Arquivo da categoria: Selo Phonodisc
Bob Fleming – Jovens Enamorados (1971)
Aqui temos, mais uma vez, o lendário Bob Fleming, encarnado na figura do saxofonista mineiro Moacyr Silva e também o carioca Zito Righi, que segundo contam foi quem primeiro recebeu a alcunha dada por Nilo Sérgio, produtor e diretor da gravadora Musidisc/Brasil. Confesso a vocês que já nem sei mais quem é quem, ou por outra, não posso afirmar que este disco seja o Bob Fleming Moacyr ou Zito. Mas, considerando o ano de lançamento deste disco, originalmente em 1971 (e reeditado em 83) e também pela ‘pegada’ no sax, acho que este aqui é mesmo o Moacyr Silva.
“Jovens Enamorados” é um disco romântico dividido em temas nacionais e internacionais. Penso até que seja este lp uma coletânea, visto que há aqui gravações que parecem serem de momentos diferentes. Independente disso, trata-se de um bom disco, com bons solos de saxofone, que muito me faz lembrar outro grande saxofonista, o americano Ben Webster. Não deixem de conferir no GTM…
.
O Melhor Do Millôr (1986)
Em sua postagem de hoje, o TM presta merecida homenagem àquele que foi um dos maiores humoristas brasileiros, de longa atividade na imprensa brasileira, tendo sido jornalista, escritor, desenhista, tradutor, escritor, poeta e dramaturgo. “Enfim, um escritor sem estilo”, como ele mesmo se apresentava. Trata-se de Millôr Viola Fernandes. Ele era do subúrbio do Méier, zona norte do Rio de Janeiro, e ali nasceu a 16 de agosto de 1923, filho do imigrante espanhol Francisco Fernandes e da brasileira Maria Viola Fernandes. Entretanto, por descuido dos pais, só acabou registrado quase um ano depois, a 27 de maio de 1924, que passou a ser sua data oficial de vinda ao mundo, com o nome de Mílton Viola Fernandes (o nome Millôr teria se originado da letra garranchenta do escrivão!). Em 1925, ainda bebê, Millôr perdeu o pai, então com 36 anos de idade, e sua mãe passou a trabalhar como costureira, além de alugar parte do casarão em que a família morava (eram quatro filhos, incluindo Millôr). Em 1934, quando cursava o ensino básico, ele perdeu também a mãe, vítima de câncer. Os irmãos se separaram e Millôr, então com 10/11 anos de idade, foi morar com a avó num quarto no fundo do quintal da casa do tio materno, Francisco. Ainda em 34, estimulado pelo tio paterno, Antônio, enviou um desenho para “O Jornal”, matutino que pertencia aos Diários Associados. O trabalho é aceito e publicado, e ele recebeu um pagamento de dez mil-réis. Aos quinze anos, em 1938, conseguiu seu primeiro emprego fixo, como entregador de um remédio para os rins (!), mas ele durou pouco na função, logo se ocupou do trabalho que o acompanhou para o resto da vida. Ainda em 38, passou a trabalhar na revista “O Cruzeiro”, então a de maior circulação no Brasil, como paginador, contínuo e factótum. Em 1943, escreve a seção “Poste escrito”, para a revista “A Cigarra”, também dos Diários Associados e, dois anos depois, em “O Cruzeiro”, estreia a seção “O Pif-Paf”, sob o pseudônimo de Emanuel Vão Gogo, em parceria com o cartunista Péricles Maranhão, criador do Amigo da Onça. Em 1946, sai o seu primeiro livro, “Eva sem costela – Um livro em defesa do homem”, sob o pseudônimo de Adão Júnior, e depois viriam muitos outros, tais como “Tempo e contratempo” (como Emanuel Vão Gogo, 1949), “Lições de um ignorante” (1963), “Fábulas fabulosas” (1964), “Papaverum Millôr” (1967), “Trinta anos de mim mesmo” (1972, um apanhado de seus melhores trabalhos na imprensa), “Compozissõis imfãtis” (1975, aliás o título é esse mesmo), “O livro branco do humor” (idem ao anterior) e “Millôr definitivo – A Bíblia do caos” (1994). Em mais de 70 anos