Chiquinho E Seu Acordeão (1956)

Olá amiguíssimos cultos e o ocultos! Olha só como andam as nossas postagens nesta semana. Ainda vamos de dez polegadas, aproveitando a onda… E nessa levada eu trago agora uma beleza de disquinho, coisa fina e rara. Temos aqui o primeiro lp do gaúcho Romeo Seibel, ou mais conhecido como Chiquinho do Acordeon. Este disco foi lançado nos anos 50 e ao contrário de outros lps de 10 polegadas da época, não se trata de copilação de gravações em 78 rpm. Chiquinho do Acordeon vem acompanhado por um conjunto (regional). Trata-se de um disco de carreira. O que dá ao lp uma maior autenticidade. Curiosamente, não consta em discografias de muitos sites especializados. Daí, vale mesmo a pena ouvir este disco 🙂

sorriso de cristal
estrellita
canção da volta
il torrente
polquinha gaúcha
amargura
valsa de uma cidade
a noite traz você
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O Trio Elétrico Dodô & Osmar – Pombo Correio (1977)

No embalo, segue aqui para os amigos cultos e ocultos outra joinha que pouco rola por aí. Estou falando do autêntico Trio Elétrico de Dodô & Osmar, em álbum lançado pela Continental em 1977.
Neste lp temos a presença de Moraes Moreira que interpreta algumas de suas composições em parcerias. Inclusive uma das mais famosas, “Pombo Correio”, sucesso inesquecível desde então em muitos carnavais. Taí, um disquinho vibrante que vale esse toque...

diabolô
pombo correio
eleonor rigby
massa da ribeira
fiuíu
segure a onda
zé baiano, o maestro louco
cochabamba
frevo da lira
até a praça da sé
frevo dobrado n. 3
colher de chá
a nova geração do trio
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Norte Forte (1977)

Boa noite a todos os amigos cultos e ocultos! Espero que todos tenha tido uma boa páscoa. Eu, de uns tempos para cá não tendo vontade de comemorar nada. Mas, enfim, vamos seguindo, uns dias chove, noutro dia bate sol. O que não pode faltar é a música, os discos e esse toque musical, que mesmo espaçado, continua firme em seus quase 9 anos de persistência.
Bom, mas voltando às coletâneas, aqui vai mais uma super bacana. Lp montado pela Continental, com seleção musical de Cesare Benvenuti, um lendário produtor, responsável por aquela onda de bandas e artistas que cantavam em inglês, no início dos anos 70. Aqui neste disco temos doze faixas e doze diferentes artistas, que como o próprio título sugere, são vindos no norte, mais exatamente relacionados a música nordestina. Acho que nem preciso repetir quem são os artistas dessa coletânea, está na capa, né? E o repertório também, escolhido a dedo. Confiram esta seleção, vale a pena...

a palo seco – belchior
beira mar – ednardo
sem nome – hareton salvanini
são saruê – marcus vinicius
o astro vagabundo – fagner
levanta poeira – banda de pífanos de caruarú
se o caso é chorar – tom zé
meu barco é você – joão só
meia vida – edson e aloisio
dono dos teus olhos – tetty
cantiga – orquestra armorial
você e tu – bendegó
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Virtuose (1977)

Boas noites, meus prezados amigos cultos e ocultos! Vai a saudação no plural para valer pelos dias faltosos. Desculpem, mas o tempo, a cada dia que passa vai ficando mais escasso.  Porém, sempre que possível vamos renovando as postagens.
Hoje eu estou trazendo uma curiosa coletânea. Mais um daqueles discos promocionais, feito por encomenda e certamente, com tiragem limitada. Trata-se de um box com dois lps, produzidos para a AEG-Telefunken do Brasil S.A., reunindo alguns de nossos melhores violonistas. Um encontro em disco inusitado e quase tão improvável quanto as coletâneas que fazemos por aqui. Digo isso pelo fato de que a Telefunken foi quem cuidou da pós produção de seu brinde. Criou uma coletânea com gravações de artistas do selo Continental e RCA Victor. Em outras palavras, colocaram na caixa um lp com selo RCA e outro da Continental. Temos no disco da Continental Dilermando Reis, Rago, Paulinho Nogueira e Poly. No disco da RCA temos os Índios Tabajaras, Baden Powell e Sebastião Tapajós. Ainda sobra espaço para o violonista inglês Julian Bream interpretando duas peças de Villa-Lobos. É, sem dúvida, uma coletâneas de excelentes fonogramas, gravações originais extraídas de outro discos. Traz também encartes e livreto contando a história do violão. Muito bacana. Vale uma conferida

