Carnaval RCA Victor – Volume 1 (1957)

Olá foliões cultos e ocultos! Estamos enfim chegando à apoteose com nossa comissão de frente, que como todos viram, também é boa de lado e costa. Desta vez vamos ver as coisas por um outro ângulo. Vamos com este raro lp preparado pela RCA Victor para o Carnaval de 1958. Sem dúvida, outra boa pedida. Nossa bela modelo, aqui, parece não ter conseguido ficar de pé. ‘Chapou’ o melão com o lança perfume, tropeçou na serpentina e quase deixou quebrar a taça de cristal, derramando pelo chão toda a ‘champanhota’. Sorte foi estar cercada de balões que amorteceram a sua queda. Hehehe… brincadeirinha… Disse isso apenas para chamar a atenção dos amigos para a beldade que estampa a capa. Moça bonita, né não? Bonito também é o repertório e a escolha de seus intérpretes. Sob o comando do maestro Zaccarias, temos aqui um elenco de famosos artistas da gravadora, escalados no primeiro de dois lp’s, lançados com antecedência no final de 1957 para o Carnaval do ano seguinte. Temos aqui gravações raras, algumas nunca chegaram a sair em discos além dessa coletânea. Confiram o toque…

lili analfabeta – nelson gonçalves
o gemido da saudade – linda baptista
boêmio de verdade – carlos galhardo
topada – dircinha baptista
sêde de amor – francisco carlos
quando o sol raiar – linda rodrigues
o diabo é esquisito – césar de alencar
fogo na marmita – marlene
qual é o caso – linda baptista
alvorada – coro misto
boemia – nelson gonçalves
quem vive de vento – dircinha baptista
foi por causa dela – francisco carlos
morango com peru – carlos gonzaga
lealdade – orlando correa
s.o.s. – carlos galhardo

João de Barro – Série Documento (1972)

Yes, nós temos Braguinha! Finalmente chegou a vez deste grande compositor aqui no nosso Toque Musical. Carlos Alberto Ferreira Braga, Braguinha ou João de Barro, não importa como o chamamos. O que importa é que ele foi um dos mais importantes compositores da música popular brasileira. João de Barro vem do tempo em que ele fazia parte do grupo “Bando dos Tangarás”. Nessa época todos os integrantes adotaram nomes de pássaros e Braguinha passou a ser o joão de barro. Carioca da gema, autor de canções memoráveis que nunca sairam de moda. Seu forte eram as marchinhas carnavalescas, como “Linda Lourinha”, “Uma Andorinha Não Faz Verão”, “Linda Mimi”, “Dama das Camélias”, “Cadê Mimi”, Balancê (regravada com muito sucesso por Gal Costa, quarenta e dois anos depois), Andaluzia (sucesso também na voz de Maria Bethânia), “Pirata da Perna de Pau”, “Touradas em Madrid” e tantas outras. Neste disco podemos conferir um pouco dessas pérolas. Gravado em 1972, este álbum é de uma beleza que valia ser duplo ou triplo. Temos o próprio Braguinha interpretando sua obra de maneira despretensiosa, somado aos arranjos de Radamés Gnatalli que lhe garante um ‘sabor’ ainda mais refinado. Imperdível!

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anda luzia / pastorinhas
linda loirinha / touradas de madri
yes, nós temos bananas / pirata da perna de pau
tem gato na tuba / uma andorinha não faz verão
chiquita bancana / com jeito vai
primavera no rio / copacabana
tem marujo no samba / balancei a roseira
laura
a saudade mata a gente
fim de semana em paquetá
carinhoso
onde o céu azul é mais azul

Vicente Celestino – Alma E Coração (1960)

Existem artistas que realmente possuem um carisma inexplicável, à ponto de se eternizarem não apenas como uma lembrança, mas como uma parte viva e pulsante da música que vence o tempo, os estilos e modismos. Este é o caso do Vicente Celestino, considerado “A voz orgulho do Brasil”. Um cantor que durante toda a sua carreira se manteve no auge, sem oscilações, sempre respeitado e admirado por todos. Seu ‘vozerão’ e sua interpretação dramática fizeram dele o grande tenor popular. Romântico e nacionalista (no melhor sentido da palavra), sua missão foi sempre cantar para o povo brasileiro.
Esta é a segunda vez que eu posto um disco do Vicente Celestino aqui no blog. Curiosamente este foi o artista que mais deu ‘ibope’ ao lado da polêmica postagem da fita do João Gilberto. Desta vez eu trago para vocês um disco que pega a gente logo pelo visual. Vejam só que capa bacana, numa atmosfera romântica e estilo cinematográfico, temos estampadas as figuras de Vicente e sua eterna companheira, Gilda Abreu. Parece mesmo um cartaz de filme hollywoodiano e faz sentido, afinal Gilda era entre outras coisas, cineasta e participa do disco na faixa “Aleluia”, composição sua em parceria com Francisco Mignone. No álbum, lançado em 1960, temos o cantor interpretando Vinicius de Moraes em sua belíssima “Serenata do adeus, Ataulfo Alves em “Serenata”, “Saudade” de Dorival Caymmi e Fernano Lôbo, entre outros…

