Rago – Em Sonorâmico (1960)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Como fiquei por quase dois meses sem fazer novas postagens, acho que muita gente pensou que o Augusto aqui não fosse voltar. Mas enquanto ouver sulco na agulha o Toque Musical continua mandando brasa! Como já havia comentado, estou aos poucos repondo novos links. Primeiro cuidamos da postagem diária, depois vamos para as solicitações de reposição de links pedidos por vocês. A propósito disso, conto com a paciência de todos, pois vou colocando novos links de acordo com a ordem de chegada. Estamos ainda na pendência de 119 novos links. Aos poucos ou aos muitos eles saem. Paciência…
Escolhi para hoje este disco do violonista e compositor paulista Antonio Rago. Juro que eu nem lembrava de que já havia postado aqui um outro disco dele. Aliás, uma coletânea, a qual traz diversas músicas deste outro que estou trazendo agora. Certamente, quem estiver lendo este post já sabe onde clicar para chegar à postagem do disco anterior. Lá também vocês saberão um pouco mais a respeito desse artista.
“Rago, Em Sonorâmico” foi um lp da Continental, lançado em 1960. Neste álbum Rago vem acompanhado por seu regional, formado com Portinho, na clarineta; Hortêncio, na gaita; Jocy Alves, no violão; Nefe, no contrabaixo; Xixa, no cavaquinho e Pedro (Sorongo) no pandeiro. Antonio Rago, como se pode ver na capa do disco, vem pilotando seu violão elétrico, instrumento esse, criado exclusivamente para ele pela fábrica Di Giorgio. No repertório temos uma seleção variada de ritmos, entre boleros, baiões, mambo, choro, toada, samba e cha cha cha. Todas as músicas são de sua autoria.

jamais te esquecerei
folinha
mentiroso
mambo na glória
se ela voltasse
cha cha cha
em tuas mãos
o barão na dança
festa portuguesa
encantamento
boneca japonesa
você é meu samba

Jamelão – Samba Enredo – Sucessos Antológicos (1975)

Boa noite, amigos foliões! Antes de sair para o último dia de festa (aliás, o dia realmente da festa), vou deixando a nossa postagem. Mais uma vez, dentro do clima, o nosso tema é o carnaval. Para hoje eu reservei este álbum da pesada do Jamelão. Temos aqui um lp lançado em 1975 pela gravadora Continental. Estão reunidos dez sambas enredos defendidos pelo grande sambista, um dos maiores puxadores de escolas de samba. As dez faixas, como se pode ver, fazem mesmo valer o disco. Confiram aí, porque eu aqui já estou de saída. A folia me aguarda 🙂

cântico a natureza
o grande presidente
rio antigo
cada grande e senzala
o fabuloso mundo do circo
rio grande do sul na festa do negro fôrro
dona bêja, feiticeira de araxa
exaltação a mangueira
terra de caruaru
apoteose do samba

Banda Os Dragões Do Rei – Antigas Marchas Carnavalescas (1958)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! No pique do carnaval, abrimos a nossa segunda feira ao sons de antigas marchas carnavalescas. Hoje seria um dia dedicado ao GTM, com os sempre brilhantes textos do nosso amigo Samuel Machado Filho. Porém eu não tive tempo de preparar uma seleção de 78 rpm para o Samuca, além do mais, na sequência do GTM, o que teremos é a continuação da série Jacob do Bandolim. Fica assim prometido, ok?
Mas como eu dizia, nosso encontro hoje é com as antigas marchinhas de carnaval, apresentadas aqui pela gravadora Continental, através da banda “Os Dragões do Rei”, nome este dado a uma típica banda, que contou com três grandes regentes arranjadores: Radamés Gnattali, Guido de Morais e Severino Araújo. O disco foi lançado em 1958, trazendo em seu repertório velhas marchas carnavalescas, num estilo bem tradicional, procurando dessa forma relembrar e mostrar que mesmo diante às mudanças que aconteciam na música brasileira naquela época, a verve musical ainda era a mesma. Taí, um lp dos mais interessantes. Para se ouvir durante e depois do carnaval. 🙂

touradas de madrid
hino do carnaval brasileiro
ridi palhaço
tem gato na tuba
linda lourinha
história do brasil
pirata da perna de pau
linda morena
grau 10
pepita de guadalajara
trem blindado
lancha nova

Ted Moreno – Sambas Que A Vida Escreveu (1960)

Olás! Noite encalorada. Sexta feira boa para se tomar uma cervejinha. Vamos nessa?

Então, vou mandar brasa aqui para não demorar.

Nosso encontro hoje é com o cantor, compositor e maestro Ted Moreno. Este artista esteve atuante durante os anos 50 e 60. Começou como cantor romântico, depois tornou-se maestro, trabalhando com orquestras da Rede Globo. Não há muita informação sobre ele na Rede, além de anúncios de venda de discos. Inclusive nos ‘sites enciclopédias’ de música brasileira, seu nome é apenas citado.

Bom, mas falando aqui do disco, que beleza é este álbum. Lançado em 1960 pela gravadora Continental, temos nele um repertório de sambas canção da melhor qualidade, alguns inclusive de autoria do próprio Ted Moreno. Vale a pena conferir 🙂

samba que a vida escreveu

carinho e amor

onde estava eu

enquanto houver amor

mestre vicente

mulher, simples mulher

um nome de mulher

lamento no morro

o amor e a rosa

mundo mau

mudemos de assunto

a banca do distinto

céu e mar

Osny Silva – Minha Canção De Amor (1962)

Boa noite a todos! Continuo meio baqueado, mas nada como um Voltaren para dar uma aliviada. Hoje, por sorte, eu tinha aqui um disco já na agulha. Diferente das duas ou três últimas postagens, para esta eu já tenho prontas todas as faixas, basta apenas enviar para Mediafire. Vamos mais uma vez com o cantor Osny Silva, marcando presença para que não marque de toca. Temos aqui uma seleção de ritmos variados, fox, samba, tango, bolero, balada… Uma prova de que o nosso cantor se dava bem em qualquer um desses estilos. Confesso que nem tive tempo de ouvir direito o disco. Mas agora vamos juntos. Ainda bem que tem uma seção de comentários para cada postagem 🙂 Assim fica bem mais fácil, né não?

