Orquestra Nilo Sérgio – Canções Para Uma Noite De Chuva (1969)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Eu já comentei isso aqui várias vezes… Adoro a sonoridade dos anos 60. E isso se destaca muitas vezes de forma surpreendente. Não faz muito tempo, descobri este lp do Nilo Sérgio que eu até então não conhecia. Lançado em 1969, pela gravadora dele próprio, a Musidisc. Disco bacana! Um repertório onde ele mescla suas composições (por sinal belíssimas) com outras tantas do mesmo nível, sucessos nacionais e internacionais. Um disco mesmo muito bom para se ouvir numa noite de chuva. E tá precisando

let me live
copacabana concerto
carolina
oração para uma menina
wait until dark
modinha
winter love
my sin
meia volta
o parque
the fox
joana
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Remo Usai E Sua Orquestra – 7 Homens Vivos Ou Mortos (1968)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu trago para vocês um disquinho de trilha de filme. Digo disquinho porque se trata de um compacto. Porém, é dos mais interessantes e por certo, merece o nosso toque. Temos aqui a trilha, ou melhor dizendo, o tema completo (parte 1 e 2) para o filme “7 Homens Vivos ou Mortos”. Um ‘thriller policial’ com participação de grandes nomes do cinema nacional nos anos 60, como se pode ver logo na capa. A trilha/tema e execução é do maestro Remo Usai, um nome estranho e certamente para uma maioria um ilustre desconhecido, mas foi um dos mais atuantes e bem preparado compositores brasileiros de trilhas para o cinema. No seu currículo há mais de cem filmes. Eis aí um personagem que merecia uma melhor apresentação, mas como aqui tudo é meio ‘a toque de caixa’, eu vou apenas repassar este link. Leiam o texto escrito pelo pesquisador Martin Eikmeier sobre Remo Usai. Eu, por outro lado, vou procurar outras trilhas que possivelmente tenham sido editadas em lps. Não me lembro de nenhuma, mesmo assim vale a caça. Taí um compositor que a gente precisa conhecer. Eu, adoro trilhas 🙂

7 homens vivos ou mortos (parte 1)
7 homens vivos ou mortos (parte 2)
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Ary Barroso Internacional (1964)

Boa tarde, prezados amigos cultos e ocultos! Devido a uma viagem, estou sendo obrigado a recorrer aos meus ‘discos de gaveta’, aqueles que estão sempre prontos, seja no ‘hd” ou no pen drive. Sempre levo comigo, quando viajo, alguns arquivos para cobrir as emergências. Dessa forma, levo hoje para vocês uma coletânea prá lá de bacana. Estamos falando aqui de Ary Barroso, em um álbum lançado pela Musidisc possivelmente no ano de sua morte, 1964. Não há no lp qualquer informação da data, mas pelo texto na contracapa, tudo leva a crer que se trata de uma homenagem póstuma. A Musidisc reuniu alguns de seus maiores sucessos internacionais, extraídos de outros discos e artistas da gravadora. Alguns, inclusive, até já apresentados aqui no Toque Musical. De qualquer maneira, trata-se de uma coletânea da Musidisc, o que é sinônimo de qualidade. Mais ainda sendo o motivo principal a música de Ary Barroso. Confiram!

aquarela do brasil – ed lincoln e seu conjunto
aquarela do brasil – don pablo de havana
risque – orquestra românticos de cuba
morena boca de ouro – luiz bittencourt e orquestra
rio de janeiro – bob flemimg
bahia (na baixa do sapateiro) – don pablo de havana
bahia (na baixa do sapateiro) – henry nirenberg e sua orquestra
bahia (na baixa do sapateiro) – os violinos mágicos
é luxo só – orquestra pan american
foi ela – luiz bittencourt e orquestra
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Os Violinos Mágicos – Música Maravilhosa Dos Grandes Filmes (1961)

