Arquivo da categoria: Selo Epic
Pepeu Gomes – Geração De Som (1978)
Os Inocentes – Compacto (1968)
Leonardo (1968)
João De Aquino – Asfalto (1980)
José Roberto – E Seus Sucessos Vol. III (1970)
Baiano de Salvador, nascido em 25 de setembro de 1952, José Roberto Sá Costa novamente bate o ponto aqui no Toque Musical. Desta vez oferecemos a nossos amigos cultos e ocultos o terceiro volume de “José Roberto e seus sucessos”, lançado pela CBS (selo Epic) em 1970. Entre as doze faixas, uma interessante regravação do “Xote das meninas”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, que já foi cantado até mesmo por Marisa Monte. Ele também regravou aqui “Uma lágrima”, então sucesso de Paulo Henrique, e “Meu bem, ao menos telefone”, que consagrou o cantor Luiz Fabiano. O próprio intérprete assina a faixa “A minha vingança”, em parceria com Olavo Sérgio. Temos ainda trabalhos de Ed Wilson (“Preciso de você” e “Nada como um dia atrás do outro”), Getúlio Cortes (“Eu preciso ser feliz”), das duplas Othon Russo-Niquinho (“Desta vez não vou chorar”), Edson Ribeiro-Hélio Justo (“Eu faço tudo pra você voltar”)e Olavo Sérgio-Paulo Fernando (“E hoje eu venho dizer que te amo”), Maury Câmara (“Sou eu chamando você”) e Regina Corrêa (“Não vá embora”), que, se não me engano, é aquela que cantava no Trio Esperança junto com os irmãos Mário e Eva, a futura Evinha. Enfim, é uma coletânea do mais autêntico supra-sumo romântico do limiar dos anos 1970. Confiram no GTM.
preciso de você
e hoje eu venho dizer que te amo
eu preciso ser feliz
desta vez não vou chorar
o xote das meninas
uma lágrima
sou eu chamando você
a minha vingança
eu faço tudo pra você voltar
não há nada como um dia atrás do outro
meu bem ao menos telefone
não vá embora
*Texto de Samuel Machado Filho
Metrô – A Mão De Mao (1987)
Olá, meus caros amigos cultos e ocultos! Nosso 13 de setembro está hoje com cara de rock dos anos 80. Como já manifestei aqui, poucos foram os grupos de pop/rock que me animaram nos anos 80. Embora eu já tenha postado no Toque Musical um dezena, ou mais, do pop nacional dessa década, alguns, para mim, se destacam, seja pela sonoridade, pela qualidade ou pela criatividade. Nem entro no mérito da originalidade, pois nada nos anos 80 foi verdadeiramente original. Enfim, faz parte e dessa parte tenho alguns grupos que respeito. Aqui um bom exemplo, é este disco do grupo paulista Metrô, “A mão de Mao”, lançado em 1987, através da CBS e seu selo Epic. Por certo este foi, comercialmente, o grande fracasso do Metrô, um disco que não vendeu. E isso se deve ao fato de que, naquele momento, a banda já não era a mesma e sua proposta musical passou a ser outra, saíram do ‘pop de rádio’ para um som mais sofisticado, com nuances experimentais e de rock, até progressivo. A vocalista de voz doce, Virginie Boutaud, foi trocada pelo músico português Pedro Parq que chegou incrementando a banda com novos elementos musicais e letras mais elaboradas. O grande erro da banda foi ter aceitado as condições da gravadora, que embora tenha lhes dado uma super produção, com um álbum luxuoso, com encartes coloridos e até um falso Obi (filipeta usada em discos japoneses), não permitiu que a banda mudasse de nome, no caso para “Tristes Tigres”, nomezinho ruim, sem dúvida, mas como Metrô estavam fadados a um estranhamento, principalmente dos fãs. E não deu outra, o disco foi um fracasso de vendas que acabou culminando no encerramento das atividades. Uma pena, pois imagino que se tivessem usado um outro nome, talvez tivessem conquistado um novo público e garantido a permanência. Infelizmente, quando se trabalha com grandes selos/gravadoras estamos sujeitos a imposições comerciais. A arte nessa hora é o que conta menos, afinal a indústria fonográfica estava mais interessada em lucros do que em arte. Normal… Mas nada como o tempo para fazer a gente apurar as coisas devidamente. E no meu entendimento e gosto pessoal, “A mão de Mao” foi o melhor disco da banda. Algo que nos faz lembrar a proposta inicial dessa turma, quando então se chamavam “A Gota Suspensa”, lá pelo final da década de 70. mas isso é uma outra história… Quem não conhece “A mão de Mao”, mas conhece a fama de uma banda ‘new wave’, pode se surpreender. Para mim, este foi um dos melhores discos do rock nacional lançado nos anos 80. E quem duvida, que confira no GTM…
