Bom dia, amigos cultos e ocultos! Até o momento ninguém se manifestou com relação à postagem de ontem. Ainda continua valendo um doce para aquele que souber informações sobre o Del Norman.
Para hoje eu tenho mais um disco raro, um típico exemplar que vocês só encontram aqui no Toque Musical. Finalmente chegou em minhas mãos o último dos quatro discos lançados pelo selo mineiro MGL. Quem acompanha o Toque Musical já deve saber um pouco da saga e os discos criados por essa gravadora, pioneira no Estado de Minas Gerais. A MGL (Minas Gravações Limitada) nasceu nos primeiros anos da década de 60. Foi criada por Dirceu Cheib, incentivado pelo Maestro Edmundo Peruzzi, o qual estreou o selo com o álbum “O samba visita o clássico“. Naqueles anos de 62 e 63, quando a MGL iniciou os seus trabalhos, segundo Dirceu Cheib, a ideia era a de fazerem apenas um disco. Naquele momento a empresa era apenas um espécie de editora. Ainda não haviam investido em maquinários para um estúdio de gravações. Os quatro discos lançados foram totalmente feitos em São Paulo e com artista desse Estado. Os álbuns lançados foram: “Peruzzi – O samba visita o clássico“; “Xixa e seu conjunto – Hoje é dia de festa“; “Antoninho Pellicciari e seu conjunto – Apresenta sucessos do momento” e este que estou postando agora, “Lauro Paiva – O ritmo é…”. Não sei precisar a ordem de lançamento desses discos que vieram após o do Maestro Peruzzi, mas todos foram lançados em 1963. Provavelmente, o do Lauro Paiva foi o último e talvez seja até de 1964, ano em que a MGL inicia com seu selo Paladium. Este lp demonstra bem isso, a transição, pela capa temos a MGL e o selo já era Paladium. Dos quatro lançamentos este foi o único com gravação estéreo. A partir daí, os discos da Minas Gravações passaram a ser Paladium. A Paladium, como já disse, foi um selo criado para coleções com vendas a domicílio. A razão pela qual seus discos, quando os encontramos por aí, não apresentarem uma ficha técnica, se deve ao fato de que os mesmos faziam parte de caixas como seis lps, que eram vendidas à domicílio por todo o Brasil.
A história da Paldium e por consequência da MGL e Bemol eu ainda penso em contar em um outro blog que criei, mas até hoje não achei um tempo para lhe dar vazão. Só para não perder a ideia de vista, cheguei até a fazer umas duas postagens, mas apenas para lhe dar um corpo. Possívelmente, se tudo der certo, quero transformar essa história num projeto, com apoio institucional ou de leis de incentivo. Já tenho muito material de pesquisa coletado e todo o esquema montado para isso. Só me falta tempo e talvez uma pessoa também interessada no assunto e que queira comigo pegar essa empreitada. Alguém se habilita?
Bom, vamos ao disco… Lauro Paiva, embora hoje em dia seja quase um desconhecido, foi nos anos 50 e 60 um músico e compositor bem conhecido, principalmente em São Paulo, onde ele fez seu nome. Nascido na Bahia, trabalhou no início dos anos 50 na Radio Excelsior baiana. Mudou-se para o Rio de Janeiro logo em seguida e a partir de então vieram as gravações. Pelo que eu pesquisei ele gravou por volta de uns nove ou dez discos ao longo de sua carreira. Estabeleceu-se em São Paulo onde também tocava na noite. Em 1963 ele foi convidado pelo Maestro Peruzzi a gravar este álbum para a então novíssima MGL. Um trabalho muito interessante e super gostoso de ouvir. Do lado A temos uma seleção de sambas, muito bem arranjados, valorizando bem o ritmo, como anunciando no título do lp. São músicas, algumas, bem conhecidas, como “Influência do jazz”, de Carlos Lyra; “Eu sei que vou te amar”, de Tom e Vinicius e “Na cadência do samba”, de Ataulfo Alves. No lado B temos também muito ritmo, contemplando um repertório internacional com outros estilos musicais muito em voga na época, o ‘twist’ e o chá chá chá.
Muito legal o disco, vale a pena dar uma conferida.
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Beagá Band’s – Parada De Sucessos (1967)
Olás! Depois que o Blogger criou mais uma de suas ferramentas, um filtro para ‘spam’ no Comentários, eu achei que daí em diante não precisaria mais me preocupar com mensagem intrusas, principalmente as propagandas. Pois olha, que de nada resolveu. Pelo filtro passa tudo, menos os toques mediúnicos enviados pela ‘turma celestial’ (não confundir com a torcida do Cruzeiro, essa também tá morta, mas não toca nada, hehehe…) Preciso ficar mais atento, senão vocês vão chegar no Comentários primeiro que o link.
Hoje eu vou trazendo mais um disco da lendária Paladium. Mais um daqueles álbuns sem referências. Mas que de tanto eu comentar, já sabemos por alto o que vamos encontrar. Temos desta vez o lp “Parada de Sucessos” com o fictício grupo Beagá Band’s. Fictício no sentido de ser um nome usado para dar uma certa identidade ao disco. O Beagá Band’s só existiu em estúdio e durante o reinado da Paladium.