o trovador de toledo

escreva-me

minha canção de amor

granada

leva eu saudade

fujo de ti

valencia

fome de amor

no azul da noite

pense em mim

voltarás

cristal

Orquestra E Coral De Severino Filho – Onde Nos Leva O Ritmo (1961)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados de plantão! Hoje, por certo, muitos esperavam aqui uma homenagem à cantora e apresentadora de televisão, Hebe Camargo, que veio a falecer na madrugada deste sábado. Eu, infelizmente, fui pego de surpresa, não tinha nenhum disco dela à mão. Aliás situações como essas sempre acontecem quando menos esperamos. De qualquer forma, enviei ao GTM um novo link para o único disco dela que temos postado aqui, o álbum “Sou Eu”, de 1960.

Nosso disco de hoje, que eu já havia preparado com antecedência é “Onde nos leva o ritmo”, álbum raríssimo de Severino Filho, com seu coral e orquestra, lançado pela gravadora Continental, em 1961. Temos aqui uma seleção dos mais variados ritmos, representados em sucessos nacionais e internacionais da época. O grande pecado aqui é o estado do disco. Em algumas faixas não há programa de som que dê jeito, infelizmente. Mesmo assim, vale a pena (e muito) dar uma conferida no ‘carioca’.

pepe

um beijo, nada mais

shimy shimy ko ko bop

je te tendrai les bras

desespero de causa

tenderly

la pachanga

chopin em ritmo de samba

my favorite things

laura

amapola

barração

Ciro Pereira E Sua Orquestra – Música Dos Astros (1962)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje vamos de orquestra que é sempre uma boa pedida e eu sinceramente acho que precisamos estar aqui sempre lembrando o quanto elas foram importantes na história da música popular brasileira. Obviamente essas estão associadas diretamente aos grandes mestres regentes da época de ouro do rádio, televisão e disco – como é o caso aqui do nosso maestro, arranjador Ciro Pereira (ou Cyro, com Y). Ele foi diretor de orquestra nos antigos festivais da TV Record. Atuou como regente em diversos programas musicais da tv, entre eles “O Fino da Bossa”, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues. Começou no rádio como tantos outros mestres, acompanhado cantores, fazendo trilhas, etc… Foi também professor de orquestração na Unicamp e regente da Orquestra Jazz Sinfônica, de São Paulo.

“Música dos Astros” foi o primeiro disco exclusivamente seu, onde ele teve total liberdade para escolher as músicas, arranjar, orquestrar e dirigir sua orquestra. Vamos encontrar aqui uma seleção bem apurada feita pelo maestro, com temas nacionais e internacionais, incluindo também uma faixa autoral, “Minuano”, música que manifesta as suas origens. Lançado pelo selo Continental, em 1962. Querem conhecer? Dá o toque, ok?

sunrise serenade

dueto de saudade

é fácil dizer adeus

tu si, malincunia

sol

monalisa

minuano

sofisticated lady

madureira chorou

my blue heaven

poema

how in the world

Chiquinho E Seu Conjunto – Dançando No Rio (1958)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Com o calor que anda fazendo por aqui, eu hoje não estou nem um pouco animado a fazer postagem. Por mim, passaria o dia numa rede, só no suco 🙂 Ia mesmo deixar o 13 de setembro passar em branco, mas como não é lá nenhuma data especial, vamos em frente, tentando manter o ritmo…

Não foi por acaso que eu hoje escolhi este raro lp do Chiquinho do Acordeon. Para dar uma refrescada, acho que ele vai cair bem. Traz uma sonoridade bem particular, com seu conjunto formado apenas de piano, contrabaixo, guitarra elétrica, bateria e o acordeon, claro! Não consegui identificar ao certo a data de lançamento deste álbum, mas creio, pelo repertório, que deve ser de 1958 ou 59. Apesar do estado um tanto lastimável do disco, eu fiz questão de digitaliza-lo, pois se trata de um trabalho que vale ser conferido. Como convinha à época, feito para dançar, em seis faixas recheadas com ‘hits’ nacionais e internacionais. Destaque para “Se todos fossem iguais a você”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

pois é

recado de olinda

o apito no samba

if you can dream

if i loved you

c’est magnifique

quero te assim

quem foi que prometeu

calypso (high society)

não me diga adeus

esquina da saudade

vem meu amor

invitation

i love paris

an affair to remember

se todo fossem iguais a você

nereidas

pé de chumbo

Dilermando Reis – Volta Ao Mundo (1959)

Boa noite a todos! Hoje eu recebi uma notícia chata. Não sei nem se deveria comentar isso aqui, porém, fiquei incomodado e pesaroso. Há coisa de umas duas semanas faleceu um de nossos visitantes cultos (e também oculto). Uma pessoa que foi a responsável pela criação deste novo blog, a versão Toque Musical independente. Foi ele quem me deu todas as coordenadas e todo o apoio técnico necessário para chegarmos até aqui. No momento ele estava procurando um ‘player’ ideal para tocarmos a programação da nossa pretensa rádio. Eu havia até mandado para ele novas músicas para completarmos os blocos de programação. Achei estranho ele demorar tanto para me responder. Deixei passar duas semanas e agora recebo essa triste notícia através de um e-mail respondido pela viúva. Que chato, que pena… Felizmente ele me deixou relativamente preparado para encarar sozinho a empreitada. Vamos ver se eu consigo. Se não der, lá para o próximo ano o Toque Musical deve voltar às origens. Sem um apoio técnico fica complicado…

Em homenagem ao meu amigo, eu hoje vou postar um disco do Dilermando Reis. Um álbum onde o violonista interpreta músicas de diferentes lugares do mundo. Um verdadeiro passeio musical por diversos países. No violão e arranjos do mestre essas melodias ganham um sabor ainda mais especial.