a mão de mao
habhitantes
cinema branco
atlântico 7 de novembro
boca
gato preto
ahnimais (wiss)
the red prayer (idiot love)
lágrimas imóveis
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João de Aquino – Terreiro Grande (1978)
Sejam bem vindos, amiguinhos cultos e ocultos! Na semana de aniversário o que não pode faltar é música boa. Isso, na verdade, nunca falta por aqui, mas em momentos especiais a gente conta com discos especiais, artistas especiais… E assim, mais uma vez trago para abrilhantar nosso espaço musical o genial João de Aquino, um artista que infelizmente não tem o destaque que merece, mas sem dúvida o que não lhe falta é o merecimento. O cara é um tremendo instrumentista, compositor e produtor. Seus discos são sempre obras de primeiríssima qualidade. Um artista para gente grande, com certeza! Neste álbum “Terreiro Grande” João de Aquino expressa toda a sua negritude, suas raízes africanas e por que não dizer, baianas. Disco maravilhoso para se ouvir de cabo a rabo e repetir. Não deixem de conferir no nosso Grupo do Toque Musical…
José Roberto – E Seus Sucessos Vol. 2 (1969)
Bom dia, companheiros, amigos cultos e ocultos! Muita gente as vezes comenta ou pergunta sobre o meu gosto musical, tendo em vista a pluralidade e diversidade de títulos, artistas e gêneros. Eu, como sempre respondo, gosto de tudo que publico no Toque Musical, seja pela qualidade, empatia ou simplesmente pela curiosidade. Aliás, boa parte do que é postado no TM é feito visando despertar a curiosidade, o interesse em descobrir, conhecer e ouvir coisas que passaram e hoje já não estão mais em evidência. Aquilo que não se encontra fácil por aí. Torna-se fácil depois que chega até aqui. Daí, logo vai estar no Youtube e em outras praças… 🙂
Hoje, nosso toque musical relembra a Jovem Guarda. Estou trazendo aqui um disco do cantor José Roberto, baiano, que estreou na segunda metade dos anos 60. De estilo romântico, seguiu na onda da Jovem Guarda, quase um carbono de cantores como Roberto Carlos e Jerry Adriani, Conquistou muitos fãs e fez muito sucesso, inclusive em Portugal e em países da America Latina. Gravou, segundo consta, 27 discos, além de muitos shows pelo Brasil. Ainda hoje tem uma legião de fãs e seus discos são hoje difíceis de achar. Aqui temos o seu segundo lp, lançado em 1968, uma coletânea do supra-sumo romântico da Jovem Guarda. Confiram no GTM…
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Schangay – Acontecivento (1976)
Boa noite, meus amigos cultos e ocultos! Fim de Semana Santa está aí… Páscoa e tudo mais… Felicidades a todos! Hoje eu nem queria postar nada, o desânimo é total, mas para não dizer que não falei de flores, deixa eu pegar mais um ‘disco de gaveta’. Mas não pode ser qualquer um. Vamos com alguma coisa bacana e que não se encontra dando sopa por aí…
Tenho para hoje o cantor, compositor e violeiro, Eugênio Avelino, ou, como é popularmente conhecido, Xangai. E aqui, em seu primeiro disco, lançado em 1976, pelo selo Epic, ele então tinha um outro nome artístico, ‘Schangay.’ Vejam vocês a criatividade dessa gente… Felizmente o tropeço foi só neste sentido, pois Xangai despontava como um grande artista cuja a obra é toda pautada no regionalismo, na música brasileira de raiz e isso foi ficando mais evidente a cada novo trabalho, a cada novo projeto. Sem dúvida, um grande artista da nossa música brasileira, reconhecido internacionalmente, sempre rodeado de bons parceiros. “Acontecivento” é um daqueles discos que só poderia ser mesmo daqueles anos 70, quando tudo era feito com muita qualidade e que um dia viraria um clássico ou disco para se rever os conceitos. E ele tem um pouco dos dois e mais, hoje em dia é um disco super raro. Traz um repertório com fortes influências nordestinas. Uma produção bacana e um time de músicos que dá a “Acontecivento” um brilho todo especial. Confiram no GTM..