fantasia – improviso op. 66, de chopin – índios tabajaras
valsa das flores – quebra nozes op. 71, de tchaikovisky – índios tabajaras
dança ritual do fogo, de manuel de falla – índios tabajaras
recuerdos de la alhambra – índios tabajaras
valsa n. 7 op.64 n. 2, de chopin – índios tabajaras
o vôo do besouro – índios tabajaras
valsa n. 6 op.64 n. 1, de chopin – índios tabajaras
prelúdio n. 2, de villa-lobos – julian bream
schottisch-choro, de villa-lobos – julian bream
allegro sinfônico – sebastião tapajós
carinhoso – dilermando reis
adda – poly
bachianinha n. 1 – paulinho nogueira
despertar da montanha – dilermando reis
violão no samba – luiz bonfá
xv de julho – poly
caxinguelê – dilermando reis
vê se te agrada – dilermando reis
zelão – paulinho nogueira
odeon – poly
uma valsa dois amores – dilermando reis
tenebroso – rago
da cor do pecado – paulinho nogueira
marcha dos marinheiros – dilermando reis
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Blindagem (1981)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Na semana que antecedeu ao Carnaval eu andei postando aqui alguns discos de rock, porém havia na lista muitos outros que eu gostaria de postar. Um dos que ficou de fora foi este lp da banda paranaense Blindagem, que eu já nem me lembrava mais. Redescobri o disco no saldão do Acervos LP, lojinha bacana dos amigos Célio e Márcio, aqui em BH. Como já estávamos encima da folia carnavalesca, preferi deixá-lo para agora.
Segue então a banda Blindagem em seu primeiro e mais célebre vôo. A banda foi formada no final dos anos 70 e viria a ser a grande expressão do rock paranaense. Em 1981 eles lançaram pela Continental este disco, com direito a compacto, apresentando as duas músicas de destaque do lp: “Oraçao de um suicida” e “Marinheiro”. O tal disquinho de 7 polegadas era mesmo eficiente, pois foi muito graças a ele que a música do Blindagem ganhou divulgação em rádios, do sul e sudeste do Brasil, dando a banda, logo de início, um certo destaque. O grupo já atuava em festivais e shows nos anos 70, mas passa a ganhar força com a entrada do cantor e compositor Ivo Rodrigues, que tinha como parceiro o poeta Paulo Leminski. Neste lp, boa parte das músicas são assinadas por Ivo Rodrigues e Paulo Leminski. Um trabalho interessante e bem produzido, mas que não se repetiria em outros lançamentos posteriores da banda. O Blindagem seguiu seu caminho apostando mais na cena local. Ao longo dos anos começou a investir em outros estilos, indo do rock ao samba, passando por baladas românticas e sertanejo. Evidentemente, isso acabou levando a banda a uma descaracterização da proposta inicial, gerando uma discografia irregular e talvez por conta disso acabou não alcançando um merecido reconhecimento. Ao que consta, o Blindagem continua na ativa, mas sem seu principal capitão, Ivo Rodrigues que faleceu em 2010. Confiram este que foi o melhor e talvez o único nos primórdios do rock setentista do Paraná.

oração de um suicida
sou legal eu sei
não posso ver
palavras
hoje
berço de deus
marinheiro
gaivota
quanto tempo mais
cheiro de mato
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Carnaval 68 (1968)

Está chegando mais um carnaval. É hora de esquecer as tristezas e as frustrações da vida e brincar, sambar, fazer tudo a que se tem direito. Mas sem cometer excessos, principalmente na bebida.  Entrando nesse clima, o TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados um álbum lançado pela Continental, com músicas para o carnaval de 1968. Com o advento dos LPs no Brasil, na década de 1950, as gravadoras passaram a lançar, anualmente, álbuns com os contratados de seu cast interpretando músicas feitas para a folia de Momo. Era um tempo em que os artistas se engajavam de corpo e alma na gravação e divulgação de tais músicas, pois, como se dizia, eram também “da fuzarca”.  Nunca é demais lembrar que o primeiro LP editado no Brasil, de 1951, foi o dez polegadas “Carnaval em long playing” (selo Capitol/Sinter).  À medida em que o LP foi se popularizando, e as vendas dos antigos discos de 78 rpm despencando, todas as gravadoras passaram a seguir o exemplo da Sinter, botando praticamente todos os seus contratados para gravar músicas destinadas à grande festa do povo.  E foi justamente o caso da Continental, com o álbum oferecido hoje a vocês pelo TM, com músicas destinadas à folia momesca de 1968. Nessa época, a música de carnaval já estava em acentuado declínio, agravado pela precária e escassa divulgação, e muito poucos tomavam conhecimento das novidades para a folia momesca. Nos salões, repetiam-se hits do passado, e, nas ruas, os sambas-enredo das escolas, sobretudo do Rio de Janeiro, tomaram o poder. Foi nesse ano, por sinal, que aconteceu o primeiro desfile oficial de escolas de samba de São Paulo, na Avenida São João, com a Nenê de Vila Matilde sagrando-se campeã. Mas os compositores e intérpretes não se apertavam, mostravam que ainda permaneciam vivos na folia. Das dezesseis faixas deste álbum da Continental, pelo menos uma foi êxito espetacular no carnaval de 68: a marcha-rancho “Até quarta-feira”, de Paulo Sette e Umberto Silva, aqui em ritmo mais acelerado, de marchinha, na interpretação do sempre excelente Noite Ilustrada (foi também gravada por Marcos Moran, na Caravelle). Praticamente dominou aquela folia, sendo até hoje relembrada. Os oito intérpretes escalados para este disco, em sua maioria, eram cadeira cativa nos carnavais: Jorge Veiga (”Não tira a máscara”, “Amar não é pecado”), Francisco Egydio (“Vou deixar cair”, “Quem bate”), Risadinha (“Barqueiro de folga”, “Nem Pierrô nem Colombina”), Mário Augusto (“Garota do plá”, que aproveita um termo de gíria então usado para designar bate-papo ou conversa, “”A maior invenção”), a vedete Angelita Martinez, aqui interpretando “A bela Otero” e “Um instante maestro, pare”, esta última uma clara referência a Flávio Cavalcanti, polêmico apresentador de TV que chegava até a quebrar os discos musicais que considerava ruins, diante das câmeras. Francisco Petrônio, “o rei do baile da saudade”, mesmo não tendo lá muita tradição no setor carnavalesco, aqui comparece com “Palhaço” e “Drama de Pierrô”. Entre os compositores, há também nomes de destaque assinando algumas faixas: a dupla Dênis Brean-Oswaldo Guilherme, Newton Teixeira (autor de clássicos como “Malmequer” e “Deusa da minha rua”), o próprio Risadinha (como Francisco Neto), Elzo Augusto, Arnô Provenzano. São detalhes, que por si só, credenciam este álbum da Continental, apesar da crise que, já em 1968, atingia a canção carnavalesca. É a oportunidade de se redescobrir, inclusive, músicas que possivelmente não obtiveram sucesso, e que agora, graças a esta oportunidade proporcionada pelo TM, poderão ser ouvidas com a atenção da qual não desfrutaram quando lançadas. Divirtam-se!

palhaço – francisco petrônio
até quarta feira – noite ilustrada
não tire a máscara – jorge veiga
um instante maestro, pare – angelita martinez
vou deixar cair – francisco egydio
barqueiro de folga – risadinha
amor e falsidade – wilson roberto
garota do plá – mario augusto
vai trabalhar – noite ilustrada
drama de pierrot – francisco petrônio
amar não é pecado – jorge veiga
a bela otero – angelita martinez
quem bate – francisco egydio
nem pierrot, nem colombina – risadinha
vem quente – wilson roberto
a maior invenção – mário augusto

