Norte Forte (1977)

Boa noite a todos os amigos cultos e ocultos! Espero que todos tenha tido uma boa páscoa. Eu, de uns tempos para cá não tendo vontade de comemorar nada. Mas, enfim, vamos seguindo, uns dias chove, noutro dia bate sol. O que não pode faltar é a música, os discos e esse toque musical, que mesmo espaçado, continua firme em seus quase 9 anos de persistência.
Bom, mas voltando às coletâneas, aqui vai mais uma super bacana. Lp montado pela Continental, com seleção musical de Cesare Benvenuti, um lendário produtor, responsável por aquela onda de bandas e artistas que cantavam em inglês, no início dos anos 70. Aqui neste disco temos doze faixas e doze diferentes artistas, que como o próprio título sugere, são vindos no norte, mais exatamente relacionados a música nordestina. Acho que nem preciso repetir quem são os artistas dessa coletânea, está na capa, né? E o repertório também, escolhido a dedo. Confiram esta seleção, vale a pena...

a palo seco – belchior
beira mar – ednardo
sem nome – hareton salvanini
são saruê – marcus vinicius
o astro vagabundo – fagner
levanta poeira – banda de pífanos de caruarú
se o caso é chorar – tom zé
meu barco é você – joão só
meia vida – edson e aloisio
dono dos teus olhos – tetty
cantiga – orquestra armorial
você e tu – bendegó
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Salário Mínimo – Trilha Original Da Novela (1978)

Bom dia amigos cultos e ocultos! Começamos a segunda feira com o Salário Mínimo, mas garanto que até o fim de semana seremos os donos da empresa! Isso aqui, no Toque Musical, é claro!

Hoje é dia de trilha e aqui vou eu com outra de novela. Essa é outra que eu também não me lembrava, mas as músicas, com certeza, são inesquecíveis, na maioria. “Salário Mínimo” foi uma novela da Rede Tupi, em seu último fôlego. Escrita por Chico de Assis e dirigida por Antônio Abujamra. Foi ao ar no final de 1978. Nessa altura a Globo já tinha tomado o poder e formatado as telenovelas de uma tal maneira que não tinha muito para as outras emissoras. Só sobrou mesmo o salário mínimo. Este, por sinal, até hoje, continua uma novela…
Mas, peraí, do que é mesmo que eu estou falando? Que confusão, melhor eu me ater às músicas do disco. Como disse, o salário é mínimo, mas a trilha é boa. Além de alguns medalhões e sucessos populares inquestionáveis, temos também raros e curiosos momentos que a gente só vê e ouve em coletâneas ou trilhas como esta. Um bom exemplo é a faixa “Baião Collection”, uma espécie de ‘pot pourri’ do baião interpretado pelo cantor Fernando Mendes (aquele da ‘menina da cadeira de rodas), com participação de Luiz Gonzaga. O interessante nessa gravação é o arranjo moderninho, com guitarra e uma levada que parede assustar ao velho Lua. Num certo momento da música ele até brinca dizendo: “olha onde foi o meu baião… isso é discoteca… eu conheço isso aí…” E era mesmo, era o tempo da ‘dance music’ e se não dava para distorcer totalmente o baião, pelo menos no nome, “Baião Collection”(o ‘collection’ era um termo comum naquela época das discotecas). Outro encontro feliz é a faixa “Calçadas”, interpretada pelo Wilson Miranda, com participação do Paulo César Pinheiro. Tem também um Tom Zé em “Amor de estrada”, Marcelo cantando “Um sonho” de Gil, Marília Medalha em “Iceberg”, de Sueli Costa e Aldir Blanc, o impagável Sidney Magal e seu sucesso “Tenho”… É, tem muita música interessante, não deixem de conferir. 😉
então vale a pena – simone
sampa – caetano veloso
inconveniencia – lula carvalho
iceberg – marilia medalha
vida norturna – zizi possi
calçadas – wilson miranda e paulo cesar pinheiro
tico tico no fubá- waldir azevedo
tenho – sidney magal
baião collection – fernando mendes e luiz gonzaga
pode chegar – peninha
um sonho – marcelo
de vez em quanto – elizabeth
amor de estrada – tom zé
ai que filosofia – neuber