Olha aí Bira, este é para você! Tá tudo certo, eu entendi o recado…  🙁

na baixa do sapateiro (brasil)

ausência (paraguai)

la despedida (chile)

milongueiro del ayer (argentina)

estrelita (méxico)

an affair to remember (usa)

love is a manu splendored thing (usa)

dança nº 5 (espanha)

comme prima (itália)

amoureuse (frança)

uma noite em haifa (israel)

jalousie (finlândia)

olhos negros (rússia)

duas guitarras (rússia)

Elcio Alvarez, Sua Orquestra E Côro – Marcha Rancho Em 4 Pistas (1967)

Boa noite a todos! Seguimos na quinta feira com outro disco bem interessante, a começar pela capa. (Quem lê assim há de pensar que não temos discos interessantes todos os dias. Acontece que cada um tem a sua peculiaridade, história ou momento) Temos aqui o maestro Elcio Alvarez e sua orquestra num álbum gravado em quatro pista, ou quatro canais. As vantagens desse sistema pode ser conferido no texto da contracapa, que procura abordar todas as qualidades da gravação, explicadas pelo engenheiro de som Carlos Moura. Bem ao lado vem outro texto onde nos é apresentado, Rogério Gauss, um técnico de gravação da Continental, responsável, obviamente pelo registro deste disco. É ele também o rapaz da capa, que aparece aqui envolvido nos trabalhos na mesa. Bom, mas aí a gente pergunta: cadê o Elcio Alvarez e sua orquestra? A resposta é uma só, eles estão apenas na gravação. Embora seja um belíssimo trabalho musical, com um repertório fino de marchas rancho, o que está sendo valorizado aqui é o trabalho do técnico. Uma homenagem da Continental a aqueles como Rogério Gauss, técnicos de gravação, que ajudaram a criar os milhares de fonogramas de álbuns clássicos da nossa música popular.

cantiga antiga

belinha

o vagalume

ciúme

se você voltar

drama de pierrot

minha gente

dadá maria

… e fim

balada do vietnan

recado

palhaço

 

Dilermando Reis – Melodias Da Alvorada (1960)

Muito bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Finalmente, após uma pausa de quase 30 dias, aqui estou eu de volta! Minha ideia era a de voltar só em agosto, mais exatamente no dia 30 de julho, quando então o Toque Musical completa 5 anos de atividades. Porém, devido às circunstâncias em que eu me encontro, com mais uns quinze dias de licença médica, achei por bem ocupar esse tempo me dedicando ao blog e sua nova versão. Como todos já sabem, estamos agora em um espaço independente. Não há mais perigo do blog sair do ar (ou da rede), somente se no fim do ano eu deixar de pagar a conta. Mas isso não vai acontecer, o TM vai vingar, nem que eu precise passar o chapéu e recolher algumas contribuições (hehehe…)

Estamos inaugurando o novo Toque Musical, mas vamos deixar as comemorações para o dia do aniversário. Quem tem em seu computador uma tela ‘widescreen’ poderá visualizar plenamente a nova face do blog e verá também a citação aos 5 anos. Contudo, o que mais importa é que estamos de volta e eu garanto, vai ter muito coisa boa rolando. Para começar, e não por acaso, escolhi este disco do violonista Dilermando Reis, “Melodias da Alvorada”. Tem tudo a ver com a ocasião, a alvorada, o renascimento do Toque Musical. Este álbum me foi presenteado pela frequentadora, amiga culta, Maria Ignez, a quem eu mais uma vez agradeço o carinho. 

Temos assim, Dilermando Reis interpretando dez belíssimas melodias dirigidas a uma nova era. Uma homenagem à nova Capital Federal, a então recém inaugurada cidade de Brasília. E não poderia ser outro o artista, Dilermando era amigo íntimo do Presidente Juscelino. Acompanhou JK em serenatas e foi deste até professor de violão. Neste álbum, lançado pela Continental em 1960, teremos o prazer de ouvir temas escolhidos, literalmente a dedos, sendo em sua maioria composições do próprio Dilermando. A este disco caberia um pouco mais de informações e história, mas vou deixar essas por conta dos comentaristas, afinal uma boa (ou má) postagem se faz de comentários, principalmente quando são complementares.

 

lembro-me ainda

despertar da montanha

canção para alguém

sons de carrilhões

sons de carrilhões

oiá de rosinha

abandono

quando os olhos falam

caxinguelê

exaltação à brasília

.

.

.

Papete – Planador (1981)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Aqui estamos nós para mais uma postagem musical. Hoje trazendo o percussionista maranhense José Ribamar Viana, mais conhecido como Papete. Há pouco mais de um ano eu postei aqui o primeiro disco dele, “Berimbau e percussão”, lançado pelo selo Marcus Pereira em 1975. Ah, estou vendo aqui que já postei também o lp “Água de Côco”, também Marcus Pereira, em 1980. Desta vez, trago ele de volta em outro ótimo momento, com seu, “Planador”, disco lançado pela Continental um anos depois. Neste álbum vamos encontrar um repertório da melhor qualidade. Começando logo de entrada com o belíssimo instrumental, “Luzeiro”, de Almir Sater. Este, por sinal é participação especial no disco. Almir está presente em mais duas músicas. Porém, a música que eu mais gosto é sem dúvida “Esse mar vai dar na Bahia”, de Hilton Acioly. Tem mais… mas eu vou deixar para vocês 😉 Além do quê, já está na hora de dormir. Zzz…

luzeiro
esse mar vai dar na bahia
planador
xote das meninas
todas as mulheres do mundo
mimoso
pastorinha
chora viola
estradeiro
sobrados

Lindomar Castilho – Canções Que Não Se Esquecem (1964)

