Arquivo da categoria: Selo Forma
Quarteto Em Cy – Compacto (1966)
Som Livre Exportação Nº 2 (1971)
Nara Leão, Paulo Autran, Tereza Rachel e Oduvaldo Vianna Filho – Liberdade, Liberdade (1966)
Olá amigos cultos e ocultos! Não sei se dou bom dia ou meus pêsames. Afinal, a ‘idiotocracia’, tão bem exercida pelo povo brasileiro, ontem nós levou ao golpe e agora é esperar a terra e a cal, pois no fundo do poço nós já estamos. Sinceramente, não vejo luz no fim do túnel, muito pelo contrário. Pressinto que vamos logo entrar num caos, que mais uma vez nos levará a perder nossa liberdade. Diante ao que vem pela frente, achei oportuno repostar este disco, mesmo sabendo que a multidão que nos levou a esse estado não vai ouvir, não sabe do que se trata e nem tem condições para absorver tal interpretação. Mesmo assim, vale trazer a tona, pois muito do que se falava nessa época, cabe direitinho nos dias atuais. Para não perder tempo, replico aqui um texto extraído da internet com algumas outras informações que complementam o texto da contracapa:
No ano seguinte ao golpe militar, o Grupo Opinião estréia uma das obras pioneiras do teatro de resistência. A peça Liberdade, Liberdade, escrita por Millôr Fernandes e Flávio Rangel, reúne textos de diferentes épocas e estilos para falar de um direito que está prestes a ser seqüestrado.
Como lembra, na época, o crítico Décio de Almeida Prado, ninguém clama por liberdade se não se sente ameaçado de perdê-la. Esta premissa é a idéia que permanece nas entrelinhas do espetáculo e que dá sentido e contundência a cada palavra proferida em cena. O texto que Millôr Fernandes escreve no programa do espetáculo aborda com bom humor a dificuldade de falar de uma coisa que falta e que não se pode reivindicar:
“Uma pitadinha de liberdade aqui, uma lasquinha de liberdade ali (…) e a turma vai vivendo que afinal também o pessoal não é tão voraz assim. Já está mais ou menos acostumado. Por isso o texto que escrevemos e selecionamos para Liberdade, Liberdade é bem ameno. Lírico, pungente, uma gracinha leve, uma coisinha, assim, delicadinha. Não é por nada não – só medo. (…) Porque, senão, vão dizer por aí, mais uma vez, que eu sou um cara perigoso. E eu tenho que responder mais um vez, com lágrimas nos olhos: Triste país em que um cara como eu é perigoso. (…)” 1
Em outro texto, o Grupo Opinião assina coletivamente um quase manifesto em que diz:
“Muitos acharão que Liberdade, Liberdade é excessivamente circunstancial. O ato cultural muito submetido ao ato político. Para nós, essa é a sua principal qualidade. (…) Consciente de si, do seu mundo, [o artista brasileiro] marca a sua liberdade, inclusive, realizando obras que são necessárias só por um instante. E que, para serem boas, necessariamente terão que ser feitas para desaparecer; deixando na história não a obra, mas, a posição. (…) muitas vezes a circunstância é tão clara, tão imperiosa, que sobe à realidade (…). Afirmamos que nesse instante a realidade mais profunda é a própria circunstância – e nesse momento não ser circunstancial é não ser real”.2
Os princípios do teatro de resistência encontram no espetáculo do Grupo Opinião talvez a primeira das inúmeras formas que assumirá durante os anos de silêncio para denunciar o esquema opressor que domina o país. Os autores constroem o texto por meio de pesquisa, tradução e síntese de textos de outros autores. Conseguem obter uma coerente e sagaz estrutura dramatúrgica com fragmentos da literatura universal dedicados ao tema da liberdade, costurados com canções sobre o mesmo assunto e com corrosivas piadas. Criam assim uma aproximação entre as tomadas de posição de autores de outros tempos e outros países e a situação brasileira de 1965. Paulo Autran é o ator a quem cabe a condução do espetáculo e os melhores papéis. O crítico Yan Michalski, que dedica quase metade de sua coluna à apreciação do ator, afirma que “a versatilidade demonstrada por Paulo Autran é impressionante: em duas horas de espetáculo ele esboça umas dez ou quinze composições diferentes, sempre adequadas e inteligentes, sempre livres de quaisquer recursos de gosto fácil” – e considera que este virtuosismo é resultado do “domínio dos problemas técnicos” e “de todos os meios de expressão do ofício de ator”. 3 A crítica de um modo geral ressalta também o desempenho de Tereza Raquel e faz algumas observações negativas em relação ao trabalho de Oduvaldo Vianna Filho e à direção do espetáculo.
Embora bastante questionado na época, por ser mais um show do que propriamente uma peça de teatro, Liberdade, Liberdade revela-se uma iniciativa seminal, que influencia fortemente a dramaturgia da década. O espetáculo faz enorme sucesso no Rio de Janeiro e em longa turnê pelo país, tendo tido desde então muitas novas montagens no Brasil e no exterior.
