Ivon Curi, Nelson Gonçalves, Carlos Galhardo E Francisco Carlos – Eles Cantam Assim (1957)

Boa tarde, meus prezados! Apesar da ressaca que ainda não me abandonou, vou logo trazendo a postagem do dia. Vai que depois eu fique ainda mais desanimado.

Segue aqui um dez polegadas da RCA Victor, lançado em 1957. Como podemos ver, trata-se de uma coletânea reunindo quatro dos principais cantores da gravadora. Cada um canta duas músicas. A RCA sempre soube vender o seu peixe e aqui é um bom exemplo, um disquinho para adoçar a boca. Nesta onda de reunir e mostrar seus cantores, a gravadora também lançou o “Elas cantam assim” e “Eles tocam assim”. Vou até procurar para ver se consigo esses outros dois discos para postar no nosso Toque Musical. Por hoje é só. Vou curar a minha ressaca assistindo a vitória do Galo, hehehe…

nasci para o samba – nelson gonçalves

romances de caymmi – ivon curi

cherie – carlos galhardo

hino ao samba – francisco carlos

domani – carlos galhardo

dolores sierra – nelson gonçalves

montanha russa – ivon curi

amor brasileiro em punta del leste – francisco carlos

Nostalgia Eletrônica Orquestra (1975)

Bom tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Vamos aos poucos nos adaptando à nova casa. Eu, principalmente, tenho ainda muito a aprender com essas novas ferramentas da plataforma WordPress. Felizmente, estou bem assessorado e isso me encoraja a tocar o barco. Hoje eu estou trazendo o disco que havia programado para ontem, mas acabei ficando sem condições para faze-lo. Como já havia postado uma dose de humor, deixei essa reinar mais um pouco.

Vamos assim com a “Nostalgia Eletrônica Orquestra”, um albinho curioso que logo que vi me chamou a atenção. Inicialmente eu pensei que se tratasse de um disco de música eletrônica, não essa ‘eletrônica pop ecstasyada’, mas aquela experimental onde se usava teclados moogs, sintetizadores e até teremins, muito comuns nos anos 60 e 70. Bom, na verdade não é nem um, nem outro, mas continua sendo curioso, um disco bem diferente.

Temos aqui o maestro, arranjador e produtor paulista, Daniel Salinas à frente desta orquestra, que é na verdade um conjunto no qual estão inseridos outros grandes músicos, mais conhecidos em trabalhos de estúdio. Salinas, além dos arranjos e direção, pilota diferentes tipos de teclados eletrônicos e o piano. Acredito que a escolha do nome Nostalgia Eletrônica Orquestra se deu por conta de um repertório de músicas antigas, principalmente chorinhos e serestas, frente a uma roupagem instrumental moderna para a época, com destaque para os teclados eletrônicos com poder de orquestra e em arranjos desconcertantes. Para quem conhece um pouco o trabalho do Daniel Salinas sabe o quanto o cara é eclético. Já trabalhou com o pessoal da Jovem Guarda e até com bandas de rock, como o Made In Brazil. Eu conheço uns três ou quatro discos dele e o que me atrai é justamente essa sua capacidade de misturar as coisas. Vai do jazz a dance music, do samba ao rock, do brega ao clássico e por aí… tudo sempre de maneira competente. Vale a pena conferir este elepê que é um bom exemplo da variações musicais de Salinas e a sua Nostalgia Eletrônica Orquestra.

jura

luar do sertão

mestiça

tico tico no fubá

rapaziada do brás

casinha da colina

aquarela brasileira

casinha pequenina

andré de sapato novo

club XV

odeon

 

Francisco Moraes E Sua Orquestra – Sucessos De Adelino Moreira (1961)

Ufa! Custei, mas cheguei… e nem vou me prolongar, ainda preciso de um banho e logo uma cama. Estou ‘pregado’! O disco de hoje não é exatamente de gaveta não, mas está fazendo este papel. Foi o único pronto para o ‘abate’.
Temos aqui a música do compositor Adelino Moreira, seus maiores sucessos, na interpretação do então jovem maestro, Francisco Moraes e sua orquestra. Taí um álbum bem bacana, onde vale a pena ouvir uma versão instrumental de sucessos de Adelino, sempre eternizados na voz de Nelson Gonçalves. Interessante…

a volta do boemio
maria helna
deusa do asfalto
devolvi
chore comigo
flor do meu bairro
solidão
ciclone
fantoche
moço
queixas
meu vício é você

Rosana Toledo – Sorriso E Lágrimas (1961)

Olá amigos cultos, ocultos e associados! As postagens, a partir de agora não terão de imediato aquele ‘toque’ no GTM. Eu agora só colocarei o link do arquivo para o Grupo, mediante a uma solicitação.
Ufa! Finalmente terminei os meus ‘sete trabalhos’ do mês. Sei que outros virão, mas agora eu quero mesmo é chocolate, uma pausa para o descanso e muita música para ouvir e compartilhar. Hoje, eu vou ainda acelerando e aqui com um disco já postado em outros blogs. Este é mais um daqueles meus ‘arquivos de gaveta’, sempre prontos para uma emergência. Como estou ‘pregado” (trabalhei hoje o dia inteiro), vou catando o primeiro que aparecer. Temos aqui o segundo disco gravado pela cantora mineira Rosana Toledo. Lançado em 1961, pela RCA Victor, o álbum nos apresenta um repertório romantico, onde úma boa parte das músicas são de autoria da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim. Mas também tem espaço para composições próprias, ao lado da irmã, Maria Helena Toledo, ou do marido, Luiz Bonfá. Duas músicas de Fred Chateaubriand e Vinícius de Carvalho. Além “Nosso amor, fim de tristeza”, de Baden e Vandré e “Tristeza de nós dois”, de Durval, Bebeto e Maurício.
Vão conferindo aí, que eu de cá quero mais é uma boa cama. Namorem aí, se acharem por bem, me avise para aquele ‘toque musical’ no GTM 😉

eu e tu
se houver você
maldade
me leva pra longe
canção do amor perdido
saudade vem correndo
saudadezinha
quando existe adeus
nosso amor fim de tristeza
se ele pergunta
ninguém chora por mim
tristeza de nós dois

Zaccarias E Sua Orquestra – Marchas Em Desfile – Carnaval Em Marcha (1955)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Eu não estava querendo passar a semana toda postando discos de carnaval, mas acho que vai ser quase inevitável. O difícil vai ser eu ter que checar quais já foram postados em outros carnavais, podem acreditar que são muitos.

Continuando o aquecimento aqui vai mais um belo álbum que é pura folia carnavalesca. Temos, mais uma vez o maestro Zaccarias, fazendo o que ele sabia como poucos, comandar uma orquestra num baile de carnaval. Neste álbum, uma autêntica raridade, lançado em 1955, constitui-se em um dos primeiros discos de doze polegadas. Recheado com doze deliciosas e memoráveis marchinhas carnavalescas, criadas nos anos 30 e 40. Vale a pena ouvir 😉
cidade maravilhosa
linda morena
eva querida
marchinha do grande galo
malmequer
allah la ô
o teu cabelo não nega
carolina
pierrot apaixonado
jardineira
touradas de madrid
o passarinho do relógio

Maurilio E Seu Piston – Convite Para Dançar (1958)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Meio que em cima da hora, surgiu aí uma semana de folga. Imperdível e inadiável. Estou viajando amanhã para o Rio de Janeiro e mesmo com todas as facilidades para os 15 minutos dedicados às postagens diárias, não pretendo fazê-las pela semana. Vamos dar uma pausa, afinal eu também mereço, vocês não acham?

