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Tony De Matos – Lado A lado (1961)
Olá, prezados amigos cultos e ocultos! Eis uma postagem com toque bem lusitano. É um disco do cantor Tony de Matos (pseudônimo de Antônio Maria de Matos), “Lado a lado”, editado pela Copacabana em 1961. “O cantor romântico da canção portuguesa”, como era conhecido, nasceu no Porto, no bairro das Fontainhas, em 28 de setembro de 1924, e faleceu em Lisboa, em 8 de junho de 1989. Desde a infância tomou contato com o mundo artístico, pois seus pais eram atores. Aos 20 anos, começou a participar em espetáculos de variedades, assinando também seu primeiro contrato como cantor, com o Café Luso, na época considerado “a catedral do fado”. Gravou seu primeiro disco em 1950, “Cartas de amor”, grande sucesso em Portugal. Outros êxitos viriam em seguida, tais como “Trovador”, “Ao menos uma vez” e “Lenda das águas”. Teve atuações esporádicas no teatro, cinema e televisão. Em 1953, vem pela primeira vez ao Brasil, cumprindo temporada em São Paulo. E para o Brasil voltaria em 1957, ficando seis anos e abrindo um restaurante típico, O Fado, situado no bairro carioca de Copacabana. Em 1963, regressa a Portugal e continua a atuar em teatro e gravar discos. Em 1974, após a Revolução dos Cravos, teve de fixar residência nos EUA, onde ficou por oito anos, uma vez que sua música era associada ao antigo regime. Quando voltou definitivamente a Portugal, teve oportunidade de participar em diversas revistas teatrais e fez um espetáculo, em 1985, no Coliseu dos Recreios. Durante a carreira, recebeu dois prêmios Imprensa, um como cançonetista e outro como fadista. Neste LP, gravado no Brasil, Tony de Matos está no auge de sua carreira, e o repertório inclui uma música brasileira, “Ternura antiga”, de José Ribamar e Dolores Duran. No mais, um disco de primeira, prato cheio para os fãs da canção lusitana, que inclui o clássico “Só nós dois”. Não deixem de conferir no GTM, ora, pois, pois!
lado a lado
vieste para mim
ternura antiga
só nós dois
coitado do zé maria
vou trocar de coração
poema do fim
tu sabes lá
gente maldosa
hás de pagar
não dissemos adeus
não me perguntes
*Texto de Samuel Machado Filho