Francisco Mario – Dança Do Mar (1988)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Mais uma vez marcando presença em nossa praça, trago o compositor mineiro Francisco Mário em um disco póstumo, lançado logo após o seu falecimento, em 1988. Na verdade, Chico Mário deixou antes de sua morte um vasto material inédito que acabou gerando novos discos, que foram editados ao longo dos anos seguintes. “Dança do Mar” foi o primeiro, lançado pela família, de forma independente. Este trabalho foi concebido como um autêntico álbum/livro, uma produção luxuosa cujo o encarte, em forma de libreto, trazia poemas de Dorival Caymmi e ilustrações de pinturas de Lobianco. O disco se divide em sete momentos: Verão, Outono, Inverno, Primavera, Calmaria, Amanhecer e Tempestade. Foi lançado meses depois em um show na Sala Cecília Meireles que contou com a participação de grandes nomes como Antonio Adolfo, Rafael Rabello, Rique Pantoja, Mauro Senise e o grupo Galo Preto. Este disco voltou a ser relançado, creio que em formato digital, alguns anos depois e também foi lançado no exterior. Confiram no GTM esse maravilhoso trabalho…

verão
outono
inverno
primavera
calmaria
amanhecer
tempestade

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Francisco Mário – Terra (1979)

Olá, amigos cultos e ocultos! Trago hoje para vocês o violonista e compositor mineiro, Francisco Mário. Já tivemos aqui a oportunidade de apresentar alguns de seus trabalhos e agora ele volta neste belíssimo trabalho. Aliás, seu primeiro disco, lançado de forma independente, em 1979. Chico Mário, como era também conhecido foi irmão do cartunista Henfil e do sociólogo Betinho. Todos três hemofílicos, faleceram vítimas de transfusões de sangue contaminado com o vírus da aids. Chico começou a estudar música ainda na infância. Estudou arranjo e harmonia com Roberto Gnattali, responsável pelos arranjos de seu primeiro show, em 78. No ano seguinte lançaria este seu primeiro trabalho. Um disco totalmente autoral, com participações importantes como o Quarteto em Cy, Joyce, Antonio Adolfo e muitos outros… “Terra” foi, na época, lançado também no México. Um disco realmente muito bom e que merece ser relembrado aqui no nosso Toque Musical. Confiram no GTM!

ouro preto
terra
bateia
passarinho preto
quitute mineiro
exílio
moda do tio geraldo
bandeiras ao alto
maria leal
carro de boi
manto
bicho fantasiado
reses tensas
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Francisco Mário – Pijama De Seda (1985)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu trago para vocês um disco muito bonito do Chico Mário. Aliás, mais um, diga-se de passagem. Temos aqui no Toque Musical outros dois discos dele, na mesma linha, instrumental de primeiríssima. “Pijama de Seda” foi um disco de 1985, mais uma produção independente lançado com estréia em show na Sala Cecília Meireles, no dia 30 de setembro. Neste lp ele faz uma homenagem à Pixinguinha com a música que dá nome ao disco. Há também “Ressureição”, outra homenagem, desta vez ao irmão Henfil. Música esta onde ele toca com oito violões diferentes. De todas as músicas do disco, gosto em especial de “Violada”, me traz boas recordações, além de ser realmente linda. Todas as músicas são de autoria do próprio Francisco Mário. Este álbum foi também relançado em cd, mas com outra capa. Certamente ainda é possível encontra-lo em lojas.