Para encerrar, aqui vai um disco que eu passei quase duas horas dando uma geral para então postá-lo para vocês. Depois de tudo pronto, agora há pouquinho, vi que o danado já estava em mais uns três blogs. E eu crente que estava trazendo alguma velha novidade. Bom, agora a coisa está feita. Só de preguiça ou pirraça não vou me estender falando do disco e artista.
Temos aqui o pistonista Maurílio Santos, mais um grande instrumentista brasileiro, totalmente esquecido. Maurílio tocou com as melhores e mais diversas orquestras e maestros brasileiros. Acompanhou muitos músicos, gravou também. Mas discos solos, que eu conheço é só este. Por sinal e aliás, o grande motivo da escolha deste disco é o gabarito do nosso músico e do repertório sortido, com samba, fox e beguine.
Vocês fiquem aí à vontade. Segurem as pontas que semana que vem eu estarei de volta. Té mais!
fantasia carioca
nêga manhosa
all the way
to each his own
reza por nosso amor
a fonte secou
concerto d’autunno
please
promessa
rosa maria
when i fall in love
le gondolier

Expósito E Sua Orquestra – Bossa Wih A Beat (1963)

Como disse, na sequencia vai mais um. E este aqui, entre os demais, é de arrepiar. Um delícia para quem gosta de jazz e de bossa. Um álbum todo dedicado à Bossa Nova, que em 1963 era o ‘ó do borogodó’. No texto da contracapa, embora vocês não consigam por aqui ler direito, fala dessa nova música, de como ela surgiu e como se tornou um sucesso. Este álbum procura explorar a bossa, dando a ela o ‘beat’ de uma grande orquestra de jazz. Um trabalho direcionado ao gosto um público internacional. Taí, mais um imperdível!

garota de ipanema
berimbau
preciso aprender a ser só
só danço samba
insensatez
garota moderna
samba de verão
das rosas
samba em prelúdio
rio
meditação
só tinha de ser com você

Expósito E Sua Orquestra – Novo Encontro Com Expósito E Sua Orquestra (1965)

Olá amigos, boa noite! Fiquei as duas últimas horas vendo e revendo clips do Jimi Hendrix no Youtube. Poxa, como eu gosto disso… de Hendrix, claro, e de todo aquele clima de anos 60… putz, era bom demais!

Bom, mas eu nem sei porque eu estava falando disso. O papo aqui é outro… é música dos anos 60 também, mas para ser ouvida com outros olhos, pelo menos para mim 🙂
Tenho aqui mais um disco de “Expósito e Sua Orquestra“. Coloquei entre aspas para chamar bem a atenção para este nome. Alguém aí conhece o Expósito? Pergunto, não através de seus discos, mas a pessoa em si. Eu não conheço e nem conheço alguém que conheça, hehehe… Meu grande companheiro, o Google também não sabe nada. Até mesmo o nosso amigo culto, Samuel, também não faz a mínima ideia. Como ele, eu suponho que foi mais um nome fantasia, algo parecido com Os Românticos de Cuba, Bob Fleming e tantas outras estampas e codinomes. Expósito e Sua Orquestra tiveram, talvez, uns 10 discos lançados pela RCA Victor durante os anos 60. É sempre bom lembrar a qualidade com que esses discos eram produzidos. Todos em estéreo daqueles feitos para serem notados. As capas, sempre trazendo a sensualidade feminina. Parece até disco feito só prá homens. Se eram os mesmos músicos durante toda a jornada de existência do Expósito, isso eu não sei. Mas fica bem evidente a batida jazzística em todos os seus discos, pelo menos os que eu conheço.
Neste álbum, “Novo Encontro”, temos um repertório estratégico, posso dizer assim. Há aqui doze músicas sortidas, sucessos daquela década, de Bossa à Jovem Guarda, do Jazz americano ao cinema europeu. Feito para agradar em cheio. E acho que agrada ainda mais, passados os seus quase 50 anos. O Samuel, com certeza vai gostar de ouvir de novo este disco, não é mesmo, meu amigo?
Eu havia pensado em postar amanhã outro disco do Expósito e Sua Orquestra, mas agora me lembrei que é sexta feira, dia de disco independente. Assim sendo, a seguir, vai mais um, ainda melhor que este (para o meu gosto, claro!).
preciso aprender a ser só
red roses for a blue lady
não quero ver você triste assim
sometimes on friday
walk away
se piangi, se ridi
ma vie
yo che non vivo (senza te)
garota morderna
que c’est triste venise
ciminciamo ad amarci
elle etait si jolie

Jacob Do Bandolim – Primas E Bordões (1962)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eu ando mesmo perdendo a noção do tempo. Eu estava certo de que hoje era o último dia do ano, nem me toquei que ainda era dia 30. Já ia eu me preparando para levar a turma aqui de casa para ver os fogos na rua. Não fosse eles me avisarem, eu agora já estaria vestindo minha paramenta branca, tradicional de reveillon. Não sei se foi culpa do chocolate ou dos remédios que tenho tomado para dor. Depois que se passa dos 40, o bicho pega. Quando chega nos 50 é que então a gente percebe que o bicho tá na cola. Se não ficar esperto, ele come… A merda da coisa é quando a mente tá num pique dos vinte e poucos e o corpo acompanhado a realidade. Mas deve ser pior quando a mente também sucumbiu ao tempo. Sem essa, tô fora! Tô me sentindo agora muito melhor, sabendo que ainda tenho mais um dia no ano. Quer dizer, fiquei um dia mais novo, hehehe…

Eu havia planejado postar este disco do Jacob do Bandolim no primeiro dia do ano. E hoje, tivesse permanecido no engano, estaria aqui postando os meus votos de ‘feliz ano novo’. Vamos então passar o Jacob para o penúltimo dia do ano. Com certeza só irá abrilhantar nosso encerramento.
Eis aqui um belíssimo álbum, lançado em 1962, pela RCA Victor. Por certo, um lp bem conhecido de todos, divulgado em diversos blogs e sempre comentado quando o assunto é Jacob do Bandolim. Foi também relançado em 2006, no formato cd, pelo Instituto Jacob do Bandolim, dentro do livro “Tocando com Jacob”, onde foram publicadas as partituras, com transcrições para outros instrumentos e ainda os ‘play back’, de “Primas e Bordões” e “Chorinhos e Chorões”, para que se possa tocar, na base do ‘karaokê’ instrumental.
“Primas e Bordões” traz um belíssimo repertório de chôros e duas valsinhas, que hoje já se tornaram clássicos. Nem vou comentar. Mas vale destacar a presença dos músicos Benedicto César, Carlos Leite e Dino 7 Cordas, nos violões; Jonas Pereira da Silva, no cavaquinho; Luiz Marinho, no contrabaixo; o percussionista Pedro Santos (Sorongo) e os ritmistas Gilberto D’Avila, Plínio e Jaime, que fazem o som do Jacob ficar ainda mais rico. Uma beleza de disco que não poderia faltar aqui no Toque Musical. Confira aqui e corra depois atrás do livro/cd, que é ótimo!
teu beijo
falta-me você
araponga
minha gente
meu chorinho
glória
um bandolim na escola
naquele tempo
a gingra do mané
gorgulho
negrinha
o vôo da mosca

Carlos Walker – Frauta De Pã (1975)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Entramos em dezembro, a reta final para o fim de ano. Eu, de cá, já comecei a preparar a casa, digo, o blog para começarmos 2012 com mais vitalidade, uns retoques aqui, outros ali… novos projetos, ideias e parcerias. Continuamos bombando, sempre! Como vocês devem ter percebido, as mudanças já começaram. Aliás, essas mudanças começaram desde de aquele fatídico dia de setembro, em que o Toque Musical foi tirado da rede. Posso dizer que a partir de então começamos um novo blog. No cabeçalho tradicional de fim de ano eu também inovei, incluí nossa nova meta, o “Grand Record Brazil”, o selo virtual do TM, que contará em suas postagens semanais com um verdadeiro conhecedor da história fonográfica e musical brasileira, nosso já conhecido comentarista, o Samuca. 2012 promete!