Hoje o Toque Musical oferece a seus amigos cultos,ocultos e associados, mais um álbum dedicado à música de cinema. Anteriormente, oferecemos a vocês “Devaneio”, com a orquestra de Guio de Morais. Desta vez, a execução de temas de grandes filmes hollywoodianos está a cargo de outra orquestra que ponteava na Musidisc, ao lado da Românticos de Cuba: os Violinos Mágicos. É claro que o nome da orquestra foi outra obra de gênio do fundador e dono da Musidisc, Nilo Sérgio. Por certo os músicos eram praticamente os mesmos da Românticos de Cuba, com regência a cargo principalmente de Severino Araújo, o criador da Orquestra Tabajara (e da Orquestra Romântica de Severino Araújo, outro nome usado pela mesma). Existiu entre 1959 e 1969 e, embora não tivesse durado tanto tempo quanto a Românticos de Cuba (gravou apenas sete álbuns), ficou na memória de tantos quantos apreciem o chamado “easy listening”, ou seja, a música instrumental e orquestrada.
 O presente álbum é o sexto dos Violinos Mágicos, com a indefectível produção de Nilo Sérgio, sem dúvida um craque em tudo que fez, dentro da série Masterpiece, com ótima qualidade sonora. Os apreciadores da música de cinema poderão ouvir os Violinos Mágicos, devidamente reforçados por um naipe de metais, ditos “de ouro”, executando um bom punhado de canções inesquecíveis de filmes hollywoodianos. O programa inclui “Tema do concerto em mi menor”, de Chopin (do filme “A noite sonhamos”),  “Concerto n.o 2” de Rachmaninoff (de “Canção da Rússia”), “Love me or leave me” (de “Ama-me ou esquece-me”), “Why do I love you?”  e “Make believe’ (de “O barco das ilusões”), “Begin the beguine” (clássico de Cole Porter, do filme “Canção inesquecível”) e “Summertime” (outro clássico, este dos irmãos Gershwin, executado junto com “It ain’t necessary”, ambos daópera “Porgy and Bess”, que virou filme,é claro). Em suma, um cardápio de extremobom gosto,para arrepiar os que gostam da música de cinema. Luzes, câmera, ação… e música!
blue skies
begin teh beguine
summertime – it ain’t necessarily so
stranger in paradise
chopin – tema do concerto em mi menor
love me or leave me
make believe
why do i love you
rachimaninoff – concerto n. 2
a pretty girl is like a melody
* Texto de Samuel Machado Filho

J G De Araújo – Amo (1964)