Canto Aberto (1973)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje estou postando aqui um disco que há muito foi solicitado no Toque Musical. Eu só não o fiz antes porque algumas faixas estavam muito comprometidas, o som estava péssimo, com muito chiado. Felizmente a coisa foi mais fácil do que eu pensava, afinal, trata-se de uma coletânea e algumas das músicas eu precisei apenas substituir. Essa é uma coletânea da RCA reunindo alguns artistas que passaram pela casa nos anos 60 e início dos 70. Estão aqui reunidos, como se pode ver na capa, Gal Costa em seu primeiro disco, quando ainda se chamava Maria das Graças; Maria Bethania em seu tempo de guerra; Tom Zé, também em seus primeiros momentos; Geraldo Vandré ao vivo e acompanhado pelo Trio Marayá; o cantor e compositor Piti (do qual nada se encontra na rede) e Luis Carlos Sá, da dupla Sá & Guarabyra em seu raríssimo compacto lançado em 1966, com a música que participou do I Festival Internacional da Canção – Rio. Estrategicamente lançado em 1973, “Canto Livre” é uma coletânea de compactos (primeiros discos) de artistas do momento, que estavam se consagrando como os futuros grandes nomes da mpb. Como esses compactos são hoje coisas raras, certamente este álbum não fica por menos. Confiram aí…

eu vim da bahia – gal costa
são benedito – tom zé
despedida – piti
disparada – geraldo vandré e trio marayá
enredo – piti
sol negro – maria bethania e gal costa
eu vivo num tempo de guerra – maria bethania
sim, foi você – gal costa
maria do colégio da bahia – tom zé
inaiá – luis carlos sá
canto aberto – geraldo vandré
irene – tom zé

Vinicius de Moraes – Eterno Retorno (1986)

Eis que chegamos ao final de 2009. Apesar de vários pesares, eu não posso reclamar e dizer que foi um ano ruim. Teve chuva e teve sol, alegrias e tristezas. Mas a vida é isso, uma sequência ao acaso num caso sempre sequente. Entre tantas coisas que nos deixam para baixo, tivemos por aqui e diariamente, a música e as boas lembranças para nos por para cima. Um alento em dias tão tumultuados. Estar a frente deste blog tem sido para mim, uma terapia, um exercício de cultura musical, de relacionamento e principalmente um grande prazer. O que eu ganho em contrapartida ao apresentar diariamente uma nova postagem é mesmo a satisfação, alguns bons amigos cultos e outros ocultos. Um relacionamento agradável com pessoas com as mesmas afinidades. Isso é prazer 🙂

Bom, deixemos o resto das considerações finais para amanhã. Vamos com o álbum do dia. Temos aqui esta coletânea dedicada ao poetinha Vinícius de Moraes. Pessoalmente, eu gosto bem de coletâneas. Elas geralmente trazem surpresas, gravações raras ou artistas inesperados. “Eterno Retorno” é um disco assim, com um variado leque de artistas interpretando músicas de Vinícius de Moraes e seus parceiros. A coletânea foi idealizada e produzida pelo radialista e escritor Simon Khoury. Tive a impressão, pelo subtítulo “Homenagem ao autor”, de que este disco faz parte de alguma série. Porém não encontrei nenhum outro nas mesmas condições, embora conste que Simon produziu outros grandes nomes como Johnny Alf, Carmen Costa e Sebastião Tapajós. Pela capa deste lp já podemos saber quem são os intérpretes, o que dispensa a convencional listagem com a relação das músicas. Taí, mais um disco bacana para se ouvir no fim de ano. Boas festas!