Para hoje, vamos com um disco muito bacana, “Frauta de Pã”, do músico, escritor (e astrólogo) Carlos Walker. Ele começou a cantar no final dos anos 60, através de festivais. Em 1974 teve sua música, “Alfazema”, incluída em uma novela da Rede Globo. A música fez um relativo sucesso e contava com arranjos de Waltel Branco. Essa música abriu a chance de Walker gravar pela RCA Victor o primeiro lp, este, chamado “Frauta de Pã”. Neste álbum ele conta com um elenco de primeiríssima: João Bosco, Hélio Delmiro, Piry Reis, Gilson Peranzetta, Zé Roberto Bertrami e outros… Há também os arranjadores, Radamés Gnatalli, Alberto Arantes e Laércio de Freitas. Com um time desses, difícil alguém dizer que o disco é ruim, muito pelo contrário.

Nesta postagem e num pacote só estão incluídos o lp e o compacto, assim vocês poderão comparar as duas versões da bela “Alfazema”. Confiram o toque 😉
a frauta de pã
serenata do meio dia
estrada da intemperança
pote de mel
via láctea
cidade americana
o cavaleiro e os moinhos
modinha
debaixo do sol
um dia
alfazema
Bonus compacto:
alfazema
dizem

Francisco Carlos (1959)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Nesta semana, sem querer, eu troquei os dias. Postei ontem o que seria para hoje. Assim sendo, o que era para ontem eu posto hoje. Antes, porém, quero deixar aqui um recado. Depois de algumas confusões no nosso GTM, com a invasão de oportunistas e a saída de alguns membros insatisfeitos, resolvi dar uma geral na situação. Fiz uma nova configuração para o Grupo, o que, com certeza, eliminará todos os problemas. Agora, para fazer parte desse seleto grupo vai ter que solicitar. As portas não estão mais tão abertas e o controle ficou mais apurado. Aqueles que não conseguiram sair do Grupo por conta própria e fizeram a solicitação, eu mesmo os retirei. Se quiserem voltar a trás, agora, só com outro e-mail. Para os que continuam, maravilha! Só quero mesmo gente fina, que tenha o que falar e acrescentar ao Grupo. Gente de bom senso, que entende qual é a do Toque Musical. Neste grupo circula assuntos (discos e músicas) que aqui no blog não são viáveis. Podemos chamar o GTM também de ‘o lado B’ do Toque Musical 😉

Seguindo em frente, vamos hoje, então, com este disco do Francisco Carlos. Já postei aqui um outro disco dele no qual eu comentava a surpresa de até hoje ninguém mencionar ou pedir algo sobre o cantor. Fiquei surpreso também ao constatar que na postagem do disco anterior não houve comentários. Será que a turma por aqui tem algum dissabor pelo artista? Curioso… Por essas e por outras é que eu estou novamente aplicando os amigos com mais um Francisco Carlos.
Neste álbum, lançado em 1959, teremos a chance de ouvir um repertório com algumas músicas bem interessantes. Eu destacaria “O que me prende a você”, de Alcyr Pires Vermelho e Luiz Peixoto e a “Flor amorosa”, de Joaquim Antonio Calado e Catulo da Paixão Cearense. Outro curiosidade que me chamou a atenção foi a capa. Não exatamente a sua composição, mas a fotografia do nosso artista. Aqui ele aparece como um galã do cinema. A fotografia tem algo de incomum, diferente na ótica e isso me chamou a atenção. Na contracapa constatei a razão. A imagem que temos do artista é do Luiz Carlos Barreto (provavelmente capturada numa Leica). Não precisa dizer mais nada…

difícil é amar
o que me prende a você?
tenderly
madrugada
serenata
egoísta
sinal da cruz
funcionária
última taça
flor amorosa
eu tive que te beijar
ladeira do amor


Orlando Silva – Pixinguinha E Sua Orquestra Diabos Do Céu (1985)

Boa tarde amigos cultos e ocultos! Eu não me esqueci das últimas solicitações de alguns de vocês. Não se preocupem, pois assim que eu tiver um tempinho (o que não vai demorar), atenderei a todos, ok? Infelizmente, nesses últimos dias andei meio agarrado de serviço, mas na semana que vem, acho, vai dar uma aliviada.
Apesar da correria, não deixo a peteca cair. Mantendo sempre a tradição, aqui vai mais uma inédita raridade, Orlando Silva e Pixinguinha, em gravações raríssimas, lançadas em 33 rpm pela primeira vez em 1985. São registros da década de 30, de Orlando Silva acompanhado na maioria das vezes pela Orquestra Diabos do Céu, de Pixinguinha. Registros que até então nunca chegaram a ser relançados. Por iniciativa da Rádio América de Belo Horizonte e produtores associados, um grupo de fãs, colecionadores e radialistas resgataram essas músicas, lançando-as em uma produção quase independente e de tiragem limitada. Mesmo após esse ‘relançamento’ essas gravações ainda continuam raras. Tenho quase a certeza de que nunca mais vieram a ser ‘tocadas’, relançadas em formato cd. Só mesmo aqui, num blog como o Toque Musical, isso poderia acontecer. Não deixem de conferir 😉

não pretendo mais amar
primeira mulher
céu moreno
não foi por amor
cancioneiro
tenho amizade a você
quem pela vida passou
cidade do arranha céu
amar uma mulher
mulher fingida
dom quizote
ponto de interrogação

Ases do Ritmo – Ritmo Do Brasil (1959)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Olha eu aqui fazendo mais uma confusão. Depois de mais de mil títulos publicados no Toque Musical até eu faço, as vezes, confusão com o que já foi ou não postado. Eu tinha certo de que o álbum de hoje, este aqui, era uma rara novidade. Me enganei… Na verdade fui enganado pela capa. Este ‘long play’ eu já o havia postado, a coisa de uns dois anos atrás. A diferença foi mesmo a capa. Em fevereiro de 2009 eu trouxe para vocês o primeiro disco brasileiro gravado em estéreo. Um marco na história da indústria fonográfica e também um belíssimo disco, dos mais bem gravados até hoje. Uma raridade disputada a tapas por qualquer colecionador (o que eu dei de porrada para conseguir esse disco, não está no gibi). Agora, sem ter percebido antes, ele está de volta e não é como repostagem não. O exemplar que temos aqui é diferente em dois pontos: na capa e na gravação monatural. Mesmo sem ter a confirmação, eu acredito que este álbum tenha sido lançado posterior ao estéreo. Pela capa e estilo é bem provável que ele seja do ano seguinte, 59 ou no máximo 1960. Vou considerar como sendo de 1959 até segunda ordem (fala Samuel, cadê você?).

Se fosse um outro lp, eu talvez tivesse logo mudado a postagem, mas em se tratando de um discaço como este, vale a pena ver e ouvir de novo! Tenho certeza que para muitos este álbum passou batido. Tá na hora de conferir…
falsa baiana
lamento
baião
chega de saudade
os quindins de yaya
1 X 0
se acaso você chegasse
atira a primeira pedra
kalú
cai, cai…
copacabana
andré de sapato novo

Zaccarias E Sua Orquestra – O Samba De Black Tie (1956)

Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! O dia de hoje esteve bem preguiçoso, pelo menos para mim. Sinceramente, se não fosse esse meu compromisso obsessivo com o blog, eu hoje nem ligava o computador.