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* Texto de Samule Machado Filho

Vários – Rock Conexão Bahia (1988)

Olá amigos cultos e ocultos! Dando sequência aos discos de rock (ou coisa assim), tenho para hoje mais uma coletânea interessante. Desta vez vamos para os roqueiros da Bahia. Aqui estão sete bandas baianas do cenário pop/rock de Salvador nos anos 80. O disco foi produzido e gravado por Filipe Cavalieri, que na época teve a preocupação de registrar a efervescência do rock em sua cidade. Um trabalho pioneiro, visto que até então nada havia sido produzido nesse sentido para a turma da guitarra (que não é a baiana). Filipe gravou em estúdio, no bairro da Liberdade, de forma independente uma leva bandas e músicos. Selecionou um leque de sete bandas e lançou o disco “Rock – Conexão Bahia”, que teve distribuição pela Continental, através de seu selo Gel.
É um disco bacana, mas assim como o BHCore II, que eu apresentei nessa leva, vale mais pelo contexto histórico do rock local. Confiram essa, meus reis
explodindo – moisés, ramses e os hebreus
cenas de uma tela – cravo negro
vida em carne viva – treblinka
vinho e flores – elite marginal
gravitação – quíron
lamento sem eco – utopia
a porta está aberta – 14. andar
piscina da maldade – 14. andar
podes crer – elite marginal
nosso tempo – utopia
ninfomaria – moisés, ramsés e os hebreus
brasil com f – cravo negro
marginal indefeso – quíron
queda de sodoma – treblinka
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Gilberto Monteiro – Pra Ti Guria (1987)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Aqui vai um lp que encontrei nas minhas andanças pelo Sul. Um trabalho que eu já tinha visto mas nunca me despertou interesse em ouvir. Desta vez, dentro do clima gaúcho e por um precinho camarada, acabei arrematando este disco também. Que grata surpresa foi a minha ao ouvir então o gaiteiro Gilberto Monteiro, umdos mais importantes músicos do Rio Grande. “Pra ti guria” é um disco tri legal. Um passeio pela música gaúcha tradicional, mas dentro de um viés autoral. Gilberto Monteiro assina todas as 10 faixas e conta com as participações de dois outros mestres da gaita/acordeon, os argentinos Raulito Barboza e Antonio Tarrago Ros. Ao que consta, este lp foi o seu primeiro disco, embora já fosse um nome já conhecido e respeitado no Sul. Foi relançado em formato cd no inicio dos anos 2000. Infelizmente a música regional fica mesmo limitada ao seu reduto e em se tratando do Sul, acho que a coisa fica ainda mais isolada…

preludio de um beija flor
os zóio da véia
balaço de contrabando
boa vista de sao domingos
recordando as bailantas
unistalda campeira
pra ti guria
entrevero de alpargata
cabestreando
alumiando as maçanetas
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Osny Silva – Capricho (1963)


Olá amigos cultos e ocultos! Sobrou aqui uma brecha no meu tempo. Lá vamos nós para mais uma postagem. Segue aqui um disco do cantor Osny Silva, ‘Capricho’, lp lançado originalmente em 1963. se não me engano, voltou a ser relançado em vinil nos anos 70 e mais tarde recebeu sua versão cd. Aqui o cantor vem acompanhado da Orquestra Continental, apresentando uma série com muito  bolero, tango, valsa e por aí a fora...

capricho cigano
só pra você
adeus mariquita linda
jura me
te quiero dejiste
beio nos olhos
torna sorriento
coimbra
jamais te esquecerei
besame mucho
marita romana
adeus

 

Carmem Costa (1980)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Temos para hoje um disco que há tempos eu venho querendo postar. Vamos hoje com a grande cantora e compositora Carmem Costa em disco lançado em 1980, pela Continental. Um trabalho bonito em todos os sentidos, começando pela nossa intérprete, que é sempre um espetáculo. Um repertório com apenas 10 músicas, mas muito bem escolhidas, fazendo um passeio entre o novo e o antigo, com arranjos modernos e um time de músicos de fazer inveja. Carmem vem acompanhada por figuras como Marcos Resende, Paulinho Braga, Jamil Jones, Octávio Burnier, Joel Nascimento, José Meirelles, Ed Maciel, Maurício Einhorm, Zé Carlos, Jorge Gomes Resende e Peninha. Por aí já dá para se ter uma ideia do que este disco nos oferece. Confiram o toque 😉

sob medida
morena
boneca de pano
vício
o mundo é um moinho
valsa do bordel
janete
marília de dirceu
eu é que não presto
dama do cabaret
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Carlos Cachaça (1976)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Mesmo com tantos anos de postagens e mesmo tendo um ‘index’ de todas elas, acho que as vezes eu esqueço, ou erro a tag. Com isso, fico sem saber se já postei um determinado disco. Tenho certeza de que já postei aqui um outro disco do Carlos Cachaça e acho até que é este mesmo com uma outra capa. Seja como for, eu vou aqui mandando bala na primeira edição. Temos aqui o primeiro disco gravado pelo compositor Carlos Cachaça. Foi gravar este lp quando já tinha mais de 70 anos. Neste disco temos suas mais importantes composições. Todas as músicas são de sua autoria, algumas em parceria, principalmente com Cartola. Um trabalho fundamental para quem gosta de samba e claro, para a discografia da música popular brasileira. Não deixem de conferir!

todo amor
quem me vê sorrindo
amor de carnaval
crueldade
se algum dia
não me deixaste ir ao samba
harmonia em mangueira
as flores e os espinhos
cabrocha
juramento falso
clotilde
alvorada
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João Maria de Abreu e Seu Trio – Enquanto Ela Não Chega (1958)

