Vanusa – Vanusa 30 Anos (1977)

Bom dia, amiguíssimos cultos e ocultos! Mais uma vez marcando presença em nossas postagens temos aqui a cantora Vanusa, desta vez em seu álbum de 1977, o “Vanusa 30 Anos”. Quem não sabe, ou não leu ainda a contracapa, há de pensar que os 30 anos são de carreira, mas não, nessa data ela estava fazendo seus 30 de idade. Lançado pela Som Livre, creio que este tenha sido um de seus melhores trabalhos na década de 70. Tem um repertório bacana, com músicas de Caetano Veloso, Belchior, Zé Ramalho, Arnaud Rodrigues, Assis Valente e outros… Os arranjos são de Lincoln Olivetti, com produção de Augusto Cesar Vanucci. Vale a pena relembrar… 😉

estado de fotografia
brincando com a vida
desencontro
a aranha
avôhai
duas manhãs
lá no pé da serra
boas festas
só nós dois
problemas
prece de caritas
maria madalena



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Vanusa – Mudanças (1986)

Muitos pensam que ela é mineira. Mas, na verdade, Vanusa Santos Flores, nome completo da cantora-compositora que o TM põe novamente em foco no dia de hoje, é paulista de Cruzeiro, onde veio ao mundo no dia 22 de setembro de 1947, e foi criada na cidade mineira de Frutal. Foi lá que, na plenitude de seus 16 anos de idade, Vanusa deu início à sua carreira de cantora, atuando como crooner do conjunto Golden Lions, que se apresentava em inúmeras cidades da região. Em uma dessas exibições, foi vista por Sidney Carvalho, que trabalhava na agência de publicidade Magaldi, Maia & Prosperi, que produzia o lendário programa “Jovem Guarda”, comandado na TV Record por Roberto Carlos. Convidada para morar em São Paulo, Vanusa foi lançada como rival da então “rainha da Jovem Guarda”, Wanderléa, e ganhou participação fixa em programas da TV Excelsior: “O bom”, apresentado por Eduardo Araújo, e “Linha de frente”, comandado pelos Vips. Na mesma emissora, integrou o elenco do humorístico “Adoráveis trapalhões”, substituindo Ted Boy Marino, ídolo da luta-livre de então, que fora para a Globo, e participou das últimas edições do “Jovem Guarda”, na Record. Já no compacto simples de estreia, em 1967, obtém retumbante êxito com “Pra nunca mais chorar”, de Carlos Imperial e Eduardo Araújo. Um ano depois, lançou seu primeiro LP, no qual estreou também como compositora, em cinco das doze faixas: “Mundo colorido”, “Perdoa”, “Pode ir embora”, “Eu não quis magoar você” e “Negro”.  A cantora também ficou célebre por seus relacionamentos, e namorou diversos colegas de profissão, como Wanderley Cardoso e Antônio Marcos, com quem acabou se casando, resultando dessa união as filhas Amanda e Aretha. Mais tarde contraiu segundas núpcias com Augusto César Vannucci, ator e produtor de cinema e TV, com quem teve o filho Rafael, vencedor, em 2002, da segunda edição do reality-show “Casa dos artistas”, do SBT. Ao longo de sua carreira, Vanusa lançou 23 álbuns, entre LPs e CDs, e vários compactos, vendendo três milhões de cópias e obtendo sucessos como “Mensagem” (regravação de antigo sucesso de Isaurinha Garcia), “Manhãs de setembro” (talvez o maior de todos), “Comunicação” “Sonhos de um palhaço”, “Paralelas” (esta, do recém-falecido Belchior), “Estado de fotografia”, “Desencontro” e “Amigos novos e antigos”.  Representou o Brasil  em vários festivais internacionais, recebeu cerca de duzentos prêmios, e apresentou-se em programas de TV como “Clube dos artistas” (da extinta Tupi), “TV Bolinha” (Bandeirantes), “Globo de ouro” e “Qual é a música?” (célebre quiz musical apresentado por Sílvio Santos).  Em março de 2009, viveu uma situação constrangedora: ao participar de um encontro estadual de agentes públicos, na Assembleia Legislativa paulista, cantou de forma errada e desafinada o Hino Nacional, causando consternação aos presentes. O vídeo espalhou-se pela web, sendo até motivo de piadas, e Vanusa atribuiu o deslize por estar sob a ação de um remédio contra labirintite. Um ano depois, ao se apresentar em evento comemorativo do Dia dos Pais, acontecido no Parque do Idoso, em Manaus (AM), Vanusa errou a letra de “Sonhos de um palhaço” (composição do ex-marido Antônio Marcos) e, para compensar, cantou um trecho de outra música dele, “Como vai você?”, provocando novo vexame. Depois disso, entrou em depressão, internando-se em uma clínica e, em 2013, já recuperada, retomou a agenda de shows. Seu mais recente trabalho é o CD “Vanusa Santos Flores”, lançado em 2015 pela Saravá Discos, e produzido pelo cantor-compositor Zeca Baleiro. Hoje, o TM oferece a seus amigos cultos, ocultos e associados o décimo-quarto álbum de Vanusa, gravado ao vivo, em março de 1986,  no restaurante Inverno & Verão, de São Paulo, que ficava no bairro do Campo Belo e cedeu lugar, anos depois, a um supermercado (!). O título do álbum, “Mudanças”, corresponde a um dos hits da cantora, composto em parceria com o sempre notável Sérgio Sá. É um ligeiro retrospecto da carreira de Vanusa até então (ela já estava com 17 anos de estrada), no qual a intérprete desfila toda a sua capacidade vocal e interpretativa em faixas diversas: hits de carreira (“Paralelas”, “Mensagem”, “Manhãs de setembro”, além, claro, da faixa-título), alguns clássicos inesquecíveis (“Súplica cearense”, “Felicidade”, “Maria, Maria”, “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones”, “Aprendendo a jogar”), um pot-pourri de sucessos dos eternos Beatles (“Yesterday”, “Day tripper” e “Eleanor Rigby”), e hits da ocasião (“Um dia de domingo’ e “Bilhete”, esta última com excelente arranjo de Antônio Adolfo). Tudo em interpretações de primeira, oferecendo, como diz a contracapa, “música para quem gosta de música”. Este disco seria relançado pela RGE em 1992, com o título de “A arte do espetáculo”. E constitui, sem dúvida, um prato cheio para os apreciadores de música com M maiúsculo, produto difícil de se encontrar nos dias que correm… Aproveitem!

