Aracy de Almeida, Ismael Silva, Partido Alto E Grupo Mensagem – Show “Samba Pede Passagem” (1966)

Boa noite amigos cultos e ocultos! Aqui estamos nós neste fim de domingo. O que era para sair logo pela manhã, acabou ficando para agora. Muito bem, hoje temos um disco nota 10. Um álbum que merece constar na lista do Toque Musical.

“O Samba Pede Passagem” é um registro de alguns dos melhores momentos do espetáculo musical de Odulvaldo Vianna Filho e Armando Costa, montado pelo Grupo Opinião no Teatro de Arena, em 1965. Encontraremos aqui um desfile de grandes nomes, a começar por Aracy de Almeida, Ismael Silva e MPB-4 e mais, Carlos Poyares; Conjunto Samba Autêntico, formado por integrantes de escolas de samba; Grupo Mensagem, com Sidney Miller e Luiz Carlos Sá. Tem também o samba de partido alto com o grupo de Bidi (Cidadão Samba de 66) e de quebra, o Regional de Canhoto. Como podemos ver, um encontro memorável, que mereceu ser registrado em disco. O disco inicia com a polêmica Wilson Batista vs. Noel Rosa, sendo as músicas respectivamente interpretadas pelo MPB-4 e Aracy de Almeida. Na sequência vem o Isamel também com o MPB-4, cantado alguns de seus grandes sucessos. O samba pede passagem e vai novamente chamando Noel Rosa, com Aracy de Almeida. Segue o outro lado Carlos Poyares, MPB-4, Grupo Mensagem, Conjunto Samba Autêntico e os partideiros. Realmente, muito bom… Não vou nem ficar chovendo no molhado. Mesmo assim, vou esperar até que alguém peça o guarda chuva.

 

A polêmica Wilson Batista vs. Noel Rosa:

lenço no pescoço

deixa de arrastar

mocinho da vila

palpite infeliz

frankstein da vila

feitiço da vila

vem chegando ismael

eu agradeço – nem é bom falar

antonico

aurora

se eu precisar

adeus… adeus…

diga teu nome

pra me livrar do mal

se você jurar

a razão dá-se a quem tem

aracy contando sobre noel (monólogo)

três apitos

fita amarela

aracy conta a história de cecy (monólogo)

só pode ser você

sonho de carnaval

urubu malandro

samba do povo

homenagem a velha guarda

brincadeira de angola

arquitetura de pobre

missão

de babado

Carlos Poyares – O Som Maravilhos da Flauta de Carlos Poyares (1973)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje o trem tá osso! Parece até uma conspiração para que a semana não seja assim tão especial. Embora eu tenha começado a preparar um mateiral para esses dias, acabei numa tremenda confusão, sem ter como realizá-lo a tempo. Fazer o quê?
O jeito é apelar para os arquivos de gaveta. E para não perdermos tempo, catei o primeiro que vi pronto. Pronto, taí, vamos de Carlos Poyares. Fica mais fácil para mim… Não preciso entrar muito em detalhes.
Carlos Poyares já é uma figura bem divulgada por aqui. Um dos nossos grandes flautistas brasileiros.
Neste álbum, com cheiro de rosas (cheira mesmo!), temos dois momentos clássicos da flauta brasileira, o choro e a valsa. Dois dos gêneros com os quais ele sempre trabalhou maravilhosamente bem. O repertório, não há o que comentar, ou talvez tenhamos muito o que falar. Por isso deixo com vocês. Desculpem, mas o sono e o cansaço estão me roubando a atenção. E hoje ainda falta o compacto!
amoroso
murmurando
saudades do rio
boliçoso
não posso mais
vou vivendo
eu sonhei que tu estavas tão linda
tardes de lindóia
turbilha de beijos
recordar é viver
vânia
por um beijo

Carlos Poyares E Seu Conjunto – Revendo Com A Flauta Os Bons Tempos Do Chorinho (1977)

Bom dia, amigos cultos e ocultos. De uns tempos para cá tenho percebido que os ‘toques mediúnicos’ nos Comentários, para os discos, estavam misteriosamente desaparecendo. Cheguei a pensar que os ilustres espíritos musicais estivessem zangados comigo. Mas acabei descobrindo o que estava acontecendo. O Blogger acionou automaticamente mais um recurso, o de bloquear ‘spam’ e eu nem notei que era isso. Haviam lá uma dezena de ‘toques’ filtrados e bloqueados. Era por isso que muitos de vocês estavam reclamando e eu sem entender. Agora tudo está resolvido 🙂
Bom, para começarmos bem a semana, aqui vai mais um disco do flautista Carlos Poyares. Este álbum tem a peculiariedade de ser o primeiro disco musical gravado pelo Estúdio Eldorado. Criado em 1972, este estúdio em seus primeiros anos, foi um dos mais modernos do Brasil, mas era usado exclusivamente para gravações de ‘jingles’ ou outras especiais. Em 1977, seus diretores resolveram iniciar a produção de discos. Escolheram para o toque inicial um artista e um tipo de música condizente como suas modernas mesas de 16 canais e mais ainda, que fosse um produto genuinamente nacional. Foi daí que surgiu “Revendo com a flauta os bons tempos do chorinho”, o primeiro disco da Eldorado.
Temos aqui um Carlos Poyares bem a vontade com seu conjunto, apresentando um repertório com dozes choros com gostinho de antigamente. Músicas que foram o sucesso popular antes mesmo da chegada dos discos e gravações. Há também espaço para duas faixas de autoria de Sivuca, “Choro Serenata”, música até então inédita e “Entardecendo”. Poyares é aqui o solista, arranjador e lider de um grupo de chorões da melhor qualidade. A gravação está perfeita!
Este álbum, assim como diversos outros do selo Eldorado, tiveram seus lançamentos ou novas tiragens/edições relacionados ou condicionados à brindes de fim de ano, oferecidos por grandes empresas. A Estúdio Eldorado, por ter essa viés na propaganda, vivia também de vender seus produtos dessa maneira. O presente álbum, por exemplo, foi também usado como brinde para a Terex GM.