Olás! Estou precisando voltar às postagens matinais, pois essa história de deixar para mais tarde acaba me tirando o apetite. Além do mais, pela manhã a gente sempre está com a cabeça mais leve. Mas enquanto não dá, vamos que vamos…
Trago hoje para vocês um dos primeiros discos do emblemático cantor Lindomar Castilho. Talvez, se não me engano, este foi o primeiro e possivelmente o único onde o cantor ainda não fazia o estilo ‘popularesco’, mais adiante conhecido como brega. Em “Canções que não se esquecem” ele interpreta músicas, aquelas famosas e em sua maioria, de Vicente Celestino e de Cândido das Neves, o Índio. É, sem dúvida, um disco interessante e raro, que merece ser ouvido. Notem que neste lp há uma faixa, “Matei”, do dramático Celestino, que é o que podemos chamar de uma infeliz premonição. Eis aí uma postagem que carece de comentários, seja pelo disco e seu repertório ou pelo artista e seu drama pessoal. Fiquem a vontade…

noite cheia de estrelas
coração materno
porta aberta
ouvindo-te
serenata
o ébrio
patativa
rasguei o teu retrato
matei
e nada mais
quero voltar
ilusão de garoto

Erasmo Carlos, Jean Carlo, The Clevers, The Youngsters – Compactos Do Toque Musical Vol. 5 (2012)

Boa noite, meus prezados… Voltando ao tempo daquelas ‘tardes de domingo’, aqui vão (no sábado),quatro diferentes momentos da música jovem nos anos 60. Temos aqui reunidos num só ‘toque’, quatro compactos, direta ou indiretamente ligados à Jovem Guarda. Temos, inicialmente o cantor cego, Jean Carlo num compacto duplo, com quatro faixas bem românticas de fazer inveja ao falecido Paulo Sérgio. Melhorando, temos The Clevers que vem de balada italiana e rock twist, também chamada de ‘surf music’ das antigas. Subindo mais um degrau encontraremos The Youngsters, a banda que por muito tempo acompanhou Roberto Carlos, trazendo aqui dois sucessos da música italiana e francesa. Para finalizar temos o Erasmo Carlos, que é o único que não vem de ‘covers’, apresentado dois de seus sucessos dos anos 60.
Taí, quatro compactos para relembrar o tempo das ‘horas dançantes’, morou? Se gostarem, tá na mão! Ou melhor dizendo, tá no GTM 😉

sentado a beira do caminho – erasmo carlos
johnny furação – erasmo carlos
eu nasci pra você – jean carlo
fim de romance -jean carlo
tão solitário – jean carlo
uma casa sobre o mundo – jean carlo
in ginocchio da te – the clevers
raunchy – the clevers
mah-há, mah-ná – the youngsters
je t’aime…moi non plus – the youngsters

Dilermando Reis (1969)

Olá, amigos cultos e ocultos! A partir deste ano começarei a incluir na postagem, além da ilustração da capa, a contracapa também. Acredito que assim, a postagem ficará mais completa, muitas vezes complementando as informações de apresentação do disco. Eu já devia ter tomado essa decisão logo que iniciei o blog. Mas, como toda a ‘construção’, é ao longo do tempo que os detalhes vão se definindo. Na medida do possível, também irei renovando as antigas postagens, incluindo assim as suas contracapas.

Como vemos, aqui está o Dilermando Reis em mais uma postagem de primeira mão. Temos neste álbum, lançado em 1969 pela Continental, um repertório quase todo autoral. Mas também há espaço para Zequinha de Abreu, Pixinguinha, Ernesto Nazareth e outros. Entre tantas faixas interessantes, “Sobradinho” é uma música que sempre me chamou a atenção. Acredito que no momento da criação, Dilermando estava com outro maxixe famoso na cabeça, o dificílimo “Sons de carrilhões”, de João Pernambuco. Reparem como as duas músicas trazem algo em comum
além do virtuosismo e beleza. Disção, podem conferir… 😉
ondas do danúbio
polquinha do zé
coração que sente
contra tempo
tardes em lindoia
aquela saudade
rosa
sobradinho
pituchinha
machucando
choro pra claudinha
rosas de outono

Radamés Gnattali – Suíte Popular Brasileira (1986)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Nessa onda de trazer de volta velhas bolachas, otimizando suas músicas em novos álbuns de coletânea, com capinhas e coisa e tal, achei de postar hoje autêntico álbum feito nessas condições. Quer dizer, um álbum montado a partir de antigas gravações. Este, no caso, uma produção oficial, da própria Continental.

Temos aqui Radamés Gnattali em um álbum lançado pela gravadora, reunindo dois momentos deste grande músico. No lado A encontramos gravações de Radamés realizadas em 1956. Um trabalho pioneiro de gravação em ‘playback’. São fonogramas muito interessantes onde ele toca ‘ao lado’ do violonista Laurindo de Almeida. Segundo o texto da contracapa as gravações foram feitas em duas etapas. Radamés gravou aqui no Brasil a parte do piano e a fita foi enviada em seguida ao Laurindo, que nessa ocasião já morada nos ‘States’. Coube ao segundo montar sua participação através do registro tocado em fita. Antes mesmo de ler o texto da contracapa eu já estava ouvindo o disco e a gente percebe claramente que os dois músicos não estão tocando no mesmo ambiente. Mesmo assim, o resultado é excepcional. Vale cada uma das faixas.
invocação a xangô
toada
choro
samba canção
baião
marcha
papo de anjo
puxa puxa
bolacha queimada
pé de moleque
amargura
vou andar por aí
cheio de malícia
escrevendo pra você

Paulo André Barata – Nativo (1978)

Boa noite! Hoje eu fiquei na dúvida do que deveria postar. A ideia era permanecer publicando velhos álbuns de 10 polegadas, mas os que eu quero apresentar ainda precisam de uns tratos, melhorando ou pelo menos eliminando um pouco os estalos e chiados do áudio. Enquanto essa ‘limpeza’ vai sendo feita, o jeito é apelar para os ‘álbuns de gaveta’, ou aqueles que já não são uma novidade na blogosfera.

