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Noitada De Samba (1978)
Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Tenho hoje para vocês uma ‘Noitada de Samba’. Vamos hoje com um disco que certamente passou batido para muita gente. Coisa fina, coisa rara…
Em 1971 nascia a ideia da Noitada de Samba, um projeto musical criado por Jorge Coutinho e Leonides Bayer. Um encontro de grandes artistas da música popular brasileira que aconteceu no Teatro Opinião por mais de uma década! A Noitada de Samba surgiu em plena ditadura, sendo um foco de resistência, onde os artistas buscavam através de suas músicas expressar seus sentimentos de oposição ao regime militar. O Teatro Opinião foi palco de um espetáculo musical de samba, do artista popular, compositor e intérprete carioca. Um espetáculo que acontecia todas as segundas feiras. Pela noitada passaram dezenas de artistas, grandes nomes do samba como Adelzon Alvea, Ademildes Fonseca, Alcione, Aluisio Machado, Arlindo Cruz, Baianinho, Beth Carvalho, Carlos Lyra, Dona Ivone lara, Leci Brandão, Roberto Ribeiro, Monarco, Cartola, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, João Nogueira, Martinho da Vila e tantos outros que nem dá para listar. Não somente os sambistas, mas artistas em geral, tinham no Teatro Opinião im dos poucos espaços de expressão. Foram 617 espetáculos ao longo de 13 anos. A Noitada de Samba durou até 1984, Recentemente virou um documentário, dirigido por Cely Leal, (preciso assistir!).
Este disco, um álbum histórico, reúne um pouco do que do que foi a Noitada de Samba, trazendo registros de Clara Nunes, Cartola, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola, Odete Amaral, Xangô da Mangueira e muitos outros. É uma pena que seja um disco simples. Considerando o tempo que esse projeto durou, a centena de artistas que participaram e certamente as infinitas horas de gravação, poderiam ter gerado, no mínimo um álbum duplo. Mas é compreensível, tem sempre aquela questão dos direitos autorais, contratos de exclusividade e tantos outros obstáculos nesse grande negócio que foi o mundo da música.
Cartola 70 – Fala Mangueira! (1978)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! No batido do samba aqui vamos nós com mais um disco bacana. Eu, na verdade estou fazendo uma reprise. Há alguns anos atrás eu postei aqui o álbum, “Fala Mangueira!”, originalmente lançado em 1968, pela Odeon. Um verdadeiro clássico do samba. Disco que não pode faltar em nenhuma boa coleção. Estamos falando aqui do feliz encontro de Cartola, Carlos Cachaça, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho e Odete Amaral, num disco dedicado à Mangueira. Conforme relata o texto de contra capa desta edição, foi uma ideia de Vianinha (Oduvaldo Vianna Filho) sugerida ao Herminio Bello de Carvalho para um musical falando sobre a Mangueira. Espetáculo este que nunca chegou a acontecer, infelizmente. Mas pelo menos esse encontro se eternizou em disco, neste lp que aqui retorna após 10 anos numa edição comemorativa em homenagem aos 70 anos do Cartola. Por essa razão o disco mudou de nome, mas o material, a gravação é a mesma. Fica aqui esta segunda chance, para manter o pique do samba 😉
A Música De Nelson Cavaquino – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 69 (2013)
Nelson Cavaquinho – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 46 (2012)
Em sua edição de número 46, o Grand Record Brazil reverencia um dos maiores sambistas que o Brasil já teve: o carioca e mangueirense Nélson Antônio da Silva, que ganhou a imortalidade com o pseudônimo de Nélson Cavaquinho (1911-2002). Filho de músico da Banda da Polícia Militar e sobrinho de violinista, Nélson deixou um acervo de mais de quatrocentas composições, com letras quase sempre remetendo a temas como o violão, mulheres, botequins e em especial a morte. Entre suas músicas mais conhecidas estão “Rugas”, “A flor e o espinho”, “Quando eu me chamar saudade”, “Juízo final”, “Luz negra”, “Pranto de poeta”, “Cuidado com a outra” e “Degraus da vida”.