No álbum “Parada de Sucessos” temos um repertório eclético e tão variado que eu chego a desconfiar que tenha sido feito por um mesmo grupo ou músicos. Se não fosse pelo naipe de metais, que dá uma certa unidade ao disco, eu diria que é quase uma coletânea de fonogramas da Paladium e Coledisc. Contudo e no todo, temos um lp bem interessante, com arranjos até originais. Um bom exemplo é a faixa “Na baixa do sapateiro”, de Ary Barroso. Confiram aí, mais um mineirinho 😉
Balona e Seu Conjunto – Garota de Ipanema (1967)
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
Quem sobe nos ares não fica no chão,
É uma grande pena que não se possa
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
Não sei se brinco, não sei se estudo,
Mas não consegui entender ainda
Antoninho Pellicciari E Seu Conjunto – MGL Apresenta Sucessos Do Momento (1963)
Olá amigos cultos e ocultos! Hoje eu me atrasei na postagem por causa exatamente deste disco. Há tempos eu venho querendo postá-lo, mas faltava ainda um trato no áudio, retirar alguns estalhos e chiados e ganhar um pouco mais do no volume. Consegui fazer isso ontem, antes de ir dormir. Hoje, pela manhã, era só postar, mas eu fiquei com um dúvida. Vejam só, este álbum foi um dia postado pelo amigo Zeca em seu Loronix (eu nem sabia). Em sua publicação ele dizia que Antoninho Pellicciari era um pseudônimo, que quem estava por trás do obscuro nome era na verdade o Maestro Aécio Flávio. Por conta dessa afirmação, alguns outros sites passaram também a creditar o lp ao músico. Eu que já conheço um pouco a história da gravadora mineira, fiquei meio na dúvida. Sei que o Aécio começou sua carreira em estúdio junto com o surgimento da MGL/Bemol. Mas sabia também que a sua participação se deu a partir do surgimento do selo Paladium, já pelos idos de 1965 ou 66, conforme ele mesmo conta em sua biografia. Portanto, havia alguma coisa erra nessa história. Na dúvida, enviei um e-mail ao Sr. Dirceu Cheib, que agora a noite me retornou, respondendo de maneira lacônica, que “se trata de um músico paulista que tinha um conjunto famoso na capital”. Obviamente, Antoninho Pellicciari nunca existiu além deste disco. Também não foi o Aécio Flávio. Mas tudo me leva a crer que quem está por trás deste disco é na verdade o Maestro Edmundo Peruzzi. A MGL – Minas Gravações Ltda foi criada em Minas Gerais, incentivada pelo maestro paulista Peruzzi que convenceu o Dirceu Cheib e seu sócio a bancarem um disco seu, o já apresentado aqui, “O Samba Visita O Clássico“. Para não ficarem no negócio de um só disco, Peruzzi achou que seria bom eles terem outros lançamentos. Daí, nasceram mais três álbuns, todos gravados em São Paulo, já que a gravadora ainda não tinha estúdios. Segundo o Sr. Dirceu, todos esses primeiros lps foram gravados com músicos paulistas. Outro disco integrante, também postado aqui, é o do cavaquinista Xixa e Seu Conjunto. Como disse, para mim, Antoninho Pellicciari era mesmo o Maestro Peruzzi. Ele esteve envolvido diretamente na criação da gravadora e de seus quatro primeiros álbuns. Talvez, para não se fazer repetitivo, ou ainda, para criar a ideia de uma gravadora com artistas multiplos e diferentes, eles tenham preferido adotar o pseudônimo. Ao ouvir o disco e conhecendo um pouco o trabalho de interpretação e arranjos de Aécio Flávio e também o de Edmundo Peruzzi, vocês irão concordar comigo de que o segundo é o mais suspeito.
A propósito, o Zeca deve ter percebido isso, pois logo retirou este título e postagem de seu blog.