Mas vamos lá… Hoje eu tenho aqui um diquinho de dez polegas que só pela capa já vale. Ótima, vocês não acham? Felizmente, não fica só nisso. É um disco de samba, porém revestido numa linguagem orquestral, mais a gosto da granfinagem. Hehehe…
Temos aqui o Maestro Zaccarias e Sua Orquestra, pela RCA Victor, comandando a festa num desfile de sete clássicos do samba e um choro, de Chiquinha Gonzaga.
Desculpem, mas eu estou num sono bravo. As ideias se misturam… fico por aqui…
agora é cinza
feitio de oração
canta brasil
último desejo
peladinho
favela
gaúcho
rancho fundo

Carolina Maria de Jesus – Quarto de Despejo (1961)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje, pela manhã, estive tentando dar uma ajeitada na minha discoteca digital/virtual e também na real, buscando alguns discos realmente raros e que afaste o Toque Musical dessa nefasta onda de perseguição. Quero ver se publico aqui coisas que realmente andam fora do contexto comercial. Já comecei a seleção, agora só falta ir preparando as bolachas, gravações e outros áudios para as postagens diárias.

Foi nessas mexidas que eu acabei encontrando, entre os digitalizados, este disco enviado por alguém que eu já nem me lembro (desculpe, são tantas emoções que me vem, acabo me perdendo e também essas colaborações). O certo é que eu fiquei curioso para ouvir, ainda não conhecia. Meu interesse foi crescendo à medida em que as músicas iam passando. Para não ficar replicando postagens de outros blogs, tomei o cuidado de verificar se o mesmo já havia sido postado em outra fonte. Percebi que não, pelo menos não entrou nos mecanismos de busca do Google. Assim sendo, olha o toque chegando…
Carolina Maria de Jesus não foi uma cantora, embora neste disco ela seja a intérprete e compositora. Seu nome se destaca, mais exatamente, na literatura. Foi através da escrita, dos seus escritos, que ela se tornou conhecida mundialmente. Uma mulher negra, pobre que viveu na antiga e extinta favela paulista do Canindé, onde é hoje a Marginal do Tietê. Foi em 1960 que ela foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, ao fazer uma matéria sobre a favela. Ele viu ali uma mulher, que mesmo na sua humildade e pobreza, trazia dentro de si uma sensibilidade incomum. Ela gostava de escrever, compor em palavras escritas seu sentimento frente a dura realidade da vida na favela. Foi desse encontro que nasceu “Quarto de Despejo – Diário de uma favelada”, um livro onde ela relata uma face da vida social e cultural brasileira no, então, grande centro urbano de São Paulo, quando este se expandia e se modernizava. Eu não li o livro e me baseio aqui em informações diversas colhidas na rede sobre ele. O fato é que a partir deste livro Carolina se tornaria conhecida internacionalmente. Sua obra foi publicada em mais de dez idiomas, se tornou um ‘best seller’ e também, pelo que percebo, um problema para o governo brasileiro e sua sociedade segregadora. Digo isso porque ao longo dos meus tantos anos de vida, só agora estou tomando conhecimento de sua existência. Não posso acreditar que no meio onde eu cresci e vivo, essa história não tenha chegado. Por certo que sim, mas de alguma forma, veladamente, me impediram de conhecê-la, ou eu fui mesmo relapso em minhas leituras. Mas, nada como o compartilhamento de informações, ideias e conteúdos. Graças à bendita tecnologia, à revolução digital, eu hoje e agora posso ter acesso ao que não tive e até passar para vocês. Com certeza, ainda vou ler esse livro!
Carolina, ‘a escritora favelada’, não ficou apenas no seu “Quarto de despejo”. Pelo que vi, ela escreveu outros. Foram cinco livros, sendo um póstumo, lançado após a sua morte em 1977.
Como disse, por conta do primeiro ela se tornou conhecida e também, consequentemente acabou sendo intérprete de suas histórias, no cinema, em um filme rodado para a televisão alemã (até hoje inédito no Brasil) e neste disco, lançado em 1961 pela RCA Victor. Ao ouvir o lp é que tive a real noção do talento e capacidade desta mulher. Suas composições são autênticas e de muito boa qualidade, capaz de deixar muito compositor famoso no chinelo. Para que as suas músicas ganhassem mais teor (digamos, fonográfico), ela contou com o valioso apoio do Maestro Francisco Moraes nos arranjos e a direção artística de Júlio Nagib. Sem dúvida, um belíssimo trabalho, recheado de sambas, marchas rancho, xote, canção e até uma valsinha. Tem que ouvir…
rá, ré, ri, ro, rua
vedete da favela
pinguço
acende o fogo
o pobre e o rico
simplício
o malandro
moamba
as granfinas
macumba
quem assim me ver cantando
a maria veio

Wilson Simonal – Compactos Do Toque Musical (2009) REPOST

Como disse o amigo culto, Simonal nunca é demais. Sem dúvida não é mesmo. Embora a postagem de ontem tenha sido um ‘repeteco’ do que já foi postado na blogosfera, percebo que muita gente ainda quer ouvir. Está dando o maior ‘ibope’. E eu pensando que não foi uma boa, acabei preparando outro Simonal para compensar. Acredito, diante aos resultados, que esta produção exclusiva do Toque Musical será mais do que um simples complemento.

Temos aqui uma seleção de cinco compactos lançados por Wilson Simonal durante mais de uma década, no período que vai de 1965 a 78. Obviamente, esta coletânea não corresponde ao melhor do artista. Seria difícil criar um álbum simples com o melhor de Simonal. O cara tem bagagem, num ‘the best,’ para mais do que um álbum tripo. Por outro lado, em minha seleção, procurei reunir os disquinhos que abrangem vários momentos, criando assim um álbum conceito, exclusivo para os amigos cultos e ocultos. Este fica sendo mais um presentinho de natal, daqueles que chegam depois. Uma agradável surpresa 🙂
juca bobão (1965)
garota moderna (1965)
mangangá (1966)
se você gostou (1966)
o apito no samba (1967)
o milagre (1967)
viva em paz (1973)
homem de verdade (1973)
nós somos filhos do mesmo deus (1978)
quando ele dormir (1978)
macumbancheiro (1978)
vamos vencer (1978)

Os Incríveis – Compacto (1971)

Olás! Embora eu ontem não tenha comentado, já estava em ritmo de Independência, com Dom Pedro I, compositor no ensaio, já se preparando para o Grito do Ipiranga, hehehe… Pois é, foi mesmo uma feliz coincidência e hoje, aqui vamos cumprir o nosso dever cívico, cantando com Os Incríveis, o Hino Nacional e o Hino da Independência. Este compacto saiu no auge da ditadura. Muitos diziam que a banda era ‘vendida’, à serviço da propaganda do Governo Militar, devido ao fato de terem gravado “Eu te amo, meu Brasil”, de Dom e Ravel, que por sinal foram outros injustiçados, usados e abusados pelos militares e super discriminados pelos artistas de esquerda. O mesmo, de uma certa forma, ocorreu com Os Incríveis, que gravaram essa música apenas de sarro. Quando em 1971 eles saíram com esse compacto, cantando os hinos Nacional e da Independência, num disco patrocionado pelo sabão em pó Rinso, muita gente caiu de pau neles. A verdade é que Os Incríveis era uma banda de rock’n’roll. Bom, pelo menos essa era a proposta inicial. Por certo, aquela turma não estava preocupada com política, o que eles queriam era fazer música, rock. Nesse sentido, pessoalmente, acho que a banda só tinha um defeito, eram péssimos na escolha de repertório. Quem via os caras pela estampa, ou pelo arsenal de instrumentos musicais, no final dos anos 60, achava que era uma super banda de rock. E eram, só que estavam mais para uma super banda da Jovem Guarda. Músicos talentosos que viriam a me fazer pagar língua quando surgiram com seus “Casa das Máquinas”, do Netinho e “Som Nosso de Cada Dia”, do Manito (essa última então, mora no meu coração e ‘Favoritos’). Não sei o que realmente motivou os rapazes a gravarem este compacto, contudo o fizeram muito bem. A gente até passa a ouvir esses hinos com outros olhos. Quem sabe assim, através de uma versão moderninha, as pessoas passem a simpatizar mais com a música e principalmente cantar direito a letra (a gente escuta cada uma…)
É isso aí, moçada culta e oculta! Põe para tocar, levantem, mão no peito e podem cantar. Não se esqueçam da Bandeira Nacional, põe do lado e deixa o santo do patriotismo baixar…