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Nonato Luiz – Terra (1980)
O Toque Musical põe hoje em foco um dos melhores violonistas contemporâneos, aplaudido no Brasil e no exterior. Estamos falando de Raimundo Nonato de Oliveira Luiz, ou simplesmente Nonato Luiz. Também compositor e arranjador, ele veio ao mundo na cidade de Lavras da Mangabeira, interior do Ceará, no dia 3 de agosto de 1952. Aos três anos de idade, começou a tocar cavaquinho. Estudou no Conservatório de Fortaleza e, aos 15 anos, já era violinista da Orquestra Sinfônica da capital cearense. Em seguida, optou definitivamente pelo violão como seu instrumento. Aos 21 anos, foi estudar na Escola de Música Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, com Turíbio Santos, entre outros professores. Em 1975, Nonato venceu o Concurso para Violonistas da extinta TV Tupi de São Paulo. Na mesma época, concluiu cursos de corpo coral e violão clássico, além de participar dos festivais de inverno de Campos do Jordão (SP). Em 1978, radicou-se definitivamente no Rio de Janeiro, e excursionou pelo Brasil com o concertistaDarcy Villa Verde. Seu repertório é bastante eclético, contemplando desde valsas, choros , minuetos e prelúdios até blues e flamenco, além dos gêneros tipicamente nordestinos, como baiões, xotes e frevos. Excursionou por diversos países nas décadas de 1980/90, e tem em sua discografia mais de 30 álbuns, gravados no Brasil e no exterior (o mais recente é “Natal feliz com Nonato Luiz”, lançado em 2014). Foi também contemplado com vários prêmios, entre eles o Prêmio Sharp de Música, pela canção “Baião da rua”, que fez em parceria com Fausto Nilo. Suas composições mereceram a publicação de um livro de partituras, “Suíte sexta em ré para guitarra”, editado em Paris. Pois hoje, o TM apresenta, para seus amigos cultos e ocultos, o pontapé inicial da trajetória fonográfica de Nonato Luiz. É o álbum “Terra”, lançado em 1980 pela CBS (selo Epic), e com o qual ele foi revelado ao grande público. Gravado no Rio de Janeiro, com direção artística e de produção de Fagner, e produção executiva de Cacá Moreno, o disco é primoroso, e ainda conta com as participações especiais de João Nonato, Bimba e do próprio Fagner, que ainda assina o pequeno texto de contracapa. São doze faixas, quase todas de autoria do próprio Nonato, sozinho ou com parceiros, e incluindo um arranjo dele para “Muié rendeira”, tema folclórico nordestino. Tudo isso em um disco precioso, em que Nonato Luiz já mostra a que veio, documentando o promissor início de carreira deste notável violonista, sempre sinônimo de alta qualidade musical.