Que tal um pouco de poesia? Bem, é o que o Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos,ocultos e associados. Trata-se um LP da Musidisc, gravadora que encerrou definitivamente suas atividades em 2013, apresentando poemas escritos e declamados por um autor tão discutido quanto lido: J. G. de Araújo Jorge.
Batizado como José  Gulherme de Araújo Jorge, nosso focalizado nasceu na Vila de Tarauacá, Estado do Acre, no dia 20 de maio de 1914, filho de Salvador Augusto de Araújo Jorge (membro de tradicional família acreana) e Zilda Tinoco de Araújo Jorge.  Era também sobrinho-neto do embaixador Artur Guimarães de Araújo Jorge (médico, escritor e orador, presidente perpétuo da Academia Amazonense de Letras) e  do professor Afrânio de Araújo Jorge, fundador do Ginásio Alagoano, de Maceió.  J. G. passou sua infância na capital do Estado, Rio Branco, onde fez o curso primário no Grupo Escolar Sete de Setembro.Em seguida, ao mudar-se para o Rio de Janeiro, fez o curso secundário nos colégios Anglo-Americano e Pedro II.  Colaborando desde menino na imprensa estudantil, foi fundador e presidente da Academia de Letras do Internato Pedro II, que ficava num casarão de São Cristóvão, destruído por um incêndio muitos  anos depois. Ainda ginasiano, teve sua primeira publicação na imprensa adulta: o poema “Ri, palhaço, ri”, de 1931, aparecido no jornal “Correio da Manhã” e depois no “Almanaque Bertrand” para o ano seguinte,mas nunca incluído em seus livros, como outros trabalhos seus dessa época. Colaborou também no jornal “A Nação” , nas revistas ‘Vamos Ler!” e “Carioca”, etc.  Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil.  Foi eleito “Príncipe dos Poetas” em 1932, numa memorável cerimônia  acontecida no Externato Pedro II. Saudado na festa pelo também escritor Coelho Neto, recebeu das mãos da poetisa Ana Amélia,então presidente da Casa do Estudante do Brasil, como prêmio e homenagem, um livro ofertado por Adalberto Oliveira, então “Príncipe da Poesia Brasileira”. Ainda estudante, J. G. de Araújo Jorge venceu concursos de oratória, tendo sido orador oficial de entidades universitárias. Recebeu em Coimbra, Portugal, o título de “estudante honorário”, e fez Curso de Extensão Cultural na Universidade de Berlim. Foi casado com Maria Souza de Araújo Jorge. Seu primeiro livro, “Meu céu interior”, foi publicado em 1934, seguido de outros 35. Entre suas obras, destacamos: “Bazar de ritmos” (1935), “Harpa submersa” (1952), “Concerto a quatro mãos” (1959), “De mãos dadas” (1961), “Poemas do amor ardente” (idem),  “Cantigas de menino grande” (1964), “Trevos de quatro versos (idem), “Quatro damas” (1965), “Os mais belos sonetos que o amor inspirou” (1966 e 1970), “Mensagem” (1966), “O poder da flor” (1969), “O poeta na praça” (1981), “Tempo será” (1986) e a coletânea de crônicas “No mundo da poesia” (1969).  Foi conhecido como “o poeta da povo e da mocidade”, por sua mensagem social e política, e por sua obra lírica, de linguagem simples, impregnada de romantismo moderno, mas às vezes dramático, o que o fez um dos poetas mais lidos e, ao mesmo tempo, o mais combatido do Brasil. Com irrefreável vocação para a política, J.G. candidatou-se a vários cargos públicos. Em 1970, foi eleito deputado federal pela antiga Guanabara, sendo reeleito duas vezes (1974 e 1978). Ocupou a vice-liderança do MDB, hoje PMDB, e a presidência da Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados. J. G. de Araújo Jorge faleceu no Rio, em 27 de janeiro de 1987. E até hoje seus livros continuam bastante procurados nos sebos, uma vez que há tempos não são reeditados.  Mesmo esquecido pela crítica, é um dos poetas cujos textos mais aparecem na internet, e talvez seja um dos mais lembrados, lidos e copiados pelos enamorados.
Neste álbum da Musidisc, lançado originalmente em 1964, um pouco da arte poética de J. G. de Araújo Jorge. O título do  LP é o mesmo de um livro que ele publicou em 1938, “Amo!”, e por certo sua audição irá comprovar a permanência e a força de sua poesia. Depois deste álbum, J. G. ainda lançaria um outro, sem título, pela gravadora Equipe de Oswaldo Cadaxo, provavelmente em 1970.  Ouça este “Amo!” e desperte o poeta que existe em você!
amo
balada da chuva
cena a hora do poente
noiva
trecho de carta inútil
essa
há dias
maldade
carnaval
tédio
ideal de amor
gata angorá
poema para mulher que passou
você
carta cinzenta
a lenda do poente
felicidade
a vida
fim
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*Texto de SAMUEL MACHADO FILHO

Nilo Sérgio E Sua Orquestra – Dançando Suavemente (1960)

Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Depois de muitos pedidos, eu hoje resolvi postar o tão esperado “Dançando Suavemente”, de Nilo Sérgio. Tão esperado, eu digo por conta daqueles que possivelmente até hoje estariam aguardando a postagem. Acontece que me faltava aparecer um álbinho assim, inteiro, quase novo, não fosse o amarelado do papel em seus mais de 50 anos. Dá até gosto de ouvir, gosto de colocar o disco na ‘pick up’ e de ter a capa nas mãos. O conteúdo musical? Impecável, assim como toda a produção. E não poderia ser de menos, afinal o artista aqui é também o dono da gravadora, idealizador da fantástica Musidisc. Álbum perfeito, cuidadosamente trabalhado entre Nilo Sérgio e seu arranjador, o maestro Carioca. Uma seleção musical fina apresentando um repertório de ‘standart’, alguns dos melhores clássicos da música americana. Há, contudo, duas faixas nacionais, “Devaneio” (de Djalma Ferreira e Luiz Antonio) e “Bongô para dois”, do próprio Nilo Sérgio. Feito para ouvir e para dançar. Aproveitem porque aqui vocês já sabem, é tudo por tempo limitado. Corre logo no GTM 😉

