Claudette Soares – Claudette (1968)

Olá, amigos cultos e ocultos! E não é que daqui há um mês o Toque Musical estará completando oficialmente 14 anos? Sim, o tempo passa e quando a gente vê, lá se foi mais de uma década. Mas vamos deixar para falar disso daqui um mês 🙂
Hoje nosso encontro é com a encantadora Claudette Soares. Estou trazendo aqui um disco o qual eu acreditava já tê-lo postado. Lp originalmente lançado em 1968, pela Mocambo. Mas, recebeu reedição nos anos 70 e também nos 80, 1983 para ser exato. E é exatamente essa última reedição, pelo selo Beverly que eu apresento a vocês. Este é um disco já bem rodado nesse nosso universo dos blogs musicais de compartilhamento. Aqui temos um dos bons momento de Claudette, num repertório fino, cheio de bossa e uma interpretação que dispensa comentários. Não vou nem tomar o tempo de vocês. Corram lá no GTM e confiram…
 
primavera
razão de viver
gente
a resposta
vivo sonhando
barquinho diferente
mar amar
preciso aprender a ser só
eu só queria ser
chuva
tem que ser azul
ode a primavera
 
 

Os Comunicadores Do Samba – Samba Lelê (1975)

Boa noite meus companheiros, amigos cultos e ocultos! Hoje nosso encontro é com o samba. Temos aqui um disquinho curioso, no sentido de ser uma edição lançada na Argentina, em 1975. Por certo, este lp também foi lançado aqui pelo selo Beverly. “Samba Lelê” é uma dessas produções de estúdio onde encontramos uma seleção de sambas populares e de sucesso sendo levados no mesmo arranjos dos originais, por um grupo criado para isso. E assim temos Os Comunicadores do Samba, metendo bronca, fazendo a alegria de los hermanos. Vamos conferir também…
 
vô batê pá tu
chula louca
quantas lágrimas
maior é deus
abre alas
no silêncio da madrugada
conta de areia
1800 colinas
canta canta minha gente
o assassinato do camarão
amanhã vai ser bom
felicidade
 
 
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Carlos Iafelice – O Violão (1971)

Boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Hoje nosso encontro é dedicado aos amantes do violão, um dos instrumentos mais populares na música brasileira e por aqui o que não falta são violonistas. Assim, hoje temos o violão de Carlos Iafelice neste disco lançado em 1971, pelo selo Beverly. No lp temos um repertório que contempla temas autorais e também clássicos para violão. É triste perceber como alguns artistas, em especial os instrumentistas compositores, são as vezes esquecidos e isso fica ainda mais evidente nos dias de hoje onde temos a Internet, o Google, onde supostamente todo tipo de informação podemos encontrar. Mas não é bem assim, ainda estamos construindo uma base de dados e informação, aliás, isso é uma coisa contínua que cresce a cada dia. Digo isso porque é espantoso como até então quase nada podemos encontrar facilmente sobre este músico, Carlos Iafelice. Daí, temos que recorrer a outras fontes, os livros… E foi só no “Dicionário de Compositores, Regentes e Instrumentistas”, escrito por Letícia Pagano que encontrei essas poucas informações: Carlos Iafelice era paulista, de Catanduva. Violonista e compositor, iniciou seus estudos de violão com seus irmãos. Se tornou um músico de formação clássica, realizando centenas de recitais ao longo da carreira. Também conquistou prêmios e gravou discos. Esteve a frente. como conselheiro na Ordem dos Músicos do Brasil, foi colunista dos Diários Associados e também um pesquisador da música onde escreveu uma coleção de obras para violão e também criou uma escola, a Academia Carlos Iafelice, mantida até hoje por seu filho, também músico.
Vamos então conferir “O Violão”, de Carlos Iafelice, um disco que é quase uma aula. 😉
 
uma harpa ao luar
sambatuque
chula
marcha dos marinheiros
preto velho
caterete
caixinha de música
evocação
sons de carrilhões
passion love theme
romance de amor
love story
abismo de rosas
prelúdio nº 1 de bach
melodia da ave maria de gounod
 
 
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*Texto de Samuel Machado Filho

Altamiro Carrilho – Bossa Nova In Rio (1963)

Boa noite caríssimos amigos cultos e ocultos! Para celebrar a nossa sexta-feira quietinho em casa, eu trago hoje e mais uma vez o grande flautista Altamiro Carrilho, figura que nessa altura já dispensa maiores apresentações. Altamiro, ao longo de sua carreira, gravou mais de cem discos, tanto trabalhos autorais como em participações em diversos outros discos.
No auge da Bossa Nova ele também deixou em disco a sua interpretação. Gravou em 1963 este belíssimo álbum, “Bossa Nova In Rio”, com seu conjunto e côro, originalmente pelo selo Copacabana. O lp viria a ser relançado novamente, desta vez pelo selo Beverly. Altamiro nos traz um repertório de sucessos, uma síntese do que é a Bossa Nova e em especial no Rio de Janeiro, o berço da coisa. Taí um disco que merece respeito. Confiram no GTM…

menina feia
desafinado
tristeza de nós dois
gamação
mania de maria
confissão
corcovado
samba de uma nota só
morreu num adeus
o barquinho
tudo é bossa
fundo do mar

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Waldir Silva – Saudade Presente – Vol. 2 (1982)

Olá, amigos cultos e ocultos! Como havia dito há alguns dias atrás, estou adotando alguns discos ‘orfãos’ que digitalizei para um blog de um amigo. Como tantos outros, não segurou a parada, abandonou o barco e saiu a nado… Assim sendo, tomo a liberdade de adotar todos os discos desse ‘barco a deriva’. E aqui vai mais um, o cavaquinista mineiro Waldir Silva, artista que aqui já dispensa maiores apresentações, pois já postamos dele outros discos. “Saudade Presente – Vol. 2” foi um disco lançado, certamente, no início dos anos 70 (ou final dos 60) e reeditado em 82 pelo selo Beverly. Penso que este lp seja uma reedição, por conta das gravações/fonogramas que só de ouvir já se percebe que são mais antigas e também pela capa, cuja a imagem já foi usada em outros discos, inclusive pela Bemol/Paladium. O repertório, recheados de clássicos da nossa música popular se dividem em duplas numa mesma faixa. Um disco bem bacana e que só agora eu me dei conta de que ainda não havia postado o Vol. 1. Fico então devendo para uma próxima oportunidade, ok?