*Texto de Samuel Machado Filho
Zé Ramalho (1978)
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Hoje eu passei o pouco tempo que tinha preparando um disco para postar. Depois de tudo pronto e até o texto da minha apresentação lacônica, percebi que já havia postado o disco. Que raiva! E aqui tudo pronto… foi então que eu me lembrei que tinha aqui, no meu arquivo de gaveta e já pronto o primeiro disco do Zé Ramalho. Embora seja um dos discos de mpb que eu mais gosto, não pensava em postá-lo aqui tão cedo. Mas as contingências acabam nos levando por caminhos inesperados. O jeito é ir curtindo esse clássico, que por certo todos conhecem. Mas vale a pena ouvir de novo. 😉
Asas Da América (1979), (1980), (1981), (1983) e (1989)
Olá, amigos cultos, ocultos e associados! O TM oferece hoje a vocês os cinco primeiros álbuns do projeto Asas da América, idealizado pelo cantor e compositor Carlos Fernando, lançados entre 1979 e 1989. Nascido em Caruaru, Pernambuco, em 1938, Carlos Fernando se notabilizou por misturar o frevo à MPB, o jazz ao forró e muitas outras inovações, em 40 anos de carreira. Chegou a escrever uma peça de teatro, “A chegada de Lampião no inferno”, baseada em livro de cordel escrito por José Pacheco. A peça inspirou, posteriormente, sua primeira composição musical, “Aquela rosa”, de parceria com Geraldo Azevedo (com quem até apresentou um programa de televisão no Recife), vencedora, em 1967, da Primeira Feira Nordestina de Música Popular, defendida por Teca Calazans, dividindo o prêmio com “Chegança de fim de tarde”, de Marcus Vinícius. Morando no Rio de Janeiro, Carlos Fernando firmou-se como compositor, e teve músicas gravadas pelos maiores nomes da MPB em seu tempo, vários deles presentes nos álbuns que hoje o TM nos oferece. Concebeu trabalhos também para a televisão (“Saramandaia”, “Sítio do Pica-Pau Amarelo”) e cinema (“Pátriamada”, filme dirigido por Tizuka Yamazaki). Entre seus maiores sucessos, ambos gravados por Elba Ramalho, estão “Canta, coração” e “Banho de cheiro” (este último aqui presente). Falecido em primeiro de setembro de 2013, no Recife, aos 75 anos, de câncer na próstata, Carlos Fernando recebeu, um ano mais tarde, um espaço dedicado à sua memória no Museu Memorial de Caruaru, além de uma homenagem na tradicional festa de São João do município. Sem dúvida, a série “Asas da América” foi (e ainda é) o maior legado de Carlos Fernando. Ele deu tratamento pop e futurista ao frevo, acelerando-lhe o andamento e introduzindo arranjos contemporâneos, com guitarra e teclados, fazendo o carnaval pernambucano voltar a ter uma trilha sonora contemporânea. Parcela importante da série nos é oferecida hoje pelo TM, através de seus primeiros cinco álbuns, que apresentam composições não só do próprio Carlos Fernando como também de outros autores. Entre os intérpretes, nomes de várias tendências e gêneros da MPB: Jackson do Pandeiro, Fagner, Amelinha, Elba Ramalho, Alceu Valença, Chico Buarque, Gilberto Gil, Juarez Araújo, MPB-4, Alceu Valença, o próprio conterrâneo Geraldo Azevedo, Robertinho de Recife, As Frenéticas, Michael Sullivan, Trem da Alegria, Lulu Santos… Os dois primeiros discos foram lançados pela CBS (hoje Sony Music), selo Epic, em 1979-80, o de 1981 pela Ariola, o de 1983 pela Barclay (sucessora da Ariola, que passou a adotar esse nome após sua venda para a Polygram, hoje Universal Music) e o de 1989 pela RCA/BMG, hoje também Sony Music. É no álbum de 1983, inclusive, que está um dos maiores hits autorais de Carlos Fernando, “Banho de cheiro”, na interpretação inesquecível de Elba Ramalho, sucesso absoluto durante o carnaval de 84 e depois do mesmo, e regravada seis anos depois por Alcione em outro disco da série aqui incluído, o de 1989. Outro destaque fica por conta de “Noites olindenses”, que abre esse mesmo volume, na voz de Caetano Veloso. Nele, Zé Ramalho regrava “Frevo mulher” (sucesso na voz de sua ex-esposa, Amelinha), Moraes Moreira revive seu clássico “Festa do interior” e aparece até mesmo uma inacreditável interpretação do roqueiro Lulu Santos para “Atrás do trio elétrico”, de Caetano. Uma quina primorosa de documentos discográfico-musicais, que representa, sem dúvida, o melhor do precioso legado de Carlos Fernando como compositor e produtor musical. E ainda viriam mais dois LPs, em 1993, e 1995, este último destinado ao público infantil (“Asinhas da América – O pinto da madrugada”). Agora é azeitar as canelas e frevar até se acabar!