Olá, amigos cultos, ocultos e demais interessados! Vamos ver se esta semana rende 🙂
Tenho para hoje o pianista João Maria de Abreu e seu trio, numa apresentação que nos remente a um ambiente musical tipicamente noturno, o som de boate dos anos 50, a aproximação do samba com o jazz. Um disco bem empolgante. E isso se deve também ao fato de ser este seu disco de estréia. Um trabalho moderno para a época. João Maria vem acompanhado  de contrabaixo e bateria, uma química perfeita de instrumentos. Só podia dar mesmo coisa boa. Confiram

você
nunca
conselho
meiguice
cidinha
mocinho bonito
you are my destiny
moonlight in vermont
there will never be another you
yesterday
melodie d’amour
cachito
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Premeditando O Breque (1981)

A quem possa interessar… Aqui vamos hoje de Premeditando o Breque, um divertido e competente grupo paulista surgido no final dos anos 70. Eles se destacaram através de festivais e da cena musical paulista no início dos anos 80.Este foi o seu álbum de estréia, lançado pela Continental em 1981. Um trabalho bem humorado, que fala do cotidiano paulista. mas acima de tudo é um grupo que preza pela qualidade instrumental. Dá para perceber isso claramente até pela foto da contracapa.

essa é a verdade
conflito de gerações
brigando na lua
marana
marcha da kombi
feijoada total
samba do absuredo
a esperança é a última que morre?
nunca
choro
gosto também se discute
luisa
fim de semana
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Aquarius Band (1970)

A quem possa interessar… Informo, inicialmente, que o Toque Musical agora está também no Facebook, através deste link (https://www.facebook.com/blogtoquemusical?ref=hl). Esta foi a maneira que eu encontrei para manter a comunicação aqui com vocês, amigos cultos e ocultos. Infelizmente o link de comentários do blog está desativado, não permitindo aos amigos interagir com as postagens. Eu, inicialmente pensei que fosse só o baixo nivel de acesso ao Toque Musical. Percebo que essas fontes musicais, os blogs de música, já não encantam mais como de início. Existem hoje mil outros recursos para se ouvir e baixar músicas. Além do mais, tudo que é publicado aqui, em poucos minutos é replicado em outros sítios, principalmente no Facebook, que hoje em dia é a pracinha onde todos se encontram, a vitrine onde todos se mostram. E como o artista, o TM tem que ir onde o povo está. Dessa forma, quando quiserem se expressar a respeito de alguma publicação do blog, sugiro que recorram ao nosso perfil noFacebook. Por lá só estarão as capas como referencias das postagens e link para cá. Para baixarem os arquivos dos discos, o caminho continua sendo o GTM (Grupo do Toque Musical).
Dando sequencia as nossas postagens, temos para hoje o conjunto Aquarius Band. Este grupo, segundo informações colidas na própria web, veio do Paraná. Um típico conjunto de baile cujo o repertório buscava agradar a todo típo de público. Reinou por uma década, certamente fazendo muitas festas e bailes pelo interior de São Paulo e Paraná. O grupo gravou uns três ou quatro lps. Este que apresento foi o primeiro, lançado em 1970 pela Continental. Um trabalho todo calçado na atmosfera Jovem Guarda com sabor de conjunto de beira de piscina fazendo cover de sucessos pop da época.

para nós dois (yester me, yester you, yesterday)
cambiamos el color del cielo
take a letter maria
a chi
hello mona lisa
juan boliche
tirintando
mi viejo
looky, looky
cissy strut
qui tal mi amor
venus
don’t forget to remember
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Toninho Café (1978)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje, mais que nunca, quero fazer valer aqui a fama de ser o Toque Musical um espaço de resgate da música brasileira e seus diversos artistas. Na verdade, eu procuro sempre trazer aqui coisas raras. Preferencialmente álbuns e artistas que ainda não tiveram vez na mídia digital, que ainda se encontram encobertos pela poeira do tempo, ou simplesmente esquecidos mesmo. E olha que se procurarmos, iremos encontrar muita coisa boa! Por conta disso, faço questão de postar hoje um artista/disco que, creio, pouca gente conhece ou vai se lembrar. Estamos falando de Toninho Café, um nome que, para quem o conheceu nos anos 70 e também por este lp, diria: eis aqui um artista de talento, tem futuro! Pois é, o cara tinha mesmo e isso pode ser conferido neste que foi o seu único lp. Trabalho lançado em 1978 pela Continental. A primeira leva dessa edição, curiosamente, trazia agregado ao álbum uma sacola de pano como capa da capa, com o nome do artista estampado em ‘silkscreen’, folder e encarte. Parece que a gravadora estava mesmo empenhada em promover o artista. Mas esse empenho ficou apenas na produção. Por alguma razão o álbum não foi bem divulgado e creio que a ‘crítitica’ também não se manifestou. Como também nenhuma das suas músicas tocou em alguma novela da Globo, Toninho Café passou batido. Ele chegou a gravar mais um ou dois discos compactos, mas eu mesmo nunca ouvi. Logo depois de ter lançado este lp, sem conseguir muito sucesso, acabou se transferindo para a França. Por lá ficou fazendo música. Mas contam que tempos depois ele acabou se envolvendo com drogas, esteve preso e daí então foi tudo acabando. Suicidou em 2011. Ele era mineiro, de Belo Horizonte, mas mudou-se no início dos anos 70 para o Rio. Foi cantor de boate, participou de uma banda de rock (Massa Experiência) e foi também parceiro do Arnaud Rodrigues. Seu estilo e até a sua voz lembram um pouco o Milton Nascimento. Acho que tem a ver com essa coisa do mineiro, uai…
Bom, deixemos de papo, vamos ao Café, pois este é raro!

espadas cruzadas
ao são francisco
estrela do silencio
chapéu de palha, viola e navalha
memorando
bruxuleio
vitória régia
fogo branco
suite joão de barro obra e graça
macho e fêmea
asas e bandeiras
o fim
.