A seleção aqui contida reúne 14 preciosas gravações, todas elas sambas, e foi feita pelo blog Coisa da Antiga, do grande Ary do Baralho. Ciro Monteiro aqui comparece com quatro gravações Victor: “Apresenta-me aquela mulher”, parceria de Nélson com Augusto Garcez e G. de Oliveira, de 25 de maio de 1943, lançada em setembro do mesmo ano (80-0107-B, matriz S-052779), “Não te dói a consciência”, em que Nélson Cavaquinho tem a parceria também de Augusto Garcez mais Ari Monteiro, também de 1943, gravada em 6 de julho daquele ano com lançamento em outubro (80-0119-B, matriz S-052799), “Aquele bilhetinho”, que Nélson e Garcez assinam com Arnô Canegal, de 13 de abril de 1945, lançada em maio seguinte (80-0282-A, matriz S-078154), e por fim o clássico “Rugas”, da mesma tríade de “Apresenta aquela mulher”, gravado pelo “Formigão” em 21 de março de 1946 e lançada em maio do mesmo ano (80-0406-A, matriz S-078450). “Rugas” tem vários registros posteriores, entre eles os de Roberto Silva, Jair Rodrigues e Luiz Cláudio. Em “O fruto da maldade”, Nélson Cavaquinho tem a parceria de César Brasil, e o lançamento deu-se pela Continental, na voz de Jorge Veiga, entre julho e setembro de 1951, disco 16434-B, matriz 2632. “Minha fama”, parceria de Nélson com Magno de Oliveira, foi gravado na Odeon por Risadinha, em 4 de setembro de 1952, mas só saiu em junho de 53 com o n.o 13455-B, matriz 9413. Do carnaval de 1954, “Amor que morreu”, parceria de Nélson Cavaquinho com Roldão Lima e Gilberto Teixeira, foi gravado por Elizeth Cardoso na Todamérica em 12 de novembro de 53 e lançado ainda em novembro (TA-5380-B, matriz TA-591). E Elizeth seria mais tarde uma das mais assíduas divulgadoras da obra de Nélson. Da parceria dele com César Brasil também é “Não brigo mais”, gravado também na Todamérica por Vítor Bacelar (Salvador, BA, 1911-Rio de Janeiro, 2005) em 23 de agosto de 1954, com lançamento em setembro seguinte (TA-5471-B, matriz TA-723), visando a folia de 55. Em seguida uma curiosa incursão de Nélson pelo samba-canção, em parceria com Guilherme de Brito: “Garça”, com Ruth Amaral (também compositora e intérprete de marchinhas carnavalescas), lançado pela Columbia em agosto de 1955, disco CB-10192-A, matriz CBO-547. Ruth também interpreta “Cinzas”, dos mesmos autores mais Renato Gaetani, que a mesma Columbia lançou em novembro de 55, sob n.o CB-10210-A, matriz CBO-584. Foi também incluída a gravação de Nerino Silva, que a Chantecler lançou em janeiro de 1963, disco 78-0677-B, matriz C8P-1354, e depois incluída no LP “Arroz de festa”. Em seguida, Nélson assina com seu inseparável parceiro Guilherme de Brito o samba “Palavras malditas”, gravado na Todamérica por Ary Cordovil em 6 de setembro de 1957, disco TA-5724-B, matriz TA-100091, visando o carnaval de 58, e que foi regravado por Beth Carvalho em 2011, no CD “Nosso samba tá na rua”. O mesmo Ary Cordovil canta “Cheiro de vela”, de Nélson com José Ribeiro, em gravação do extinto selo Vila, disco 10003-A, que o Instituto Memória Musical Brasileira diz ser de 1961. E o cantor Orlando Gil encerra nossa seleção com “Negaste um cigarro”, parceria de Nélson Cavaquinho com José Batista, gravação de 1962 para outro selo extinto, o Albatroz, disco A-121-B. É a homenagem do Coisa da Antiga e do Toque Musical, através do GRB, a este grande compositor e poeta que foi Nélson Cavaquinho!
Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.
Nelson Cavaquinho (1973)
Bom dia, prezados amigos cultos e ocultos. Nesta semana, sem intenção, tenho postado discos dos anos 70. Taí uma década que eu adoro, principalmente pelo lado musical. Acho que foi o ápice da indústria fonográfica no Brasil. Era um tempo onde quem administrava as gravadoras entendia de música, tinha sensibilidade e competência. Depois vieram os administradores formados em universidades e transformaram tudo em negócios. E pode-se dizer que foram péssimos administradores, pois, ofuscados pelo brilho do ‘compact disc’, deixaram-se levar por um caminho sem volta. Sucatearam a indústria do vinil e o pior, também a nossa música e os nossos artistas. Sinceramente, não fossem os blogs musicais, em sua anarquia cultural, atuando nos últimos dez anos, muita coisa ainda estaria perdida, esquecida… nas mãos dos gringos que vão relançando lá fora aquilo que aqui ninguém se lembra mais.
Putz, nem sei porque eu comecei de novo esse assunto… uma coisa leva a outra, deve ser… Melhor falarmos do disco do dia 🙂
Hoje segue aqui uma bela coletânea do Nelson Cavaquinho, lançada em 1973 pela EMI-Odeon, através de seu selo especial Fenix. Nela encontramos alguns dos clássicos de Nelson e seus parceiros. Embora não conste no lp informações (além de um diálogo transcrito entre o jornalista Sérgio Cabral e Nelson), eu suponho que a seleção do repertório inclui novas gravações. Digo isso porque algumas músicas cantadas por ele me soaram diferente ao ouvido. Deve ser talvez porque já faz um tempo que eu não escuto o sambista. Nem me lembrava dele cantando junto com o seu mais fiel parceiro, Guilherme de Brito, que aqui também marca presença. Foi muito por conta disso que este álbum está sendo postado agora. Não é nenhuma raridade, inédito ou novidade. Mas cá pra nós, quem consegue aqui no Brasil enjoar de arroz com feijão?
PS.: VAI LÁ EM CASA OUVIR ESTE DISCO, EU FAÇO UMA CÓPIA PARA VOCÊ!
Odete Amaral, Cartola, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho & Carlos Cachaça – Fala, Mangueira! (1968)
Na semana em que eu andei postando os sambas, acabei deixando para trás este disco que é uma maravilha. Um encontro de velhos banbas da Mangueira. Um disco antológico, que eu também gostaria de ter a honra de postá-lo. Sem firulas, apenas o desejo de poder levar para os ‘meus’ esse álbum também. Moçada, chega junto que isso aqui é filé. Toquei também, pronto!
Nelson Cavaquinho – Flores em vida (1985)
Mais uma dose de Nelson Cavaquinho. Neste álbum, lançado em 1985 pelo Estúdio Eldorado, temos uma celebração. Um disco-homenagem, produzido por Carlinhos Vergueiro. O trabalho contou com a participação de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, João Bosco, Toquinho e Cristina Buarque, entre outros. Nelson comparece em quatro faixas. Fizeram uma baita festa na quadra da Mangueira para o lançamento desse disco. Mais um discão!
Nelson Cavaquinho – Quando Eu Me Chamar Saudade (1996)
Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Candeia & Elton Medeiros – Quatro Grandes do Samba (1977)
Este disco é uma maravilha! Quatro feras do samba num registro histórico. Um álbum já conhecido por toda a comunidade blog-musical, mas que eu faço questão de apresentá-lo aqui no TM. Este lp só tem um ‘grave defeito’, não é um álbum-duplo. Num ‘encontro’ assim, bem que merecia. Tenho a impressão que os quatro juntos tocando no disco, só mesmo na ilustração da capa (mais uma vez, me corrija se eu estiver errado). O Candeia só canta suas composições. A gente não percebe sua participação em outros momentos. Mas mesmo com o aparente encontro-montado o disco não perde o seu encanto. Quem não conhece, tem aqui a chance…