Banda Dos Coroas – Volume III (1968)

Olá, caros amigos cultos e ocultos! Se tem uma coisa que a gente gosta por aqui é de bandas, ao estilo as bandas de coreto, bandas de fanfarras, bandas de praças, de marchas, de rua… E depois de termos postado aqui a Bandinha do Irio, achei que seria legal mais uma dose :), visto que muita gente também gosta desse gênero musical. Nós já apresentamos aqui o primeiro volume dessa obscura Banda dos Coroas. Digo obscura pelo fato de não termo nenhuma referência sobre quem eram os músicos. Embora fosse um disco lançado pela Odeon através de seu selo internacional London, não era um disco de artista, mas antes um disco de músicas sortidas, cujo o repertório era de sucessos do momento. Por certo, também não era uma autêntica banda de coreto, de quermesse. Percebe-se que são músicos de estúdio, gente que toda de tudo em uma gravadora. Talvez fosse o multinstrumentista José Menezes e seu conjunto, pois ele esteve presente em boa parte de discos como este, um tanto que genéricos, mas de qualidade inquestionável. Como podemos ver, este volume 3 traz um repertório sortido, com temas populares da época. Vale a pena conferir…
 
eu te amo, te amo, te amo
quando me enamoro
última canção
bom tempo
parabéns querida
l’amour est bleu
você passa eu acho graça
a pobreza
quero lhe dizer cantando
quem será
viola enluarada
la tramontana
 
 
.

The Fevers – A Juventude Manda Vol. II (1967)

Boa tarde, amiguíssimos cultos e ocultos! Estamos entrando no mês de aniversário do Toque Musical. No penúltimo dia de julho, dia 30, completamos 10 anos de atividades. Ao que parece, o TM é hoje o mais antigo blog musical em atividade. Confesso que já estou um pouco cansado de tudo isso, mas com a pequena grande ajuda dos meus amigos, em especial o Samuca, vamos tocando o barco…
Hoje eu trago um lp dos Fevers (The Fevers),”A Juventude Manda”, volume 2, lançado pela Odeon, através do selo London, em 1967. Este foi o segundo lp gravado pelo grupo, que até então se limitava ao som instrumental. Uma sequência do disco gravado em 66 com todas aquelas músicas que eram sucessos da Jovem Guarda, muitas até executadas pelos próprios músicos do conjunto, em gravações e principalmente por conta de serem os músicos de base de Roberto, Erasmo, Wanderléia e todos no programa da Jovem Guarda.

só vou gostar de quem gosta de mim
só eu e você
meia volta volver
felizes de novo
você fala demais
hi-lili hi-lo
music to watch girls by
o telegrama
last train to clarckville
aquela garota linda
gatinha manhosa
minha adoração

 

Tito Madi – Carinho E Amor (1976)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! É… chove lá fora… Chuva que não pára. Melhor mesmo é ficar dentro de casa ouvindo uma boa música. E porque não, postar um bom disco. Chuva lá fora me fez pensar no Tito Madi e coincidentemente eu tenho a mão este lp que chegou em boa hora. Segue assim, “Carinho e Amor”, que apesar do título, não é uma reedição do disco gravado por Tito Madi e Ribamar, em 1960. Este é mais um lp autoral e de carreira do artista, lançado em 1976 pelo selo London. Um disco muito bem produzido, como cabe a um grande artista. Um time de músicos de primeiríssima que dão ao disco um sabor todo especial e contemporâneo. Digo isso porque muitas vezes, quando falamos de um artista como Tito Madi, somos levados a pensar em músicas e arranjos do passado, mas neste lp, em especial, temos a música moderna e popular brasileira em seu melhor momento. No repertório iremos encontrar além de regravações de sua autoria, outros tantos clássicos da mpb muito bem escolhidos, que fazem deste um dos seus melhores discos nos anos 70. Confiram

minha mangueira
menina moça
sorriu pra mim
lígia
so vive quem morreu de amor
gaúchinha bem querer
carinho e amor
não foi pra ficar só
tomara
crises
canção do nosso amor
deus me perdoe – helena, helena
.