Saraiva – Saraiva… É Sucesso (1965)

O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados mais um álbum na linha “dançante”. Desta vez, é um trabalho lançado pela Continental em 1965, talvez em fevereiro, por um dos melhores saxofonistas brasileiros, talvez até mesmo o melhor de sua época: Saraiva. Luiz Saraiva dos Santos, seu nome na pia batismal, nasceu na cidade de Belo Monte, Alagoas, cidade às margens do Rio São Francisco, em 8 de março de 1929. Filho do maestro da banda de Belo Monte, logo passou a ter contato com a arte musical. Ainda criança, mudou-se para Santos (SP) , onde construiu sua carreira artística, imortalizando paisagens litorâneas paulistas nas capas de vários de seus LPs (inclusive na deste aqui). Estudou cavaquinho, mas se identificou de verdade com o sax-soprano. Trabalhou na extinta Companhia Docas de Santos, no cais do porto, e nas horas de folga, geralmente no período noturno, tocava em bailes de gafieira, demonstrando criatividade e capacidade técnica inesgotáveis. Numa primeira entrevista para contratação na PRB-4, Rádio Clube de Santos, na frente do então diretor artístico Arnaldo Dias, Saraiva tocou ali mesmo e surpreendeu agradavelmente Arnaldo, chamando a atenção do “staff” da emissora pelo seu desempenho no sax. Foi imediatamente contratado pela rádio, iniciando assim uma carreira de muito sucesso. Saraiva tocava de tudo, ou quase: baião, samba de gafieira, bolero, frevo, choro, valsa e até bossa nova. Teve uma casa de shows em Santos chamada Recanto do Saraiva, que sempre contava com visitantes ilustres e fãs de outras regiões, inclusive da capital paulista. Além de fixar seus shows na Região Sudeste, viajou por todas as outras do Brasil (Norte, Centro-Oeste, Sul e Nordeste), e,para onde ia, compunha alguma música como gratidão ao lugar visitado. Torcedor roxo do Sport Club Corinthians Paulista, compôs o choro “O corintiano”, considerado seu trabalho de maior sucesso e uma espécie de identificação de sua maestria no sax-soprano, apesar desse instrumento ser considerado pouco versátil para solos. Sua arte ficou imortalizada em pelo menos 30 LPs,  4 compactos e 3 CDs remasterizados.
Neste “Saraiva é sucesso”, um pouco da notável arte desse magnífico executante de sax-soprano, em doze faixas, a maior parte de sua própria composição (assinando como Luiz dos Santos), sozinho e com parceiros, entre eles Palmeira, então diretor artístico da Continental. . São seis choros, dois boleros, dois baiões, uma valsa e um samba-choro, neste que foi  seu segundo LP (o primeiro, lançado no ano anterior, 1964, foi “Sobre o ritmo das ondas”). Vale frisar que as informações biográficas contidas nesta resenha foram obtidas nas contracapas dos LPs e encartes dos CDs de Saraiva, e em depoimentos de pessoas que o conheceram e/ou trabalharam com ele. Não existe nenhuma outra fonte informativa a respeito do músico, seja em revistas, jornais, livros ou na própria web. Qualquer outro dado ou informação a respeito de Saraiva será recebido pelo TM de muito bom grado. Por ora, é ouvir este seu trabalho, e conferir a sua versatilidade e criatividade ao sax-soprano.
parabéns… rio de janeiro
acompanhe se puder
lágrimas de namorados
o sapato do zé
alegria de campeões
chapeu de couro
vida ingrata
es vaidosa
soluço de amor
estela
bate papo
de um amigo só lembranças
* Texto de Samuel Machado Filho

Novos Baianos – Novos Baianos FC (1973)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eu passei para o Samuca uma dezena de discos para que ele resenhar. Conforme eu havia dito, ele agora passou a colaborar não apenas na série Grand Record Brazil, mas também nas postagens diárias. Prontamente, ele já me retornou com todas as resenhas feitas, mas falta ainda eu publicar. Hoje, não por teimosia, mas por ser uma data especial, quem faz a postagem sou eu.. Hoje é o aniversário de um grande amigo. Uma pessoa sem a qual o Augusto aqui e seu Toque Musical nem existiria. Devo muito a ele e como forma de gratidão, hoje eu vou postar um dos seus discos prediletos, o maravilhoso “Novos Baianos FC”. Sem dúvida, uma obra prima, irmã e coletiva. Um disco hoje raro, pepita de ouro em muitas coleções. Pessoalmente, acho este o melhor disco dos Novos Baianos. Melhor até que o “Acabou Chorare”, na minha opinião, é claro! Este álbum chegou a ser relançado ainda nos anos 70 em capa simples, diferente do original que trazia uma capa dupla e com encartes. Maravilha que merece ser ouvida a qualquer dia e qualquer hora. Inclusive num dia de aniversário. Parabéns amigão. Muita força, saúde, paz, amor e dinheiro!

sorrir e cantar como na bahia
só se não for brasileiro nessa hora
cosmos e damião
o samba da minha terra
vagabundo não é fácil
com qualquer dois mil reis
os pingo da chuva
quando você chegar
alimente
dagmar
.

Osmar Milito – Ligia (1978)

Olá, caríssimos amigos cultos e ocultos! Segue aqui uma boa contribuição do amigo Bruno, colecionador de raridades e curiosidades. Andei pegando com ele alguns discos diferente. As vezes eu fico meio cansado dos discos que tenho e daí, só mesmo algo diferente para animar.
Temos aqui um disco do Osmar Milito que eu não conhecia. Fiquei curioso para ver a sua performance em músicas de Tom Jobim, que aqui tem umas quatro, inclusive a que dá nome ao disco. Há também músicas do Chico Buarque, João Donato, João Gilberto e outras também bacanas. Achei interessante os arranjos, que são de Ugo Morotta. Milito vem acompanhado de um time de primeiríssima, só nêgo fera, como bem se pode ver na imagem da contracapa. Vale uma conferida 😉

ligia
atrás da porta
estrada branca
o morro
morning
dauphine
andorinha
mentiras
o que será (a flor da terra)
jodel
little tracy
oh balalá
.