de carreira, Millôr ganhou fama por suas colunas de humor gráfico em publicações como “O Pasquim”, “Correio da Manhã”, “Tribuna da Impernsa” (que pertencia a seu irmão Hélio Fernandes), “Jornal do Brasil”, “Veja” e “Istoé”. Em seus trabalhos costumava valer-se de expedientes como a ironia e a sátira para criticar o poder e as forças dominantes, sendo consequentemente bastante confrontado com a censura. Escreveu também inúmeras peças teatrais, como “Um elefante no caos”, “Liberdade, liberdade” (com Flávio Rangel), “É…” (talvez seu maior sucesso nessa área), “Os órfãos de Jânio” e “Computa, computador, computa”, além de ter traduzido outras 74, caso de “O prodígio do mundo ocidental” (John M. Synge), “Quem tem medo de Virgina Woolf?” (Edward Albee), “Pigmalião” (Bernard Shaw) e “Rei Lear” (Shakespeare). Outro fato marcante na vida de Millôr foi a invenção do frescobol, esporte que implementou junto com outros colegas na Praia de Ipanema, em 1958. No cinema, colaborou em três filmes dirigidos pelo argentino Carlos Hugo Christensen: “Amor para três” (1960), “Crônica da cidade amada” (1965) e “O menino e o vento” (1967), e foi ainda corroteirista em “Modelo 19” (1950). Com a saúde fragilizada após sofrer um AVC, no começo de 2011, Millôr Fernandes morreu no dia 27 de março de 2012, aos 88 anos de idade, deixando um vasto e expressivo legado para as futuras gerações. Dele também faz parte o álbum que hoje o TM possui a satisfação de oferecer hoje a seus amigos cultos e ocultos. É “O melhor do Millôr”, lançado em 1986 pela Continental (selo Phonodisc). Sob a batuta do produtor Solano Ribeiro (notório pela organização de festivais de MPB para a televisão), e com a participação de Fernanda Montenegro, Fernando Torres (marido de Fernanda), Luiz Carlos Miéli, Ruy Affonso (igualmente responsável pelo roteiro deste disco) e, claro, do próprio Millôr, o álbum é praticamente um resumo da trajetória dele como humorista e escritor. Temos aqui, por exemplo, uma de suas “Composições infantis”, “A água”, o conto “O abridor de latas” (“o primeiro escrito inteiramente em câmera lenta”, segundo definiu o próprio autor), o poeminha “Última vontade”, “Poesia matemática”, o “Decálogo do machão”, “Confúcio disse”… Enfim, uma obra-prima digna de ser desfrutada, que se constitui em diversão garantida e, ao mesmo tempo, uma merecida homenagem que o TM faz a este notório e inigualável humorista que foi Millôr Fernandes!
*Texto de Samuel Machado Filho
Orquestra Românticos De Cuba – Românticos De Cuba No Rio (1983)
\
Sivuca E Rildo Hora – Sanfona E Realejo (1989)
Muito boa noite, amigos cultos e ocultos! Como vocês já devem ter reparado no GTM, os nossos ‘toques’ estão vindo agora com senha e essa acompanha a postagem no grupo. Parece meio idiota e sem sentido fazer isso, ou mesmo uma chatice a mais para se acessar o disco. Mas isso tem uma razão e eu explico. Acontece que muitos dos arquivos hospedados no Depositfiles ultimamente, tem sido apagados ou mesmo restritos. E eu só fico sabendo disso se alguém comenta. Creio que esses arquivos que a gente hospeda nesses sites, ficam, na verdade, muito expostos e a mercê da vontade e interesse de seus adminstradores. Eles, no fundo, não estão ligando à mínima para o conteúdo, desde de que esse não venha a lhe trazer problemas. Se der ‘ibope’, ainda melhor. Mas o certo é que contas ‘free’ estão sempre sujeitas a invasão e periodicamente são vasculhadas e quando acham por bem, bloqueiam ou apagam o que bem lhes interessar. Para evitar um pouco ou dificultar o monitoramento, descobri que pondo senha no arquivo compactado, dificulta a ação dos censores. Por isso temos agora a tal senha, ok?