prefixo ‘blue star’ (the medic theme)
you do something to me
speak low
linger awhile
blue star (the medic theme)
fascination
devaneio
love letters
over the rainbow
bongô para dois
blue moon
sufixo ‘blue star’ (the medic theme)
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Trio Surdina – Interpreta Dorival Caymmi, Ary Barroso e Noel Rosa (1955)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Vou repetir para vocês que têm o costume de ler as resenhas. Para aqueles que estão atentos a tudo que rola por aqui, mas que por um lapso, acabam sem o toque. É o seguinte, tenho deixado um link oculto e direto aqui nas postagens. Estou fazendo isso como uma forma de verificar quantos de vocês realmente lêem os textos. Assim, estou fazendo uma segunda chamada para não dizerem depois que fui injusto, privilegiando apenas os mais assíduos (o que é uma verdade). Penso que devo dar atenção aos que retribuiem da mesma forma. Para esses eu digo: em todas a atuais postagens há um link na última letra do texto, antes da relação das músicas. Basta clicar na letra para cair direto no site onde está o arquivo está hospedado. Fiquem esperto, a fila anda…
E agora, no silêncio da noite (pois o meu Galão ficou no 0x0), o melhor mesmo é manter o som na surdina. Aqui vai o Trio Surdina em sua formação original (ou inicial), com Fafá Lemos, Garoto e Chiquinho. Pela capa já se vê tudo, O Trio Surdina interprete Noel Rosa, Ary Barroso e Dorival Caymmi, Um momento maravilhoso que por se um simples disco de 10 polegadas, acaba deixando a gente com um gostinho de quero mais 🙂

joão valentão
quando eu penso na baía
feitio de oração
dora
vai haver barulho no chateau
três lágrimas
sábado em copacabana
boneca de pixe
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Wanderly Regina – Compacto (1963) e (1966)

Muito boa tarde, amigos cultos e ocultos! ‘Desovando’ mais um compacto raro por aqui (na verdade dois), vamos desta vez com a cantora Wanderly Regina. Alguém aí se lembra dela? Eu confesso que, para mim, ela passou meio que despercebida. Creio que para muitos. Foi uma cantora que atuou durante os anos 60, embora tenha gravado seu primeiro disco, um 78 rotaçoes, ainda nos anos 50. Está certamente vinculada à Jovem Guarda, ou ao seu início. Como eu pouco sabia da carreira desta cantora, fui consultar o ‘Mr. Google’ e por sorte, além de informações, encontrei também outro disquinho gravado por ela, no blog do amigo Chico, o Sintonia Musikal. Assim, temos aqui uma postagem para dois compactos. O primeiro é de 1963 e foi lançado pela Musidisc, o outro (do Sintonia Musikal) é de 1966. E eu para facilitar a vida, vou replicar também o texto de apresentação da cantora feito pelo Chico. Vamos lá:

Wanderly Regina é uma cantora obscura da Jovem Guarda que iniciou a carreira em Santo André, no Grande ABC (SP), onde cantava nas rádios locais. Neste disco, lançado pela RGE em 1966, é acompanhada pela banda The Bells. A cantora começou como Wander Lee, e com esse nome gravou em 1959 o primeiro disco, um 78 rpm com “Não Sou Estúpida” e “Dinamite” pela Chantecler. Em 1962 lançou um single com “Norman” e “Um Amor Só Meu”, na Musidisc. Mais tarde passou a assinar Wanderly Regina. Na sequência lançou ainda um compacto simples: “Escuta-me” e “Feminilidade” e um duplo com as composições: “Meu Mundo”, Você Ri de Mim”, Não Vou Àquela Festa” e “Idade do Amor” ainda pelo selo Musidisc. Depois transferiu-se para a RGE e gravou este single. Wanderly teve como empresário o Marcos Lázaro que a conduziu para o Programa Jovem Guarda. Na década de 1970 Wanderly afastou-se da carreira artística.
escuta-me
feminilidade
broto já tem vez
não sei achar
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Rud Wharton – Piano Bar (1955)

Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos. Finalmente, aqui vamos nós para mais um toque musical  diário. O dia já está no fim, mas logo um novo começa. É sempre assim 🙂
Antes que eu desmonte de sono encima do teclado, vou rapidamente mandando aqui mais um disco do acordeonista belga Rud Wharton em mais um disco produzido pela Musidisc, do produtor e cantor Nilo Sérgio. Lançado em 1955, este pequeno lp de 10 polegadas nos apresenta Rud Wharton desta vez num outro teclado, o piano. Ao que  podemos ver e ouvir, principalmente, o artista, em “Piano Bar”, nos brinda com oito temas internacionais famosos, cabendo também duas faixas nacionais para a “Dora”, de Caymmi e “Carinhoso”, de Pixinguinha. No blog temos também um outro disco deste artista, que segundo informações e comentários dos nossos amigos cultos, Rud era um músico europeu de passagem pelo Brasil. Parece não ter ficado por aqui  por muito tempo, mas o suficiente para lança alguns discos. Será que houve mais?
i’m in the mood for love
that’s amore
dora
chatanooga choo-choo
sweedish rhapsody
carinhoso
usted
luna rosa
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No Mundo Do Samba Vol. 2 (1956)