sertaneja
palpite infeliz
agora é cinza
feitio de oração
segredo
mensagem
arrependimento
despedida da mangueira
se acaso você chegasse
saia do meu caminho
da cor do pecado
maria
marina
canta maria
velho realejo
morena boca de ouro
morena rosa
gosto que me enrosco
jura
senhor da floresta
mané fogueteiro
o ébrio



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Robertinho E Seu Regional – Brasileiríssimo (1978)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje, trago para vocês um disco do acordeonista paulista, José Carlos Ferrarezi, mais conhecido como Robertinho do Acordeon. Robertinho foi também compositor, atuou no cinema e foi casado com a atriz Paulette Bonelli. Começou cedo na música, fazendo parte de um trio ao lado de Palmeirinha, que depois passou a se chamar Tião Carreiro. Durante os anos 50 participou de diversos programas de rádio, sendo inclusive premiado como instrumentista. Criou seu próprio grupo, o seu Regional, no qual se apresentou no programa Viola, Minha Viola, de Enezita Barroso por 25 anos, sempre acompanhando a cantora e diversos outros artistas que por lá passaram. Gravou quase uns 30 discos, sempre explorando os gêneros populares como valsas, tangos, boleros, sertanejos e choros. E é no Choro que ele estréia aqui na casa, no nosso Toque Musical. Temos aqui este álbum lançado originalmente em 1978, pela gravadora Crazy e posteriormente reeditado pelo selo Beverly. Um disco dedicado ao Choro, apresentando aqui grandes clássicos, músicas de Catulo da Paixão Cearense, Bororó, Ernesto Nazareth, Mário Genari Filho, Pixinguinha e outros… Sem dúvida, um disco que vale a pena ouvir. Confiram no GTM.

flor amorosa
o boêmio
ou vai ou racha
carinhoso
odeon
a seu pedido
matuto
reveillon
brejeiro
da cor do pecado
barracão
choro triste



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Mario Bruno E Os Carbonos – As 12 Mais Italianas (1967)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Devido as dificuldades, em todos os aspectos, de manutenção do Toque Musical, estou passando a tarefa para outras pessoas além do amigo Samuca que muito tem nos ajudado com suas resenhas. De agora em diante, conto com mais dois colaboradores que ficarão por conta das publicações. Eu, continuo na produção, mas em especial nas escolhas do que será postado. Encerramos de vez o atendimento para reposição de links. Esses serão repostos a critério dos administradores. Caso, alguém tenha interesse em arquivos/discos que não estão no GTM poderão solicitar, dessa vez, um pacote com até 10 títulos. o envio será exclusivo, sendo enviado diretamente ao e-mail do solicitante. Para tanto, estamos solicitando um pequena ajuda de custos. Creio que assim podemos manter a continuidade de nossos trabalhos. Contamos com a compreensão e colaboração de todos. O Toque Musical não pode parar.
Hoje, temos, mais uma vez, o grupo Os Carbonos. Aqui já postamos outros discos da banda e hoje trazemos o que seria o seu primeiro, lançado em 1967 pela Discos Beverly. Neste lp temos como destaque Mário Bruno, que na verdade, nada mais era que o tecladista da própria banda, mas que aqui aparece como um pretenso cantor de hits italianos. Os Carbonos atuaram nas décadas de 60 e 70. Também, seus membros, gravaram discos com outros nomes. Eram peritos na arte do que internacionalmente é chamado de ‘cover’. Para os amantes da música italiana, eis aí uma boa pedida. Confiram no GTM!

non pensare a me
django
ciao amore ciao
dio come ti amo
ringo dove vai
cuore matto 
fortissimo
quando bico che ti amo
l’ amore se  ne va
al di la
c’era un ragazo che come me amava i beatles e i rolling stones
si fa sera
 
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João Da Praia (1974)

Hoje, o TM oferece a seus amigos cultos e ocultos um raro compacto duplo da Copacabana (selo Beverly), editado em 1974, apresentando quatro gravações feitas pelo cantor e compositor João da Praia, e anteriormente lançadas em dois compactos simples. Nascido no Rio de Janeiro, em 1950, João da Praia recebeu, na pia batismal, o nome de Antônio Jorge Zacarias. Analfabeto, ele vendia sorvete na lendária Praia de Copacabana, quando foi descoberto pelo produtor Jacques Ayres. Daí por diante, empunhando um violão de uma corda só que achou no lixo, João da Praia conseguiu sucesso logo no primeiro compacto simples, apresentando no lado A uma canção rural com estrofes hilárias, que aproveita como refrão um dito popular: “Aonde a vaca vai, o boi vai atrás”. Um dos maiores sucessos populares de 1974 (servindo até como jingle publicitário de uma marca de inseticida!), “O boi vai atrás” consagrou João da Praia nacionalmente, tornando-o atração em vários programas de televisão da época, e o single vendeu trezentas mil cópias (o lado B, “Meu cajueiro”, é a faixa que encerra o presente compacto duplo).  Meses depois, veio o segundo single, com “Formiga cabeçuda” e “Preta linda”, faixas também aqui constantes.  Em 1975, ele ainda lançaria a música “Poluição”, lado B de outro compacto simples da Beverly/Copacabana, dividido com a dupla Conde e Drácula, que no lado A interpretava “Tá faltando ôme”. Entretanto, João da Praia não conseguiu repetir o sucesso de “O boi vai atrás”. Consta que Sílvio Santos o contratou para se apresentar em seu programa dominical (à época transmitido pela TV Globo) e ele não foi, mesmo com tudo pago. Sílvio anunciou “Vem aí João da Praia” cinco vezes , mas nada dele aparecer! Depois disso, ele caiu no ostracismo, tendo de trabalhar como motorista e balconista para sobreviver. Seu último disco foi um outro compacto duplo, editado em 1981 pela obscura Nacional Discos, apresentando as músicas “Com minha vaca lavei a égua”, “Mundo enrolado”, “Custo de vida até o ano 2001” e “Rock coceira”, evidentemente sem repercussão. As informações sobre o falecimento de João da Praia são desencontradas. Segundo a revista “Veja”, ele teria morrido em primeiro de julho de 1988, aos 38 anos, de ataque cardíaco, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Entretanto, amigos de João da Praia entraram em contato com o portal “Memória da MPB”, informando que o falecimento dele aconteceu em 1989, em São Paulo, no Hospital Zona Sul, bairro de Santo Amaro, e seus restos mortais estão sepultados no Cemitério São Luís. Portanto, este compacto duplo é um documento histórico que o TM hoje nos oferece, e mais uma joia rara para os que garimpam raridades discográficas. Aproveitem…

formiga cabeçuda
preta linda
o boi vai atras
meu cajueiro
*Texto de Samuel Machado Filho