Bom, quanto ao conteúdo musical, temos aqui um desfile de temas feitos para dançar, como ensinou o mestre Waldir Calmon. O disco se divide de um lado com temas nacionais e do outro os internacionais. Todos, sucessos do momento. Confiram…
Sidney Jones E Sua Orquestra – Juventude Amor E Música (S/D)
Embora tenhamos muitos outro discos Paladium para serem mostrados, vamos dar uma pausa nessa ‘novela’, como disse alguém há alguns dias atrás. Novela pra uns, programa de variedades para outros… O Toque Musical é sempre bem sortido. Tem para todo gosto 😉
Finalizando, aqui vai “Sidney Jones e Sua Orquestra”, mais uma produção da Bemol para as coleções Paladium. Este volume é composto totalmente por músicos que tocavam na noite belorizontina. Me parece, inclusive, que dele participam Aécio Flávio, Célio Balona e outros nomes bem conhecidos atualmente da música mineira. O repertório, como podemos ver logo a baixo, traz sucessos daquela época, tanto nacionais quanto internacionais. Gostosinho de ouvir 😉
Típica Rosário – Fumando Espero (S/D)
Buenas noches! Hoje eu me atrasei ‘un poquito’, mas antes tarde do que nunca. A postagem de hoje é dedicada à Evangelina, uma nova amiga culta, argentina, pero ligadona nos lançamentos da Bemol. Retribuindo sua gentileza nas últimas semanas, aqui vai para ela e também para todos os amigos cultos e ocultos que nos visitam, um outro álbum Paladium. Desta vez temos a “Típica Rosário”, outro grupo inventado pela Bemol para o selo Paladium. Por muito tempo eu pensei que quem tocava neste disco fosse o argentino, radicado no Brasil, Rufo Herrera. Alguém uma vez me contou isso, mas nunca consegui confirmar. A única vez em que eu tive a oportunidade de conversar com o Rufo foi em uma festa na casa do meu cunhado e não faz muito tempo isso. Pena eu não ter lembrado dessa história e esclarecido tudo. Também, naqueles dias eu nem pensava em vir fazer esta postagem. Seja ele ou não, não importa agora. Vale mais aproveitar o resto do sábado e ouvir essa série, essencialmente dedicada ao tango. Vamos dançar? 🙂
Adilson Adriano – Eu Gosto Tanto De Você (S/D)
Olá amigos cultos e ocultos, bom dia! Hoje é sexta feira, mas independente de qualquer coisa, continuamos batendo na mesma tecla. Ainda neste resto de semana irão ecoar os discos Paladium. Por isso, não teremos aqui o álbum/artista independente. Semana que vem a gente volta à normalidade, ok?
Seguimos com mais um disco sob o selo Paladium. Desta vez temos o cantor revelação da Bemol, Adilson Adriano. Seu primeiro disco, “Nasce um novo ídolo”, saiu pelo selo Bemol. Embora eu nunca o tenha escutado, vejo pelo anúncio de venda do lp em vários sites, que se trata de um disco de Bossa Nova, mas eu duvido, considerando que este artista foi moldado para a Jovem Guarda. Além de cantor, o cara era também compositor. Existem músicas dele gravadas por artistas da Jovem Guarda. A Bemol também lançou ele em compacto, uma prova de que a gravadora tinha interesse em investir em sua carreira. Pelo que eu soube, ele começou a se destacar, fazendo páreo com figuras como Agnaldo Timóteo e aí, a Odeon resolveu contratá-lo, prometendo lhe um disco que nunca saiu. Ele foi colocado na geladeira. Uma estratégia típica das grandes empresas quando querem abafar o concorrente. Ele tentou voltar à Bemol, mas nessa altura a gravadora já não tinha mais interesse. Não sei que fim levou…
O presente álbum, parte de alguma caixa das coleções Paladium, reúne uma série de música de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, Luiz Ayrão e também composições próprias. Tudo isso revestido por uma atmosfera de Jovem Guarda romântica e brega. Acredito, pelo estilo Paladium, que essas músicas são as que forma lançadas em seu lp e compacto anterior pelo selo Bemol.
Oswaldo Silva – Seresta (S/D)
Bom, já se passaram duas semanas com postagens diretas dedicadas à Paladium. Se formos continuar nessa linha, provavelmente teremos ainda muitas outras semanas. Por essa razão e por outras também, estou pensando em criar um blog exclusivo para os discos do selo. Já até criei uma nova conta no Blogger e no WordPress para isso. Só me falta agora achar tempo para administrar mais um blog (ou dois). Vamos ver…
The Black Boys – I’m A Believer (S/D)
Olás! Eu pensei que teria mais tempo no fim de semana para me dedicar às postagens dos discos do selo Paladium. Fiquei de fazer aqui um relato sobre o meu encontro com o Sr. Dirceu Cheib, mas realmente não tive tempo. Além de problemas pessoais, estou também cheio de trabalhos que me roubam muitas horas e até a inspiração. Estou chegando a conclusão de que não adianta eu ficar planejando ou prevendo o que virá em seguida. Acabo me comprometendo e criando expectativas em vocês. Pelo jeito, ainda não vai ser hoje que irei relatar alguns fatos, os principais, sobre o selo mineiro e suas aventuras fonográficas.
Por hoje, vamos seguir com mais um exemplar das coleções. “The Black Boys” é outro daqueles discos sortidos e dirigidos ao público jovem da época. Uma série de ‘hits’ tanto da Jovem Guarda quanto internacionais, com direito até a uma versão de “Delicado” de Waldir Azevedo.
Dentro desse esquema de produção de discos, saber quem foram os “The Black Boys” é uma questão que nem mesmo o Dirceu Cheib saberia nos responder. Mas por certo, foi mais um grupo anônimo de músicos mineiros gravando na madrugada. Confiram aqui o repertório…
Conjunto Los Romanticos – Dos Almas (S/D)
Vamos hoje bater com o lado internacional da Paladium. Vai ganhar outro doce quem descobrir quem realmente foi o Conjunto Los Romanticos. 🙂
Luiz Humberto – Temas Para Dançar (S/D)
Raul Ferreira E Seus Ritmistas – Céu E Mar (S/D)
Olá amigos cultos e ocultos! Gostei de ver… responderam prontamente à última postagem. Alguns tiveram até a gentileza de enviar a capa e contracapa original, o que mais uma vez eu agradeço. Embora agora já tenhamos o disco completo, não irei mexer em nada, deixarei a postagem como está. Só assim ela faz sentido, não é mesmo?