Olá amigos cultos e ocultos! Este ano está realmente complicado para mim. Além do tempo sempre curto, me surgem também outros problemas como o meu computador central, que de uns tempos para cá resolveu apresentar defeitos. Depois de uma semana, consegui fazê-lo funcionar, mas a ‘inhaca’ continua. Se eu o desligar, dificilmente voltará a ativa. Assim, vou mantendo o bicho ligado até onde for possível ou enquanto não providencio outro computador. O chato disso tudo é ter que reinstalar os meus programas, alguns inclusive, nem rodarão numa versão mais nova do Windows. É quase como começar tudo de novo, saco…
Mas enquanto temos fôlego, vamos ao mergulho musical, de volta ao passado. Trago nesse início de madrugada mais um dos muitos lps de 10 polegadas lançado pela Musidisc, de Nilo Sérgio, Temos aqui o volume 2 da coletânea “No mundo do samba”, lançado em 1956. Entre os anos de 55 e 56 a gravadora publicou diversos títulos, inclusive a série “No mundo…” apresentando não apenas o samba, mas também o baião, o tango, a valsa e o bolero, como podemos ver na contracapa deste lp. Estão reunidos alguns artistas como o Leal Brito, Renata Fronzi, Trio Surdina e também Djalma Ferreira que aqui comparece em três faixas. Há também uma faixa com a gaúcha Horacina Corrêa, cantora que ficou famosa seguindo a linha e estilo de Carmem Miranda. Segundo informações, ela fazia na Argentina o mesmo sucesso que fez a Carmem nos ‘States’.
samba no perroquet – djalma ferreira
cabelos brancos / tu / feitiço da vila – leal brito
na madrugada – trio surdina
prometi – renata fronzi
corcovado – leal brito
quero ver você chorar – horacina correa
samba para americano – djalma correa
eu já não sei – djalma ferreira

Trio Surdina – Boleros Famosos Vol. 1 (1955)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Há uns dois anos atrás eu postei aqui um disco do Trio Surdina. Foi a primeira vez que publiquei um trabalho desse trio maravilhoso, formado por Garoto, Fafá Lemos e Chiquinho do Acordeom. Na época, o disco em questão era “Boleros Em Surdina – Vol. 2”. Eu postei ele meio que incomodado por iniciar justamente com o volume 2. Naquele momento eu não tinha em mãos (e nem em pratos) o primeiro volume. Ficamos assim na pendência, até que hoje, procurando o que postar, dei de cara com o procurado volume 1. Meu engano foi por conta da capa, são bem semelhantes, o que muda são apenas as cores da ilustração. Nem me toquei para o detalhe. Mas, como dizem, nunca é tarde para ser feliz. Como em 1954 o trio original se desfez, por conta da morte de Garoto, Nilo Sérgio, o produtor, resolveu manter o nome Trio Surdina com outros músicos e com esses veio a lançar mais uma série de discos. Eu, tenho para mim, que “Boleros Famosos”, tanto o vol 1 como o 2 são com o trio original. Que tal a gente ouvir e comentar, heim? Quem quiser também pode dançar 😉

usted
sinceridad
cancion del alma
solamente una vez
un minuto
contigo
angelitos negros
pecadora

Bob Fleming (1961)

Bom dia amigos cultos, ocultos e associados! Hoje eu estou trazendo um disco que eu considero nota 10. Um dos primeiros álbuns do selo Musidisc, lançado em 1961 e apresentando o saxofonista criado por Nilo Sérgio, Bob Fleming. Quem acompanha o blog sabe que aqui temos outros discos desse artista e em vários outros momentos falamos sobre a real identidade do mesmo. Muitos falam que Bob Fleming era o saxofonista Moacyr Silva, depois passou a ser o Zito Righi… São tantas histórias e lendas que eu já nem sei mais qual é a verdade. Hoje, ao iniciar essa postagem, ainda agora, li no site “Agenda do Samba Choro” (uma lista de discussão sobre MPB) um texto que me deixou ainda mais confuso. Trata-se de um e-mail enviado ao site, em junho de 2004, pelo saxofonista Moacyr Marques da Silva onde ele tenta esclarecer a verdade sobre o assunto. Segue logo a baixo uma cópia do texto, que pode também ser conferido na própria lista do Samba Choro:

Rio de Janeiro 06 de junho de 2004. 