Os Rapazes De Lenços Escarlates – De Como Fazer Um Disco De Música Jovem Para Dançar (1969)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Para não deixar a peteca cair de vez, aqui vai mais uma postagem bem a cara do Toque Musical. Aqui se escuta música com outros olhos, não é mesmo? Muito bem, temos para hoje mais uma curiosidade, o obscuro grupo Os Rapazes de Lenços Escarlates, que a tudo parece se um daqueles grupos de baile dos anos 60. Pelo pouco que eu encontrei sobre este conjunto, dizem que é o organista/tecladista Lafayette. Pode até ser ele mesmo, com uma banda, bem Jovem Guarda. Este disco, ao que consta, foi lançado em 1969 e traz um repertório instrumental com músicas variadas, em ritmo dançante. Vale uma conferida 🙂

é meu, é meu, é meu
no dia em que parti
sou louca pro você
veja
o tempo vai pagar
não fico aqui
se tu soubesses
se você pensa
alicen long
não brinque comigo (tanta maldade)
deixe-me outro dia, menos hoje
aquela cançào
e não vou mais deixar você tão só
those were the days

Salathiel Coelho Apresenta Temas De Novelas (1965)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Na trilha das novelas, aqui vamos nós com mais um raro exemplar: Temas de Novelas, apresentado por Salathiel Coelho, um dos pioneiros da televisão brasileira. Locutor, sonoplasta, produtor musical de rádio e televisão. Figura de um currículo extenso, tendo atuado inclusive em emissoras internacionais, sempre envolvido na produção musical de trilhas para novelas. Ninguém mais certo, por tanto, para apresentar neste disco de 1965 uma sequência de temas que serviram de trilhas para as primeiras tele novelas.

O Sorriso de Helena
pequeno concerto que virou canção
tema de helena (a sonâmbula)
Tereza
tema de tereza (marcha nupcial)
tema do professor (summer love)
tema de aurora e mário (the end of the world)
O Direito de Nascer
tema de albertinho (amor eterno)
Se o Mar Contasse
tema de amor (eterna saudade)
O Cara Suja
se piangi se ridi
tema de amor (l’erba canta)
Quando o Amor é Mais Forte
tema de amor (the war lover)
Alma Cigana
tema de amor (romance de amor)

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Dom & Ravel (1974)

Quem viveu o final da década de 1960 e começo da de 70, os chamados “anos de chumbo” da ditadura militar, lembra-se muito bem da dupla Dom e Ravel. Seus nomes verdadeiros eram, respectivamente, Eustáquio Gomes de Faria, e Eduardo Gomes de Faria, irmãos cearenses nascidos em Itaiçaba, Eustáquio em 21 de agosto de 1944, e Eduardo em 13 de outubro de 1947. Mudaram-se ainda pequenos para São Paulo, na década de 1950, com os pais e a irmã caçula, Eva, residindo e criando-se na periferia da cidade. Eduardo foi apelidado de Ravel por um professor de música, por causa de sua aptidão para a arte. Dom e Ravel gravaram seu primeiro disco em 1969, pela RCA Victor, um compacto simples com as músicas “O som do silêncio” (versão em português para o clássico “The sound of silence”, de Simon e Garfunkel) e “Desvio mental”. Em seguida na mesma marca, outro single, com “Hey” e “O que é meu dela”. Ambos os discos foram verdadeiros fracassos de vendagem. Em contrapartida, passaram a se destacar como compositores, com músicas gravadas por intérpretes como Os Incríveis, Wanderléa, Jerry Adriani e Wanderley Cardoso. Foram Os Incríveis, inclusive, quem lançaram, em 1970, o maior e mais polêmico sucesso da dupla: a marcha-rancho “Eu te amo, meu Brasil”, que, segundo eles mesmos, foi composta para comemorar a conquista do tricampeonato mundial de futebol pelo Brasil. Esta e outras músicas ufanistas que compuseram, tais como “Só o amor constrói” e “Você também é responsável”, esta transformada pelo governo em hino do extinto Mobral, Movimento Brasileiro de Alfabetização, renderam a Dom e Ravel bastante sucesso e, por outro lado, acusações de bajuladores do regime militar. Ambos juravam por toda a vida não ser verdade. Os sobrenomes de ambos ajudaram a aumentar a confusão, fazendo acreditar que eles tinham parentesco com o brigadeiro Eduardo Gomes e o general Cordeiro de Farias, e eram filhos de militares (na verdade, o pai deles era  um pequeno comerciante paraibano e a mãe, cearense, era “do lar”, ou seja, dona-de-casa). Em 1971, Dom e Ravel lançaram seu primeiro LP, “Terra boa”, pela RCA Victor. A fim de tentarem se afastar da fama de bajuladores da ditadura militar, gravaram, em 1974, a música “Animais irracionais (Somos todos meio)”, falando de desigualdade social. Entretanto, a música não recebeu o devido apoio dos militares que então governavam o país, e acabou vetada pela censura. É justamente o segundo LP da dupla, editado pela Beverly, que traz como faixa de abertura “Animais irracionais”, que o TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados. Mas há também outras faixas interessantes que vocês poderão conferir, a maioria deles próprios com ou sem parceiros, tipo “O que é que você está fazendo aí, meu bem?”, “Se você me pudesse ouvir”, “Laço de boi”, “Conflito de gerações” (outro tema sempre atual). Depois deste, Dom e Ravel ainda lançariam mais dois LPs, em 1982 e 1993, e também gravaram inúmeros compactos, obtendo sucesso com “Obrigado ao homem do campo” (1978) e “Canção da fraternidade”, mais conhecida por “Cantemos juntos”, em 1979. Mais tarde, a dupla se desfez e ambos partiram para carreiras-solo. Foram eles, inclusive, quem realizaram gestões junto ao então presidente da República João Figueiredo para outorgar a concessão de uma rede de TV ao empresário e animador Sílvio Santos. Nascia o SBT e, ao mesmo tempo, terminava a dupla… Eustáquio Gomes de Faria, o Dom, faleceu em 10 de dezembro de 2000, de câncer no estômago. Ravel, porém, prosseguiu cantando solo mesmo após ter sua vista prejudicada por um acidente. Isso até também falecer, em 16 de junho de 2011, de ataque cardíaco. Mas se depender de blogs como nosso TM, eles jamais cairão no esquecimento. Portanto, aí vai o álbum de “Animais irracionais”, para apreciação de todos vocês! Divirtam-se…

animais irracionais
marinheiro
conflito de gerações
todo dia a mesma história
o que é que você está fazendo aí meu bem
se você pudesse me ouvir
laço de boi
rainha do mar
rodeiro do cruzeiro do sul
o caminhante
os astronautas