Para hoje vamos com “Raul Ferreira e Seus Ritmistas”. Este disco é um dos poucos da Paladium que já foi bem divulgado em blogs e sites. Atualmente pode ser encontrado também no Acervos Origens, e para a venda do vinil, em diversos sites e no Mercado Livre. Entre os discos da Paladium este é um dos poucos que nos parece ser um álbum de carreira, ou melhor dizendo, um disco de artista de verdade. Pelo nome, pela capa, temos quase a certeza de que Raul Ferreira existiu. Mas, segundo o criador da Paladium, Dirceu Cheib, trata-se de mais um pseudônimo. Ele não se lembra mais quem interpretou esse papel, mas afirmou ser este mais um nome fictício. Eu desconfio que este disco em especial foi gravado no Rio de Janeiro, com músicos locais. Digo isso porque na conversa que eu tive com o Dirceu ele me contou que fazia um certo ‘intercâmbio fonográfico’ com uma editora musical do Rio, a Coledisc, que seguia na mesma onda da Paladium, fazendo discos para coleções e vendas a domicílio. Pelo estilo e repertório do ‘Raul Ferreira e Seus Ritmistas” eu tenho quase a certeza de que foi assim. Quem ainda não viu e nem ouviu o disco, tem aqui o prazer de conferir. Muito bom!
P. Trio – Embalo (S/D)
Olás! Diante a tantos discos e a toda oculta história da Paladium, eu acho que ainda iremos render mais uma semana postando seus títulos. Eu ontem estive no Estúdio Bemol recolhendo um depoimento com o Dirceu Cheib e ele me esclareceu muitas coisas sobre o selo. Sem dúvidas, muito do que eu já supunha e escrevi em postagens anteriores foi confirmado. Deixarei para fazer o relato de tudo no final de semana, quando terei mais tempo para escrevinhar a verdadeira história da Paladium e o meu encontro com este senhor, que foi o pioneiro e é um dos mais respeitados profissionais da gravação no Brasil.
Para compor o nosso dia, estou trazendo hoje um disco, o qual eu não tenho a capa. Descobri que se tratava de um exemplar com erro. O selo do lado B não corresponde às músicas das faixas. Consta como sendo do ‘conjunto’ The Black Boys, um grupo ao estilo da Jovem Guarda. Mas ao ouvir percebemos o engano. O selo foi colado no disco errado. O que temos na verdade não é ‘êi êi êi’ e sim um belo disco de bossa e jazz. O lado B é a sequência do disco do ‘grupo” P. Trio, pura Bossa Nova. Como eu não tenho a capa, não achei informações sobre o disco. Quanto ao “P. Trio”, não deve ser mineiro, possivelmente deve ter sido formado por músicos paulistas ou ainda cariocas. Havia um certo ‘intercâmbio fonográfico’ entre a Bemol/Paladium e um grupo de empresários cariocas responsáveis pelo obscuro selo Coledisc, que seguia a mesma onda do selo mineiro. Algumas das faixas do lado trocado, eu não soube imediatamente identificar. Estou deixando essa missão para os amigos cultos e ocultos do blog. Quem adivinhar ganha um doce 🙂 O concurso termina assim que todas as faixas forem nomeadas 😉
A capa original eu não consegui localizar, nem como exemplo. Daí, criei essa frontal que nada mais é que uma derivação da capa do disco dOs Abutres, já postado aqui. Notaram a semelhança? Confiram o disco. muito bom!
spanih feea
Conjunto Paladium – Parada De Sucessos (S/D)
Olá amigos cultos e ocultos! Como eu havia informado, continuaremos nesta semana apresentando mais alguns discos da série Paladium. Vamos assim, a cada dia, descobrindo um pouco mais sobre essa incrível aventura fonográfica nascida em Minas Gerais.
Ainda trabalhando com suposições, temos para hoje o Conjunto Paladium, nome dado ao grupo de instrumentistas (anônimos) que realizaram as gravações do volume “Parada de Sucessos”. Pensando um pouco melhor, ao conhecermos o exato sentido das Coleções Paladium e a maneira como tudo era feito, entendemos que realmente pouca importância faria na época os seus discos trazerem uma ficha técnica verdadeira, ou mais completa. Como já foi dito, a Bemol/Paladium não trabalhava exatamente com artistas renomados, não tinha em sua folha de pagamentos artistas contratados e exclusivos. Segundo as minhas investigações, os músicos eram recrutados para fazerem um ‘bico’, um trabalho musical sem grandes pretensões (para eles, claro!). Nos primeiros momentos da Paladium as gravações eram feitas em estúdios de São Paulo e com músicos paulistas. Depois, para reduzir as despesas, Dirceu Cheib e sua equipe, passaram a fazer as gravações em Belo Horizonte mesmo. Ele já estava planejando a criação de seu estúdio, que entrou em funcionamento a partir de 1967. Mas antes que o estúdio se tornasse uma realidade, ele adotou a capelinha de São Francisco de Assis, na Pampulha, criada por Oscar Niemayer, como o local ideal para suas gravações. Muitos desses discos do selo Paladium nasceram na igrejinha e foram concebidos de madrugada. Nessas aventuras pela noite a dentro participaram músicos que hoje são artistas mineiros famosos. Entre eles temos o maestro e arranjador Aecio Flávio de quem eu incluo parte de um texto onde ele descreve esse momento, leiam:
Havia um grupo de empresários mineiros liderados por Dirceu Cheib, que fabricava e distribuia de casa em casa, por todo o estado de M.G., Coleções de Discos LP como, por exemplo: “As melhores músicas romanticas italianas”,”Sucessos musicais do Cinema”, por aí a fora… Tinham um Selo próprio de nome Palladium; Aquilo devia vender mais que chuchú na feira. As gravações eram feitas em Estúdios de São Paulo, com arranjos e músicos de lá.