Dilermando Reis – Presença De Dilermando Reis (1962)


Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Aqui vai um disco que certamente irá agradar aos garimpeiros de plantão. Temos para hoje este álbum do violonista Dilermando Reis, lançado em 1962, pela Continental. Nele encontraremos um repertório quase todo autoral. Diferente de outros discos do artista, neste ele vem acompanhado por Radamés Gnatalli e sua orquestra, que dá ao trabalho um caráter ainda mais amplo, deixando Dilermando mais como um solista da orquestra. Participa também o organista e compositor Steve Bernard, figura muito citada na Rede, mas eu mesmo não encontrei nada sobre ele. Me parece, pelo nome, que era um músico estrangeiro que teve passagem pelo Brasil, suponho eu. Confiram aí este lp e se alguém souber, esclarece aqui quem foi esse Steve Bernard. Fiquei curioso

recordando malaguña
presença
uma valsa, dois amores
torna a sorriento
fingimento
sob o céu de brasília
no tempo do vovô
tempo de criança
chuvisco
rosita
mágoas de africano
xodó da bahia
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Carlinhos Vergueiro – Só O Tempo Dirá (1975)

Boa noite, meus caríssimos amigos cultos e ocultos! Aqui estamos com mais uma boa postagem. Mais um bom toque musical. Hoje apresentado o segundo disco do cantor e compositor Carlinhos Vergueiro. O primeiro, “Brecha”, de 1974, eu já publiquei aqui há mais tempo. “Só o tempo dirá” foi o disco onde o artista ganhou projeção, principalmente por conta da primeira faixa do lado B, “Como um ladrão”, música vencedora do Festival Abertura, da Rede Globo, de 75. Esta música é mesmo muito bonita e com o arranjo do Nelson Ayres ficou sensacional. O álbum, num geral e como convém à produção fonográfica dos anos 70, muito boa. Hoje, talvez, mais ainda se compararmos à mediocridade reinante. O trabalho é praticamente todo autoral tendo apenas o choro, “Paraquedista”, que é de José Leocádio, trombonista da Orquestra Tabajara. Carlinhos Vergueiro conta ainda com a participação da Velha Guarda da Portela na faixa que dá nome ao disco, “Só o tempo dirá”. A propósito, será que este lp chegou a ser relançado? Sinceramente, eu nunca vi em lojas e nem nas bocas. Talvez por isso é que eu o estou postando. Confira aí, antes que a Fifa domine..

de onde vem
pelas ondas do bar
paraquedista
precipício
eco
só o tempo dirá
como um ladrão
como dói
se cuide
os olhos das meninas
aragem de fé
foi fatal
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Tito Madi – A Saudade Mata A Gente (1958)

Boa noite, amigos cultos e ocultos. Já há algum tempo eu estava para postar este disco do Tito Madi, o primeiro lp de 12 polegadas gravado por ele. Foram muitos os pedidos e em resposta as promessas. Só não o fiz antes porque o disco precisava de um bom tratamento, tanto no áudio quanto em seu visual. Ainda  não cheguei ao ideal, mas creio que já dei uma boa melhorada a ponto de apresentá-los aqui para vocês. Como disse, este foi o primeiro lp gravado por Tito Madi. Alguns dizem que foi gravado em 57, outros em 58. Na dúvida, só perguntando ao próprio artista. O certo é que, nos meus ‘garimpos’ (quando eu ainda tinha tempo como vocês), eu nunca vi este lp postado em outros blogs. Imagino que seja esta a primeira vez em que ele entra na roda, integralmente. As apresentações quanto ao repertório e ao próprio disco eu deixo a cargo dele próprio. Estou tão cansado que acho que vou dormir um pouco, antes mesmo de publicar esta postagem. Segura a onda aí… Tô logo acordando, ok? 😉
uma loira
esquece
somos dois
barqueiro do são francisco
sempre teu
nova ilusão
copacabana
não tem solução
marina
um cantinho e você
ponto final
a saudade mata a gente
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Sui Generis (1979)

Olá amigos cultos e ocultos! Depois do passeio de Taxi eu me lembrei de outro disco que tenho aqui. Um álbum que, pela capa, me fez pensar que se tratava de uma banda de rock. Com essa pinta toda, eu sinceramente, fui na onda… Mas para um olhar mais atento, um ouvido ainda surdo, basta ler a lista das músicas. O repertório é quase todo de músicas internacionais e ao contrário do que eu esperava, só tem música de discoteca. Aqueles temas dançantes tipo Bee Gees, a la John Travolta e por aí a fora… Embora não seja exatamente um tipo de música que eu aprecio, não posso negar as qualidades dessa produção e de seus músicos que, seja lá como for, rezaram a missa direitinho.
Fui procurar informaçoes sobre essa banda, o que de uma certa forma não foi fácil de achar. Descobri apenas que os caras vieram de Natal, no Rio Grande do Norte. Ao que parece, o Sui Generis já existia desde o início dos anos 70, fazendo bailes na Capital. Em 1978 eles chegaram a São Paulo e certamente, loucos para gravar. Sendo um grupo de bons músicos, buscando um lugar ao sol, não pensaram duas vezes antes de encarar esse projeto. Infelizmente, nessa época, nem sempre era o artista quem escolhia o repertório. As vezes, toda a produção ficava por conta da gravadora. Este álbum, me parce, foi algo assim. O Sui Generis, ao que parece, gravou apenas este disco. A banda se desfez nos anos 80 com a saída do tecladista Romário Peixoto que voltou para Natal. Parece que ele depois disso tentou voltar com o Sui Generis em sua terra, com outra formação, mas os tempos eram outros… E tudo acabou se transformando em forró

sou feliz (tragedy)
estamos a fim (stumblin’in)
as meninas (hang on sloopy / li’l red ridin hood / i should have know better)
vem dançar (i’m dancer)
o maor nasceu (born to be alive)
a praça
o mundo irá sorrir (i wanna shake your hand)
se você voltar (love you inside out)
docemente eu me apaixonei (piano piano… mínnamorai di te)
se eu fiz (swiss kiss)
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Albertinho Fortuna – Meus Velhos Tangos (1955)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Como sempre a minha mesma cantilena, a falta de tempo. É verdade, ando muito sem tempo para me dedicar ao blog. Daí as postagens ficam espaçadas e até a qualidade dos textos vai caindo. Lacônico, conforme o momento e as circunstâncias…
Bom, vai aqui outro disco muito pedido por alguns e que finalmente eu resolvi botar pra fora. Temos aqui o cantor Albertinho Fortuna, figura já bem divulgada por aqui (o que não lhe falta é fã), mais uma vez desfilando os velhos tangos, em seu primeiro lp de 10 polegadas, lançado em 1955 pela Continental. Este álbum reúne quatro bolachas de 78 rotações, gravadas pelo cantor anteriormente. Temos assim oito músicas, oito tangos clássicos interpretados na voz de Albertinho, tendo o acompanhamento do paulista Eduardo Patané e sua típica. As versões desses famosos tangos foram feitas por Giuseppe Ghiaroni. Confiram!