*Texto de Samuel Machado Filho

Altamiro Carrilho – Boleros Em Desfile N. 2 (1959)

Olá, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje o TM apresenta a vocês o segundo volume de “Boleros em desfile”, com o notável flautista e maestro Altamiro Carrilho (Santo Antônio de Pádua, RJ, 21/12/1924-Rio de Janeiro, 15/8/2012) e seu misterioso “conjunto de solistas”. O primeiro volume, que já lhes oferecemos, saiu em 1958. E, já naquela ocasião, a Copacabana não revelou nem mesmo quem seriam os tais solistas recrutados por mestre Altamiro para gravar o álbum, e estes não foram listados nem mesmo na contracapa da edição original, que inclusive traz uma caricatura do mestre da flauta, feita por Mendez, e cedida pela revista “Radiolândia”.  Segundo o texto, o primeiro “Boleros em desfile”, lançado pela então “marca do caramujo” como parte de uma série chamada “Selo de ouro”, iniciada pouco antes com o LP “Quando os astros se encontram”, de Ângela Maria e Waldyr Calmon, tinha o objetivo de acrescentar  “novas cores e tonalidades”  nas gravações de álbuns ditos “dançantes”, produzidos em grande escala na época, e ideais para animar festas de família e salões dançantes que não possuíam música ao vivo,  portanto, produtos de retorno garantido nessa ocasião. Valem inclusive os palpites feitos pelo amigo Augusto na resenha do primeiro volume, Sivuca, Moacyr Silva, Fafá Lemos etc.

Eis na íntegra o texto de contracapa da edição original deste segundo “Boleros em desfile” , de fins de 1959, de autor desconhecido:
“Altamiro Carrilho volta ao salão de danças com os seus ‘Boleros em desfile n.o 2’. Já esperávamos o sucesso do primeiro volume. As características modernas da apresentação, a seleção de músicas e músicos, o jeito novo de tocar os velhos sucessos, tudo fazia prever a aceitação expressiva por parte do público. Novo e cuidadoso desfile foi então organizado. Doze boleros que fizeram a delícia de nossas festas voltam aos salões, no sopro, nas cordas e na batida espetacular do moderno conjunto de Altamiro Carrilho. Cada pequeno trecho desses boleros tem um solista. Muito maior se torna a fixação das melodias. Mais colorido. Mais vibrante. Com originalidade. Com gosto. Há uma nova forma, um sentido novo de valorização dos temas. ‘Boleros em desfile n.o 2’ é, antes de mais nada, um desfile de músicas de classe, um desfile de instrumentação nova, um desfile de trechos musicais que se unem, e formam um todo esplêndido, conduzidos cada qual com acento e características próprias”.
Como se percebe, nem mesmo neste segundo volume o mistério dos solistas que o gravaram sob a batuta de mestre Altamiro foi desfeito. Afora isso, o repertório é realmente de extremo bom gosto, trazendo clássicos desse gênero que os brasileiros  sempre prestigiaram. Predominam hits internacionais (“Cachito”, ‘Que murmuren”, “Quien será”, “Hipocrita”, “Frenesi”, “Perfume de gardenia”etc.).  Mas há também um sucesso nacional do gênero, “Jamais te esquecerei”, do violonista Antônio Rago, que apareceu em versão apenas instrumental , em 1947, e um ano depois recebeu letra de seu primo, Juracy Rago, ficando o registro cantado por conta de Nélson Novaes. Mistério à parte, vale a pena curtir mais este volume de “Boleros em desfile”, que Altamiro Carrilho e seus solistas anônimos nos ofereceram. Dá-me o prazer desta contradança?
hipócrita
quem será
cachito
que murmurem
aquellos ojos verdes
frenesi
perfume de gardênia
desamparada
camino verde
jamais te esquecerei
nosotros
donde estará mi vida
* Texto de SAMUEL MACHADO FILHO

 

Altamiro Carrilho E Seu Conjunto De Solistas – Boleros (1958)

Olá amigos cultos e ocultos, boa noite! Peço desculpas a todos que nos acompanham, pelas pausas, as vezes tão longa e sem postagens. Sei que muitos ainda visitam o TM diariamente e para esses, principalmente, que eu ainda continuo na ativa. Além do mais, este é o mês de aniversário do Toque Musical. Estamos completando 8 anos! Não vai ter festa, não vai ter bolo… Mas a música continua rolando, espaçada ou não. Para ouvir ou para dançar.
Segue nesta noite um disco que eu acho ótimo. Creio que já comentei aqui, adoro bolero e cha-cha-chá e é nessa que nós vamos hoje. Tenho para vocês este excelente lp do grande Altamiro Carrilho, safra dos anos 50. Coisa muito boa! Lançado originalmente em 1958 pela discos Copacabana, o álbum trazia uma outra capa e se chamava “Boleros Em Desfile”. Foi relançado nas décadas de 60 pelo selo Som e nos 80 pelo selo Beverly. Nessas gravações Altamiro Carrilho vem acompanhado por outros grandes músicos solistas, os quais eu não sei informar, pois não há registro de quem eram os instrumentistas. Porém, pelo estilo de cada instrumento tocado a gente arrisca nomes como Moacyr Silva, Sivuca, Fafá Lemos… Será? Serão? Vamos deixar essa história para o “Boleros Em Desfile N. 2, que é a postagem que virá em seguida, na competente resenha do meu amigo Samuel Machado Filho. Ele com certeza deve saber quem eram os tais solistas que acompanham o Altamiro. Enquanto isso, o melhor é mesmo saborear este repertório cheio de clássicos

perfídia
dos almas
nas horas de sonho
angústia
nunca jamás
contigo en la distancia
vereda tropical
pecadora
sinceridad
historia de un amor
pecado
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Kris Kringle – Sodom (1971)