Sacha – Ao Vivo N. Três No Balaio (1970)

Amigos cultos e ocultos, uma pausa no salão! Pra continuarmos agradando a todos, vamos intercalando as postagem de carnaval com outras variedades. Quem sabe um disco rock, um disco de poesia, talvez um regional, ou mais ainda, um exclusivo aqui da casa? Pode também ser algo assim, como este disco do pianista Sacha Rubin, o terceiro da série gravado ao vivo na boate Balaio. Já postei aqui o n.2 e agora vamos ao número 3, com a promessa de ainda um dia postarmos aqui o primeiro. Uma hora ele aparece 😉
Neste lp temos duas sequencias (lado A e B) nas quais Sacha mescla alguns dos grandes ‘standards’ da música internacional com sambas e outros sucessos da mpb. O disco rola em uma única faixa de cada lado. Como disse, uma sequência, quase um ‘pot pourri’, onde ele toca, canta e vem também acompanhado pelo cantor Mano Rodrigues nos temas nacionais. Procurei manter o clima de boate que o disco procura transmitir, sem desmembrar as músicas apresentadas. Contudo, segue aqui a relação, como manda o figurino 😉

i’m getting sentimental over you
a pretty girl is like a melody
airport love theme
samba do avião
foi um rio que passou em minha vida
insensiblement
i only have eyes fou you
these foolish things
you were meant for me
non c’est rien
dream a little dream for me
love letters
deep purple
gente humilde
razão pra não chorar
coqueiro verde
te voglio bene 9tanto tanto)
stella by starlight
my melancholy baby
.

Ed Maciel E Sua Orquestra – Na Onda (1966)

Bom tarde, amigos cultos e ocultos! Nesta semana eu entrei numa de ouvir uma série de discos os quais eu nunca havia ouvido, ou quase nada. Vou aqui fazendo uma triagem, separando aquilo que pode vir a fazer parte do nosso ‘toque musical’ da semana.
Para hoje, vamos com o trombonista Edmundo Maciel Palmeira, mineirinho de Belo Horizonte, grande instrumentista! Foi para o Rio de Janeiro nos anos 50 onde se tornaria Ed Maciel, um dos músicos mais requisitados, tocando em orquestras, nas rádios, televisão e em gravações de muitos dos melhores discos produzidos no país. Foi arranjador e regente para os grupos de Ary Barroso e orquestra de Carlos Machado. Com seu conjunto, “Carioca Serenardes”, gravou em 57 o lp de 10 polegadas – “Na cadência do samba” – um grupo que tinha entre seus membros Moacir Marques, Paulo Moura, Chaim Lewak, Paulinho Magalhães, Júlio Barbosa e Aderbal Moreira. Ainda, no final dos anos 50, participou de dois discos antológicos, “Canção do amor demais”, de Elizeth Cardoso e o “Chega de saudade”, de João Gilberto. Nos anos 60 não seria diferente. Ed Maciel continuaria participando gravando o que de melhor foi produzido no Brasil, naquela década. Ao lado de Moacyr Silva e Waltel Branco formou o trio “Os Cobras”, com o qual lançou um álbum em 1960. Foi também um dos membros de grupos como o “Conjunto 7 de Ouros” e “Os Gatos”. Participou, em 64, da gravação do cultuado lp “Coisas”, do maestro Moacir Santos. A partir daí passou a liderar sua própria orquestra. Em 1966 gravou pelo selo London (Odeon) este álbum, “Na Onda”, cujo o repertório era todo voltado para um público jovem, uma série de músicas de sucesso da época. Creio eu que este tenha sido um dos primeiros discos de orquestra e instrumental brasileiro pautado na música jovem e internacional daquele momento. O álbum fez muito sucesso e mereceu uma continuidade e por aí vieram vários volumes. Ed Maciel gravou desde então uma dezena de discos com sua orquestra, produzindo discos até o final dos anos 70. Como músico de estúdio, esteve presente nos melhores discos e ao lado de outros grandes nomes como Chico Buarque, Edu Lobo, Maria Bethânia, Marcos Valle, Miúcha, Luiz Gonzaga, Milton Nascimento e muitos outros por aí a fora

day tripper
ça serait beau
la bamba
a taste of honey
i feel fine
yesterday
michelle
les cornichons
i knew right away
a volta
lollipops and roses
la tartaruga
.

 

Banda Dos Coroas – Em Todas… (1967)

Olá amigos cultos e ocultos! Embora o domingo já tenha praticamente acabado, ainda assim aqui vou eu trazendo um disco que é bem a cara deste dia: Banda dos Coroas, no álbum “Em todas…”. Lançado em 1967, parece ter feito lá o seu sucesso, pois nos anos seguintes novos discos foram lançados. Informações sobre quem eram os integrantes ou qualquer coisa que nos sirva de apresentação é praticamente impossível, pelo menos através do Google. Por certo era mais um desses discos feitos sem grandes pretensões, apenas a rotina comercial. Mesmo assim, trata-se de uma proposta bem legal. A Banda dos Coroas é uma autêntica banda ao estilo tradicional, como aquelas de coreto. Até os anos 60 esse tipo de banda era muito comum, bem apreciada por todos. Mas ao longo do tempo veio perdendo a força e hoje quase não se vê (e se ouve, claro!), principalmente em cidades grandes. Mas aqui, a Banda dos Coroas procura estar em todas… Apesar do nome, “Banda dos Coroas”, que nos remete a coisa velha, seu repertório para a época era de música jovem. Uma banda muito afinada tocando uma seleção bem popular. Confiram aí…

acorda maria bonita
seu eu soubesse
prova de fogo
i was kaiser bill`s batman
maria carnaval e cinzas
c’era un ragazzo che come me amava i beatles e i rolling stones
o ciúme
meu grito
pára pedro
súplica cearense
o caderninho
eu te amo mesmo assim
whiter shade of pale
.