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alma e coração
serenata do adeus
fim de romance
saudade
desta vez
alma de adeus
creio em ti
seresta
viajante
o fado
peço a deus
aleluia

Luiz Gonzaga – 50 Anos De Chão (1988) REPOST

Hoje é um dia especial. Estamos comemorando o Dia do Pai. Digo pai porque acho que deveria se chamar assim, no singular da singularidade de cada um. Assim como o dia da mãe ou o dia da criança. Quando pluralizamos, tenho a sensação de distância, afastamento deste sentido de celebração, tornando-se apenas uma data gorda no calendário comercial.
Mas independente dessas questões, hoje é um dia marcado para celebrar o amor paternal. Necessariamente o “pai” não precisa ser o progenitor. Ser pai, tanto no céu como na terra, vai além de um simples elo sanguíneo. Pai ou mãe estão acima do ser mundano que somos todos nós. Eu poderia descrever essa condição em apenas duas palavras: amor e proteção. Uma pessoa pode até não ter tido os pais verdadeiros, mas em algum momento, em algum lugar, ela encontrará amor e proteção. Sempre haverá alguém espelhando o sentimento mais nobre, o amor! Meu pai agora está em mim e meu filho já fui eu. Diferentes relações, diferente situações… mas o essencial permanece, sempre vivo, o grande amor.
Em homenagem então ao pai, quero dedicar esta postagem especial, trazendo para vocês o Gonzagão nesta edição comemorativa de seus 50 anos de carreira. Este álbum, na verdade uma caixa com cinco lps, procura fazer um apanhado da produção do Lua na RCA Victor. Temos aqui, praticamente, todos os seus grandes sucessos. Eu espero que vocês gostem. …e viva o papai!

DISCO 1
vira e mexe
dansa mariquinha
no meu pé de serra
vem morena
acauã
baião
asa branca
boiadeiro
cintura fina
foro de mané vito
13 de dezembro
no ceará não tem disso não
DISCO 2
pau de arara
sabiá
juazeiro
a volta da asa branca
baião na garoa
qui nem jiló
o xote das meninas
assum preto
reacho do navio
respeita januario
paraíba
abc do sertão
DISCO 3
a daça da moda
légua tirana
imbalança
estrada de canindé
xandusinha
vozes da seca
olha pro céu
são joão da roça
noites brasileiras
são joão do carneiriho
piriri
forró no escuro
DISCO 4
a feira de caruarú
cacimba nova
apologia ao jumento
sanfona do povo
oia eu aqui de novo
meu araripe
pense n’eu
ovo de codorna
serrote agudo
a morte do vaqueiro
capim novo
a triste partida
DISCO 5
a vida do viajante
danado de bom
súplica cearence
pagode russo
forró n. 1
sanfoneiro macho
luar do sertão
obrigado joão paulo
sanfoninha choradeira
forró de cabo a rabo
nem se despediu de mim
depois da derradeira

Beth Carvalho – Mundo Melhor (1976)

Este tá pipocando por aí… e aqui também (com qualidade)
1-Antes ele do que eu(Paulinho Soares)
2-Se você quiser(Gracia do Salgueiro)
3-Quero alegria(Guilherme de Brito – Nelson Cavaquinho)
4-Volta pro morro(Martinho da Vila)
5-As rosas não falam(Cartola)
6-Cavaquinho camarada(Ruy Quaresma)
7-Te segura(Neizinho – Wilson Moreira)
8-Salário mínimo (Alvarenga, “O samba falado”)
9-Meu escudo (Délcio Carvalho – Noca da Portela)
10-Divina é a música(Osório Lima)
11-Com a vida que pediste a Deus(Ismael Silva)
12-Mundo melhor(Vinicius de Moraes – Pixinguinha)

Nelson Gonçalves – Coisas Minhas (1966)

Mais um disquinho do grande Nelson Gonçalves. O álbum se chama “Coisas minhas” e não é atoa. Aqui ele também mostra seu lado compositor, todas as faixas são de sua autoria e parceria com diversos outros compositores. Este é um disco que merece atenção. Obra rara do cantor (e compositor).

Procissão Sem Andor – (Nelson Gonçalves)
Vadico da Bela Vista – (Nelson Gonçalves / Osvaldo Campanha)
Enquanto Houver Serenata – (Nelson Gonçalves / Waldemar Roberto)
Mais Uma Vez – (Nelson Gonçalves / Mário Rossi)
Por Teu Amor Aprendi a Ser Triste – (Nelson Gonçalves)
Arco-íris – (Nelson Gonçalves / Raul Sampaio)
Samba Brasil – (Nelson Gonçalves / Waldemar Roberto)
A Mais Bela Emoção – (Nelson Gonçalves)
Menina dos Olhos – (Nelson Gonçalves)
Profissão de Fé – (Nelson Gonçalves)
Maria Luisa – (Nelson Gonçalves)
Se Ela Não Telefonar – (Nelson Gonçalves)

Nelson Gonçalves – Noel Rosa Na Voz Romântica de Nelson Gonçalves (1956)

Eu já havia dito anteriormente que não pretendia ficar postando todos discos do Nelson Gonçalves, mas uma coisa leva a outra e quando a gente vê, olha nós aqui de novo. Bom, dessa vez eu trouxe o Nelson por causa do Noel. Achei que seria interessante uma mostragem variada da obra desse magnífico compositor. Neste disco Nelson canta clássicos como “Três apitos”, “Último desejo”, “Com que roupa”, “Fita amarela”, “Palpite infeliz” e “Silêncio de um minuto”.
E é isso aí… falou que Noel, eu dou o toque!