Olá, amigos cultos e ocultos! Para fazer jus ao ‘ecletismo musical’ e à ‘tripolaridade’ fonográfica deste blog, eu hoje tomo um outro rumo, abrindo a semana para outros sons. Abro esta leva com um disquinho que merece o toque musical. Um álbum que virou clássico sem nunca ter sido (pelo menos por intenção ou pretensão). Como já comentamos aqui no Toque Musical, no início dos anos 70 houve um produtor italiano em São Paulo chamado Cesare Benvenuti. Foi ele o responsável pela criação de cantores e grupos de música pop com nomes estrangeiros. Através de Benvenuti surgiram artistas que naquela época todos acreditavam serem internacionais. O cara tinha mesmo uma visão de mercado, oferecendo ao público o que fazia sucesso no Brasil, música ‘pop’. Criou diversos nomes, muitas vezes com os mesmo músicos e artistas.  Grupos como o Light Reflection, Connection Eyes, Edu Leslie, Lee Jackson, Sunday e muitos outros, foram ideia do italiano. Kris Kringle foi também um desses conjuntos ‘fabricados’ e recebeu uma atenção especial devido ao seu estilo diferenciado, apresentando versões desconsertante (e as vezes até melhores) para hits internacionais. O trabalho ficou tão bem feito que muitos acreditavam mesmo ser um conjunto internacional. Apresentado em capa dupla, bem ao estilo das artes gringas, o álbum saiu pela Beverly, através de um selo especial, Kool, dando assim a impressão de ser mesmo um material importado. Ao longo do tempo o disco foi ganhado novos admiradores e por conta até da pouca informação sobre ele, tornou um álbum ‘cult’, procurado por colecionadores. Cultuado como pérola escondida do rock nacional.
Pessoalmente acho o disco muito legal e bem convincente. Contudo, trata-se apenas de um projeto que demonstrou ser possível fazer bonito que nem os gringos. Memorável por conta de Cesare Benvenuti que foi capaz de criar nossos próprios artistas internacionais sem a necessidade de importá-los 🙂

louisiana
help
that’s my love for you
the resurrection shuffle
janie slow down
susie
the monkey song
sarabande
mr. universe
what you want
.

Silvio Caldas – O Seresteiro (1969)

Olá, amigos cultos e ocultos! Definitivamente, meu super computador acaba de falecer. Desta vez não há quem possa ressucitá-lo. E quer saber,  já foi tarde! Eu já estava mesmo de saco cheio de ficar só no remendo. Agora é hora de renovar. Vou ver se compro um novo no mais tardar até o fim da próxima semana. Nesse meio tempo vou postando o que tenho na gaveta, o que ficou esperando uma melhor hora. A hora é agora e vamos a eles…
Segue aqui um Silvio Caldas de 1969, relançando novamente em 1977. Creio eu que originalmente este lp é ainda mais antigo, talvez do início dos anos 60. Como não tenho tempo para ficar pequisando, fica assim mesmo. O importante é que se trata de um excelente momento do cantor, trazendo um repertório que, ao contrário do que sugere o título, não é exatamente um disco de serestas. Aqui iremos encontrar uma seleção variada e bem incomum frente a outros discos do artista. Ouviremos aqui Custódio Mesquita, Braguinha, Orestes Barbosa, Pixinguinha, Francisco Alves, Luiz Bonfá e outros. Silvio vem acompanhado pela orquestra regida pelo maestro Renato de Oliveira, que também assina uma da faixas e fez os arranjos. Um álbum , sem dúvida, de primeira que vale uma conferida.

rosa de maio
carinhoso
seresta nº 5
manhã de carnaval
canção do eterno adeus
azulão
eterna canção
um cantinho e você
o amor é assim
na casa branca da serra
coração
o balão do amor

Super Erótica (1970)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Diante a imensa aprovação pela postagem do disco “Erotíssima”, achei por bem dar a vocês mais uma dose. Taí uma coisa que sempre desperta o interesse… Me lembro quando eu ainda era um menino, comprei esse disco achando que fosse a maior sacanagem e foi… uma decepção danada. Aqueles gemidos, ‘je t’aimes’ e outros breguetes mais, ainda não faziam parte do meu imaginário erótico, aliás eu nem sabia direito o que era o tal de ‘erótico’. Só sei que este disco foi ganhado seu ‘status’, as vezes, fazia sucesso em nossas festinhas e era motivo para muitos pais encerrarem nossa folia.
Este álbum, segundo contam, foi uma produção ‘paralela’ da turma dOs Carbonos, um grupo especializado em ‘covers’. Aliás, naqueles anos 60 (e 70), o que tinha de conjunto e artista metido a internacional não era normal. Uma boa sacada foi essa produção que buscou reunir uma seleção de músicas com aquele teor sensual, reforçado pelos forçados gemidos a la Jane Birkin. Taí um disquinho, no mínimo curioso. Quem sabe rola um clima? Hã??? 😉

super erótica
je t’aime.. moi non plus
doin’ it
teach me tiger
je t’adore
airport love theme
flash
p.z.
noi ci amiamo
exit