hino nacional brasileiro
hino da independência

Sergio Mendes & Brasil 77 – Homecooking (1976) REPOST

Olá amigos cultos e ocultos! Ninguém pediu, mesmo com anúncios indiretos, mas eu não quis deixar passar a oportunidade. Estou trazendo aqui o Sergio Mendes e sua gang no álbum “Homecooking”, segundo disco do cara gravado pelo selo Elektra. Lançado em 1976 nos Estados Unidos e um mês depois no Brasil pela RCA Victor, o lp foi produzindo pelo próprio Sergio e contou com um time de feras (como sempre) da boa música americana e também com os brasileiros Gilberto Gil, Hermeto Pascoal e Raul de Souza, convidados especiais. Não podemos também esquecer de Paulinho da Costa, na época recente aquisição de Sergio Mendes, e seu braço direito, Oscar Castro Neves. No Brasil, “Homecooking” foi um título que apareceu com evidência somente após a reedição do álbum na versão CD, feita pelo produtor musical Arnaldo DeSouteiro em 2002, através da JSR (Jazz Station Records). Até então, no encarte havia somente o nome “Sergio Mendes & Brasil 77”, o que de uma certa forma criava confusão para o público consumidor, afinal o SM & Brasil 77 já vinha se arrastando desde 1973. Até hoje eu não entendi qual a razão disso (na verdade nem procurei saber). O certo é que “Homecooking” foi mais um grande passo na carreira já consagrada de Sergio Mendes. Temos aqui três músicas de Gilberto Gil, “Hey people, hey”, “Cut that out” e Emoriô, esta última em parceria com João Donato. Há também a ‘pós-bossa’, “Cara bonita”, aqui chamada “It’s so obvious that I love you” de Carlos Lyra e sua esposa Kathy (brasileiro é tão bonzinho). É dela também a letra de “Home cooking”, em parceria com Sergio e o baixista Charles (Chuck) Rainey. Com um grupo de artistas e músicas desse naipe, não tem como ser este um disco ruim. E olha que eu só puxei a sardinha pro lado nacional, heim!
Como eu disse, este álbum foi relançado em versão CD em 2002, pela JSR (Jazz Station Records), a qual é responsável pelo lançamento e relançamento do que há de melhor na música feita pelo mundo, principalmente o jazz. Confiram aí, mas não deixem de comprar o CD, onde a qualidade e a questão ‘objeto’ fazem a diferença.

sunny day
hey people, hey
it’s so obvious that i love you
emoriô
shakara
where to now st. peter
cut that out
tell me in a whisper
it’s up to you
home cooking

Sergio Reis (1973) CANCELADO!!!

Putz! Que legal, ultrapassamos à casa dos 300 seguidores do blog. Isso é mesmo muito representativo. Uma prova de que muita gente acompanha o Toque Musical. E com um detalhe: sem forçação de barra. Tenho certeza que aqueles que aqui estão, o fazem porque realmente se interessam pelo conteúdo do blog. Agradeço imensamente a atenção. Espero a cada nova postagem continuar fazendo jus ao sucesso alcançado. Muito obrigado! 🙂
QUANTO A POSTAGEM QUE ESTAVA AQUI, FOI JUSTAMENTE RETIRADA, POIS NÃO DAMOS DESTAQUE PARA ARTISTAS CRETINOS, VENDIDOS, APOIADORES DE UM (DES)GOVERNO GENOCIDA. FIGURAS COMO ESSA MERECEM O NOSSO DESPREZO E POR CONSEQUENCIA SEREM ESQUECIDOS. ESSE IDIOTA CAGOU EM SUA PRÓPRIA BIOGRAFIA, RASGOU A SUA HISTÓRIA. VAI SER LEMBRADO COMO UM TRAIDOR. MENINO DA PORTEIRA AGORA É O FILHO DO CAPETA QUE O AGUARDA NA PORTA DO INFERNO. AQUI VOCÊ NÃO CANTA MAIS!
 
Augusto TM 
 

Este É Do Papai (1959)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos, em especial aos papais que hoje comemoram a sua data.
Todo ano eu ensaio de postar este disco, mas acabo sempre me esquecendo dele na hora ‘h’. Desta vez eu procurei ficar atento e hoje ele está aqui. Taí um álbum muito bacana criado pela RCA Victor, nos tempos em que Dia dos Pais era mais que uma simples jogada comercial. Vejam vocês como é interessante… como a indústria fonográfica se preocupava em pautar essas datas, criando discos bem produzidos e música de qualidade.
Em “Este é do papai” a gravadora recrutou um belo elenco de intérpretes e músicos de seu ‘cast’ para criar um disco em homenagem ao “Dia dos Pais”. Todas as doze músicas do lp fazem referência direta ao papai, sempre enaltecendo a figura daquele bom homem, que era chamado de ‘chefe da família’. Os papais continuam existindo, muitos, inclusive, se mantém na típica caracterização, como nos inspira a foto da capa. Porém, vivemos hoje numa outra época, onde alguns valores e hábitos foram se modificando ou se perdendo. Para mim, o principal deles foi a emoção. Eis aí uma palavra (nesse sentido) que vem, como os velhos artistas e seus discos, se transformando ao longo dos tempos. Talvez, por isso mesmo, é que a gente fica procurando fazer esses ‘playbacks’ da vida. Independente de qualquer coisa, hoje é o Dia do Papai. Viva eu, viva você, viva todos nós que somos pais!

papai do meu coração – carlos galhardo
a cara do pai – ivon curi
meu grande pai – verinha lúcia
papai – zaccarias e seu quarteto excelsior
dia dos pais – luiz gonzaga
se… (poema) – rodolfo mayer
eu sou mais o papai – neusa maria
salve o papai – carlos gonzaga
papai me disse – luzia de castro e gerson filho
viva o nosso papai – zaccarias e seu quarteto excelsior
papai do céu – verinha lúcia
a surpresa do papai – verinha lúcia e mario zan

Times Square – Trilha Sonora Do Melhor Show Musical Da Televisão (1964)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Continuo agarradão, cheio de serviço e doido para ir para casa. Na folga, antes do último ‘round’, enquanto como um pão de mel, vamos ao disco do dia.
Tenho aqui “Times Square”, trilha sonora original de um programa musical de televisão nos anos 60. Por certo, alguns de vocês irão lembrar. Este programa era apresentado na TV Excelsior, Canal 2, do Rio de Janeiro. Era produzido pelo Carlos Manga. Os textos de Haroldo Barbosa e Mario Meira Guimarães. A produção musical e as próprias músicas são de João Roberto Kelly. No elenco desse grandioso espetáculo participaram figuras como Daniel Filho, Dorinha Durval, Grande Otelo, Castrinho, Ema D’Avila e muitos outros. Deve ter sido realmente um musical dos mais interessantes. As músicas são ótimas, confiram…

times square – abertura
transviados
aeromoças
gangsters
garotas do pensionato
cowboys
pot pourri:
sanba de branco
cha cha cha de cabo frio
só vou de balanço
twist no samba
hully gully do velhinho
risoleta
times square – abertura
risoleta
twist no samba de branco
cha cha cha de cabo frio
hully gully do velhinho
samba de branco

Lúcio Alves – Mulheres Vestidas – Por Chico De Moraes (1975)