choro serenata
variações sobre o urubu malandro
fala baixinho
gingando
cinco companheiros
encabulado
ingênuo
flor amorosa
entardecendo
brejeiro
um chorinho diferente
três estrelinhas

Carlos Poyares – Som De Prata Em Flauta De Lata (1965)

Olás! Em 1965, a Philips, através de seu selo Fantasia, lançava “Som de prata em flauta de lata”, primeiro disco solo oficial do flautista Carlos Poyares. Antes desse, ele já havia gravado dezenas de outros discos, mas apenas como solista no Regional de Canhoto. Ele entrou para o grupo no lugar de Altamiro Carrilho. Coincidentemente ou não, neste lp de estréia, quem o acompanha é também o mesmo Regional de Canhoto. Muita gente faz confusão, achando que este álbum é o mesmo lançado dez anos depois, pelo selo Marcus Pereira. Este se chama “Som de prata em flauta de lata”, o do Marcus Pereira é “Som de prata, flauta de lata“. Todos os dois álbuns foram discos premiados. Carlos Poyares, com sua flautinha de folha de flandres, extrapola os limites do imaginável do que é possível tirar do brinquedo. Com sua flautinha ele dá um ‘show’, acompanhado do Regional de Canhoto. Disco bacana, não deixem de conferir 😉

rato, rato, rato…
apanhei-te cavaquinho
canarinho teimoso
pinguinho de gente
travessura capixaba
flautinha atrevida
língua de preto
um a zero
camundongo
subindo ao céu
urubu rei
vale tudo

Carlos Poyares – Seresta A Moda Antiga (1982)

Bom dia a todos! Uma boa Páscoa, cheia de paz, chocolate e música para abrir a mente e o coração. Hoje, mais uma vez recorro às minhas reservas para momentos como este em que estou fora da cidade e longe do acervo. Dentro do que tenho à mão, escolhi para este dia um disco do flautista Carlos Poyares, que mais uma vez vem nos trazer sua arte. Em novembro de 2007 eu cheguei a postar seu excelente álbum, “Som de prata, flauta de lata”, mas foi apresentado sem um texto introdutório. Desta vez, eu aproveito para apresentá-los aos que ainda não o conhecem.
Carlos Poyares, um flautista brasileiro, nascido em Colatina, Espírito Santo. Nos anos 50 foi para o Rio de Janeiro trabalhar no rádio. Não demorou muito para ser escalado como o substituto de Altamiro Carrilho no Regional do Canhoto, tocando na Rádio Mayrink Veiga. Seu repertório sempre foi dedicado ao choro, samba e valsas. Sempre muito atuante, tocou com os mais diversos e famosos artistas como, Orlando Silva, Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Dolores Duram, Luis Vieira, Mário Zan, Luis Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Vicente Celestino, Valdir Azevedo, Tom Jobim e outros. Instrumentista premiado, ganhou por três vezes com o melhor disco do ano (em 1965, 75 e 80). Se não bastasse, ele foi ainda um estudioso da música instrumental brasileira, pesquisador da obra de Pixinguinha. Fundou a Escola de Música da Facudade de Penápolis, em São Paulo. Criou e dirigiu a Escola do Choro em Brasília. Representou o Brasil por várias vezes em excursões e apresentações na Europa, Japão e alguns países da América Latina. Resumidamente, sua atuação foi explendida e há muito mais a ser dito sobre este grande instrumentista, o espaço e o tempo é que são pequenos.
Neste disco, que curiosamente não aparece em sua discografia, temos o artista interpretando ao lado de seu conjunto algumas das mais conhecidas músicas do repertório seresteiro aos moldes de antigamente. Lançado em 1982 pelo selo Marcus Pereira. Confiram…
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caprichos do destino
se ela perguntar
alama dos violinos
súplica
neusa
misterioso amor
flor do mal
nancy
lábios que beijei
fascinação
lágrimas de virgem
mimi

Abel Ferreira E O Choro – Nova História Da Música Popular Brasileira (1978) 2

Como eu havia anunciado, esta semana é dedicada à voz feminina. Porém, eu também disse que teríamos, semanalmente, um volume da coleção Nova História da MPB. Dessa forma e excepcionalmente teremos hoje duas postagens (oooba!). Estou afirmando isso, mas ainda nem tive tempo de preparar nossa artista do dia. Eu bem que poderia ter escolhido uma representante feminina da série, mas a participação das mulheres nesta coleção é quase insignificante, se limitando a Dolores Duran e Rita Lee, que ainda por cima dividem discos, respectivamente, com Tito Madi e Secos & Molhados. Além do mais, a ordem de apresentação dos volumes, eu achei por bem fazê-la na ordem alfabética, visto que não há uma numeração expressa para cada álbum lançado.
Temos então o disco do Choro, sendo o clarinetista Abel Ferreira o seu representante. Não entendi muito bem o motivo, visto que das oito faixas apenas em duas ele é o solista. De qualquer maneira é um disco que nos dá uma pequena amostra do que é o chorinho e alguns de seus chorões.

numa seresta – abel ferreira
dinorá – altamiro carrilho e seu regional
quando a minha flauta chora – dante santoro e regional
chorando baixinho – abel ferreira e regional
espinha de bacalhau – severino araújo e orquestra tabajara
andré de sapato novo – carlos poyares
na glória – raul de barros e regional
eu quero é sossego – paulo moura e conjunto