Nelson Gonçalves – Buquê de Melodias (1958)

Em trocas de gentilezas, aqui vou eu novamente trazendo mais um Nelson Gonçalves. Não era minha intensão postar mais álbuns do Nelson, mas um pedido especial de um alguém que está sempre colaborando comigo eu não poderia negar. Caríssima Dora, pegue aqui esse buquê de melodias tão esperado. Este álbum, conforme consta na contra capa é uma seleção de antigos sucessos, músicas gravadas pelo Nelson em discos anteriores. O destaque vai para “Renúncia”.

Nelson Gonçalves – Apelo (1969)

Na minha constante procura de raridades musicais, acabei encontrando em meus arquivos alguns discos do Nelson Gonçalves. Esse cara foi um dos cantores mais populares do Brasil. Herdou de seu antecessores, como Chico Alves, Carlos Galhardo e principalmente Orlando Silva um estilo de cantar. Foi chamado “o último gogó de ouro do Brasil”. Cantava de coração. Neste lp de 1969, também conhecido como “Apelo” devido a canção de Baden e Vinicius, temos (além dessa) “Nem as paredes confesso” de Arthur Ribeiro e F. Trindade, “Aposto que ela volta” de Lúcio Cardin, “Eu não sei porque” de Nelson Cavaquinho e Anatalício e mais… Para os fans de carteirinha, virão outros durante a semana. Aguardem!

Martinho da Vila (1969)

Na dobradinha, vai aqui mais um Martinho da Vila. Me parece que este foi o primeiro disco do cara. Me corrijam se eu estiver errado. Este disco é ainda mais interessante que o outro já postado. Várias faíxas deste lp fizeram muito sucesso nas rádios e na boca do povo. Quem não cantou “O pequeno buguês”, “Prá que dinheiro”, “Casa de bamba”… ? Tá tudo aqui, em versão original, quando o Martinho ainda não usava tanto a técnica de cantar sorrindo. É aquele jeitinho que mata ele (malandrinho!).

Martinho da Vila – Memórias De Um Sargento De Milícias (1971)

Martinho da Vila é outro sambista bastante apreciado. Assim como Beth Carvalho, acho seus primeiros trabalhos bem mais interessantes. É o caso deste álbum lançado em 1977. Nele podemos encontrar um sambista mais voltado para um samba de partido-alto. Ele foi um dos responsáveis pela popularização de um gênero que antes se limitava aos terreiros das escolas de samba. “Segure tudo”, “Menina moça” e “Pode encomendar o seu caixão” são as faixas mais conhecidas. Samba autêntico!

Synval Silva – Série Documento (1973)

Vamos começar a semana com samba. Tenho aqui alguns títulos que gostaria de compartilhar com os meus possíveis visitantes. Por enquanto, somente “os chegados”, mas aos poucos o público irá crescendo. Vamos abrindo com um disco importantíssimo, uma obra rara e esquecida assim como seu autor. Estou falando do Synval Silva, grande sambista e compositor da velha guarda. Foi um dos fundarores da escola de samba Império da Tijuca. Gravou apenas este disco na Série Documento da RCA Victor.

Cesar Costa Filho – Bazar (1977)

Outro cara sumidaço é o Cesar Costa Filho. Durante os anos 70 ele esteve bem atuante, gravando diversos discos. Suas composições foram interpretadas por Elis Regina, Beth Carvalho, Clara Nunes, Dóris Monteiro, Claudette Soares, Elizeth Cardoso, Vanusa, Antônio Marcos e até figurinhas duvidosas como Eliana, Xuxa, Angélica e Rosana e mais… Acho que ele sumiu da parada depois que passou a ser o presidente da UBC (União Brasileira de Compositores). Ele também foi um dos fundadores do MAU (Movimento Artístico Universitário) ao lado de Ivan Lins, Gonzaguinha, entre outros.
“Bazar” foi seu terceiro lp e tem como destaque a divertida “Consumatum Est (nessa época ainda não havia o Viagra hehehe… Disquinho legal, recheado de bons sambas-canção.

João Bosco (1973)

Este foi o primeiro disco de João Bosco, lançado em 1973, registrando sua parceria com Aldir Blanc, em canções como “Tristeza de uma embolada”, “Nada a desculpar” e “Boi”, entre outras, e incluindo também “Bernardo, o eremita”, com Aldir Blanc e Cláudio Tolomei, além de “Quem será?”, com Aldir Blanc e Paulo Emílio, e “Amon Rá e o cavalo de Tróia”, com Paulo Emílio. Músicas que estão na boca do povo. Destaque para “Bala com bala” que foi gravada por Elis Regina. Disco básico!