Bom dia a todos! Hummm… Adoro manhãs de inverno ensolaradas. Hoje está pra mim 😉 E para que o dia fique ainda melhor, eu escolhi a dedo este disquinho maneiro do Lúcio Alves. Não sei se vocês conhecem, mas este álbum tem a peculiaridade de trazer em seu repertório somente músicas com nomes de mulheres. Estão reunidas aqui algumas das mais famosas melodias do nosso cancioneiro popular. Eu cheguei mesmo a pensar em fazer uma coletânea nesta linha. Quem sabe? Pode ser bacana, não é mesmo? Que tal então se vocês me ajudassem nessa tarefa? Vamos aproveitar esse mês de julho para irmos coletando músicas com nomes de mulheres. Eu vou ficar aguardando os amigos cultos e também os ocultos. Mandem para o e-mail do Toque Musical. Quando tivermos reunidas umas 100 músicas eu publico aqui no blog, ok?
Mas por enquanto, vamos saboreado a Ana Luíza, a Januária, a Ligia, a Izabela, a Risoleta, a Juaracy, a Florisbela, a Rosa, a Maria, a Dolores e a Helena, Helene, Helena… De quebra ainda vai a “Mulher” de Custódio Mesquita e Sady Cabral. Todas aqui cantadas (no bom sentido) pelo mestre Lúcio Alves.
Disco produzido por Aloysio de Oliveira, com arranjos e regências de Chico de Moraes. Confiram…

mulher
ana luiza
juracy
florisbela
maria
rosa
izabela
januária
risoleta
ligia
dolores
helena, helena, helena
um nome de mulher
mulher

Francisco Carlos – Interpreta Noel Rosa, Ary Barroso, Lamartine Babo E Custódio Mesquita (1956)

Olá amigos, cultos e ocultos! Nada como uma boa noite de sono para que a gente acorde animado. Eu naturalmente sou animado, mas quando tenho que enfrentar as dores, troco sem querer a animação pela irritação. Daí eu ponho um disco para tocar e a música vai aos poucos me acalmando. As dores ainda permanecem, mas eu vou me cuidando. Hoje até já consegui ripar mais uma bolacha e vou mandando ela aqui para vocês.
Temos assim, o cantor Francisco Carlos, um nome hoje esquecido, inclusive pelos seus contemporâneos. Nunca vi por aqui alguns dos senhores mencionar ou soliciar alguma música deste artista. Acho curioso, porque embora Francisco Carlos tenha abandonado a carreira em favor de outra arte, a pintura, nos anos 60, nas duas décadas anteriores ele era um grande astro, tanto como cantor como também como galã de filmes da Atlântida. Era conhecido como “El Broto”, por conta de seu grande sucesso, “Alô brotinho”. Também recebeu o título de “cantor namorado do Brasil”. Tinha mesmo uma pinta de galã. Nos anos 80 ele voltou ao mundo da música, mas os tempos eram outros, não conseguiu retomar a carreira.
Neste álbum, de 56, gravado pela RCA Victor (que eu considero como seu melhor disco), temos um desfile de oito sambas clássicos. Francisco Carlos interpreta músicas de Noel, Ary Barroso, Lamartine e Custódio Mesquita. Olha só…

feitio de oração
faceira
saia do meu caminho
o sol nasceu para todos
rancho fundo
morena boca de ouro
como os rios que correm pro mar
quando o samba acabou

Jorge Goulart – Eu Sou O Samba (1960)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Na brecha do meu tumultuado dia, aproveito para fazer logo a postagem, antes que fique ainda mais tarde e eu sem disposição, acabe por não fazê-la. Estou numa sinusite brava, parece até aquelas ressacas de vinho Sulino. Não vejo a hora de chegar em casa, tomar um banho e cair na cama. Mas antes, vamos ao ‘post’ de hoje…
Olha só que beleza, um raro álbum do cantor Jorge Goulart. Talvez um de seus melhores discos, lançado pela RCA Victor em 1960. Um disco, obviamente, de samba e samba de primeira. Aqui encontramos Jorge Goulart interpretando um repertório com direito a três músicas de Zé Keti, entre elas o clássico “A voz do morro”, música que abre o disco e serviu de inspiração para o título do álbum. Mestres da composição como Ary Barroso, Mário Lago e Hervê Cordovil, também comparecem no disco. Chamo atenção para as faixas, “Meu samba”, de Lúcio Alves e Armando Louzada e “Brasília, capital da esperança”, de Cid Magalhães e Ivo Santos, música esta, feita em homeagem à então nova capital do Brasil.
Confiram aqui, em primeira mão, este álbum nota 10 😉

a voz do morro
não sou feliz
eu nasci no morro
meu samba
se o mal pensar, é pecado
brasília, capital da esperança
samba fantástico
joão cachaça
é luxo só
lamento de um sambista
é manhã no morro
o rei do samba

Mário Zan – Zanzando (1957)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! O tempo tem passado mesmo muito rápido, eu nem percebi e já estamos em junho. Este é um mês agitado aqui no Toque Musical. No próximo dia 30 estaremos completando 4 anos de atividade. Vão preparando aí para o festejo, afinal quatro anos não são quatro meses.
E por falar em festejo, estamos também na época das festas juninas. Eu desta vez quero postar alguns discos ainda no início do mês, dando assim a oportunidade dos mesmos serem usados por vocês nas festas juninas que estão por vir. Não vai ser por falta de músicas apropriadas que São João vai deixar de dar o seu recado.
Temos aqui, para começar, um álbum de 10 polegadas do Mario Zan, lançado em 1957 pela RCA Victor. Este não é exatamente um disco para festas juninas, mas tem tudo o que é preciso: acordeon e Mario Zan. Na bolacha de oito faixas vamos encontrar bolero, dobrado, xote, baião, tango, valsa, maxixe e… música para quadrilha, é claro!
Coisa curiosa, que eu desconhecia, vim a saber no texto da contracapa deste disco. O Mário Zan (Mario João Zandomenighi) era realmente nascido na Itália, de Veneza, vindo com a família para o Brasil em 1924. Olha aí um conterrâneo…

só para você
festa na roça
silvino rodrigues
driança sapeca
rabo de galo
capricho cigano
eterna saudade
amigo da onça

Expósito E Sua Orquestra (1963)

Dia longo e um tremendo corre corre. Ufa! Finalmente em casa. Vamos ver o que temos aqui para hoje…
Expósito e Sua Orquestra, vocês conhecem? Eu também conheço, tenho até outros discos, mas só conheço as bolachas. Nos três discos que tenho dele, nenhum faz referência à pessoa do suposto Maestro. Em algumas coletâneas da RCA ele costuma aparecer, mas definitivamente, para mim, Expósito é ainda um mistério. Muito por conta disso, eu acabei deixando este lp meio que de lado, esperando um momento certo. Como eu não tive tempo de preparar algo inédito para a postagem do dia, decidi pelo Expóstio, que além de inédito em outros blogs é também raro e deliciosamente bom de se ouvir. A qualidade do som dos discos da RCA Victor, principalmente dessa época é de tirar o chapéu. Obviamente, não estou levando em conta os estalos e chiados de um disco com quase 50 anos. Num álbum como este, com um repertório variado e arranjos bem amarrados fica faltando apenas um pouco de informação sobre quem foi o nosso artista.
Está aberta a temporada de comentários musicais. Fiquem a vontade para complementar no postagem 😉 Diz aí, Samuel!

samba em prelúdio
the blop (a bolha assassina)
et maintenant
caterine
el pecador
hava nagila
afrikaan beat
al di la
i cant stop loving you
papa walt disney
quando calienta el sol
só danço samba

