Bom dia, amigos cultos e ocultos! Eu ainda não tive tempo de repor todos os ‘toques’ solicitados e nem sei se o conseguirei fazê-lo neste fim de semana. Mas podem ficar tranquilos que no mais breve possível tudo ficará resolvido, ok? Enquanto isso, vão curtindo aí as postagens dos últimos dias.
Como eu já havia comentado, na semana passada tivemos em Belo Horizonte o Conexão Vivo, lá no Parque Municipal. Rolou um bom e variado espetáculo, com os mais diferentes artistas. Nos dois dias em que eu pude estar presente, foi possível assistir a muitos shows. Entre tantos que por lá passaram, veio também o Di Melo que se apresentou ao lado da banda Black Sonora. Para os que não se lembram, o Di Melo é aquele artista pernambucano, que nos anos 70 gravou pela EMI-Odeon um álbum muito interessante, tendo como participação nomes como Heraldo do Monte, Hermento Pascoal, Claudio Bertrami e outros… (inclusive o pai do Taiguara tocando bandoneon). Eu já tive este disco, mas por alguma razão o passei para frente.
O Di Melo voltou a tona depois que nos anos 90 foi redescoberto por DJs ingleses. A sua música “A vida em seus métodos diz calma” foi na época incluida na coletânea “Blue Brazil 2” para o mercado internacional. Como sempre acontece, bastou ser resgatado lá fora para que o pessoal aqui dentro redescobrisse ou reconhecesse o talento do cara. Di Melo volta a ganhar projeção e interesse das novas gerações, já tem inclusive um filme sendo finalizado sobre sua trajetória. Sinceramente, não conheço a história do cara, mas será que vale um filme? Ele é considerado por muitos como um dos importantes artistas que contribuiram para a formação de um estilo ‘blacksoulmusicsambarock’ (o mesmo onde são colocados Tim Maia, Cassiano, Hyldon, Trio Mocotó e por aí a fora…)
O certo é que no Conexão, o Di Melo volta à cena trazendo debaixo do braço um cd de coletâneas. Quando vi o ‘cedezinho’, achei que fosse piada. Produção caseira, reunindo além das músicas de seu disco de 1975, outras composições. A piada não é pela produção caseria, mas pela capa que estampa uma caricatura sua (até bem feita). Quem vê aquele cd há de pensar que se trata de um disco de piadas ou historinhas infantis. Sinceramente, não me contive… Após ouvir o disco (vendido por ele por 25 paus e sem autógrafo) e por sugestão de um amigo, pensei: pô, esse cara é uma pedra bruta! Precisa de uma lapidação, uma capa nova e mais divulgação! Vou postá-lo no Toque Musical!
Para quem está querendo retomar a carreira na mesma ‘pompa’, além de uma música boa (que ele já tem) é preciso também ter uma boa apresentação. Foi aí que eu resolvi criar essa nova capa, algo mais apropriado para o nosso artista. Modéstia a parte, acho que ficou ótima. Eu me sentiria muito honrado se o Di Melo passasse a usá-la. Tenho certeza que ninguém mais vai lhe fazer piadinhas.
Di Melo – Pedra Bruta (2011)
Responder
barulho de fafá
lúcifer
distando estava
d’ouro brilhante
multificheiro
podes vir
lantemário
chifre iluminado
verso e prosa
manda e desmanda
posar de rainha
basta bem pensar
querelante
entardeceu, anoiteceu
milagre da sobrevivência
bailarina do cantor
eu não
frágil passarinho
e o vento levou
lábios de rubis