Muito boa noite, amigos cultos e ocultos! Vez por outra eu trombo com a postagem do disco “Morte e Vida Severina”, com a mesma estampa que vemos logo acima. Vocês, por certo, também já devem tê-la visto e até mesmo baixado, como eu fiz muitas vezes. Acontece que até hoje ninguém postou de verdade o tal disco. O que encontramos, além da capinha, é uma outra gravação, a trilha do filme de Zelito Viana, que não corresponde ao proposto. Cansado de levar gato por lebre, eu vou aqui postar o verdadeiro álbum da peça, lançado originalmente em 1966.
Morte E Vida Severina (1966)
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“Morte e Vida Severina – Auto de Natal Pernambucano” é um poema cênico, escrito por João Cabral de Melo Neto em 1956, a pedido de Maria Clara Machado, para o Grupo Tablado encenar no natal, mas que não chegou a acontecer ( ou foi?). Em 1965 ele voltou adaptado, musicado pelo então jovem compositor, Chico Buarque de Holanda. A peça foi levada ao palco através do Teatro da Universidade Católica de São Paulo, o ‘Tuca”, no dia de sua inauguração. No auge da ditadura, pelo cunho social, logo na estreia o grupo teve problemas com os milicos. A polícia militar e toda má sorte de repressores baixaram no local. Houve prisões e tumulto. Este álbum foi gravado (supostamente) nesse dia. Ao contrário do disco dar trilha do filme, neste temos editado o áudio de toda a encenação, ou seja, a poesia interpretada ao vivo. A gravação histórica foi lançada pela Companhia Brasileira de Discos, com selo Philips, em 1966. No mesmo ano saiu também um compacto duplo, gravado em estúdio e lançado pelo selo Caritas com o mesmo grupo do Tuca.
Me lembro deste disquinho, eu ainda menino, não parava de ouvi-lo na radiola Philco, na casa da minha tia. Acho que ainda sei de cor toda a faixa “Mulher na janela”. Eu cantava direto esse trecho, brincando com os amigos. Como eu não gosto de ‘café pequeno’, tô incluindo no pacote o compacto também. Espero que vocês gostem.