mensagem – manhãs de setembro – paralelas
aprendendo a jogar
um dia de domingo
yesteerday – eleonor rigby – day tripper
mudanças
bilhete
era um garoto que como eu amava os beatles e os rolling stones
felicidade
súplica cearense

*Texto de Samuel Machado Filho

Cinderela 77 – Trilha Original Da Novela (1977)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! A ‘segundona’ começou puxada, por isso, deixa eu aproveitar a folga para um café e mandar brasa aqui, na postagem de hoje.
Vamos com a trilha de uma novela, que eu nem me lembrava, “Cinderela 77”, uma história baseada no clássico conto de Charles Perrault, que trazia como seus protagonistas os cantores, Vanusa e Ronnie Von. A novela foi uma produção da extinta TV Tupi e segundo contam, chegou a fazer um certo sucesso. A trilha é quase toda de músicas originais, feitas mesmo para a novela, com excessão das cantadas por Ronnie Von e Vanusa, que são músicas de seus discos individuais. Pessoalmente, nada me chama mais atenção no lp que sua própria capa. Mas não deixa de ser uma boa curiosidade fonomusical para fazer jus ao nosso lema: ouvir com outros olhos 😉

palavras mágicas – vera lúcia e côro
dia de folga – ronnie von
sonho encantado – quarteto maior
quero você – vanusa
tempo de acordar – ronnie von
cinderela e o anjo (dois amores) – vera lúcia e marcos
apocalipse – neuber
o rei das abóboras – quarteto maior
quem é você – joão luiz
o mago pornois – vanusa
eu era humano e não sabia – ronnie von
dia feliz (canção da cinderela) – vera lúcia

Vanusa (1973)

Bom dia! Quando eu glorifico os anos 70 não é atoa. Uma época onde até o que era considerando popularesco na música brasileira se tornou nos dias atuais e numa visão comparativa, uma coisa cheia de qualidades. Acho que o tempo, o amadurecimento, leva a gente a perceber isso. O nível da qualidade artística e criativa já foi bem melhor. Era um tempo onde ainda havia uma preocupação e um respeito com o público. O artista podia ser brega, simples, popularesco ou mesmo um ultraromântico e produzido, mas era um profissional de gabarito, tinha realmente qualidade. Hoje, basta ser bonitinho, saber rebolar e fazer o que o mestre mandar. Seguindo as tendências daquilo que leva ao dinheiro fácil, minando ainda mais a mediocridade do povão. O jeito é ir engolindo os Ídolos, neo sertanejos, funks e fuck…
Hoje eu trago aqui este disco da Vanusa. Uma excelente cantora, dona de uma voz poderosa, mas que poucas vezes conseguiu demonstrar este talento em discos. Dizendo assim, vocês hão de pensar que eu estou redondamente enganado. Mas se observarmos bem a sua trajetória, veremos que ela sempre esteve à serviço de um repertório irregular. Isso é uma coisa que pode acabar com o artista ou levá-lo para outros caminhos. Vanusa sempre foi uma artista batalhadora e eu acredito que em seu percurso, cheio de atribulações, a acabou levando por caminhos oscilosos. Neste disco de 1973 temos a cantora no auge da carreira, num de seus melhores momentos. O disco é produzindo por Wilson Miranda e conta com a participação e apoio de nomes com Lincon Olivetti, os maestros Portinho e Élcio Alvares, o saudoso Zé Rodrix e a dupla Antonio Carlos e Jocafi. O repertório é variado, com altos e médios, mas num todo um álbum muito bom. Duas das faixas são composições sua em parceria com Mário Campanha, entre elas o seu grande sucesso, “Manhãs de Setembro”. Tem também “Coisas Pequenas” de Zé Rodrix e Tavito (adoro essa música!). Um versão mais balançada e pop de “Neste Mesmo Lugar”, de Armando Cavalcanti e Klétus Caldas que ficou muito boa. Há espaço até para um pseudo-hard-rock com uma introdução de “Sabbath Bloody Sabbath” do Black Sabbath em “What To Do”, música de Papi e Alf Soares. E tem mais… confiram aí…
manhãs de setembro
você não morreu
o mago de pornois
quebra cabeça
neste mesmo lugar
what to do
estou fazendo hora
coisas pequenas
quero você
retrato na parede
mercado modelo
entre cinzas