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A Música De Alvaiade E De Djalma Mafra – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol.108 (2014)
Raul De Barros, Ruy Rey, Risadinha E Roberto Ferri – Seleção 78 RPM Do Toque Musical (2012)
Amigos cultos e ocultos do Toque Musical, espero que vocês tenham tido uma excelente passagem de ano. E é com muita alegria que lhes apresentamos a sexta edição do Grand Record Brasil, a primeira deste novo ano de 2012. Para começar, aqui está um músico que foi também chefe de orquestra: Roberto Ferri. Junto com o pai, Orlando Ferri, ele animava bailes por todo o Estado de São Paulo, apoiado por músicos bastante qualificados e experientes. O disco desse notável músico escolhido para esta seleção foi o Odeon 13327, gravado no dia 29 de maio de 1952 e chegado às lojas em setembro seguinte. Ferri, atuando ao solovox (instrumento considerado o primeiro sintetizador monofônico da história da música) e apoiado por regional, executa no lado A, matriz 9325, dois clássicos do inesquecível poeta do mar da Bahia, Dorival Caymmi: ”A jangada voltou só” e “É doce morrer no mar” (esta última é uma parceria com o escritor, também baiano, Jorge Amado, que às vezes, como aqui, era omitido nos selos dos discos). No lado B, matriz 9324, por conseguinte gravada antes, Ferri executa o choro “Levanta poeira”, do mestre de Santa Rita do Passa Quatro, Zequinha de Abreu (1880-1935), editado como “chorinho sapeca”, e cuja primeira gravação só se deu em 1942, na Victor, pela Orquestra do maestro Passos. Em seguida, iremos relembrar Domingos Zeminian, que ganhou a imortalidade com o pseudônimo de Ruy Rey (São Paulo, 1915-Rio de Janeiro, 1995). Ator, cantor, compositor e “band-leader”, especializou-se na interpretação de ritmos hispânico-americanos (bolero, rumba, mambo, guaracha, chá-chá-chá, etc.). E também era de carnaval (quem não se lembra, por exemplo, da marchinha “A mulata é a tal”?). Tanto que o disco apresentado aqui é o Continental 15974, gravado em outubro de 1948 e lançado em janeiro de 49, claro, um mês antes da folia, com duas marchinhas. Com acompanhamento da Orquestra Tabajara de Severino Araújo, ele interpreta no lado A, matriz 1978, gravado no dia 8, “Espanhola diferente”, composta por Nássara, autor de inúmeros êxitos carnavalescos, e pelo alagoano Peterpan, que no gênero também nos deu hits como “Apanhador de papel” e “Marcha do caracol”. No lado B, gravado no dia 6, portanto dois dias antes, matriz 1974, temos “Legionário”, de João “Braguinha” de Barro, outro nome que muito contribuiu para engrandecer nosso repertório carnavalesco, em parceria com José Maria de Abreu, paulista de Jacareí, que concebeu vários hits clássicos de nosso cancioneiro, bastando lembrar “Alguém como tu”, “E tome polca”, “Se amar é bom” e “Boa noite, amor”, o prefixo pessoal de Francisco Alves. Aliás o carnaval de 1949 foi um dos mais ricos em termos musicais, bastando lembrar, por exemplo, “Chiquita bacana”, “Pedreiro Valdemar”, “Jacarepaguá”, “A Lapa”, “Nêga maluca”, “A coroa do rei”, “Balzaqueana”… A seguir, um mestre do trombone: Raul de Machado de Barros (Rio de Janeiro, 1915-Itaboraí, RJ, 2009). Músico e maestro dos mais notáveis, ele aqui executa dois choros à frente de seu regional, gravados na Odeon em 15 de junho de 1949 e lançados em setembro seguinte no disco 12948. No lado A, matriz 8521, temos “Eu, hein!”, de autoria de Felisberto Martins, à época também diretor artístico da Odeon. E o lado B, matriz 8520, é simplesmente um dos clássicos do chamado “repertório de gafieira”: “Na Glória”, composto pelo próprio Raul em parceria com Ary dos Santos. Um sucesso inesquecível, por ele regravado em outras oportunidades com a mesma competência. Até eu estava esperando para ter este registro original em minha coleção, tenho que confessar! Encerrando, temos Francisco Ferraz Neto, aliás, Risadinha (São Paulo, 1921-Rio de Janeiro, 1976), que evidentemente ganhou esse apelido por seu temperamento alegre. Ele marcou presença sobretudo no carnaval, com hits do porte de “O doutor não gosta” e “Se eu errei”. Risadinha aqui comparece com o disco Odeon 13599, gravado logo no comecinho de 1954 (4 de janeiro) e ido para as lojas em março seguinte. Acompanhado de regional, ele regravou dois sucessos: no lado A, matriz 10017, o rojão (espécie de baião mais acelerado) “Forró em Limoeiro”, de Edgar Ferreira, lançado no final do ano anterior por Jackson do Pandeiro em seu primeiro disco. No lado B, matriz 10018, um clássico do samba: “Se acaso você chegasse”, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, primeiro sucesso nacional de Lupi, originalmente lançado em 1938 pelo também estreante Ciro Monteiro. Samba esse que receberia inúmeros outros registros de sucesso, e que projetaria, em 1959, Elza Soares. Enfim, o GRB começa o ano novo com o pé direito, e faço votos que todos tenham um ótimo 2012, repleto de alegrias, realizações e conquistas!