Nana Caymmi – Nana (1977)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Vamos retomando aos nossos encontros diários, muito embora ele recomeçe justamente quando também retorno ao trabalho. Daí, voltamos a rotina do corre corre. E eu sempre reclamando… hehehe…
Antes de tudo, porém, vou repassando a vocês um convite para participarem do grupo de discussão “Música dos Anos 60 e 70”. Quem gosta de música dessa época, tanto nacional quanto internacional, vai encontrar ali um reduto bem focado.
O disco de hoje é de uma das cantoras que eu mais gosto (sem redundâncias), Nana Caymmi. Não sei porque eu ainda não o havia postado. Hoje eu o faço, mais por um capricho. Não cheguei a verificar, mas acredito que o presente álbum já tenha sido bem divulgado na ‘blogosfera’. Quem ainda não o ouviu, sugiro que não perca a oportunidade. Um álbum lindo. Também com as mesmas características da postagem anterior, uma excelente cantora, um repertório fino e um grupo de músicos de apoio de tirar o chapéu. Participações especiais de Dorival Caymmi, Toninho Horta, João Donato, Novelli, Ivan Lins e outros no mesmo ‘naipe’. A direção e coordenação artística são de Dori Caymmi e Durval Ferreira. Confiram aí essa jóia 😉

dona olimpia
milagre
perdoa, meu amor
o que se sabe de cor
falam de mim
soneto à mamá
fingidor
cais
se queres saber
meu menino
não há lugar
modinha

Los Indios Tabajaras – The Best Of (1968)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Aqui estou eu meio frustrado de ainda não ter conseguido sair para a minha viagem de férias. Ficaram algumas pendências e eu resolvi adiar para o domingo. Melhor frustrar antes do que durante, não é mesmo? Assim sendo, tenho ainda mais um dia de postagem regular. O que foi até muito bom, pois ontem tive uma grata surpresa. Sinto até vergonha de contar isso, mas é um fato. Vocês acreditam que até ontem eu achava que os Índios Tabajaras fossem paraguaios? Não sei bem de onde eu formei essa ideia, talvez das pouquíssimas coisas que ouvi deles ou algo lembrando a harpa paraguaia. Talvez por isso mesmo, por não ter dado a eles a devida atenção. Nunca tive a sorte de conhecer melhor essa dupla e agora aqui, estou espantado com a minha ignorância e mais ainda com a história de Los Índios Tabajaras. Acredito que, talvez, muitos como eu desconhece a trajetória de vida e artística dos dois índios, que são legítimos Tabajaras. A história deles é digna de ser levada às telas de cinema ou numa dessas ‘big séries’ produzidas pela Globo. Não sei porque não fizeram isso ainda.
Ontem, meio que por acaso, resolvi ouvir este álbum, movido muito pelo fato de estar ‘zero bala’, novinho mesmo, em seus 43 anos. Além de ser também uma bolacha importada de 180 gramas. Meu tocadiscos e minha Shure não resistem a esses assédios. Foi ao virar a contracapa para de imediato ler algo o que eu já deveria saber, os caras são brasileiros! Procurei de imediato informações na rede para me certificar de tudo aquilo. Entre alguns poucos sites falando sobre ‘Los Índios Tabajaras’, encontrei num blog pessoal, um texto muito bom, não sei se é do autor, Marcelo Cozzare, não há créditos, mas suponho que sim. Achei por bem reproduzi-lo na íntegra. Embora um pouco longo e fora dos nossos padrões, vale a pena ler e conhecer um pouco mais desse duo brasileiro. Certamente, pelo texto, fica claro o porquê eu e tantos outros ignoramos os Índios Tabajaras. Eles eram uma singularidade no Brasil.Quanto ao disco, realmente é uma pérola onde se destacam o brilho do instrumental, o virtuosismo e qualidade musical. Neste álbum, que é uma coletânea, com músicas extraídas de outros discos da dupla, pela RCA Victor, temos um repertório bem variado, o que nos mostra a capacidade desses dois artistas. Só mesmo ouvindo e lendo o texto que segue abaixo…
*A trajetória dos Índios Tabajaras dificilmente encontrará paralelo com qualquer outra, vindo de onde vieram e alcançando, no chamado mundo civilizado, o que alcançaram. Tudo pareceria a criação de um delirante ficcionista, não fosse a mais concreta realidade. Primeiro, por suas origens. São índios brasileiros autênticos, da raça tupi-tabajara, nascidos na remota e agreste serra de Ibiapaba, dentro do então isolado município cearense de Tianguá, na divisa com o Piauí. Na língua tupi, receberam os nomes de Mussaperê e Herundy, que significam O Terceiro e O Quarto, pois estavam nessa ordem de nascimento dos filhos do cacique Ubajara, ou Senhor das Águas, ao todo trinta e quatro irmãos. Levados com a família pelo tenente Hildebrando Moreira Lima para a serra do Cariri, recebem dele nomes de branco: Antenor Moreira Lima (Mussaperê) e Natalício Moreira Lima (Herundy). Ouvindo seu canto em tupi, já que não falavam o português, o tenente reconhece neles qualidades para eventualmente tentar a sorte no sul do Brasil. Do Cariri, em 1933, partem caminhando a pé, com o sonho de chegarem ao Rio de Janeiro, então a capital do Brasil, a milhares de quilômetros de distância. São nessa ocasião dezesseis índios, os pais e quatorze filhos. As dificuldades durante a marcha são imensas. Chegam primeiramente a Pernambuco, depois a Alagoas e à Bahia. Numa feira do Nordeste, compram uma velha viola e vão aprendendo os primeiros acordes sozinhos, como podiam. Mesmo assim tem de trocá-la, num momento de necessidade, por uma cuia de feijão. Na capital baiana, Salvador, conseguem receber a proteção do governador, que lhes fornece passagens gratuitas para o Rio de Janeiro, onde chegam no início de 1937. Mais de três anos já se tinham transcorrido desde a decisão de conhecer a Cidade Maravilhosa. Desembarcaram do navio Almirante Jaceguai e, devido a uma reportagem de jornal dando notícia da odisséia, são acolhidos pelo Albergue Leão XIII. Mussaperê e Herundy, dedilhando a viola e o violão e entoando cantos indígenas, mas com roupas de branco, passam logo a se apresentar nas feiras-livres, até que são levados para a Casa de Caboclo, um teatrinho voltado para a cultura regional brasileira. Não foram, porém, bem sucedidos, talvez porque procurassem negar que eram índios, não obstante o aspecto físico não deixar nenhuma dúvida sobre sua origem. Além disso, quase nada falavam do português, por conseguinte analfabetos, acima de tudo amedrontados, porque muito ingenuamente, acreditaram em alguém que lhes disse que, no Rio de Janeiro, caso descobrissem que eram índios, seriam imediatamente mortos! Demoraram, por isso, mais tempo para se adaptarem aos costumes da cidade grande. Outra oportunidade apareceria através de um contrato oferecido pelo apresentador radiofônico Paulo Roberto, para cantarem na Rádio Cruzeiro do Sul, do Rio de Janeiro, em 1942, com a condição expressa de fazerem publicidade de sua verdadeira origem, um fator positivo de interesse e não negativo como julgavam. Os Irmãos Tabajara são dois bugres…fazendo sucesso no rádio carioca. São interessantíssimos no gênero que aprenderam naturalmente, quando não pensavam em cantar no rádio. Artistas por índole, dedilham magistralmente a viola e o violão, arrancando das cordas efeitos de grande beleza e emotividade – publicava a revista Carioca, de 25.7.1942. Passam a atuar também nos cassinos da Urca e da Pampulha, em Belo Horizonte. Em 1944, vão a São Paulo para, em seguida, empreenderem uma longa temporada por toda a América Latina, que se estenderá até 1949. Começam pela Argentina, onde o sucesso foi grande e depois rumam para o Chile, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Cuba e México. Às vezes só ganhavam o suficiente para a alimentação e o prosseguimento da viajem. Mussaperê já vinha se interessando pelos autores clássicos: Beethoven, Bach, Litzt, Mozart e outros grandes mestres. Quando chegam ao México ainda só sabiam tocar de ouvido, sem nenhum conhecimento teórico musical. Num espetáculo, são apresentados pelo ator mexicano Ricardo Montalbán como “analfabetos musicais”, um modo peculiar encontrado para dizer que, apesar disso, tocavam bem, mas que os acabou instigando a aprender música. Mussaperê volta para Caracas e toma lições com Francisco Christancho, maestro da sinfônica da capital venezuelana, e prossegue seus estudos no Brasil. Herundy, por sua vez, volta a Buenos Aires, onde compra uma casa, e também passa a se dedicar ao estudo da música e do canto. EUROPA Dois anos depois, reúnem-se novamente e partem para uma excursão à Europa. A música clássica passa então a predominar em seu repertório. Tornam-se respeitados em vários países como intérpretes de Tchaikovsky, Sibelius, Targa, Falla, Villa-Lobos, Chopin e outros. As adaptações instrumentais são feitas por Mussaperê, que as passa para o irmão. Incluem também em seus espetáculos músicas folclóricas européias, cantando-as nos diversos idiomas, sempre com os maiores aplausos do público e a melhor crítica, a ponto de terem a agenda tão cheia de compromissos que têm de recusar muitos convites. Foi uma demorada excursão que terminaria em Madri, onde o êxito não foi menor. No retorno ao Brasil, no entanto, sentiram que não passavam de uns ilustres desconhecidos e que a música que faziam não correspondia ao interesse das gravadoras e das emissoras. É quando fazem três discos na gravadora Continental, lançados em 1953/54: Tambor Índio/Acara Cary (16.869), Pássaro Campana/Fiesta Linda (16.913) e Te Besaré/Te Quiero Mucho Más (16.972). AMÉRICA Cientes de que santo de casa não faz milagre, como diz o ditado, partem, em 1954, para uma nova excursão pelo exterior, a fim de se exibirem inicialmente no Rádio City de Nova Iorque, precedida de uma pequena temporada em Cuba. Gravam, em 1957, na RCA Victor americana, um Lp. chamado Sweet and Savage (Doce e Selvagem), no qual incluem o bolero Maria Helena, de Lorenzo Barcelata, melodias brasileiras e outros standars latinos, que todavia passa despercebido.
Voltam ao Brasil, encetando nova tentativa de penetrar no mundo artístico de sua terra. Não obtendo a mesma aceitação do exterior, resolvem encerrar as atividades artísticas. Como as economias feitas, efetuam a compra de uma propriedade rural na localidade de Araruama, distante cerca de cem quilômetros do Rio de Janeiro, com mais da metade da área coberta por mata virgem. Com a maioria dos trinta e quatro irmãos, fazem da agricultura seu novo meio de existência, procurando reproduzir a vida tribal de sua infância no contato com a natureza.
O RETORNO Estavam nessa vida anônima e calma, quando a mão do destino começou a agir. No verão de 1963, um produtor da Rádio WNEW, de Nova Iorque, para fazer o fundo musical de um programa humorístico, procura na discoteca da emissora uma música instrumental qualquer. Experimenta daqui e dali e, por acaso, puxa da prateleira justamente o Lp. Sweet and Savage, encontrando logo na primeira faixa em Maria Helena, o que estava querendo. Assim, diariamente, o fox Maria Helena foi sendo tocado nesse programa de grande audiência. Não tardaria muito para que muitos ouvintes fossem se encantando e passassem a indagar quem eram aqueles grandes instrumentistas e como poderiam adquirir o disco. Esses pedidos eram encaminhados à R.C.A. Victor, que, dado o volume das cartas, mandou editar um compacto simples, que, para sua surpresa, começou a ser vendido em todos os Estados Unidos em números impressionantes, a ponto de alcançar o 4º lugar no hit parade! Daí para o relançamento do Sweet and Savage, aquele de 1957, foi um passo. Resultado: 2º lugar entre os estéreos e 4º lugar entre os monos no ano de 1963! Os executivos da R.C.A. Victor, diante de fatos tão inacreditáveis, comunicaram-se com sua filial do Rio de Janeiro, com a ordem expressa de que aqueles índios fossem localizados e embarcados imediatamente para Nova Iorque, pois queriam produzir com eles novos discos. Encontrá-los, porém não foi nada fácil. Ninguém sabia onde tinham se escondido. Por fim, são encontrados no seu retirado sítio de Araruama, às margens da lagoa do mesmo nome. – Pensávamos que fosse brincadeira. Só acreditamos mesmo quando recebemos a passagem de ida-e-volta e ajuda de custo para seguir com destino a Nova Iorque com tudo pago… Ficamos hospedados nos melhores hotéis e só não gostamos mesmo foi do tal caviar servido todos os dias – contava Mussaperê. Em apenas trinta e seis dias, gravam em Nova Iorque dois Lps. e dois compactos, com destaque especial para Moonlight and Shadows, Solamente Una Vez e Always In My Heart, tendo esta última vendido rapidamente 200 mil cópias e ido para o 3º lugar nas paradas. Os convites para se apresentarem por todos os Estados Unidos não cessam de chegar, assim como para a Europa e o Japão, onde também se tornam ídolos. Em muitos concertos são acompanhados por orquestras filarmônicas. No início dos anos 70, já estão com 48 Lps. gravados e oito milhões de cópias vendidas. Tudo parece mesmo criação de algum delirante ficcionista, mas é a vida real e fantástica de dois pobres índios, que de uma aldeia perdida numa serra brasileira, um dia iniciaram sua jornada, rumo ao sucesso internacional, caminhando a pé.