Bom, para fechar bem a semana, ou dar início a uma nova, anuncio aqui o disco do domingo. Vamos hoje com o saudoso Sivuca ao lado de Rildo Hora. Um encontro da sanfona com o realejo. Realejo aqui no caso é um outro nome dado à gaita de boca, ou harmonica. Neste lp vamos encontrar os dois artistas muito a vontade, apresentando um repertório dos mais agradáveis. Entre temas autorais, temos também músicas de Caetano Veloso, da dupla Milton Nascimento e Fernando Brant, do grupo Boca Livre, Moraes Moreira, Jacob do Bandolim e por aí a fora… Um bom disco que sempre vale a pena ouvir de novo 🙂 confiram…
São Paulo Dixieland Band – Homenagem À Robert (1976)
Olá amigos cultos e ocultos do Toque Musical! Aqui vai, mais uma vez já no fim do dia, a nossa postagem. Hoje eu trago para vocês um disco que há tempos eu venho ensaiando em posta-lo, mas nunca achava um momento. Vamos hoje ouvir a São Paulo Dixieland Band. Um conjunto criado no início dos anos 60 por um grupo de rapazes apaixonados pelo chamado ‘hot jazz’, ou ‘dixieland’, um estilo de jazz típico de New Orleans. Entre seus músicos mais famoso, temos o pianista Nelson Ayres que foi um dos fundadores. O baixista Zeca Assumpção também foi um músico que começou sua carreira na São Paulo Dixieland Band. Fernando Kfouri, Pedro Lodovici e Décimo Mazzocato são também membros fundadores importantes da banda e já tocaram com muitas feras do jazz americano. Este álbum, reúne gravações feitas pelo grupo em setembro de 1975. Na ocasião, Nelson Ayres, já famoso, reconhecido internacionalmente como um dos mais brilhantes pianistas mundiais, apareceu nos estúdios e deu até uma ‘palinha’, gravando com eles (sem ensaio e de supetão) a música “Indiana”. Este disco saiu como uma homenagem ao clarinetista da banda, Robert Ouakil, que veio a falecer um mês após as gravações.
royal garden blues
mama’s gone
i want a big butter and eggman
black and white rag
indiana
at the jazzaband ball
sweet georgia brown
limehouse blues
i ain’t gonna give nobody none of this jelly roll
everybody you’ll be sorry
coney island washboard
Dilermando Reis – Dilermando Toca Pixinguinha (1988)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! A lista de solicitações de novos links vem crescendo a cada dia. Por mais que eu venha postado uns três por dia, ainda assim a lista só vem crescendo. O jeito é mesmo esperar até que eu chegue naquele que você solicitou. Enquanto isso, melhor mesmo é ir curtindo a postagem diária. Sempre uma velha boa nova.
Hoje teremos um disco exemplar, para valer a semana (se é que ainda não valeu). Que tal ouvirmos a música de Pixinguinha na interpretação impecável de Dilermando Reis? Não preciso nem dizer mais nada, não é mesmo? Estas gravações são da década de 60 e foram relançadas em vinil em 1988 pelo selo Phonodisc. Vou ficar aqui esperando para ver quem vai pedir primeiro.
carinhoso
lamentos
cheguei
ingênuo
cinco companheiros
vou vivendo
naquele tempo
chorei
cochichando
segura ele
urubatan
proezas do solon
Manezinho Araujo – Pra Onde Vai Valente? (1986)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Aqui vamos nos com a postagem do domingo. Queria ter apresentado este disco hoje, logo cedo. O dia estava ótimo e me inspirou a tal postagem. Infelizmente, acabei envolvido como outras tarefas de fim de semana. Só agora é que liberei…
Temos assim o Manezinho Araújo, mais um grande artista, vindo lá de Pernambuco. Um nordestino da melhor qualidade, talvez o primeiro com quem eu ouvi uma embolada. Cantor, compositor e pintor. Veio para o Rio de Janeiro nos anos 30. Gravou de 1933 a 56 diversos discos de embolada, e também frevos, côcos e sambas. Durante esse período lançou com sucesso músicas de sua autoria como “Quando eu vejo a Margarida”; “Cuma é o nome dele?”; “Pra onde vai Valente?” e outras mais… Gravou também e com sucesso outros autores nordestinos. Ficou conhecido como o “Rei da Embolada”. Ainda nos anos 50 decidiu abandonar a carreira de cantor. Segundo contam, seu show de despedida tinha quase 10 mil pessoas! Passou a se dedicar á culinária, abrindo um restaurante de comidas típicas nordestinas. Depois se enveredou para as artes plásticas, se transformando num pintor. Conseguiu também projeção e renome neste campo, tendo seus trabalhos expostos em dezenas de exposições e constando em catálogo das mais diversas galerias e museus, inclusive internacionais.
Este álbum, lançado em 1986, reúne alguns de seus maiores sucessos, todas as músicas sendo de sua autoria. Uma delícia que cairia bem no domingo, mas pode também se estender pela semana. Alegre e divertido. Quer conferir?
Feliz Natal – Vários (1978)
Na sequência, aqui vai mais um para encher o saco do bom velhinho, hehehe… Desta vez temos um álbum lançado em 1978 pelo selo Phonodisc. Uma coletânea de fonogramas natalinos com diferentes artistas da Continental. São, naturalmente, os sempre mesmos temas clássicos de Natal. Porém, vale a pena ouvir diferentes versões e interpretações, não é mesmo?