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Salinas – Alice Street Gang (1976)
Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Eu, como sempre inicio justificando as pausas e falhas de postagem em nosso Toque Musical. Vocês já sabem, é falta de tempo! Não foi a toa que eu resolvi incluir outros textos do amigo Samuel Machado Filho, além dos habituais em nossa coleção Grand Record Brazil. Se dependesse apenas dele, nossas postagens continuariam diárias e sem furo. Já tenho aqui uma dezenas de textos prontos para os diferentes discos que enviei para ele. Falta agora, tão somente, eu publicar, mas nem para isso eu tenho tido tempo. Hoje, por acaso, a manhã tá livre, daí eu me divirto mais e tomo a direção e apresentação.
Trago para este sábado um disquinho curioso. Comprei este lp há alguns anos atrás. Achei a capa interessante, pensei até se tratar de uma banda de rock, daquelas obscuras dos anos 70. Levei o disco sem olhar muito, afinal haviam outros na compra e como estava barato, foi na leva. Só alguns dias depois foi que eu vim a conhecê-lo realmente. De saída fui logo percebendo que não se tratava de rock e sim de algo no gênero ‘disco music’. E para a minha surpresa o tal Alice Street Band era conduzido por Daniel Salinas. Quer dizer, trata-se de um trabalho do eclético maestro Daniel Alberto Salinas, produzido, arranjado e tocado por ele. Eu já cheguei a postar aqui outro disco dele, o “Paz, Amor e… Samba”, de 1972. Salinas foi um maestro e arranjador muito atuante nos anos 60 e 70, trabalhando com artistas da Jovem Guarda e tantos outros dos mais variados gêneros nas décadas seguintes. Agora voltamos com este, da era ‘discoteca’. Naquele estilo inconfundível da música americana da segunda metade dos anos 70, quando a ‘disco music’ tomou conta do pedaço. Lembram aquelas músicas de aberturas em seriados tipo ‘As Panteras’, ‘Casal 20’, ‘Chips’… é por aí… Lembra também, inevitavelmente, o Eumir Deodato, principalmente na música de abertura, ‘Also Sprach Zarathustra’ em fusão com ‘Bahia’, clássico de Ary Barroso. Salinas mostra em seus arranjos que não fica por menos, apresentando um trabalho de primeira linha. Tenho certeza de que se algum desavisado ouvir este álbum é capaz de dizer que é coisa de gringo, estrangeiro. E tem tudo a ver, não só pela qualidade dos arranjos e execução. Um trabalho bacana, digno de muitos toques musicais. Pessoalmente, nunca fui muito fã do estilo, mas hoje, sou capaz de ouvir e dizer, realmente foi um trabalho bem feito. Fiquei pensando de onde foi que o Salinas tirou esse nome de ‘Alice Street Gang’. Desconfio que trata-se do endereço do estúdio da Amazon Records, na Rua Alice, do bairro das Laranjeiras, Rio de Janeiro, onde a gang tocou. Tá no selo… 🙂
Nostalgia Eletrônica Orquestra (1975)
Bom tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Vamos aos poucos nos adaptando à nova casa. Eu, principalmente, tenho ainda muito a aprender com essas novas ferramentas da plataforma WordPress. Felizmente, estou bem assessorado e isso me encoraja a tocar o barco. Hoje eu estou trazendo o disco que havia programado para ontem, mas acabei ficando sem condições para faze-lo. Como já havia postado uma dose de humor, deixei essa reinar mais um pouco.
Vamos assim com a “Nostalgia Eletrônica Orquestra”, um albinho curioso que logo que vi me chamou a atenção. Inicialmente eu pensei que se tratasse de um disco de música eletrônica, não essa ‘eletrônica pop ecstasyada’, mas aquela experimental onde se usava teclados moogs, sintetizadores e até teremins, muito comuns nos anos 60 e 70. Bom, na verdade não é nem um, nem outro, mas continua sendo curioso, um disco bem diferente.
Temos aqui o maestro, arranjador e produtor paulista, Daniel Salinas à frente desta orquestra, que é na verdade um conjunto no qual estão inseridos outros grandes músicos, mais conhecidos em trabalhos de estúdio. Salinas, além dos arranjos e direção, pilota diferentes tipos de teclados eletrônicos e o piano. Acredito que a escolha do nome Nostalgia Eletrônica Orquestra se deu por conta de um repertório de músicas antigas, principalmente chorinhos e serestas, frente a uma roupagem instrumental moderna para a época, com destaque para os teclados eletrônicos com poder de orquestra e em arranjos desconcertantes. Para quem conhece um pouco o trabalho do Daniel Salinas sabe o quanto o cara é eclético. Já trabalhou com o pessoal da Jovem Guarda e até com bandas de rock, como o Made In Brazil. Eu conheço uns três ou quatro discos dele e o que me atrai é justamente essa sua capacidade de misturar as coisas. Vai do jazz a dance music, do samba ao rock, do brega ao clássico e por aí… tudo sempre de maneira competente. Vale a pena conferir este elepê que é um bom exemplo da variações musicais de Salinas e a sua Nostalgia Eletrônica Orquestra.
jura
luar do sertão
mestiça
tico tico no fubá
rapaziada do brás
casinha da colina
aquarela brasileira
casinha pequenina
andré de sapato novo
club XV
odeon
A Fábrica – Trilha Original Da Novela (1971)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Ainda na estrada, sem saber direito a que horas eu estarei de volta, vou aproveitar enquanto tomo o café para fazer esta postagem. Hoje iremos com outra trilha de novela, a única que eu tinha à mão, ou melhor, no meu computador.
Salinas – Paz, Amor e… Samba (1972)
Este álbum foi ‘um achado’. Ou melhor, um enviado, raro e desconhecido. Uma colaboração do meu amigo Paulo, dono de um pequeno, mas precioso sebo de discos. Fiquei surpreso com este trabalho e o grupo que eu até então não conhecia. Fiz uma pesquisa rápida na rede para ver se encontrava alguma informação. Até onde fui, não havia nada de esclarecedor além do fato de que Salinas é o sobrenome do arranjador Daniel Salinas (seria o mesmo Daniel Salinas arranjador dos discos do Made In Brazil?). Na capa, segundo o meu amigo, também não há muito o que contar. Gravado pela Copacabana em 1972, o álbum é magnífico. Lembra muito o Walter Wanderley, o Trio Mocotó e umas pitadas de Lalo Schifrin. Uma fusão rítmica de batucada e orgão bem ao estilo dos anos 60. Quem tiver alguma informação complementar, por favor, não se faça de rogado, comentem! Vale a pena apostar neste toque.