maria elena
love is a many-splendored thing
mamãe eu quero
valse in c-sharp
pájaro campana
marta
always in my heart
não tenho lágrimas
smoke gets in your eyes
frenesi
recuredos de la alhambra
the 3rd man theme

 

*Texto extraído do blog de Marcelo Cozzare

Nelson Gonçalves – Prá Você (1971)

Bom dia, amigos cultos e ocultos. Ontem eu cheguei tão cansado que mal dei conta da postagem. Acho que a fiz mesmo só para não sair da sequência diária. Hoje, da mesma forma, vou logo garantido a postagem, visto que meu domingo não vai ser dos melhores. Nuvens negras rondam o meu céu. Mesmo assim e enquanto a água não cai, deixa eu fazer a lição…
Não pude resistir a este disco do Nelson Gonçalves. Tive que primeiro fazer uma ‘fotopotoca’, merecia, você não acham? A primeira vez que vi este disco tive a exata ideia de que o Nelson havia sido escalado para fazer parte do seriado Jornada nas Estrelas. Bom, pode até ter sido um engano de um menino com pouco mais de dez anos, mas que o ‘look’ foi inspirado no filme, isso eu não tenho dúvida. Taí uma história que eu gostaria de saber… como foi que o Nelson encarou essa, ele que era um homem avesso aos modismos. Mas o certo é que naquele início dos anos 70 a carreira do cantor andava meio em baixa. A Jovem Guarda já tinha virado adulta, Nelson que era da ‘velha guarda’, vivia uma fase incômoda. Era preciso renovar de alguma maneira. Nada melhor do que pela capa, pensaram eles. Mas a renovação não fica só no visual. Percebemos aqui também uma modernização no repertório e também nos arranjos de Elcio Alvarez, Ted Moreno e Portinho. Confiram…

coimbra
franqueza
por isso é que te peço amor
aconteceu
o amor e a flor
prá você
domingo de carnaval no salgueiro
impossível… (somos noivos)
minha companheira, a tristeza
sou eu
em cada verso, em cada samba

Orquestra Namorados do Caribe – Sabor De Sucesso (1964)

Temos para hoje, mais uma vez, um trabalho do Maestro Carioca, arranjando e regendo a Orquestra Namorados do Caribe, uma versão RCA Victor para a Orquestra Românticos de Cuba, da Musidisc. Neste álbum a Orquestra nos apresenta um repertório quase todo de músicas italianas que faziam muito sucesso nos anos 60. Bem agradável, longue… Vai mais uma pedrinha de gelo aí? Apreciem com moderação 😉

la bamba
non ho l’etá
if i had a hammer
anamaria
esta noche
come sinfonia
free me
sapore di sale
io che amo solo te
se le conse stanno cosi
cio’ che rimare alla fine de un amore
roberta