caminito
yira… yira…
mano a mano
milonguita
tomo y obligo
volver
el penado 14
pañuelito
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Albertinho Fortuna – Teu Nome É Amor (1959)

Olá amigos, sempre cultos e ocultos! Entre os discos que eu pouco ou nada ouvir tem este aqui do cantor Albertinho Fortuna, “Teu nome é amor”, álbum lançado pela Continental em 1959. Embora seja este um álbum que há muito me acompanha, ou por outra, que várias vezes passou pelas minhas mãos, eu nunca tive a curiosidade de ouvir. Como já disse outras vezes, existem alguns gêneros musicais que não me agradam muito. Tango, marcha, dobrado, valsa… isso para não falarmos de óperas… e não é por falta não, já ouvi muito tudo isso para ver se mudava de opinião, mas não tem jeito. É gosto mesmo… No caso do Albertinho Fortuna, creio que deixei ele de lado meio que por conta disso, dos tangos… Desculpem, creio que estou sendo muito reticente. E na verdade nem tantos tangos há assim e mesmo esses, me fazem agora pagar língua. Ouvindo com carinho, vejo que estou engando. Nunca é tarde para ser feliz 🙂  Vamos juntos ouvir

aliança
tango do ciúme
poema do adeus
solidão
prece
sacrifício de amor
as verdes folhas do verão
flor do meu bairro
teu nome é amor
no deserto da rua
guarânia da lua nova
vendaval
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Renato De Oliveira Em Tempo Quente – Made In Brazil (1968)

Boa noite a todos, amigos cultos e ocultos! A partir de outubro o Toque Musical vai mudar. Não mais teremos as costumeiras postagens diárias. Essas, acontecerão de acordo com o meu tempo disponível. Dessa forma também, espero estar mais disponível para atender às centenas de solicitações e pedidos para novo links. Estou planejando, também para breve, algumas mudanças radicais no GTM. Creio que já é hora do Augusto aqui ser remunerado pelo seu trabalho e pela manutenção de seu conteúdo. Em breve, pode ser que eu venha a alterar a forma de associação ao grupo. Penso em cobrar uma anuidade aos associados como forma de cobrir gastos e custos, bem como a manutenção e reposição mais eficiente dos links. A taxa (anual) será quase simbólica, o suficiente para não deixar o Toque Musical continuar me dando prejuízo 🙂 Observo que minhas intensões e propostas continuam sendo as mesmas, divulgar a esquecida produção fonográfica brasileira e seus mais diversos artistas.
Para a noite de hoje eu estou trazendo para vocês um álbum muito interessante, bem a cara dos anos 60, ou do final dele. Temos aqui o maestro, instrumentista e compositor Renato de Oliveira, em tempo quente, desfilando um repertório “made in Brazil”. Uma seleção bem variada que trás alguns temas clássicos da nossa música popular. Na época, músicas consagradas e novos sucessos que mais tarde também se tornariam outros clássicos. Renato de Oliveira é mesmo um mestre e demonstra isso em arranjos surpreendentes que dão a essas músicas uma nova roupagem. Muito bom!

pot pourri:
segura esse samba – ogunhé
bafo de onça
o teu cabelo não nega
cidade maravilhosa
você passa eu acho graça
helena helena helena
marcha da quarta feira de cinzas
fita amarela
canto chorado
brasileirinho
bom tempo
vem chegando a madrugada
zelão
toda colorida
eu e a brisa
modinha
tempo quente
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Gang 90 – Pedra 90 (1987)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje, devido a uma ‘falha técnica’ nós não teremos a já tradicional coletânea exclusiva do Toque Musical, a série “Grand Record Brazil”, com textos de postagem do nosso grande amigo culto, Samuel Machado Filho, o Samuca. Resolvemos remanejar o volume 67 para amanhã, terça feira, ok?
Enquanto isso, vamos dar mais uma chance ao rock brazuca. Estou trazendo para fechar a noite o “Pedra 90”, terceiro e último álbum da banda Gang 90. Este grupo surgiu em São Paulo nos anos 80, fundado pelo jornalista Júlio Barroso. Ficaram conhecidos a partir da participação no “Festival MPB Shell”, em 1981, defendendo a música “Perdidos na selva”. Nessa ocasião ainda se chamavam apenas “As abusurdetes”. Emplacaram mais um sucesso, a música “Nosso louco amor” em 83. No ano seguinte Júlio Barroso morre ao cair da janela de seu apartamento. A banda continuou em frente com novas formações e apoio dos amigos, liderada pela tecladista Taciana Barros. Em “Pedra 90” temos dois destaques, as músicas “Palavras não bastam” e “Cara pálida”, musicas que conseguiram um relativo sucesso. Confiram…

palavras não bastam
cara pálida
sou da rua
coração de alguém
vida dura
funk favela
visão noturna
do outro lado da cidade
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Orquestra Jean Kelson – Berimbau & Bigorrilho (1964)