Erotíssima (1969)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje a noite vai ser quente, tirem as crianças da sala! Como já deu para notar, a coisa nesta quarta feira é “Erotíssima”! Estou trazendo um disco diferente, bem dentro do lema do nosso blog, música para se ouvir com outros olhos. O presente lp eu adquiri em um sebo, no Centro do Rio. Pela capa, pelo selo, desconfio que seja uma produção nacional. No mesmo ‘naipe’ e na mesma época foi também lançado pelo selo independente News Reocords, o lp “Super Erótica!”, que fez (por debaixo dos panos) um delicioso sucesso. Dizem que quem estava por trás de tudo isso era o grupo Os Carbonos, que eram mestres no ‘cover’ (não era atoa que se chamavam Os Carbonos). Em “Erotíssima”, eu desconfio que seja também o mesmo grupo, embora não tenha aqui nenhuma evidência além do fato de ser um disco lançado pela CID, através de seu selo Square, criado para lançamentos internacionais. Como naquela época estava muito em voga usar artistas nacionais ‘maqueados’, fazendo-se passar por estrangeiros, eu suponho que estamos aqui com uma produção ‘made in Brazil”. O repertório é da melhor qualidade, pautado no erotismo da música pop francesa de Serge Gainsbourg e outros ‘amantes calientes’, militantes do amor livre… Naquela época, longe da existência e do temor da Aids, a coisa comia solta :p~
Como disse, não posso afirmar que este disco seja mesmo uma produção nacional. Deixo essa questão em aberto para que outros comentem e até nos tirem a dúvida. O importante, no momento, é curtir a onda 😉 Vale ouvir a um, dois, três e quem mais quiser entrar na brincadeira… Eu disse brincadeira, mas calma lá! Estou falando de ouvir, ok gente?
Eu, por exemplo, quando escuto este disco, me sinto o verdadeiro Austin Power ‘in love’ com a Raquel Welch, hehehe…
erotíssima
love story (were do i begin)
le promenade
toi et moi
chanson d’amour
le cuple
je t’aime… moi non plus
le telefoneme
un homme et une femme
love is blue
les amants
PS.: E nos informa o Ayrton Mugnaini Jr: O album Erotissima é brasileiraço, um correspondente carioca aos paulistanos Magnetic Sounds/Carbonos. Consegui decifrar quase todas as pessoas brasileiras que aparecem nos créditos de composição sob pseudônimos. “C. Jack” é Celinho (José Celso Gonçalves Coelho), trompetista e compositor cujos parceiros incluem Ed Lincoln e Arnoldo Medeiros, “Arnold M.” é Arnoldo Medeiros, grande letrista parceiro de Celinho, Fred Falcão e Dom Salvador. “Granthom” é Valdir Granthom, também parceiro de Durval Ferreira. “Devel” é o produtor Durval Ferreira. Somente me falta identificar Claude Ferré. Imaginei que poderia ser Claudio Bertrami, pois ha a suposição de o Azymuth ter tocado no disco. O album Erotissima foi reeditado em 1974 com novo titulo (Super-Erotico), nova capa, crédito de produção a Durval Ferreira e algumas mudanças no repertorio. E todas as gravações foram reunidas num CD da mesma CID; com ainda outra capa.
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Conjunto Nosso Samba – De Onde Vem O Samba (1969)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados de plantão! Hoje o dia vai ser de samba. Estou trazendo para vocês, pela segunda vez, o Conjunto Nosso Samba. Nesta oportunidade teremos a chance de conhecer o primeiro disco gravado pelo grupo, em 1969. Este álbum foi relançado, assim como outros, pelo selo Beverly, nos anos 80. Aqui encontramos a turma formada pelos sambistas compositores Renato Ennes, Genaro, Carlinhos Cavaco, Stenio Barbosa, Gordinho e Nô.
“De onde vem o samba” foi o disco de estréia desse conjunto que fez muito sucesso nos anos 70 acompanhando grandes nomes da MPB. Embora todos os integrantes fossem compositores, a produção optou por fazer um disco mesclado com sambas consagrados e de outros autores, montados estrategicamente em ‘pout pourri’, isso talvez, visando uma apresentação mais confortável  frente ao público.
Estou observando aqui que algumas músicas são as mesmas do disco de 1972, apresentado aqui anteriormente. Vou até conferir para ver se são as mesmas gravações. Parece que sim. Mesmo assim, vale dar uma conferida, pois o disco ainda traz a presença do trombone de Raul de Barros, o que valoriza e muito toda essa produção. Peça esse toque 😉

pout pourri:
nhem, nhem, nhem
yayá do cais dourado
parei an sua
casa de bamba
aquarela de samba
pout pourri:
no tabuleiro da baiana
saudade da bahia
lapinha
grabiela cravo e canela
a baiana e o tabuleiro
origem do samba
bahia de todos os deuses
pout pourri:
ai que saudades da amélia
você passa eu acho graça
laranja madura
estou chorando sim
na ginga do samba
viola e violão – o couro come
último portador
samba do trabalhador
pout pourri:
feitiço da vila
aos pés da santa cruz
palpite infeliz
sabiá de mangueira
pra machucar meu coração
leva meu samba
espere oh nega
cheguei – não chore amor – favela
sorria
ex amada
juca seu talão

Renato E Seus Blue Caps (1963)

Boa noite a todos! Estive ouvido hoje alguns discos da Jovem Guarda e entre eles este álbum do Renato e Seus Bule Caps. Taí um disco que eu nunca cheguei a ouvir todo, hoje foi a primeira vez. Me chamou a atenção porque nele aparece o Erasmo Carlos, tinha que ouvir.

O conjunto Renato e Seus Blue Caps surgiu no início dos anos 60, criado pelos irmão Renato, Paulo Cezar e Edson, que logo partiria para carreira solo, se transformando em “Ed Wilson”. Gravaram alguns 78 rpm, ainda naquela de ‘a la Gene Vincent’, fazendo um autêntico rock’n’roll, ou ‘twist’ , como se dizia na época. Se não me engano, acho que foi o Carlos Imperial quem ‘apadrinhou’ o conjunto. Neste lp de 1963 os “Blue Caps” aparecem com uma nova formação, entram Eramo Carlos como guitarista e cantor e também o saxofonista Roberto Simonal, irmão do Wilson Simonal. A capa é horrorosa, mas o disco é muito bom, estou gostando 🙂
Estou vendo aqui que este álbum foi relançado nos anos 80 e depois novamente, ganhando a sua versão cd nos anos 2000. Saiu numa série 2 em 1 com outra raridade, o primeiro álbum, “Twist”.
Estou vendo também que eu tenho este cd. Olha só… e nunca ouvi, nem lembrava que tinha.
Só eu mesmo, hehehe…
limbo rock
walking my baby back home
estrelinha
o lobo mau
comanche
boogie do bebê
ford de bigode
what’d i say
relax
stand up

Os Carbonos (1970)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Estou trazendo mais uma vez para vocês o grupo Os Carbonos. Este conjunto, como todos já devem saber e pelo seu próprio nome, se dedicava ao que hoje conhecemos como ‘cover’. Eram mesmo especialistas no assunto. Quem já ouviu os discos dessa turma por aqui, sabe que vale a pena trazermos mais um de seus ‘originais’ trabalhos 😉 Este disco, entre os muitos, é um dos que eu mais gosto, cheio de ‘covers’ e versões do que era o ‘pop’ daquela época.

o cabeção
maria izabel
quero voltar prá bahia
rio amarelo (yellow river)
não pense mal de mim
no verão (in the summertime)
refletindo sobre a vida ( reflections of my life)
não vou ligar (the lover)
meu bem gosta de amar (my baby loves lovin’)
todo mundo está falando (everybody’s talkin’)

