Arquivo da categoria: Pedro Sorongo
Pedro Sorongo – Sorongando – Uma Coletânea Toque Musical (2012)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu atrasei, mas não vacilei. Ainda no último momento do dia, aqui estou trazendo sempre uma boa surpresa. Passei duas horas preparando esta coletânea especial e exclusiva em homenagem ao grande músico, o compositor e percussionista Pedro Santos, ou mais conhecido como Pedro ‘Sorongo’.
Ao ler uma mensagem postada hoje no blog pela Lys Araújo, filha de Pedro, acabei me empolgando e passando a tarde toda ouvindo diversos discos onde o artista deu lá a sua contribuição. Discos de diversos e diferentes artistas e também trabalhos seus. Não foi fácil selecionar apenas 35 gravações. Aliás, difícil foi reduzir a apenas esse número. O cara gravou muito e com muita gente. Separei aqui o que me pareceu mais interessante. Gosto pessoal, mas com toda certeza irá agradar a muita gente. Como são muitas músicas, podemos considerar este ‘webdisco’ um álbum duplo, ou triplo se fosse o caso de ser vinil. Para embrulhar o presente, fiz também a capa e contracapa. Como todos sabem, gosto de serviço completo. O bom de coletâneas como essa é que ela só seria possível nessas circunstâncias. Comercialmente isso nunca iria acontecer. Então, não percam tempo, vamos a mais “Uma Coletânea Toque Musical”. São tantas as músicas que eu fiquei com preguiça de lista-las como de costume. Mas vocês poderão checar na contracapa, ok? Vamos lá…
Maria Creuza – De Onde Vens (1972)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje vamos ligeirinho… estou cheio de costura, como dizia a minha tia. Muito serviço e pouco tempo livre. Enquanto saí o café, vamos ao disco do dia 🙂
Hoje eu tenho para vocês a Maria Creuza, grande cantora baiana, em um álbum lançado originalmente na Argentina. Aliás, me parece (salvo o engano), a gravação também foi feita por lá, lançado através do selo Trova. A capa, inclusive, era outra (a da imagem pequena). No Brasil o disco saiu no mesmo ano de lançamento na Argentina, 1972, mas com outra capa. Me parece também que no seu relançamento em cd a capa já surge com o título “De onde vens”, coisa que não constava no vinil nacional. Um outro fato que reforça a minha suposição do disco ter sido mesmo gravado na Argentina é a participação especial de Sebastião Tapajós e Pedro (Sorongo) Santos, que naquela época também estavam por lá fazendo gravações e apresentações.
Sebastião Tapajós & Pedro Dos Santos – Volumes 1 e 2 (1972)
Olá, amigos cultos e ocultos! Como tenho recebido vários pedidos de postagens de discos com o Pedro Santos, o Sorongo, decidi então postar alguns arquivos que recebi há tempos atrás. Eu só não o fiz antes porque vieram incompletos, sem encartes e imagens dos selos. Como vocês sabem, eu aqui no Toque Musical gosto de fazer a coisa no capricho, ou pelo menos procuro fazê-lo. Se tem uma coisa que me deixa chateado é baixar um arquivo de um disco que eu muito queria e ao abri-lo, vejo que está incompleto, sem encartes ou em baixissima resolução. É mesmo de amargar… Por outro lado, há coisas que não tem mesmo solução e se a gente quer mesmo postar tem que usar a imaginação, ou pelo menos aproximar do padrão. Nessas horas eu ponho o departamento de criação para funcionar e o resultado é o que vocês já conhecem.
No caso de hoje, o que eu fiz foi aproximar do padrão, ou seja, arrumei as capas e contracapas e dei uma tratada no som. Faltou os selos e uma melhor resolução para as imagens, mas tenho certeza que os prezados amigos saberão entender.