Dessa feita, hoje vamos com o cantor e compositor Paulo André Barata, um dos nomes mais respeitados da música paraense. Em 1976 a cantora Fafá de Belém fez sua estréia em disco com o álbum “Tamba Tajá”, o qual trazia várias músicas de Paulo André. No ano seguinte, em seu segundo disco, ela continuaria gravando músicas do compositor. Através do sucesso alcançado por Fafá, consequentemente o compositor também passou a ser reconhecido nacionalmente. Em 1978, Paulo André Barata viria a lançar “Nativo”, seu primeiro lp. Este álbum é uma jóia, muito bem recebido pela crítica. Um belíssimo trabalho onde ele conta com a participação de amigos ilustres, começando pela própria Fafá de Belém, Sivuca, Márcio Montarroyos, Copinha, Jamil Jones e muitos outros… As compositções são todas de Paulo André e parcerias, sendo a maioria feita com seu pai, outro grande nome da música popular paraense, Ruy Barata. Os arranjos e regências são do Maestro José Briamonte.
pacará
pauapixuna
marujada
nativo
este rio é minha rua
carta noturna
indauê tupan
enchente amazônica
mesa de bar
garras e guitarras
baiuca’s bar
bela fatal

Severino Araújo E Sua Orquestra Tabajara – Dançando Com Severino Araújo (1954)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Finalmente chegamos à postagem de hoje. Meio que empurrado, lá vou eu salvar o dia. Tenho aqui comigo alguns álbuns de 10 polegadas, os quais eu pretendo ir postando durante a semana. Observo, porém, que os disquinhos estão bem surrados e nem mesmo no Sound Forge eu consegui melhorá-los. Mesmo assim irei postando, pois além de belíssimas as capas podemos superar, na base da boa vontade, o incômodo som de radinho de pilha que acabou resultando. Por via de dúvidas temos duas versões de cada faixa com diferentes resultados de filtragem. Melhor que isso só se aparecer por aqui um disco mais conservado. Afinal este lp foi lançado a quase 60 anos atrás. Alguém aí sabe ser esses fonogramas chegaram a ser relançados no formado 12 polegadas? (hehehe… suponho que não) E certamente, se não for através de blogs, pode dar por esquecido.
Vamos então conferir o grande Severino Araújo e sua imortal Orquestra Tabajara neste disco que foi o terceiro lançamento da Continental em 10 polegadas. Aqui encontraremos um repertório bacana, com sambas, choros e até um baião. Tudo feito com maestria, comprovando o porquê essa orquestra já foi considerada uma das melhores do mundo! (pelo menos eu acho). Confiram aí…

não poe a mão
tema lógico
meiguice
chorinho na gafieira
não tem solução
brincando com o trombone
uma coisa diferente
prefixo

Aracy De Almeida – Ao Vivo E A Vontade (1988) REPOST

Bom dia! Repetindo: Aqui vamos nós na sequência e na cadência do samba. E pelo jeito, acho que irei estender nossa semana temática. Acho que todos estão gostando, inclusive os amigos ocultos 🙂

Para hoje eu trago este disco providencial, que ainda não vi na prateleiras dos melhores blogs do ramo. Temos aqui a lendária Aracy de Almeida, grande porta-voz da poesia de Noel Rosa, num show singular que aconteceu em São Paulo, na Lira Paulistana em 1980. Este espetáculo foi produzido por Zé Rodrix e Tico Terpins (Joelho de Porco). Ficou engavetado até o ano de falecimento da cantora. Em outras palavras, foi um lançamento póstumo, no sentido de homenagear uma das maiores cantoras do Brasil. Esquecida pelas novas gerações, que dela só lembravam como a ‘jurada encrenquinha’ do programa do Sílvio Santos. Embora o repertório seja exclusivamente de Noel, musicalmente este show foi quase punk, como comenta o próprio Tico Terpins num momento da gravação. Vale mais com uma recordação da cantora. Na contracapa do disco temos um texto do Zé Rodrix onde ele conta como surgiu a ideia do show e da gravação. Muitas das minhas dúvidas com relação à Aracy, neste texto e também no registro gravado foram esclarecidas. A Araca, com aquele seu jeitão, nunca me enganou 😉 Taí, confiram mais essa…
feitio de oração
três apitos
com que roupa
o orvalho vem caindo
entrevista
as pastorinhas
último desejo
palpite infeliz
pela décima vez
não tem tradução
conversa de botequim
até amanhã

Zé Luiz Mazziotti – Zéluiz (1979)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Ontem eu, na pressa, acabei não conseguindo fazer direito os meus ‘contatos mediúnicos’ com a turma lá de cima. Daí eles só me mandaram a capa e só no fim do dia é que veio o tão esperado ‘toque’. Hoje isso não irá acontecer, pois a Elis Regina, mais uma vez veio trazer essa colaboração. Estou falando deste disco, do cantor e compositor paulista Zé Luiz Mazziotti, também conhecido apenas como Zéluiz. Para aqueles que não o conhecem, ou não se lembram mais, ele fez parte, nos anos 60, do grupo vocal Canto 4, com o qual participou de festivais de música da TV Excelsior e faturou o primeiro prêmio no “Festival da TV Record, defendendo a música “São Paulo meu amor”, de Tom Zé. Como intérprete solo, participou também de outros festivais. Durante muito tempo cantou na noite, trabalhando em boates ao lado de nomes como Vera Brasil, Paulinho Nogueira, Johnny Alf, Alaide Costa e muitos outros. Trabalhou também com ‘jingles’ e participou como intérprete em faixas de discos de trilhas de novela e no seriado infantil da TV Globo, “O sítio do Picapau Amarelo”, onde ele canta a música “Dona Benta”, de Ivan Lins e Vitor Martins. Somente em 1979 é que ele gravou este que foi o seu primeiro álbum solo. Um disco de estréia muito bem produzido, com direção musical de Dori Caymmi e Gilson Peranzzetta. Um time de músicos e convidados de primeira linha. Gente como Tavito, Toninho Horta, Tunai, Robertinho Silva, Luiz Alves, Helio Delmiro, Márcio Lott… putz, tem gente até… só conferindo no encarte. Não posso esquecer da Nana Caymmi, que aqui interpreta com Zéluiz a faixa “Pra sempre”, de Tunai e Sérgio Natureza. Falando ainda do repertório, temos no álbum músicas do próprio Zéluiz em parceria com Sérgio Natureza, Gilberto Gil, Ivan Lins e Vitor Martins, Sueli Costa, Tom e Vinícius, João Bosco e Aldir Blanc e Baden com PC Pinheiro.  Taí, em primeira mão, um excelente disco que agora vai rodar… 😉

