossa (1964)

Não sei exatamente o porquê deste disco se charmar “Simonetti – Bossa”. Certo é que se trata de um disco de Bossa Nova. Certa também a presença de Simonetti, maestro italiano que viveu um período aqui no Brasil, trabalhando em trilhas para o cinema nacional, etc… Digo isso, porque e curiosamente, este disco também se chama “Vagamente” e dele também participam Ely Arcoverde, organista famoso nos anos 60 e Manfredo Fest, outro importante pianista e compositor da época. Não se trata de um trabalho coletivo, eles apenas dividem as faixas do álbum. Este lp saiu pelo obscuro selo paranaense Atila. Um autêntico 3 em 1. É considerado uma preciosidade rara e super disputado por colecionadores, no Japão e América. Seu valor no mercado, para um vinil em bom estado, é na faixa de 300 dólares! (aí Edu, segura o seu!)

vagamente – ely arcoverde & seu conunto
mulata assanhada – simonetti & sua orquestra
minha saudade – manfredo fest & seu conjunto
saudades da bahia – simonetti & sua orquestra
batida diferente – manfredo fest & seu conjunto
bolinha de sabão – ely arcoverde & seu conjunto
ela é carioca – ely arcoverde & seu conjunto
bossa na praia – manfredofest & seu conjunto
favela – simonetti & sua orquestra
bossa no choro – manfredo fest & seu conjunto
fita amarela – simonetti e sua orqustra
mais que nada – ely arcoverde

Os Sambeatles (1965)

Para encerramos a semana do rock, achei que seria interessante postar este disquinho. Não é exatamente rock, mas refere-se a ele, evidentemente aos Beatles. Aqui temos uma re-leitura de algumas pérolas dos Fab Four em ritmo de bossa e jazz. Muito bacana. Eu ouvi alguma coisa, mas não conhecia o disco. Segundo contam, Os Sambeatles foi o nome usado pelo trio de Manfredo Fest para gravar o disco. Quem ainda não conhece, vale a pena conferir. O toque é este.