Orquestra Rudá – Clássicos Em Bossa Nova (1963)

Bom dia, caros amigos cultos e ocultos! Continuando nossa saga fonomusical temos para hoje a Orquestra Rudá, também conhecida como Orquestra Fantasia, de Rogério Duprat. Segundo informações, este foi o primeiro disco de Duprat, que na época ainda era professor da Universidade de Brasília, da qual acabou saindo devido ao Golpe de 64. Mudou-se para São Paulo e passou a trabalhar como diretor artístico de uma nova gravadora paulista, a VS (Som Indústria Villela Santos Ltda). Conforme um texto do cantor Alberto Pavão, que também trabalhou com Duprat, gravadora VS entrou no mercado fonográfico com muita ambição. Era dirigida pelo radialista Ataliba Santos em sociedade com o empresário Paulo Villela. Criaram dois selos, o VS comercial, no qual lançava lps e compactos do elenco da gravadora e também o selo Penthon que era destinado a produção de lps vendidos a domicílio, tal qual fazia a Odeon com seu selo Imperial, ou como o selo mineiro Paladium. O selo Penthon era para assinantes e não era vendido em lojas. Daí a razão pela qual este lp ser hoje uma raridade, pois a produção foi limitada, embora e ao que parece, também chegou a ser lançado pelo selo comercial. Na versão ‘venda a domicílio’ o disco apresentava uma outra capa, como podemos ver nas imagens menores. “Clássicos em Bossa Nova” foi um disco inovador, pois seguindo projetos semelhantes, como os discos do maestro Peruzzi na RGE e depois MGL, onde este misturava ritmos de samba para músicas clássicas, aqui, com a Orquestra Rudá ele faz algo parecido, só que através do batido da Bossa Nova. É, sem dúvida, um disco dos mais interessantes e na época chegou a chamar a atenção. Aqui no Toque Musical ele agora se eterniza, pois em outros tempos já havia sido publicado nos finados blogs Abracadabra e Loronix. Confiram no GTM…
 
abertura, do guarani – carlos gomes
valsa, opus 61 nº1 em lá bemol – chopin
andantino – quarta sinfonia de tschaikowsky
tema de concerto para piano opus 54 – schuman
noturno opus 9 nº 2 em mi bemol – chopin
preludio e brinde da traviata – verdi
dança macabra – saens
tema do 1º movimento das sinfonias 4ª de brahms e 5ª de beethoven
o cisne – saens
andante cantabile 5ª sinfonia de tschaikowsky
 
 
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Tekila Ritmos (1964)

Bom dia, meus caros amigos cultos e ocultos! Começamos o ‘sabadão de quarentena’ dentro de casa, relembrando os ‘sabadões’ do passado, quando haviam os bailes e o mundo era mais legal. Estou trazendo para vocês um disco raro, talvez o único de um conjunto de baile dos anos 60. Temos aqui o Tekila Ritmos, um conjunto de baile paulista, lá de Sorocaba. Segundo informações, o Tekila Ritmo fazia sucesso na cidade. Aliás, fazia sucesso em toda a região paulista e o que os levou a serem convidados para gravar este disco para um selo que também estava começando, o VS (Som e Indústria Vilela Santos). Acredito que este selo acabou não vingando, pois nunca vi outro disco, outro artista gravado por ele. Curiosamente, este lp do Tekila Ritmos veio a ser lançado por um outro, também obscuro selo, o Cartaz e chegou a ter neste duas edições. Como todo bom conjunto de baile, o Tekila Drink nos apresenta um repertório na medida, com sucessos nacionais e internacionais do momento. O grupo tem lá suas qualidades e manda bem, o que vale, sem dúvida, uma conferida no GTM.
 
tekila
bolinha de sabão
my love for you
para vigo me voy
toada do burrinho
a lenda do beijo
peter gun
amor vai e vem
torna a surriento
mona lisa
doce amargura
dang dang
 

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The Rebels – Rua Augusta Zero Hora (1963)

Bom tarde, amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou trazendo aqui um disquinho que já vale pela capa. Vejam vocês que maravilha, uma típica ‘festa para brotos’. Acredito, com certeza, que esta capa conquistou muitos jovens daquele início dos anos 60. Geralmente discos dessa época, voltados ao público infantil e juvenil, quando a gente os encontra, estão sempre muito surrados. Eu penso também que isso, em parte, acontece devido aos (des)cuidados no manuseio e condições em que eram utilizados. As crianças, por exemplo, com seus discos coloridos de estórinhas, quando pouco, desenhavam com lápis de cêra na capa e superfície do vinil (eu mesmo já fiz muito). Os adolescentes com suas festas, ‘hora dançante’, no troca-troca alucinado de discos, regados a muita ‘cuba libre’ e ‘fogo paulista’, lá pelas tantas deixavam os discos soltos no chão, atrás do sofá e até servindo de bandeja (meus primos mais velhos faziam muito). Não tinha disco que durasse muito a tal provação. O certo é que raramente temos o prazer de encontrar esses discos em bom estado e quando o encontramos, podem ter certeza, valem uma boa nota na mão de colecionadores.
Eis que agora cai na minha mão, mais precisamente no meu tocadiscos, este raro ‘long play’ do The Rebels. Não se trata, naturalmente, de uma raridade no mundo virtual da blogosfera. Pelo menos uns dois blogs, em outros momentos, já o divulgaram em suas postagens. Mesmo assim não custa nada dar o meu ‘toque musical’, afinal, “Rua Augusta, Zero Hora” é bem a cara desse nosso espaço.
Para aqueles que não conhecem, The Rebels foi um grupo de rock/twist, formado no final dos anos 50. Em alguns sites informam que eles surgiram no Rio de Janeiro e depois mudaram-se para São Paulo. Eu, porém, me apoio em outras fontes* que dizem que o grupo é mesmo paulista. Formado inicialmente por José Gagilardi Jr (guitarra base e vocal); Romeu Benvenutti (guitarra solo); Lídio Benvenutti, o Nene (bateria); José Carlos Camargo (baixo) e Gaspar (piano). Em 1960 José Gagilardi Jr sai do conjunto para se tornar o Prini Lorez, lembram dele? Os rebeldes dão uma pausa, mas retornam em 62 com uma formação diferente. No lugar de Gagilardi entra Constantino, Nene se transfere para o baixo, entra Nino na bateria e José Carlos Camargo assume a guitarra solo, além de se tornar o principal compositor. Sim, além dos ‘covers’ eles também compunham (pelo menos neste disco). Com esta formação eles gravaram ainda mais dois discos, cada um em gravadoras diferentes. Gravaram também um disco com um cantor americano chamado Dave Gordon (King Dave And The Rebels), mas este, acho, já com outra formação. Antes de “Rua Augusta…” eles também já haviam gravado compacto e 78 rpm.
“Rua Augusta, Zero Hora” é um álbum de rock-twist que também pode ser entendido como um velho álbum de ‘surf music’ instrumental. Nele iremos encontrar temas bem badalados desta música americana (ou com o seu tempero) e outras com o toque criativo do guitarrista solo, JC Camargos.
Quem ainda não saboreou a bolacha, taí mais uma chance… Aproveitem antes que acabe…

battle hymm of the republic
ritmo pagão
amapola
cançãodo álamo
chow mein
whenthe saints goes marching in
a lenda da tribo rebelde
las vegas twist
colorado
canção de dalila
olhos negros
old man river