bastante
altos e baixos
pra sempre
pai e mãe
violão vadio
virá
falso brilhante
andam dizendo
mania dos tempos
vida em segredo
pelo menos

 

Chicletes Com Banana – Estação Das Cores (1982)

Amigos cultos e ocultos, axé! Finalmente aqui estou para bater o ponto também no domingo. Hoje ainda tenho muitas atualizações para fazer no nosso Toque Musical. Fui deixar acumular, agora é resolver…
Eu hoje vou postar (com outros olhos) este disco da banda baiana, ‘Chiclete com Banana’. Para aqueles que costumam torcer o nariz para derivados musicais baianos a partir dos anos 80 pra cá, esta postagem pode parecer mais um ‘devaneio augustiano’. Mas, qual nada, estou postando “Estação das Cores” porque se trata de um disco que até hoje não chegou a ser relançado em cd. Se vai fazer muita falta eu não sei. Eu sei é que ao ouví-lo me pareceu até bem agradável. Me fez lembrar em alguns momentos coisas como A Cor do Som ou Moraes Moreira. Este álbum, embora não seja inédito na blogosfera, é hoje também difícil de achar. Portanto, para fazer a alegria daqueles que haviam me feito essa solicitação e principalmente para os que  ainda não conhecem, vamos para a Estação das Cores, uma parada ainda idealista.

estrela menina
meu balão
tribo nagô
chorinho pra wadinho
até o carnaval trazer todo o axé
estação das cores
transcedança
a vida
simplesmente pelourinho
um brilho que traz a massa

Parada Continental 1 (1953)

Opa! Ainda nos últimos minutos do que resta do domingo, aqui vou eu com a postagem do dia. Confesso que que esqueci completamente desta tarefa mais que diária. Cheguei tarde, mas trouxe uma boa recompensa para vocês, um raro exemplar de 10 polegadas e 33 rpm, o primeiro lançado pela Continental, em 1953. Temos aqui uma coletânea com oito  artistas do ‘cast’ da gravadora, certamente extraídos de bolachas de 78 rpm. Como se pode ver logo a baixo, trata-se de um encontro bem interessante, uma verdadeira parada de sucessos, com a qualidade Continental. Taí um disquinho bem contado, raridade para qualquer colecionador, que eu comprei baratinho na mão de um catador de papel. Salve, salve!!!

ninguém me ama – nora ney
tormento – lúcio alves
maria joana – carmélia alvex e sivuca
mambo caçula – chiquinho e sua orquestra
alguém como tu – dick farney
bandolins ao luar – emilinha borba
macurije – ruy rey
natureza bela – severino araújo
*Putz! Que sono..Zzz….

Saraiva – Sobre Ritmo Ondas (1964)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Estou chegando em casa agora. O dia foi longo e bem divertido. Pela manhã fui assistir a um show ótimo, lançamento do disco “Horizontes”, do Bob Tostes e Marcelo Gaz. Por apenas 10 reais, com direito a estacionamento e manobrista eu tive o prazer de assistir juntos, além dos dois já citados, Roberto Menescal, Juarez Moreira, Jane Duboc, Suzana Tostes, Afonsinho, Célio Balona, Marcelo Freitas e Renato Motha. Levando essa turma toda ainda tinha o trio de base, formado por Cristiano Caldas (piano), Frederico Heliodoro (contrabaixo) e Felipe Continentino (bateria). O show deu tanto ibope que de uma única apresentação, acabou virando uma seção dupla. Emocionante! Fiz algumas fotos e gravei um trecho do show. Qualquer dia desses em publico ele aqui no blog. Quanto ao cd “Horiozontes”, eu recomendo a aquisição, comprem o disco, pois vale a pena. Além de músicas belíssimas, há também a participação dessa turma toda e outros que não puderam aparecer no dia, como foi o caso da Fernanda Takai.
Como eu cheguei já meio cansado e com sono, vou recorrer à um disquinho de gaveta. Vamos como mais um álbum do saxofonista Luiz Saraiva dos Santos, o primeiro, lançado pelo selo Continental em 1964. Aqui encontramos doze faixas, todas de sua autoria, ou parceria. São sambas, choros, valsas, boleros e baiões. Saraiva demonstra ser mesmo uma fera no sax soprano, a ponto de ter gravado outros disco pelo mesmo selo.
Este disco foi mais um doado pelo amigo Rogério, do norte de Minas.

bodas de ouro
corintiano
célio no baião
não me toque assim
mulher fingida
galera do nelson
relembarando ao passado
selma
é disso que eu gosto
a natureza
morada perdida
foi de lá que eu vim

Silvio Caldas Canta (1955)