ressureição

espanhola

terra queima

3ª guerra

lãs locas

pijama de seda

souza

venceremos

violada

faz que vai

coceirinha

saudade de mim

Francisco Mário – Revolta Dos Palhaços (1980)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Bom dia mesmo, tem que ser! Pois, pelo jeito o bicho tá pegando… Eu enviei ontem para uma parte dos amigos cultos que estão na minha lista de e-mail uma mensagem da ONG AVAAZ. Na verdade, um alerta e uma mensagem de oposição ao já conhecido Projeto de Lei do político Eduardo Azeredo, o PL 84/99. Todo aquele que não concorda com essa jogada política, que só serve para restringir o nosso já pouco direito, não deve ficar de fora. Entre no site da Avaaz e envie o seu protesto. Liberdade, liberdade e liberdade!
Quando digo que o bicho está pegando, não me referi apenas ao Azeredo. Há também por aqui outra situação azereda, que dizer, azeda. Ontem eu recebi um e-mail do filho do Nilo Sérgio, o Nilo Jr., no qual ele solicita que eu retire todos os ‘toques’ relacionados aos discos da Musidisc. Segundo ele, o catálogo da gravadora continua sendo relançado a cada dois anos. Eu, sinceramente, nunca soube disso. Sei que alguns títulos chegaram a ser relançado pela Som Livre nos anos 80, por sinal de uma maneira tão pobre e porca que deve ter feito o velho Nilo se remexer no caixão. Afinal, os discos da Musidisc e Nilser eram de padrão internacional, um primor para os padrões comerciais da época. Coincidentemente, quando eu já preparava uma série de títulos dos mais raros da Nilser e Musidisc para trazer até vocês, o detentor dos direitos veio solicitar a retirada do que já foi postado. É mesmo uma pena, tanto pelos que á foram postados quando para os que viriam em seguida. São discos que com certeza nem o próprio herdeiro deve ter ou saber de sua existência. O que dizer de uma nova e possível reedição? Vão esperando… Neste final de semana eu estarei retirando todos os links deixado nas postagens relacionadas aos discos da Musidisc e Nilser. Eu fiquei meio chateado e cheguei mesmo a pensar em retirar também as postagens. Mas agora, pensando melhor, acho que irei mantê-las, pelo menos para que todos saibam que um dia o Toque Musical tentou trazer à luz (e aos ouvidos) o que insistentemente querem manter no esquecimento. O que o TM não pode fazer, outros milhares de blog o farão. Como eu já disse outras vezes, essa é uma estrada sem volta. O pão que não foi comido na hora só se preserva por um tempo. Depois, ou vira farinha ou vira bolor. Depende de quem guarda, não é mesmo?
E assim tudo se perde e se transforma e só mesmo por força do destino algo ainda permanece. E permanece enquanto estiver oculto, escondido, esquecido ou limitado à poucos olhos e ouvidos. Essa é uma grande verdade e se aplica também à situação do blog Toque Musical, que, assim com foi o Loronix, hoje ocupa uma posição de destaque no cenário blog musical. Por conta de sua tamanha visibilidade e exposição se torna também vulnerável, alvo fácil de ações repressoras. É como diz o velho ditado, quanto mais alto, maior o tombo (que o diga o WTC). Melhor aqui é desacelerar…
Mas nós, os palhaços aqui, continuamos revoltados. Foi na analogia do meu pensamento que eu me lembrei deste disco do Francisco Mário para a postagem de hoje. Caiu como uma luva, principalmente porque se trata também de um disco independente, apropriado para a nossa sexta feira do TM.
“Revolta dos Palhaços” foi o segundo disco gravado por Francisco Mário que contou com a ajuda e participação de muita gente boa, a começar pelas primeiras duzentas pessoas que compraram o disco antes mesmo dele ficar pronto. Uma ideia interessante, principalmente se o artista for um nome de talento e ainda trazer na bagagem outros grandes nomes como, Ivan Lins, MPB-4, Boca Livre, Lucinha Lins, Mauro Senise, Danilo Caymmi, Gianfrancesco Guarnieri, o irmão Henfil, Aldir Blanc e outros…
Para acabar de vestir a luva eu incluo, muito apropriadamente, o que dizia o Chico Mário a respeito deste disco: “Com este disco eu denuncio a ilusão montada para ver a nossa realidade subdesenvolvida de país de terceiro mundo e que até poderia chocar as pessoas que estavam sonhando e não queriam acordar, preferindo acreditar na falsa realidade criada a cada dia.”

revolta dos palhaços
bailarina
o andaime
o homem mais forte do mundo
valsa do mata-cachorro
o mágico
malabarista da inflação
chora palhaço
se cobrir é circo, se cercar é hospício
pão e circo
clareira aberta