* Texto de Samuel Machado Filho
Manduka (1979)
Olá, amiguíssimos cultos e ocultos! Aqui vamos nós nessa ‘dobradinha alternada’, de lps e de compactos. Hoje eu trago para vocês um disco que há muito eu estava para postar. Não entrou antes por falta de oportunidade e porque eu acabei me esquecendo mesmo. Mas, acabei ganhando o vinil do amigo Fáres e daí pude fazer uma digitalização dentro dos meus padrões e do jeito que todos gostam, completo! Temos assim, Manduka, um artista que já apresentamos aqui algumas vezes, através de seus ótimos e raros discos. Na verdade, eu já postei aqui suas primeiras gravações, discos que foram lançados no exterior, onde o artista viveu por muito anos. Este lp marca o retorno de Manduka ao Brasil, sendo ele o primeiro que ele gravou por aqui, em 1979. Para quem pegou o bonde andando, Manduka, ou Alexandre Manuel Thiago de Mello, foi um artista brasileiro, filho do poeta Thiago de Mello. Cantor, compositor e artista plástico. Foi parceiro de artistas como Geraldo Vandré e Dominguinhos. Com Dominguinhos compôs a belíssima “Quem me levará sou eu”, com interpretação marcante de Fagner. Neste lp vamos encontrar nove canções, todas de sua autoria. algumas, inclusive, regravações de trabalhos editados no exterior. Um trabalho muito bonito, mas que poucos chegaram a conhecer. Este lp ganhou força depois que começou a ‘pipocar’ nos blogs. Se depender do Toque Musical, vai continuar ‘pipocando’, pois aqui o lema é: um lugar para quem escuta música com outros olhos.
Compactos – Antonio Martins (1967) – Leonardo (1968)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Seguem aqui mais dois compactos. Dois ilustríssimos desconhecidos, pelo menos para mim e para o Google, onde também não consegui extrair grandes coisas. O que temos aqui são dois compactos dos anos 60. Dois cantores românticos, nitidamente Jovem Guarda, principalmente o Leonardo que num primeiro momento achei que fosse o Roberto Carlos em rotação acelerada. Este, certamente faz parte da turma obscura da JG> Antonio Martins é outro que trilha o caminho romântico popular. Ao que tudo indica, gravou um outro compacto pelo selo Cantagalo. O disquinho pode ser buscado no site do amigo Chico, o excelente Sanduíche Musical. E por aqui… vamos nessa casadinha, despertando a curiosidade 🙂
Cezar De Mercês – Nada No Escuro (1979)
Boa noite, amigos eleitores cultos e ocultos! Desta vez, nesta eleição, eu procurei não me manifestar. Minha candidata era a Luciana Genro, mas eu já sabia que não ia dar em nada. Escolher entre Aécio e Dilma foi difícil, mais ainda por conta dos diversos amigos, cada um me puxando para um lado. Para evitar discussão, disse a todos que iria anular o meu voto. E me deu vontade mesmo, principalmente por conta das campanhas e propostas apresentadas pelos dois candidatos. Enfim, acabou… A Dilma venceu e vamos ver o que nos espera por aí. De resto, que quero mais é chocolate 😉
Eu poderia hoje estar postando algo mais condizente com o momento. Mas, sinceramente já estou de saco cheio disso tudo. Prefiro aplicar aqui um som mais legal, um disco que nos leve para outros caminhos mais iluminados. Nada no escuro… Sim, é este o nome do primeiro disco solo do cantor e compositor Cezar de Mercês, um músico que faz parte da história do rock nacional. Foi um dos integrantes do Terço, grande banda dos anos 70, em dois momentos, de 70 a 74 e depois entre 77 e 78. Em 2013 ele voltaria a se reencontrar com a turma, ao lado de Sergio Hinds, Flávio Venturini e Magrão para o lançamento, na época, de um show em DVD. Cezar de Mercês compôs muitas músicas, não apenas par o Terço. Gravaram suas composições artistas como Roberto Carlos, Jane Duboc, Nico Rezende, 14 Bis e outros. Em 1979 lançou através do selo Epic (CBS) este que foi o seu primeiro disco solo, o álbum “Nada no escuro”, nome de uma das onze músicas que compõe o lp, em parceria com Luiz Carlos Sá. Ainda com parceiros ele conta com Sergio Magrão, em “Pequenas coisas” e Rogério Duprat, em “Sopro no coração”. As demais músicas são composições próprias. Este disco chegou a ser relançado há coisa de uns cinco anos atrás, na versão cd, mas novamente hoje volta a ser uma boa raridade.