Olá amigos cultos e ocultos! Mais uma orquestra aqui para alegria geral. Para fechar o sábado, vou mandando para vocês a Orquestra de Jean Kelson, numa seleção musical das mais interessantes, doze temas que se dividem, de um lado o samba e do outro o ‘bigorrilho’, que neste disco virou quase um gênero musical, graças as composições que empregam a curiosa expressão, entre elas, a mais popular, a música de Sebastião Gomes, Paquito e Romeu Gentil, o “Bigorrilho”, revisitada até pelo Lulu Santos. Se me perguntassem o que é bigorrilho eu diria que é qualquer coisa e também aquele charmoso bairro de Curitiba. Taí uma expressão cheia de significados e que poucos saberão dizer o que realmente é. Como eu também não sei, vou me limitar às minhas ‘bigirrolhice’. De volta ao disco.
“Berimbau & Bigorrilho” é sem dúvida um disco curioso,  capaz de trazer informações técnicas detalhadas das gravações, gráficos e até propaganda da antiga linha aérea Cruzeiro do Sul. Mas no que diz respeito às informações artísticas, ficha técnica… isso, como sempre, fica a desejar. Atípico, este não é um lp de orquestra simplemente, ou seja, instrumental. Temos também um conjunto vocal que participa ativamente em várias faixas para o qual não há créditos. Quem seriam? A mesma pergunta muitos talvez também farão: quem era Jean Kelson? Um maestro estrangeiro em visita ao Brasil ou mais um pseudônimo? Esta última eu posso responder, Jean Kelson foi um nome adotado pelo maestro Guerra Peixe, que chegou a gravar outro disco usando o mesmo ‘apelido’. Acredito que ele usou este nome para afastar o Guerra Peixe do popular, preservando seu verdadeiro nome para o erudito.
E como dizia o Jorge Ben: “se malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem…” (o que tem isso a ver? nada…, apenas lembrei da canção)

berimbau
samba de negro
catolé
munganga
agô agô
vou pra senzala\bigorrilho
saci pererê
vamos bigorrilhar
dança do bigorrilho
jogado fora
na base do bigorrilho
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Orquestra Cid Gray – Só Samba Sabendo Sambar (1961)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Na brecha do dia, ou melhor, da noite, aqui vou eu com mais um toque musical. Mais uma vez vamos de orquestra para mostrar a todos o quanto a música já foi grande. Hoje, orquestra é coisa rara de ver em discos, sejam sós ou acompanhando algum artista.
Vamos hoje com a Orquestra Cid Gray, muito requisitada em bailes e clubes de dança naquele final dos anos 50 e início dos 60. O álbum que apresento a vocês foi lançado pela Continental em 1961. Antes deste a orquestra já havia gravado outros discos. Foi, porém, neste lp que o público veio a saber que Cid Gray era na verdade um nome adotado pelo maestro Renato de Oliveira, quando este abandona o trabalho em estúdio, indo para São Paulo formar uma orquestra de dança e consequentemente discos de sucesso. Segundo Fernando Cesar, em seu texto na contracapa, “este não é apenas mais um e sim o melhor de todos”. Realmente o álbum traz um repertório muito bom, recheado de ótimos sambas e uma qualidade instrumental de arrepiar. Além, é claro dos ‘arranjos vibrantes’, tipo exportação, hehehe…

palhaçada
boato
eu não sei me repetir
o que faltou
mumúrio
água de beber
deixe de sofrer
que fazer
louca
chorou, chorou
rosa do mato
não sei mais fingir
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Zé Maria, Seu Orgão E Seu Conjunto – Tudo Azul (1963)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Finalmente chegamos a mais uma sexta feira. Não tivesse eu compromisso amanhã logo cedo, estaria agora tomando uma boa cerveja. Amanhã tem Feira do Vinil, lá na Savassi (Rua Pernambuco com Inconfidentes) e eu vou prá lá fazer uns negocinhos 😉 Hoje eu estou postando um disco que certamente vocês poderão encontrar lá na Feira. Eis aqui um disco histórico, de altíssima qualidade e evidentemente raro. Temos aqui o pianista e tecladista Zé Maria e seu conjunto num repertório de primeira, cheio de bossa e muito balanço. Mas o grande destaque aqui é a presença do grande  Jorge Ben (ou Benjor se preferirem). Foi neste disco que o ‘Babulina’ fez a sua estréia, como cantor no conjunto do Zé Maria e emplacando aqui duas de suas mais famosas composições, “Por causa de você menina” e “Mais que nada”. Daí nascia um artista muito original. Mas o disco tem mais… tem Orlann Divo, Tom & Vinícius, Carlos Lyra e outros mais… Um ótimo disco para fechar a sexta feira. Manda vê…

tudo azul
por causa de você menina
samba do avião
japoninho
só danço samba
joão sem vintém
mas que nada
influencia do jazz
a vida do negro
garota de ipanema
deixa eu ficar
gostoso é sambar

Sylvio Mazzucca E Sua Orquestra – Conheça O Brasil (1972)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Estive pensando aqui, acho que vou voltar ao velho esquema de só enviar o link para o GTM caso haja alguma solicitação. Já fiz duas novas postagens e ninguém reclamou pedindo os links. Uma prova de que a casa anda mais vazia e desinteressante que reunião de condomínio. Contudo, ou melhor, sem nada, ainda assim o toque continua diário. E é justamente nesses momentos que eu gosto de postar aqueles discos raros que ninguém tem, só pro nêgo ficar esperto e ver depois o que perdeu.
Para este fim de sábado eu trago para vocês um álbum muito legal, um disco raro e feito por encomenda. Trata-se de um lp promocional, do selo Continental, feito exclusivamente para a Varig em 1972. Aqui vamos encontrar o maestro Sylvio Mazzucca e sua orquestra fazendo uma viagem por diferentes pontos do Brasil. Um “tour’ musical da melhor qualidade, sendo todas as músicas de autoria do compositor Archimedes Messina, aquele também autor da marchinha de abertura dos programas do Silvio Santos (Silvio Santos vem aí…) No álbum “Conheça o Brasil” temos doze músicas representando alguns dos Estados brasileiros. A música em cada qual procura refletir os variados gêneros referentes à região. Os arranjos e orquestração de Sylvio ficaram magníficos, dando a todas as faixas um grau de qualidade ainda maior. Querem conferir? Então peçam o link e corram para o GTM 😉
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