Sacha’s Piano And Orchestra – Smooth And Gay (1966)

Olá amigos cultos e o ocultos, boa noite! Cheguei já no final da festa, ou melhor do dia. Mas ainda sim, há tempo para um toque musical. Mais uma vez estou eu recorrendo aos meus ‘discos de gaveta’ e desta vez o que eu puxei aqui não foi no acaso. Diria estratégico para os trinta minutos que restam de hoje. Vou apenas copiar e colar como complemento o meu próprio texto em outra e antiga postagem que fiz sobre o mesmo artista. Estamos falando aqui do Sacha Rubin Sacha, uma figura pitoresca, personagem bem conhecida na noite carioca nos anos 50 e 60. Sacha Rubin foi um pianista trazido ao Brasil pelo Barão Max Stukart, empresário austríaco residente no país, ao criar a boate Vogue. A Vogue foi uma casa noturna muito badalada, se tornando um ponto de encontro de figuras das mais importantes da sociedade carioca da época. Foi ao final dos anos 40 que Sacha passou a se apresentar. Segundo contam, Sacha Rubin era de origem turca, mas se fazia passar por francês (que era mais chique, claro). Tocava piano, invariavelmente com um cigarro (americano) no canto da boca e um copo de uísque (escocês legítimo) do lado. Fazia um tipo meio Humphrey Bogart, no filme Casablanca. Gostava de saudar os frequentadores tocando ao piano suas músicas prediletas, logo que esses adentravam no recinto. Provavelmente inspirado no Rick’s Bar de Casablanca ele também criou a sua casa noturna, a Sacha´s, também famosa naqueles tempos.
“Smooth and gay” foi mais um de seus álbuns, lançado em 1966 pelo selo London, da Odeon. No disco iremos encontrar um repertório de sambas de primeiríssima, antigos e atuais da época, com arranjos modernos, a la bossa nova, como manda o figurino. Sacha, no meu entender, floreia muito ao piano, mas o disco ganha a dimensão exata com a presença de uma orquestra impecável. Disco muito legal. Tem que ouvir!

implorar
agora é cinza
aí que saudade da amélia
favela
se você jurar
se acaso você chegasse
chuva
minha namorada
inútil paisagem
samba do avião
primavera
garota moderna
.

Dick Farney Trio – 5 Anos De Jazz (1977)

Olá amigos cultos e ocultos! Passei, hoje, a manhã toda navegando na rede e por mais estranho que pareça, acabei me esquecendo da postagem. Só agora estou dando conta de que ainda não mandei o toque do dia, não bati o ponto. 🙂 Neste domingo, estou em sintonia como o jazz. Minha tarde foi regada à McCoy Tyner, Gil Evans e Dave Brubeck. Delícia total! Eis que agora, ao escolher o que iria postar, me lembrei do Dick Farney e seus memoráveis shows intimistas ao lado de Sabá e Toninho. Shows esses , diga-se de passagem, que eu nunca assisti, mas se tornaram memoráveis por conta do talento do trio e também porque foram gravados e ficaram registrados em discos, como este que estou trazendo aqui.
“5 Anos de Jazz” comemora o encontro desses três músicos que em 1972 se juntaram para fazerem o que mais gostavam, tocar jazz. Foram na época contratados pelo empresário da noite, Ricardo Amaral e passaram desde então a se apresentarem nesses shows para uma platéia seleta. Dessas apresentações, que eram sempre gravadas vieram, os discos. Lançaram um primeiro em 73 e em 77 veio este que comemora os cinco anos tocando juntos. Um disco que contempla justamente algumas das músicas que eu ouvia hoje à tarde. Brubeck na cabeça! Além de outros, também clássicos, mas poucos. O disco traz apenas seis faixas. Dá vontade de ouvir mais… 🙂 Confiram aí, pois eu no embalo, acho que vou mandar mais um. Um compacto para fecharmos bem a noite. Que tal? 😉

brandenburg gate
autumn leaves (les feuilles mortes)
we’ll be together again
besame mucho
three to get ready
our lover is here to stay