Jair Amorin – Tudo De Mim – Poemas E Canções (1963)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Está ficando cada vez mais difícil, para mim, encontrar tempo para me dedicar ao blog. Além de uma hora ou duas digitalizando discos, preciso de pelo menos mais uns 15 minutos para finalizar e publicar a postagem. Parece fácil, mas tem dia que o bicho pega por aqui. Daí, nem sempre as postagens saem como eu queria.. Enfim, são os altos e baixos de qualquer atividade, vocês entendem, não é mesmo? 🙂
Vamos hoje com as composições de Jair Amorim, interpretadas por dez grandes cantores do ‘cast’ da gravadora Copacapaba no início dos anos 60. Segundo contam, este álbum foi uma homenagem da gravadora ao compositor. Lançado em 1963, “Tudo de mim” reúne doze composições de sucesso de Jair e seu mais frequente parceiro, Evaldo Gouveia. Cabem também no lp três faixas de sucesso: “Se eu pudesse”, parceria com José Maria de Abreu e interpretada por Elizete Cardoso; “Conceição”, parceria com Dunga, grande sucesso de Cauby Peixoto, aqui na voz de Dolores Duran e “Quando o amor chegar”, feita por ele e Altamiro Carrilho, interpretada pela cantora Silvana. De quebra ainda temos “Noturno de Ouro Preto”, cantada por Agnaldo Rayol, letra e  música de Jair.
Este álbum foi relançado no início dos anos 80 pelo selo Beverly. Acredito que a capa seja a mesma do lançamento original. A contracapa é exemplar, vem com uma ficha técnica bem completa. Se todos os discos fossem assim, que maravilha postar!

serenata da chuva – roberto silva
cantiga de quem está só – marisa
ninguém chora por mim – moacir franco
ave maria dos namorados – eleonora diva
noturno de ouro preto – agnaldo rayol
maldito – morgana
tudo de mim – moacir franco
se eu pudesse – elizete cardoso
e a vida continua – agnaldo rayol
concieção – dolores duran
alguém me disse – maria silva
quando o amor chegar – silvana

Moacyr Silva E Conjunto – Carnaval De Boate Nº 4 (1967)

Bom dia, amigos foliões! Espero que não tenha ninguém aí de ressaca. Carnaval é foda, a gente sempre abusa. Pior é quando a ressaca é também moral, a gente acorda e começam a lembrar dos vexames, dos micos e chapação. Como eu não caí na farra, hoje estou uma jóia.
A sequência deste texto era antes uma piadinha infame, que graças à observação de uma boa amiga (e que me conhece bem), consegui tirar a tempo, evitando uma possível má interpretação por parte das leitoras do blog. Queriam (mesmo sem saber) aceitar as minhas desculpas. Hoje é o Dia Internacional da Mulher e eu até então nem havia me lembrado. Falha minha, mas que graças à própria mulher eu consigui corrigir o meu erro a tempo. Grande mulher! Parabéns para você 🙂
Mas vamos voltar para o salão, a festa continua. Ou melhor dizendo, vamos para a boate, o carnaval de boate do mestre Moacyr Silva e seu conjunto. Temos aqui o quarto volume de uma série criada pela Discos Copacabana, onde a cada ano eram apresentadas as novas músicas de carnaval, numa versão, segundo os produtores, mais leve e apropriada. O saxofonista Moacyr Silva reúne neste lp alguns dos maiores sucesso do carnaval de 1967. Algumas músicas, como “Máscara Negra”, lançada em 66, se tornariam clássicos, presentes desde então em todos os carnavais. O álbum, originalmente foi lançado com outra capa, como podemos ver aqui. Teve seu relançamento no início dos anos 80 pelo selo Beverly, da Copacabana. O disco se divide em seis faixas e as músicas são apresentadas numa espécie de ‘pot pourri’ carnavalesco. Moacyr vem acompanhado de um conjunto com piston, orgão, bateria e coro. Os arranjos são do Maestro Astor e a produção musical do próprio Moacyr. Um disco ótimo para se ouvir a qualquer momento, independente de festas de carnaval ou não.

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máscara negra
linda mascarada
colombina ye ye ye
porta aberta
volta maria
construi meu lar
palmas no portão
sem ninguém
antes do sol raiar
basta acenar adeus
saudade
coração em paz
mãe- iê
garota, me dá um beijo
barra limpa
era boa companheira
amor de carnaval
carnaval que passou

Os Carbonos – Instrumental Vol. 13 (1973)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Nossa semana se inicia bem de acordo com o lema do blog: ouvir música com outros olhos. Nos próximos dias vou ir postando um pouco de cada monte de disco que arrumei nos últimos tempos. Entre os que eu já tinha, as doações, compras e empréstimos, estou com um saldo aqui para manter o Toque Musical por um bom tempo.
E por falar em tempo, deixa eu correr aqui, pois a semana vai ser ‘foda’.
Vamos mais uma vez com o grupo paulista Os Carbonos. Já postei aqui alguns discos deles e confesso, a cada vez gosto mais. Em outros tempos, na minha juventude adolescente (pois hoje vivo a juventude adulta), eu torcia o nariz para grupos musicais do gênero. Os Carbonos eram, para mim, o ‘supra sumo’ do ‘demodê’, uma caricatura daquilo que eles tocavam. Mas foi só eu abrir um pouco mais a minha cabeça, olhos e ouvidos, para descobrir que a coisa não era bem assim. O que eu tinha era literalmente, um pré conceito. O grupo surgido no início dos anos 60, na onda da Jovem Guarda, se tornou especialista no que hoje denominamos como ‘covers’, ou seja, tocar músicas de sucesso de outros conjuntos. Como eu já mencionei em outras postagens sobre a banda, o nome “Carbonos” vem muito apropriadamente por conta disso, de só gravarem músicas que faziam sucesso. Fizeram muitos discos ao longo de sua existência. Gravaram também com outros nomes, como Andróides, The Mackenzie Group, Carbono 14 e The Magnetic Sounds, sendo este último gravando a série de lps “Super Erótica”. O que fez dOs Carbonos um grupo musical de sucesso, não foi apenas a escolha de repertórios marcados, mas principalmente a qualidade de seus músicos e fidelidade na execução. Eles foram pioneiros nesse assunto…
Neste álbum, o volume 13, lançado em 1973, encontramos diferentes sucessos da música pop internacional, todos, em versões instrumentais. Há também espaço para temas nacionais. Temos duas faixas com as músicas, “Menina, vem dormir”, de Wando e, contrariando a condição de copistas, eles trazem na faixa 4 do lado B a autoral “Frases”, do vocalista (?) Raul Carezzato Sobrinho. Dentro dessa proposta eles, sem dúvida, fazem um disco bem interessante. Confiram…

skyline pigeon
nobody knows
my mother was her name
sunshine lover
bottoms up
trop belle pour rester seule
get down
my love
the devil and the angel
frases
hazy, hazy, crazy, crazy
menina, vem dormir

Dorival Caymmi – Vários (1991)