O que temos aqui são gravações feitas pelo violonista Sebastião Tapajós em parceria com o percussionista Pedro (Sorongo) Santos em temporada na Argentina, no início dos anos 70, para o selo Trova. Até onde eu sei, esses discos nunca chegaram a ser lançados no Brasil. Mesmo passados mais de 30 anos, eles ainda continuam meio que inéditos do grande público brasileiro. Hehehe… grande público brasileiro… parece piada… Será que o ‘grande público’ brasileiro já esteve algum dia interessado em música instrumental e mais exatamente em Sebastião Tapajós ou Pedro Sorongo? Pois na piada ou não, eu entendo que o que faltou foi a credibilidade por parte das gravadoras nacionais em relação à arte dos nossos artistas e instrumentistas. Faltou mais atenção, espaço e respeito ao público. ‘Liquidificaram’ a arte musical oferecendo ao público produtos de qualidade duvidosa ou mesmo ruim. Neste sentido, me refiro à música popular ‘maquiada’, seja ela direcionada ao rico ou ao pobre. Bom senso, qualidade e sensibilidade, felizmente, não dependem necessariamente do poder aquisitivo ou se restringe à uma única classe social. Daí que nem tudo caiu dentro desse liquidificador. Algumas coisas resistem, seja por convicção desses artistas e seu verdadeiro público, ou incompatibilidade, na visão míope da maioria dos produtores fonográficos (e porque não dizer, culturais!). Eis aqui um caso típico, Sebastião Tapajós e o redescoberto Pedro Santos. Gravaram, literalmente numa sentada o que rendeu dois belíssimos discos, os quais foram dirigidos e arranjados pelo compositor e produtor espanhol Mike Ribas, muito atuante na Argentina nos anos 70. Não posso afirmar com certeza, mas desconfio que o Danilo Caymmi também participa das gravações como flautista. O que faz esses dois volumes serem excepcionais é acima de tudo a sintonia entre os dois músicos, também excepcionais. Pedro Sorongo usa e abusa de seus recursos rítmicos e percussivos, tirando sons inusitados de deixar qualquer discípulo do Naná Vasconcelos de boca aberta. Sebastião Tapajós, por sua vez, harmoniza tudo isso num virtuosismo também espantoso. Os caras são mesmo feras. Não é atoa que são mais conhecidos lá fora do que aqui no Brasil. Conhecidos e respeitados, é bom dizer! Quem ainda não trombou com esses discos em outros blogs, não vai agora perder a chance e em dose dupla! Bom demais!
Pedro Santos – Krishnanda (1968)
Nas alternadas musicais, temos hoje um disco raro e conhecido por poucos. Eu mesmo, até pouco tempo atrás, nunca havia reparado na presença de Pedro Santos e seu “Krishnanda”. Um disco que vai cair bem com o clima Marcos Valle da semana. Este disco/arquivo me foi enviado por um colaborador, que como eu, pouco sabia sobre o álbum e seu artista. Por várias vezes pesquisei na rede sobre Pedro Santos, mas nunca consegui chegar além dos vagos comentários e ofertas nos ‘eBays’ da vida moderna. Em total obscuridade, este artista e o álbum tem tudo a ver com a letra da música “Um só”, terceira faixa do lp. “… aquele que na palavra entender, no nome não se prender, pode ver bem quem eu sou. Mas quem no pé da letra cair, do nome não vai sair, porque no nome não estou…” Realmente, não houve muito o que pudesse vir a luz simplesmente pelo nome. Depois de muito fuçar, acabei caindo no blog do Ed Motta. O cara é mesmo antenado… se liga em tudo, tem um ótimo faro musical e além do mais ainda tem um blog!. Aliás, diga-se de passagem o Ed é o ‘supra-sumo’ da sofisticação – cada dia mais apurado. Foi justamente através dele (pelo blog) que me interei mais a respeito do Pedro Santos. “Percussionista importante em vários discos no Brasil, um experimentalista por excelência, inventou vários instrumentos entre eles a Tamba, tocada por Helcio Milito no Tamba Trio, e que por essa ligação é o produtor desse raro disco de 1968, o Krishnanda lançado pela CBS.” Palavras de Mr. Ed, especialíssimo!
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