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Vinícius: Poesia E Canção Vol. 2 (1966)
Olá amigos cultos e ocultos! Hoje, dia 13 de dezembro, fazem 50 anos que aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo o encontro da poesia e da canção de Vinícius de Moraes. Foi uma noite de gala onde estiveram presentes grandes nomes da música como Baden Powell, Carlos Lyra, Cyro Monteiro, Edu Lobo, Elizeth Cardoso, Francis Hime, Pixinguinha e (claro) Vinicius de Moraes. A apresentação foi feita pela filha do poeta, Suzana de Moraes e contou também com a participação do ator Paulo Autran que recitou alguns de seus poemas. Este show teve um registro a altura, gerando ao final dois lps, produzidos por Roberto Quartin e seu selo Forma. Os discos foram lançados no ano seguinte. Acredito que na época não era muito comum álbuns duplos, daí os dois discos saíram separadamente. Muito por conta disso eu começo pelo segundo volume, que é o que eu tenho. O certo seria postar primeiro o volume 1, mas esse eu vou ficar devendo. Quem sabe no ano que vem, quando então o disco completa 51 anos (uma boa ideia!). Mas antes disso, se for o caso, eu irei postar o que falta, não se preocupem…. Por enquanto, vamos só celebrar e comemorar a poesia e a canção de Vinícius de Moraes.
Baden Powell & Vinícius De Moraes – Os Afro-Sambas (1966)
Olá amigos cultos e ocultos! Ontem recebi duras, porém importantes, críticas de um amigo sobre o que eu escrevo e como escrevo as coisas aqui no Toque Musical. Realmente, os textos das minhas postagens trazem sempre muitos erros, sejam lá de ortografia, concordâncias, ou mesmo de caráter histórico e informativo. Há, sem dúvida, muita coisa errada por aqui (e vai além, hehehe…), mas mesmo assim eu insisto, teimoso como um burro, vou tocando sozinho esse meu ‘mal hábito’. E o mais curioso de tudo isso é que mesmo sendo assim como sou, como é o Toque Musical, tem por aí muita gente que nos copia, que seguem uma ‘linha’ semelhante. Eu já disse isso, o TM faz escola! 😉
Em homenagem ao meu amigo crítico e também a todos os outros cultos e ocultos, eu hoje trago este álbum, um clássico que despensa maiores apresentaçoes. Aliás, melhor apresentação que o texto do próprio autor, ainda mais sendo ele Vinícius de Moraes, não poderia haver. “Os Afro-sambas” é um disco dos mais importantes da MPB, lançado através do selo Forma, de Roberto Quartin, em 1966. Produzido de maneira livre, sem se prender a questões e padrões comerciais, o disco traz apenas oito músicas, mas que são a continuidade de um trabalho que a dupla iniciou quatro anos antes, quando ‘se conheceram’, vamos dizer assim. Um trabalho excepcional, que mesmo nunca esquecido, não poderia deixar de ser lembrado aqui. Há ‘medalhões’ que a gente precisa sempre cultuar, não é verdade?
Dulce Nunes – Dulce (1965)
Ivan Lins – Agora (1971)
Boa noite, amigos cultos e ocultos. Tentei começar esta postagem na folga do café da tarde, Começar e terminar, claro. Mas foi totalmente impossível. O bicho tá pegando! Muito serviço e pouco dinheiro.
Abril é um mês complicado para mim., principalmente na segunda quinzena. Mas eu vou segurando a peteca e mandando ver…
Temos aqui, para marcar o dia, o pai da Madalena, o grande Ivan Lins. Para quem não conhece ou nem lembrava mais, este foi o primeiro álbum dele, lançado em 1971, através do selo Forma. “Agora” é um dos discos que eu mais gosto, um trabalho com garra, jovem, bem a cara daquele começo dos anos 70, longe do internacional Ivan Lins de hoje. Obviamente, não estou querendo com isso provocar alguma comparação, apenas constando as transformações, ou evolução de um artista brasileiro de talento. O álbum foi produzido por Paulinho Tapajós e conta com os arranjos de Arthur Verocai. Temos em “Agora” uma série de múiscas que fizeram sucesso e ainda fazem, com certeza. Quem há de esquecer “Madalena”, “Salve, salve”, “O amor é o meu país” e “Agora”? São as primeiras composições ao lado do então parceiro, Ronaldo Monteiro de Souza. Aproveitando que estou com a mão na massa, incluí o compacto, também da Forma, lançado um ano antes, 1970. Confiram aí porque eu daqui já estou dormindo. Zzzz… (Se houver algum erro criminoso, reclamem com o Morfeu)
Compactos De Festivais (1968, 70, 72)
Compactos de Festivais ou festival de compactos? É, pelo jeito teremos que prolongar por mais uma semana as postagens de compactos. Está ‘bombando’, como diz o outro… Acho que vou fazer o seguinte, na próxima semana, colocarei intercalado às postagens tradicionais, os disquinhos, ou então irei revezando. Vamos ver…