Olás! Inicialmente eu gostaria de informar aos amigos que, na medida do possível, estou restaurando os ‘toques’ que vocês me apontam como falhos. Nunca deixo de passar mais de uma semana sem corrigir o que me é solicitado, porém alguma coisa sempre acaba ficando para trás. Quando acontecer, basta comentar e insistir… minha cabeça está a cada dia mais confusa.
Hoje iremos de Dorival Caymmi. Ou melhor dizendo, com a música de Dorival Caymmi. Este é um disco que não traz outro título além do nome do grande compositor baiano. Trata-se, por certo, de uma coletânea com diversos intérpretes da música de Caymmi. O lp tem como data em seu selo o ano de 1991, mas com toda certeza ele foi um relançamento. Embora eu não tenha encontrado informações a respeito, ao que tudo indica, ele foi lançado na década de 60. O produtor, Nazareno de Brito, reuniu alguns de seus maiores sucessos gravados por artistas do selo Beverly. Temos assim uma coletânea das mais singulares, com gravações sessentistas raras, que valem a pena serem ouvidas ou relembradas. Confiram…

nem eu – agnaldo rayol
marina – roberto silva
dora – angela maria
a jangada voltou só – trio tropical
eu não tenho onde morar – trio nordestino
peguei um ita no norte – conjunto de orlando pereira
joão valentão – angela maria
só louco – almir ribeiro
saudade de itapoã – wilson ferreira
nunca mais – angela maria
o mar – edy pollo
maracangalha – altamiro carrilho
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Edu Da Gaita – Uma Gaita Para Milhões (1959)

Quando falamos de gaita brasileira, inevitavelmenteo o nome de Eduardo Nadruz, o Edu da Gaita, está sempre presente. Em nossa semana temática, sobre o instrumento aqui no Toque Musical, também não podemos nos limitar a apenas um disco. Embora a sua discografia esteja quase fora de catálogo, ainda é nesta que nos apoiamos quando o assunto é a gaita. Obviamente existem outros músicos, gaitistas brasileiros importantes, mas poucos apresentam tamanha dedicação ao instrumento em termos fonográficos. Mais ainda no que diz respeito à música brasileira. A gaita ainda hoje no Brasil é considerada um instrumento exótico. Que eu saiba, não existe uma formação acadêmica para o instrumento no país. Ela ainda é tratada quase como um brinquedo. O interesse pela harmonica em nosso país hoje em dia, vem atrelada à tradição do blues, a música americana. Todo jovem que começa a tocar gaita, muitas vezes se inicia pensando no blues. Mas ao ouvirmos um artista como foi Eduardo Nadruz, percebemos logo que a gaita de boca não se limita a solos ou acompanhamento. Na mão e na boca de um artista sensível se pode fazer miséria, ou melhor dizendo, riquezas sonoras. Aqui temos mais um bom exemplo disso e principalmente da genialidade de Edu da Gaita. O presente álbum, relançado na década de 70 pelo selo Beverly da Copacabana é de 1959. Um lp interessantíssmo onde Edu procura mesclar sua técnica entre o erudito e o popular. Temos em seu repertório desde Jean Wiener, Chopin e Dvorak à Luiz Bonfá, Bororó e João Gilberto. No álbum, Edu da Gaita vem acompanhado de orquestra e côro. Severino Filho cuida da orquestração e regência. Há também a participação de Altamiro Carrilho na flauta e no assobio. Taí, mais um belíssimo e imperdível disco. Confiram…

le grisbi
noturno nº 2
humoresque
meu silêncio
xamêgo de yayá
dança espanhola nº 5
samba de orfeu
sorte é pra quem tem (basta olhar)
num jardim de um templo chinês
as coisas que eu não te disse
bom que dói
hô-bá-lá-lá

Trio Nordestino – Forró Pesado (1975)

Para este domingo não me restou outra alternativa além dos meus famosos ‘álbuns de gaveta’. A esses eu recorro sempre quando não me sobra tempo para preparar as postagens. Daí utilizo o que tenho à mão. Hoje, como estou me transito, lanço terei que fazer diferente…
Aqui vai um dos grupos de forró mais conhecidos do Brasil. Eles estão na estrada, ou melhor, no salão a mais de quarenta anos pondo todo mundo para dançar. Começaram como trio, mas ao longo do tempo foram sofrendo mudanças. Continuam atuando, mas com uma nova geração.
Quem gosta de forró vai adorar este disco. Caí como uma luva em festas discontraidas.

forró pesado
por causa da pepita
tinguilinge
esquenta moreninha
apague o candieiro
fole de ouro
o que é que você está fazendo aí meu bem
paguei prá você tocar
sapo cururu
ela pede mais
quer casar vambora
são joão no quintal

Conjunto Nosso Samba (1972)

Para embalar a sexta-feira, vamos com este presentão, um disco bastante esperado por muita gente. Fiquem a vontade para comentar, pois aqui temos o Conjunto Nosso Samba. Este grupo ficou famoso ao acompanhar grandes nomes da MPB em show ou em discos, como Clara Nunes, Chico Buarque, Martinho da Vila e outros. O conjunto Nosso Samba era formado exclusivamente de gente do morro e surgiu em um programa de rádio nos anos 60. O grupo nunca se afastou de sua origem e por muitos anos esteve emplacando vários sucessos, sempre de música autêntica. Neste lp temos uma coleção de pot-pourri, com pérolas do samba e da canção. Um disco bacana que em breve estará em outros blogs também, principalmente naqueles que se dizem especialistas em samba. Para não dizerem depois que eu estou trazendo ‘figurinhas repetidas’, fiz questão de checar se este álbum já havia sido ou não postado em algum outro blog. (Vocês sabem como é, né? A bruxa tá solta… não quero confusão.) Achei no Loronix um compacto do grupo lançado em 1973, também muito, que vale a pena conferir…

1- pot-pourri:
nhem, nhem, nhem
ia ia do cais dourado
parei na sua
casa de bamba
2- pot-pourri:
no tabuleiro da baiana
saudades da bahia
lapinha
gabriela cravo e canela
a baiana e o tabuleiro
origem do samba
bahia de todos os deuses
3- pot-pourri:
ai que saudades da amélia
você passa eu acho graça
laranja madura
estou chorando sim
na ginga do samba
4- pot-pourri:
feitiço da vila
aos pés da cruz
palpite infeliz
sabiá de mangueira
prá machucar meu coração
leva meu samba
5- pot-pourri:
cheguei
não chore amor
favela
espere oh nega
6- pot-pourri:
louvação
irene
o cravo brigou com a rosa
cadê tereza
por causa de você menina
balança pema
chove chuva
bebete vãobora
charles anjo 45
take it easy my brother charles
8- a voz do coração
9- luto em mangueira
10- não sou feliz
11- choro e lamento
12- poeira