Premier Mundial 2001 Vol. 1 (1974)

Bom dia, meus confinados amigos cultos e ocultos! Para não deixar de variar e lembrar a todos que aqui se escuta música com outros olhos, eu hoje resolvi trazer para vocês uma coletânea internacional. Não teria graça ou interesse de nossa parte se não fosse essa uma coletânea de ‘covers’ feita aqui mesmo no Brasil. Ou seja, artistas/músicos brasileiros se passando por gringo. Como todos sabem, no início da década de 70 era muito comum produtores lançarem mão de sucessos internacionais tendo a interpretação a cargo de músicos e cantores brasileiros. Já falamos disso aqui em outras postagens e já apresentamos alguns desses discos. Deviam sair mais em conta produzir esses ‘covers’ do que buscar permissão para uso do fonograma original. As novelas de televisão eram cheias desse tipo de música. E graças a excelência e talento de nossos artistas brazucas, chegaram a um nível ainda mais elevado, ou seja começaram a criar músicas cantadas em inglês e seus artistas tinham nomes também de gringos. E foram muitos, podem acreditar…
Neste lp lançado pela CID e com selo internacional  Square temos dez grandes sucessos que fizeram a cabeça de muita gente. Aqui, temos o volume 2, que chegou nas lojas em 1974. Essa série Premier Mundial 2001, creio eu, chegou até o volume 4, um a cada ano. E assim como essa, outras também fizeram sucesso. Porém, por diversas razões, nos álbuns não há fichas técnicas, ou mesmo referências aos músicos/cantores. A ideia era mesmo a de apenas nutrir a cultura pop da época e vender discos. Neste, em especial temos covers de Elton John, Power of Tower, The Stylistic, Dennis Yost e outros. Coube também até uma versão pop do clássico de Carlos Gomes, O Guarany, influencia direta de Eumir Deodato, com certeza! Disquinho curioso que vale a pena ouvir. Cola lá no GTM…

love me or leave me alone
you mae me feel brand new
je t’aime
goodbye yellow brick road
time
me and you
so very hard to go
o guarany
day by day
la la song

Erotíssima (1969)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje a noite vai ser quente, tirem as crianças da sala! Como já deu para notar, a coisa nesta quarta feira é “Erotíssima”! Estou trazendo um disco diferente, bem dentro do lema do nosso blog, música para se ouvir com outros olhos. O presente lp eu adquiri em um sebo, no Centro do Rio. Pela capa, pelo selo, desconfio que seja uma produção nacional. No mesmo ‘naipe’ e na mesma época foi também lançado pelo selo independente News Reocords, o lp “Super Erótica!”, que fez (por debaixo dos panos) um delicioso sucesso. Dizem que quem estava por trás de tudo isso era o grupo Os Carbonos, que eram mestres no ‘cover’ (não era atoa que se chamavam Os Carbonos). Em “Erotíssima”, eu desconfio que seja também o mesmo grupo, embora não tenha aqui nenhuma evidência além do fato de ser um disco lançado pela CID, através de seu selo Square, criado para lançamentos internacionais. Como naquela época estava muito em voga usar artistas nacionais ‘maqueados’, fazendo-se passar por estrangeiros, eu suponho que estamos aqui com uma produção ‘made in Brazil”. O repertório é da melhor qualidade, pautado no erotismo da música pop francesa de Serge Gainsbourg e outros ‘amantes calientes’, militantes do amor livre… Naquela época, longe da existência e do temor da Aids, a coisa comia solta :p~
Como disse, não posso afirmar que este disco seja mesmo uma produção nacional. Deixo essa questão em aberto para que outros comentem e até nos tirem a dúvida. O importante, no momento, é curtir a onda 😉 Vale ouvir a um, dois, três e quem mais quiser entrar na brincadeira… Eu disse brincadeira, mas calma lá! Estou falando de ouvir, ok gente?
Eu, por exemplo, quando escuto este disco, me sinto o verdadeiro Austin Power ‘in love’ com a Raquel Welch, hehehe…
erotíssima
love story (were do i begin)
le promenade
toi et moi
chanson d’amour
le cuple
je t’aime… moi non plus
le telefoneme
un homme et une femme
love is blue
les amants
PS.: E nos informa o Ayrton Mugnaini Jr: O album Erotissima é brasileiraço, um correspondente carioca aos paulistanos Magnetic Sounds/Carbonos. Consegui decifrar quase todas as pessoas brasileiras que aparecem nos créditos de composição sob pseudônimos. “C. Jack” é Celinho (José Celso Gonçalves Coelho), trompetista e compositor cujos parceiros incluem Ed Lincoln e Arnoldo Medeiros, “Arnold M.” é Arnoldo Medeiros, grande letrista parceiro de Celinho, Fred Falcão e Dom Salvador. “Granthom” é Valdir Granthom, também parceiro de Durval Ferreira. “Devel” é o produtor Durval Ferreira. Somente me falta identificar Claude Ferré. Imaginei que poderia ser Claudio Bertrami, pois ha a suposição de o Azymuth ter tocado no disco. O album Erotissima foi reeditado em 1974 com novo titulo (Super-Erotico), nova capa, crédito de produção a Durval Ferreira e algumas mudanças no repertorio. E todas as gravações foram reunidas num CD da mesma CID; com ainda outra capa.
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