*SAMUEL MACHADO FILHO
As Maiorais do Ano (1959)
Para não ficarmos apenas orbitando sobre futebol e festa junina, aqui temos uma boa coletânea do selo Continental, disco este lançado no ano de 1959. Temos nesta seleção musical um leque variado do ‘cast’ da gravadora. Algumas músicas até já foram apresentadas aqui em seus álbuns originais, todavia há outras, raros momentos que irão despertar o interesse. São amostras do que foi produzido pela gravadora naquele ano. Vejam que boa coletânea…
a felicidade – chiquinho e seu conjunto
Rio, Cidade Maravilhosa (1960)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Aqui vou eu me repetido no discurso e na saudação. Fica difícil ser diferente quando, mesmo sem querer, eu fui criando um formato tão pessoal para o meu blog. Isso se deve muito ao fato de que em um determinado momento eu precisei provar a todos que este espaço é estritamente amador, sem prentensões que vão além do meu desejo de trazer até vocês discos raros e que não se ouve mais. Não faz sentido para mim possuir ou ter acesso a riquezas fonográficas que eu não possa compartilhar. Amor como este não se faz sozinho. É preciso levá-lo a quem precisa ou àqueles que estão em mesma sintonia. Isso é diferente de querer sair na frente. De estar em busca de outros propósitos e objetivos. Isso aqui não é feito por jornalistas, estudantes de comunicação, ensaístas ou profissional do ramo de entretenimento pela web. Também não é o blog do ‘Gerson’, pois não penso em levar vantagem em nada. O Toque Musical é apenas um espaço amador e pessoal. Daí, cheio de falhas como deve caber a quem não é profissional. (putz! até rimou!)
Deixando de lado a polêmica (dizem que eu adoro!), vamos ao que interessa… Tenho aqui um álbum maravilhoso cujo o tema é uma cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro. Em 1954, o maestro Radamés Gnattali foi chamado para orquestrar a “Sinfonia Popular em Ritmo de Samba”, uma obra criada pelos então jovens compositores Antonio Carlos Jobim e Billy Blanco. O disco, de 10 polegadas, saiu naquele ano contando com a participação de grandes nomes como Dick Farney, Elizete Cardoso, Lúcio Alves, Gilberto Milfont, Os Cariocas, Doris Monteiro, Emilinha Borba, Jorge Goulart e Nora Ney (será que eu esqueci alguém?). Em 1960, Radamés é novamente chamado para uma segunda versão, agora neste álbum de 12 polegadas intitulado, “Rio, Cidade Maravilhosa” que eu apresento a vocês. Diferente do primeiro, neste, também da Continental, temos uma homenagem à cidade carioca, onde desfilam algumas das mais famosas músicas feitas louvando a belíssima capital fluminense. O álbum se divide em dois momentos. No lado A temos a referida segunda versão da Sinfonia do Rio de Janeiro, tão boa ou melhor que a primeira. Pessoalmente gosto mais desta. Nela encontramos um novo grupo de estrelas, algumas até da versão anterior. São eles: Os Cariocas, Risadinha, Luely Figueiró, Albertinho Fortuna, Nelly Martins, Maysa, Jamelão e Ted Moreno. No lado B temos outras sete músicas interpretadas pelo Coral de Severino Filho, Maysa e Albertinho Fortuna. Maravilha total! Este disco voltou a ser relançado com outra capa no início dos anos 80 e até já foi postado no amigo Loronix (aliás, os dois!). Tomei a liberdade de incluir o disquinho de 54, postado pelo Zeca, juntamente com este que eu estou apresentando agora. Assim fica mais fácil entender e com certeza, com esta capa, vai encher a boca de muito colecionador. Taí, uma pura raridade…