Com o surgimento de músicos da nossa geração, que “resolviam a parada”, esse pessoal resolveu gravar em Belo Horizonte mesmo, o que inclusive devia baratear a produção.
Um belo dia, fui chamado para participar da gravação de um desses LPs tocando acordeon, meu instrumento na época (anos 50). O mais curioso é que como ainda não existia Estúdio de gravação em Belô, O Dirceu Cheib teve a feliz ideia de experimentar a Acústica da famosa Igrejinha da Pampulha, projetada pelo Oscar Niemeyer, já famosa no Brasil e no exterior, não pela sua Acústica, mas pelo próprio Niemeyer e pelas pinturas de Portinari, que decoravam a Igreja, ao invez das tradicionais Imagens de Santos.
Pois bem, o pessoal da “Palladium” tinha lá um acordo com o padre responsável pela igreja, que a liberava para as gravações, desde que fossem realizadas depois da meia-noite e depois de verificar que as músicas do repertório não eram tão profanas assim. Se fosse nos dias de hoje seria todo mundo excomungado, por causa do repertório, com certeza, haja visto o que faz sucesso por aí! E lá fomos nós (violinos, metais, percussão violões, acordeon, etc) em várias Kombis, saindo do “Ponto dos músicos”, pra desembarcar na frente da Igrejinha da Pampulha, depois de meia-noite, que nem um bando de Saltimbancos (Eu disse “saltimbancos…). E não é que a acústica era boa mesmo? Principalmente para os violinos, violas e cellos. Tinha uma reverberação natural muito boa que, só era m pouco exagerada pra os instrumentos de rítmo (os santos deviam olhar desconfiados praqueles “instrumentos de Carnaval”) mas que com uma dinâmica caprichada de orquestra, não comprometia o resultado. Eu estava que nem “Pinto no lixo”né, gravando pela 1ª vez, com orquestra de cordas, na Igreja da Pampulha, era a glória! O repertório naquela noite era de músicas italianas de sucesso na época, tipo “Yo che no vivo sensa te” e outras do gênero. O Maestro que dirigia a gravação, responsavel pelos arranjos, era o falecido e engraçadíssimo pianista Zé Guimarães, que atuava tambem comigo na Orquestra do Delê, o dono dos bailes em B. Hte!
No final da gravação, percebendo que ainda faltavam algumas músicas pra completar o LP de italianas, eu me enchí de coragem e pedí pro Zé Guimarães:-“Oh Zé,deixa eu fazer um desses arranjos aí pra te ajudar?” (Na maior cara de pau, porque eununca tinha ousado fazer um arranjo pra ser gravado, só mesmo pro meu grupo de bailes, com 2 instrumentos de sopro e a cozinha) “Claro… disse o Zé, …ainda faltam esta e esta aquí, escolhe uma e manda brasa! E assim fiz e gravei , em outra sessão, o meu primeiro arranjo pra orquestra. Fiquei na maior emoção quando ouví o resultado. Algumas passagens soaram melhor do que eu esperava, mas outras, se eu pudesse mexia, melhorava… Mas, do “alto” dos meis 18 anos e em frente aqueles senhores, violinistas da Sinfônica, não tive coragem de parar a gravação e consertar alguma partitura. Mas mesmo assim, me orgulho mais daquele arranjo do que eu fiz anos mais tarde para a Grande Orquestra da Rede Globo, num dos extintos “Festivais Internacionais da Canção”, no Maracananzinho, já então como maestro-arranjador, contratado, onde tive a honra de conviver com os Maestros Radamés Gnatalli (grande figura), Kachimbinho, Leonardo Bruno Ferreira, Geraldo Vespar, Guto Graça Melo, Cipó, Mário Tavares e outros…
Pouco tempo depois das experiências na Igrejinha da Pampulha, Dirceu Cheib (não disse que vendia feito chuchú na feira?) construiu e inaugurou o primeiro estúdio de gravação de B Hte, o estúdio da “Gravadora Bemol”que existe até hoje e onde, convidado, trabalhei muitos anos como arranjador, aprendí muito, fazendo, experimentando; e levei o garôto Antônio Maurício Horta de Melo, pra fazer sua estreia como violonista em Estúdio de gravação… lembra, Toninho Horta ?*
Como podemos ver, a Bemol/Paladium tem muitas histórias para contar. Essa em especial, acho que tem a ver com o disco do dia. Seria o Aecio Flávio um dos músicos participantes desta “Parada de Sucessos”?