Muito bom dia a todos! A caravana passou, mas a festa continua e eu como sempre, na produção. O trabalho por aqui não pára. Como o Toque Musical que também não dá folga.
Para começarmos a semana, tenho para hoje mais um disquinho da série adquirida de um catador de papel. Vamos com o Silvio Caldas num lp de 10 polegadas, lançado pela Continental em 1955. Este álbum procura reunir gravações feitas pelo artista na primeira metade dos anos 50, em discos de 78 rpm. Como todos já devem saber, com o surgimento dos discos conhecidos como ‘microsulcos’, de 33 rpm e em 10 polegadas, diversas gravadoras tiveram os seus artistas relançado no novo formato. Muito do que foi produzido originalmente em bolachas de 78 rpm, com apenas duas músicas, passaram neste momento a ser relançados nas novas versões, agora com até oito músicas. Era o início de uma época de ouro para a indústria fonográfica. Confiram mais esta raridade.

cabelos cor de prata
minha casa
não me pergunte
boa noite amor
pastora dos olhos castanhos
você voltou
nunca soubeste amar
violões em funeral

Saraiva – Saxsoprando Pelo Brasil (1965)

Olá a todos! Ontem nós tivemos aqui o Raul de Barros e seu trombone. Hoje vamos continuar no sopro, porém desta vez o instrumento é o saxofone de Luiz Saraiva dos Santos, ou simplesmente Saraiva. Instrumentista e compositor nascido em Alagoas, iniciou sua carreira de músico profissional na Rádio Clube de Santos, cidade onde viveu boa parte de sua vida. Seu grande diferencial é ter colocado o sax soprando, um instrumento tido como difícil para solos, numa posição de destaque como solista e ele o fazia com maestria. Seu estilo de tocar o tornava inconfundível. Gravou dezenas de discos e participou de outras dezenas. Tocou nos mais diferentes lugares e assim como Raul de Barros, foi um rei na gafieira.
O álbum “Saxsoprando pelo Brasil”, lançado pela Continental em 1965 reúne doze temas entre choros, sambas, baião, bolero e valsa. Essas músicas, em sua maioria são de autoria do próprio Saraiva, que como compositor assinava Luiz dos Santos.
Este álbum eu recebi há poucos dias atrás, numa doação feita pelo amigo Rogério, lá do norte de Minas (obrigadão!). O lp, após digitalizado, vai para a Discoteca Pública e seu arquivo vem para a postagem aqui no Toque Musical. Não deixem de conferir, um raro prazer 😉

milagre de deus
coração sem amor
gigante mosqueteiro
mambo da bahia
serenata paulista
bodas de ouro
um passeio em petrópolis
noites em olinda
reconciliação
peixeiro no choro
homenagem a paulo afonso
saudade do ceará

Dilermando Reis – Sua Majestade O Violão Vol. 2 (1960)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Daqui a pouquinho eu estarei indo para Tiradentes. Começa hoje o Festival Foto Em Pauta, um evento cheio de atrações que vai até o dia 27 deste mês. Eu pretendo ficar por lá somente até domingo. Nesse meio tempo, nossas postagens poderão ficar prejudicadas, caso eu não encontre tempo ou condições para fazê-las. A de hoje também está sendo montada meio que de última hora. Tive que recorrer às minhas reservas ‘de gaveta’ e creio que por lá também terei que fazer a mesma coisa, pois não houve tempo de preparar novos discos. Este do Dilermando Reis, por exemplo, ainda faltava dar uma ‘garibada’, uma tratada no som. Embora o vinil esteja aparentemente impecável, sem arranhões visíveis, há nele algumas faixas com leves defeitos (de fábrica), os quais eu ainda pretendia corrigir, ou pelo menos amenizar. Isso vai ficar para depois. Em outra oportunidade farei a substituição das faixas defeituosas, bastando apenas encontrá-las em outro disco, o que não parece assim tão fácil.

“Sua majestage o violão – Volume 2” é um disco, talvez, mais difícil de achar que o primeiro volume. Este, inclusive, eu já vi em diversos blogs, mas o segundo ainda é raridade.
Neste álbum, temos a continuação do que foi visto no primeiro, ou seja, uma seleção de músicas extraída de seus discos de 78 rpm. Um misto de composições autorais, temas nacionais e internacionais. Vou deixar os complementos e informações adicionais por conta de vocês. A turma lá em baixo já está buzinando, me esperando para o ‘pé na estrada’. Vão daí que eu vou daqui… 😉
se tu partais – johnny guitar
dança chinesa
toada da saudade
mattinata
mágoas de um violão
tu e eu
fascinação
rosita
la paloma
terra sêca
sonho de boneca
oiá de rosinha

Edu Da Gaita – Edu E Sua Gaita (1956)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Vamos bem rapidinho porque a semana só está começando e eu ‘cheio de costura’, como dizia minha tia. Abrindo a semana, temos aqui mais uma postagem dedicada ao grande gaitista Eduardo Nadruz. Neste pequeno álbum de 10 polegadas nós encontraremos oito temas internacionais bem conhecidos, pelo menos naquela época. Um repertório que exige do gaitista qualidades técnicas que só mesmo um Edú da Gaita seria capaz de executar. Chamo a atenção para a faixa “Deep Purple” de Peter De Rose e Mitchell Parish, onde podemos comprovar o quanto Edú era da gaita, um trabalho maravilhoso!

deep purple
vous que passez sans me voir
paganini
poema de fibich
sunny boy
fraquita
no jardim de templo chinês
jeanine

Eles Começaram Assim… (1978)

Bom dia a todos os visitantes cultos e ocultos. Inicialmente eu quero agradecer aos amigos pelo carinho e atenção na passagem do meu aniversário. Sei que falar de aniversário não acrescenta nada de objetivo ao Toque Musical e para a maioria isso é irrelevante ou até sem sentido. Não deveria caber à um blog musical questões como essa, não fosse ele antes de tudo um espaço pessoal (ao qual se permite o acesso público). Como autor do blog, me dou ao direito de fazer dele o que eu quiser, desde que isso não vá contra a moral, a dignidade e o respeito pelo outros. O que eu expresso aqui é apenas a minha visão pessoal. Por fazê-lo público, me exponho e inevitavelmente vou de encontro a todo tipo de sorte. Há os que participam, colaborando de uma forma ou de outra. Há os que criticam e os que crititicam. Há amigos cultos & ocultos e os inimigos também. Mas independente das minhas ‘babaquices textuais’, estou aqui diariamente levando a vocês alguma coisa boa, que são os discos e a música. Compartilho com todos o que tenho de bom, porque o ruim ou mal é fácil de fazer. Destruir é mais fácil que ajudar a construir, imagina construir sozinho… Acho que nem preciso explicar melhor os motivos desta introdução. Quem frequenta o Toque Musical diariamente sabe do que eu estou falando.