Fernando Rodrigues – Tocar E Ser Livre (1984)
Olá meus prezados, cultos e ocultos! Eis que acho uma hora aqui para a nossa postagem. Esta, em especial, eu estava segurando, tentando conseguir informações sobre o artista. “Tocar e ser livre” foi o único disco do compositor mineiro Fernando Rodrigues. Na verdade um álbum póstumo, lançado, acredito eu, em 1984. Do pouco que sei, Fernando Rodrigues era um músico promissor. Tocou e gravou com diferentes artistas nacionais. Neste lp podemos ouvi-lo tocando ao lado de Afonsinho, Alexandre Lopes, Calos Bala, Claudio Venturini, João Guimarães, Lincoln Cheib, Luiz Avelar, Marcus Viana, Nico Assumpção, Telo Borges… Putz, é gente que não acaba mais… Tá tudo aí, na capa!
Esta postagem, por hora, fica assim. Por certo, algum dos amigos cultos virá complementar as informações, trazendo um pouco de luz e lembranças deste jovem artista que nos deixou prematuramente.
Massimo Ranieri – Meditazione (1976)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Empolgado com as produções internacionais, eu hoje trago para vocês um disco o qual eu até então não conhecia. Fiquei surpreso ao descobri-lo, pois se trata de um trabalho de Eumir Deodato que eu não conhecia e por certo, muitos de vocês aqui também não conhecem. Não me lembro de ter lido na biografia artística de Eumir sobre este disco, onde ele faz a direção musical, os arranjos e também toca. O álbum é uma produção italiana da década de 70, apresentando o cantor e também ator italiano, Massimo Ranieri. Sem dúvida, um disco muito interessante, onde Deodato recria obras da música clássica em arranjos tão bacanas quanto o que fez em “Also sprach Zarathustra”, de Strauss.
Massafeira Livre (1980)
Olá amigos cultos e ocultos! Como já deu para perceber, nos últimos dias eu não postei nada. Depois do Natal me deu uma preguiça daquelas. Aliás, vou ser sincero, ando meio cansado de tudo isso aqui. As postagens diárias já não me despertam interesse. Embora eu tenha aqui uma infinidade de discos ainda para apresentar, ando meio desanimado. Deve ser o ano que vai chegando ao fim, assim como a minha energia. Sinceramente, os dias já não são mais os mesmos e essa onda de blog musical está ficando aborrecida e obsoleta. Parece que poucos são aqueles ainda interessados em música editada. Discos, naturalmente. Como os livros. Só mesmo os apaixonados… Tô meio cansado.
Eis aqui um álbum o qual eu há tempos venho querendo postar, bem antes de seu relançamento, em 2010, na versão digital. “Massafeira Livre” é um daqueles álbuns que todo bom amante-colecionador de MPB em discos tem que ter. Eu entendo que existem músicas, projetos e até mesmo artistas/bandas que foram feitos para existirem no mundo fonográfico, coisa de uma época que parece já não mais existir. “Massafeira” me passa essa ideia de uma verdadeira produção fonográfica. Talvez pela sua variedade e riqueza musical, felizmente apresentada em dois discos, um álbum duplo. “Massafeira Livre”, em disco, é uma produção de Ednardo. Uma síntese do que ocorreu no histórico evento cultural, em março de 1979. Ctrl+C, Ctrl V:
Durante quatro dias de março de 79, o Teatro José de Alencar foi envolvido por uma magia que despertou os habitantes da pacata cidade de Fortaleza. Artistas das mais variadas formas de expressão cultural se juntaram numa grande festa de interação. Um projeto comunitário de manifestações artísticas tomou corpo, vida, brilho próprio e registrou a energia criadora da sensibilidade humana numa feira livre de artes. Englobando música, cinema, teatro, literatura, dança, pintura, escultura, fotografia, artesanato, cultura popular, usos e costumes da terra, a massa, em massa, digeriu esse acontecimento como força atuante, geradora de impulso. E Fortaleza foi seduzida por esse movimento, por essa explosão de anos. E aconteceu a MassaFeira Livre.