Paco Gonzalez – Harpa Sentimental (S/D)
Eu teria para hoje diferentes discos e bem apropriados para comemorarmos o Dia das Mães. Mas como estamos na semana dedicada aos discos do selo Paladium, achei melhor não quebrar o ritmo e procurar entre os álbuns da série algo condizente com a data.
Bem Bolado – Gravado Ao Vivo Na Boate Uai (S/D)
Olá amigos cultos e ocultos! Vez por outra nossos arquivos para ‘download’ tem apresentado problemas na hora da descompactação. Isso na verdade acontece no momento do ‘upload’. É como se houvesse uma ruptura nos dados quando os mesmos são enviados. O jeito é reenviar o arquivo compactado para o servidor. Como vocês já sabem, eu não tenho tempo para checar se o arquivo está certo ou não. Por isso, peço que continuem avisando quando isso acontecer. A correção é rápida, mas depende do clima lá do céu ;).
Reservei para hoje um dos discos mais raros da série Paladium. Um álbum do qual eu não me lembro de já tê-lo visto anteriormente, nem em sebos. Dos discos lançados pelo selo, este talvez seja um dos mais importantes, pois registra um show ao vivo, um momento interessante na história da música popular em Minas Gerais. Não se trata, obviamente, de algum artista de renome ou especial, bem porque, sendo um disco da Paladium, não temos nenhuma informação nem sobre os músicos participantes, ou mesmo sobre a gravação (data e local). Mas o que o torna um álbum singular é o fato de ter sido gravado ao vivo, talvez o primeiro em Minas Gerais. Pelas poucas informações, sei apenas que foi gravado numa boate de Belo Horizonte chamada Uai (também não me lembro dela). Nesta época, um dos principais músicos da Bemol era o Célio Balona. Ele gravou vários discos pelo selo Paladium, muitas dessas gravações inclusive nem constavam o seu nome. É de se supor que neste “Bem Bolado” tenha também os dedos dele.
No álbum temos um repertório mesclado por temas nacionais e internacionais, sucesso da época num clima de ‘night club’. São doze músicas, as quais não trazem separação por faixas. Porém, para esta edição, fizemos o favor de desmembrá-las, dando um ‘trato’ também no som do nosso ‘chiadofone’. Outra curiosidade no disco, diz respeito a sexta faixa/música, um ‘standard’ do jazz americano, bem ao estilo do Dick Farney, a qual não foi listada na capa e nem no selo. Segundo me informaram ela só não entrou na lista impressa porque no dia da produção do disco ninguém sabia o nome da música. Incrível, não? 🙂 Eu até que conheço a música, só não sei o seu nome e nem vou procurar saber. Deixo essa para vocês.
Taí, uma postagem merecedora de comentários que vão mais além do que apontar erros ortográficos do escriba aqui. Quem tiver algo a complementar, por favor, não se faça de rogado. Eu ainda não consegui maiores informações sobre a Era Paladium, mas antes que o nosso tempo acabe, espero esclarecer alguns pontos ainda obscuros. Vamos conferindo…
Turma Da Lenha – É Uma Brasa (S/D)
Olá amigos cultos e ocultos! Para que possamos dar sequência em nossa mostra de álbuns da série Paladium, nesta semana, não teremos o artista/disco independente. Agora que eu entrei no embalo, não dá para parar…
O disco de hoje ‘é uma brasa’, mora? Sim, uma seleção de ‘hits’ extraídos exclusivamente da Jovem Guarda. São doze músicas interpretadas pelo conjunto Turma da Lenha. Mais um grupo musical criado para complementar o disco (e vice versa). A respeito disso, soube que muitos dos (hoje famosos) músicos mineiros passaram pela Paladium e possivelmente até tocaram neste e outros discos do selo. Ao ouvir o lp percebemos que a turma mineira, embora batendo de ‘covers’, não deixa nada a desejar aos originais da Jovem Guarda. Confiram o toque…
Roy Miller E Sua Orquestra – Música Espetacular (S/D)
Olá amigos cultos e ocultos, estão gostando da semana Paladium? Segurem a onda porque ainda tem mais. Só não sei se uma semana irá bastar. Existem muitos discos pelo selo, inclusive compactos. Um outro fato interessante sobre a Paladium é que quando ele nasceu, os primeiros discos (que eu não sei exatamente quais são) foram gravados em São Paulo, com músicos (anônimos) paulistas. Isto porque na terras das alterosas ainda não havia um estúdio profissional de gravação. Suponho inclusive que quem andou dando uma força musical nesses primeiros tempos foi o maestro paulista Edmundo Peruzzi. Foi ele quem deu a idéia à Dirceu Cheib de criar uma gravadora em Minas Gerais.