Para não render muito assunto, vamos ao que interessa… O disco de hoje é uma coletânea que merece a nossa atenção. Faz parte de uma série criada pela Continental, nos anos 70, chamada “Eles começaram assim…” Segundo o texto da contracapa, a série foi criada com a intenção de ser mais que uma simples coletânea para atrair público. A ideia seria a de apresentar alguns de seus artistas logo em inicio de carreira ou seus primeiros trabalhos por esse selo. O presente álbum seria o de número 22. Confesso que não me lembro de outros volumes e nunca os vi. Imagino que deve ter sido uma bela e rica coleção, considerando o vasto mundo de artistas da gravadora e também por essa numeração. Se alguém aí tiver outros volumes, pode mandar… Pela capa do que temos já dá para saber quem está neste disco, mesmo assim, confiram o que eles cantam:
olha a baiana – orlando silva
agora pode chorar – adoniran barbosa
pode ser? – isaura garcia
seu libório – vassourinha
treme-treme – jacob do bandolin
tambor índio – índios tabajara
não diga não – tito madi
dúvida – luiz bonfá e tom jobim
dá sorte – elis regina
mas, que nada – zé maria e seu conjunto com jorge ben
final- benito di paula
nhem, nhem, nhem – martinho da vila

Som Nosso De Cada Dia – Snegs (1977)

Olá, meus prezados! Dando continuidade às nossas postagens e ainda no espírito do ecletismo musical, iremos hoje de rock. Mais exatamente rock progressivo dos saudosos anos 70. Tenho para hoje um disco que me acompanha desde o seu lançamento e está entre os meus ‘1001 discos para ouvir antes de morrer’. Tenho o vinil comprado em 1977 e sua versão em cd, lançado em 93. Tenho por este álbum um apego que vai além de sua raridade e beleza. Este disco foi a trilha sonora da minha louca adolescência. Desbundei ao assistir no antigo Cine Brasil, um dos maiores e mais tradicionais cinemas de Belo Horizonte, o show da banda. Foi a primeira vez que eu fui ver um show de rock ao vivo. Fiquei muito impressionado com toda aquela loucura, tanto no palco como na platéia. Numa época onde ainda reinava o poder ditatorial se refletindo em todas as instâncias, inclusive a policial. O show do Som Nosso não durou muito tempo. A polícia militar e civil foram acionadas, cercando todas as saídas do prédio. Invadiram o espaço com a sua peculiar truculência, fazendo o “Sinal da Paranóia” se tornar uma realidade. Tomei um baita susto quando as luzes se acenderam entre muita fumaça e um acorde incompleto. Estávamos todos presos, foi esta a frase que ouvimos. Foi um rebú geral. Aliás foi uma ‘puta geral’, todos de mãos na parede, revistas e algumas porradas. Tinha na porta até ônibus fretado para levar o público em massa para a prisão. Tudo isso por conta dos diversos baseados que se acenderam logo depois que as luzes se apagaram e a banda entrou. Nesta época, pelo menos em Belo Horizonte, a tolerância com atitudes jovens era zero. Cabelo grande já colocava o sujeito como um maluco, um suspeito em potencial. E maconheiro era sinônimo de marginal, uma chaga para a sociedade. “A juventude está perdida”, foi uma frase comum de se ouvir naquele tempo. Eu só me livrei da ‘cana’, talvez porque ainda era de menor e no teste do “cospe aí” eu passei com louvor. Levei apenas um tapa nas costas que me fez sair correndo assustado pela avenida Afonso Pena até a altura do Parque Municipal. Meus amigos, todos de maior idade, ficaram por lá. Foram passear de ônibus e conhecer de perto a Metropol. Mas não foi nada traumatizante. No dia seguinte já estávamos todos reunidos contando cada qual a sua versão do fatos. Juntei meus poucos ‘cruzeirinhos’ e fui logo cedo na loja de discos Pop Rock comprar o último “Snegs” que havia na estante. Ao longo do tempo essa história foi tomando um outro sabor. Se tornou uma boa lembrança que só mesmo quem a viveu pode saber. Bons tempos aqueles…

Mas, falando do disco, este foi um dos melhores álbuns de rock nacional que eu já ouvi. Não apenas pela história que contei. “Snegs” foi o primeiro álbum do Som Nosso, uma banda formada pelo ex-Incríveis Manito que pontuava seu som no rock progressivo. Manito, Pedrinho e Pedrão faziam um som de peso. Música de alta qualidade, ao nível das melhores bandas internacionais. No mesmo ano lançaram o segundo Som Nosso, só que desta vez sem a presença de Manito que havia partido para os Mutantes. Em 1993 os músicos se reuniram novamente para o relançamento deste álbum em cd. Gravaram uma versão de “O Guarani” de Carlos Gomes que embora destoando, entrou como bônus, a faixa extra do cd. “Snegs’ é um disco já bem manjado por rockeiros de plantão e não é mais nenhuma novidade na blogosfera. Contudo, eu vou me dar o direito de tê-lo postado também no Toque Musical. Se você ainda não o ouviu, não perca a oportunidade. Este disco é 1001! 😉
sinal da paranóia
bicho do mato
o som nosso de cada dia
snegs de biufrais
massavilha
direccion de aquarius
a outra face