Em julho de 79, mais de cem pessoas, entre músicos, instrumentistas, cantores e compositores cearenses foram levados ao Rio de Janeiro, para a gravação do álbum duplo Massafeira Livre. Uma verdadeira algazarra ocorria nos estúdios da CBS. Um fato inédito estava sendo prensado por aquela gravadora: a feira livre de manifestação artística, liderada pela música, que ocorreu na cidade de Fortaleza-Ce., nos dias 15, 16, 17, 18 de março / 79. A feira livre em massa. Quinze meses passaram e “por razões de força maior” * o álbum ficou retido nas gavetas da CBS. As razões não foram esclarecidas, cresciam as expectativas em torno deste lançamento, os artistas presentes no disco reivindicavam o acordo feito com a gravadora.
Ednardo, como produtor do álbum, como artista e como cabeça pensante que iniciou o projeto Massafeira, veio ao Rio; realizaram-se as conversações e o disco Massafeira Livre foi finalmente anistiado. De volta a Fortaleza, e aproveitando o lançamento de seu lp “Imã”, Ednardo impulsiona a II Massafeira, outra grande festa comunitária artística, que aconteceu de 16 à 19 de outubro de 1980, onde o álbum duplo é finalmente lançado.
Manezinho Araujo – Pra Onde Vai Valente? (1986)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Aqui vamos nos com a postagem do domingo. Queria ter apresentado este disco hoje, logo cedo. O dia estava ótimo e me inspirou a tal postagem. Infelizmente, acabei envolvido como outras tarefas de fim de semana. Só agora é que liberei…
Temos assim o Manezinho Araújo, mais um grande artista, vindo lá de Pernambuco. Um nordestino da melhor qualidade, talvez o primeiro com quem eu ouvi uma embolada. Cantor, compositor e pintor. Veio para o Rio de Janeiro nos anos 30. Gravou de 1933 a 56 diversos discos de embolada, e também frevos, côcos e sambas. Durante esse período lançou com sucesso músicas de sua autoria como “Quando eu vejo a Margarida”; “Cuma é o nome dele?”; “Pra onde vai Valente?” e outras mais… Gravou também e com sucesso outros autores nordestinos. Ficou conhecido como o “Rei da Embolada”. Ainda nos anos 50 decidiu abandonar a carreira de cantor. Segundo contam, seu show de despedida tinha quase 10 mil pessoas! Passou a se dedicar á culinária, abrindo um restaurante de comidas típicas nordestinas. Depois se enveredou para as artes plásticas, se transformando num pintor. Conseguiu também projeção e renome neste campo, tendo seus trabalhos expostos em dezenas de exposições e constando em catálogo das mais diversas galerias e museus, inclusive internacionais.
Este álbum, lançado em 1986, reúne alguns de seus maiores sucessos, todas as músicas sendo de sua autoria. Uma delícia que cairia bem no domingo, mas pode também se estender pela semana. Alegre e divertido. Quer conferir?
Cátia De França – 20 Palavras Ao Redor do Sol (1979)
Muito bom dia ao cultos e ocultos! Para manter o cardápio bem variado, atendendo a todos e inclusive a mim, estou hoje trazendo um disco que eu gosto muito e que sempre pensei em postá-lo aqui no Toque Musical, Cátia de França e seu excelente “20 palavras ao redor do sol”. Este álbum, lançado nos anos 70, foi o primeiro disco solo gravado por esta artista paraibana, cantora, compositora e escritora. Nascida em João Pessoa, Cátia de França tem a sua trajetória musical que começa nos anos 60, quando já participava de festivais e grupos folclóricos. Neste álbum de estréia a cantora nos apresenta doze composições próprias e parcerias, músicas essas (algumas) compostas, tendo como base a poesia de João Cabral de Melo Neto.
As músicas deste disco são ótimas e ela ainda conta com participações importantes como as de Sivuca, Zé Ramalho, Chico Batera, Paulo Machado, Amelinha, Elba Ramalho e muitos outros. Se tem alguém aqui que ainda não conhece este disco, tá na hora… bão demais!