Nosso próximo título é “Roy Miller e Sua Orquestra”, conhecem o artista? Provavelmente não, ele nunca existiu, foi mais um no jogo dos pseudônimos. Como outros títulos do selo, temos aqui o mesmo formato de repertório misto, internacional e instrumental. Música ambiente, daquelas que tocavam em elevador. Hoje a chamamos de ‘lounge’. Chic, né? Para não ficarmos só nos internacionais eles resolveram incluir o então sucesso recente de Chico Buarque, a emblemática “Carolina”, uma música com cheiro de nostalgia, bem na estética das demais. Como sempre, a capa é a contradição do conteúdo, psicodelia na casa da vovó. Tem também uma outra versão para “You only live twice”. Tá valendo… 🙂
Beagá Band’s – Em Cima Do Sucesso
Taí, mais um álbum da Paladium. Desta vez temos o grupo Beagá Band’s. Pelo nome já deu para perceber que se trata de um conjunto formado por artistas da capital mineira, Belo Horizonte. Infelizmente não temos o nome dos integrantes. Na verdade seria mesmo difícil, visto que a Beagá Band’s pode ter sido ‘montada’ com diversos artistas e sessões de gravações. Pelo que eu pude entender, o selo Paladium não estava buscando criar um ‘cast’, não tinha artistas contratados e nem investia na carreira dos mesmos. Seu foco era mais a produção em cima do que já era conhecido, ou seja, o negócio era vender música e estilos musicais conhecidos. Para isso, criavam grupos e orquestras fictícias, nomes que só existiam para dar uma certa identidade ao disco. Podemos dizer que o selo Paladium foi o maior produtor fonográfico de ‘covers’, ou pelo menos o único exclusivo.
No presente álbum, temos uma seleção musical das mais improváveis. Fica claro ao ouvirmos, que este disco foi gravado entre diferentes dedos, mãos e bocas. Um trabalho inteiramente instrumental num repertório todo ‘demodê’. A única música que faz jus à capa com tema psicodélico é “Satisfaction” dos Stones. As demais caberiam em algo parecido com “Beagá Orquestra’s” ou coisa assim. Disquinho curioso…
Os Abutres – Let Kiss (S/D)
Como vocês perceberão, os discos do selo Paladium não trazem data. Em algumas postagens anteriores de discos dessa série, aqui no TM, os álbuns foram datados por suposição. Ainda não consegui descobrir a época certa em que as coleções da Paladium começaram a sair. Sei apenas que foram a partir da segunda metade dos anos 60. Vou ver se consigo mais informações com o Dirceu Cheib. Vou ligar para ele. Esta é uma história que precisa ser contada!
Seguindo, temos para hoje, entre os mais raros, o álbum “Let Kiss” do grupo Os Abutres. Ao que tudo indica, esses Abutres não são os mesmo do álbum (Os Abutres Atacam) postado aqui há quase três anos atrás. Segundo as informações da contracapa (como se valesse alguma coisa), esta foi a primeira gravação do grupo. O conjunto era integrado por cinco jovens (sem nomes) e a seleção musical feita com preocupação para agradar ao público cativo do selo. Ainda, segundo o texto, “o certificado da qualidade do conjunto foi conquistado no ‘Festival da Música Trepidante’ (nunca ouvi falar), através do troféu entregue ao Abutres pela inequívoca vitória alcançada. Participaram do festival 14 conjuntos considerados os melhores…” A seleção musical é bem na linha do famoso grupo dos anos 60, o The Pop’s. Aliás, Os Abutres mineiros fazem bem o gênero. Tem que conferir…
The Hot Gang – Explosive Young Impact (S/D)
Olá amigos cultos e ocultos. Logo nos primeiros meses de existência do Toque Musical, eu comecei a levantar a lebre sobre o selo mineiro Paladium. Até então obscuro, não havia nada na rede falando sobre os discos lançados por essa etiqueta. O que víamos eram alguns desses discos sendo vendidos através do Mercado Livre e Ebays da vida. Eu já sabia que a Paladium era na verdade um produto da gravadora Bemol, ou antes disso, da MGL (Minas Gravações Limitada). Porém, na época, nem mesmo no site da Bemol havia informações a esse respeito. Foi meio que por acaso que eu encontrei uma entrevista com Dirceu Cheib, criador da lendária gravadora, feita pelo engenheiro de som Peron Rarez. Nessa entrevista, muito esclarecedora por sinal, Dirceu também fala sobre a criação da Paladium. Segundo ele: “Depois da fracassada tentativa de encarar as multinacionais e com grande quantidade de discos em estoque, meu irmão Afrânio Cheib, que também trabalhava comigo no estúdio, sugeriu a ideia de venda domiciliar. Criamos coleções de seis discos, montamos várias equipes de vendas e saímos pelo Brasil afora com as coleções Paladium, vendendo de porta em porta (loja em loja).” Não ficou muito claro se a Paladium foi criada naquele momento ou se já existia e não conseguia emplacar devido às grandes gravadoras. Segundo o maestro e arranjador Aecio Flávio, que no início de carreira também passou pela gravadora, os discos da Paladium vendiam mais que chuchu em feira. O fato é que a Paladium foi uma etiqueta mineira cujos os seus discos, hoje, são disputadíssimos por colecionadores (principalmente os estrangeiros). Uma das curiosidades da Paladium era a criação de títulos dos mais variados, buscando abranger os mais diversos gostos musicais. Assim, temos sambas, orquestras, músicas românticas internacionais, jovem guarda e até bossa nova. Nessa onda, eles criavam também nomes fictícios de artistas e orquestras, pseudo artistas internacionais com nomes realmente curiosos. Ao longo da semana vocês verão um pouco mais dessa fantástica iniciativa fonográfica. Eu pretendo apresentar aqui mais alguns discos dessas coleções. Digo mais, porque antes disso, já havíamos postado alguns outros, que podem também serem conferidos aqui.
Para começar, vamos como “The Hot Gang”. Gostaram do nome? Pois é, um disco jovem, feito para o gosto musical da rapaziada da época. Saber quem são os músicos verdadeiros é uma investigação trabalhosa e talvez impossível. Inicialmente a coisa era toda feita em estúdios e com músicos de São Paulo. Depois, para baratear as despesas, passaram a gravar em Belo Horizonte mesmo, mais precisamente utilizando a Igrejinha da Pampulha, construida por Niemayer. Mas essa história a gente continua nas outras postagens. Melhor agora é ouvirmos o “The Hot Gang” que traz em seu repertório uma verdadeira salada mista. Confiram…
Luiz Humberto – Dançando Nas Nuvens (1965)
Olá amigos cultos e ocultos, pelo Brasil e o mundo a fora, boa noite! Só agora estou conseguindo colocar a postagem do dia. Depois de 3 horas de viagem, estou em casa! Lar, doce lar! Embora eu não tenha comentado, estive fora a semana inteira, ganhando o meu quinhão. Minhas últimas postagens foram retiradas da gaveta, previamente estocadas para momentos que estou em trânsito. Bendito seja o computador daquele hotel que pelas manhãs sempre esteve liberado, salvando os dias. Isso até a chegada de uma família, cujos filhos grudaram na internet com seus malditos orkuts, twitters e fotologs. Na concorrência matinal eu acabei desistindo. Pelo jeito, eu vou ter mesmo que comprar um ‘notebook’ para mim. Tenho resistido porque sei que esta será mais uma corrente que eu terei de arrastar. Mais um peso, mais uma preocupação…
Xixa E Seu Conjunto – Hoje É Dia De Festa (196…)
Bom dia! Boa sexta-feira para todos! Inicio esta postagem lembrando àqueles que estão em Belo Horizonte, que amanhã, sábado dia 14 irá acontecer na cidade a Sétima Feira do Vinil e do CD Independente, promovida pela Discoteca Pública. Eu havia anunciando a feira na semana passada, mas para reforçar o convite, faço o lembrete novamente.
Putz! Eu ainda não havia me tocado para o fato de hoje ser uma sexta-feira 13. Para os mais superticiosos é bom manter a atenção, dar três batidinhas na madeira, um ramo de arruda atrás da orelha e lembrar de sair de casa com o pé direito. Mas para garantir a proteção, acorde de bem com a vida, seja positivo, gentil e inicie o dia ouvindo ou cantando alguma música que lhes agradem. Essa é a melhor sugestão 😉
Bom, agora vamos ao que interessa… Para o dia de hoje eu reservei outra pérola rara, que com toda certeza poucos conhecem. Este foi o terceiro disco lançado pela pioneira e extinta gravadora mineira MGL. Eu mesmo me coloco entre os tantos que ignoravam a existência deste lp e de seu autor. Sempre escutei falar em Xixa como um eximio tocador de cavaquinho e bandolim, mas nunca havia me interessado em saber mais sobre este compositor e instrumentista. Somente agora, com este raro exemplar em minhas mãos, foi que me dei conta de sua qualidade e importância. Um artista pouco lembrado ou conhecido do grande público. Para apresentá-lo, eu tomo a liberdade de incluir partes de um texto do pesquisador, colecionador e profundo conhecedor de Choro, o professor João Tomás do Amaral. Ninguém melhor que ele para nos fazer a apresentação de Xixa e Seu Conjunto:
Uma análise sobre alguns dados referentes a este lp nos dão algumas informações interessantes e vão permitindo reconstruirmos a história do movimento do choro sem maiores distorções. Fatos como este, viabilizam diminuirmos as incoerências a respeito dos dados e melhora sistematicamente a precisam da verdadeira dimensão do movimento do choro. Desta forma, podemos comprovar que a MGL foi a primeira gravadora mineira, fruto do sonho de um grupo de jovens da capital – Belo Horizonte.
O lp “Hoje é dia de festa” é produto do registro sonoro de um dos mais importantes cavaquinistas da história da música popular brasileira, provavelmente também um dos ilustres desconhecidos da nossa cultura musical – o mestre Xixa. O grande público não é conhecedor do trabalho deste centrista e solista do cavaquinho. Porém, ao ouvirem gravações do Demonios da Garôa, Dominguinhos e Saraiva entre tantos outros, estarão em contato com trabalho do excelente Xixa. Certamente, um dos instrumentistas mais requisitados para gravação em sua época. O álbum é uma obra rara por todo o seu contexto. Pois, apresenta inclusive o lado compositor de Xixa… (Continue esta leitura no site de seu autor)