Prezados Senhores. 

Como testemunha viva dos fatos descritos sobre “BOB FLEMING”, gostaria de
esclarecer que eu, Moacyr Marques da Silva, músico, saxofonista, citado em
seu site: 

“Caro internauta. Quero aqui informar-lhe que muito há que reparar neste seu
release sobre Bob Fleming. Não sei que fontes vc consultou, mas são muito
imprecisas. Conheci, pessoalmente, por intermédio de membros de minha
família o verdadeiro Bob Fleming, pseudônimo usado por um grande músico
brasileiro do Rio de Janeiro, cujo nome correto é Moacir Marques, que
apesaqr de não ser americano era branco, nada tendo a ver com o Moacir
Silva, outro grande músico brasileiro, este sim negro. Moacir Marques, tocou
em diversas orquestras ( inclusive da Rádio Nacional ) e formou um conjunto
que tinmha seu nome e tocava em diversos bailes do Rio de Janeiro e
adjacencias.Tive o privilégio de receber de suas mãos aquerle LP onde na
capa aparecia algém vestido numa armadura tocando sax. Procure pesquisar
mais em cima destas minhas informações e refeça ou retire do ar seu artigo,
para que evitar que com o passar do tempo essa incorreção venha a se tornar
uma verdade que nenhum dos dois Moacir merecem”.

Não fui e jamais gravei com este pseudônimo, criado por Nilo Sérgio, dono da 
gravadora Musidisc, à época, para Moacyr Silva (Negro) e posteriormente para
 
Zito Rig (branco), outro saxofonista. Como músico profissional exerci a
 
função em diversas gravadoras (Copacabana Disco e Odeon, funcionário
 
efetivo) e rádios ( Tupi, Nacional e outras). Fui integrante e fundador da
 
Orquestra da Rede Globo de Televisão, enquanto existiu (23 ANOS).Tive meu
 
próprio conjunto musical, com o qual gravei 6 LP’s, entre os anos 60 a 66.
 
Integrei a Orquestra de Ary Barroso e do Maestro Copinha. Me apresentei com
 
grandes artistas Internacionais.
 
Em meados de 1966, com a Orquestra do Maestro Copinha, me apresentei no baile
 
beneficente da Cruz Vermelha Internacional oferecidos pelo Príncipe de
 
Mônaco em seu palácio; gravei com todos os grandes cantores da música
 
popular brasileira (ver ficha técnica nos LP´s – Simone, Gilberto Gil,
 
Bethanea, Gal Costa, Elizete Cardoso, e muitos outros). E, ainda, sou
 
funcionário público estatutário, aposentado na categoria de músico –
 
clarinetista baixo – da Orquestra Sinfônica Nacional do Ministério da
 
Educação, lotada na Universidade Federal Fluminense. Apesar da semelhança
 
dos nomes, Moacyr Marques da Silva, ou melhor, Moacyr Marques, “BIJOU”, como
 
sou conhecido no meio musical, jamais poderia ser confundido com o grande e
 
respeitado amigo Moacyr Silva, cuja a carreira abrilhantou a música
 
brasileira. Para maiores esclarecimentos, entre em contato:
 
Tels: 21-2447-1446 ou 21-2447-0139 horário da manhã.
 
Aproveito pra parabenizar o autor dos artigos sobre Moacyr Silva, e solicito
 
que desconsiderem as observações do Sr. Reginaldo Gomes de Souza. Grato pela
 
atenção.
 
Moacyr Marques – BIJOU.
 

Sinceramente, eu já não estou entendendo mais nada sobre essa história. Porém, como um dos muitos divulgadores do ‘sax’ criado por Nilo Sérgio, me vejo na obrigação de apresentar todos os fatos e versões. Qual é a verdade? Taí uma questão cheia de polêmica, que vale novamente vir à tona. Vamos comentar?

nosso amor

fechei a porta

é luxo só

teleco-teco nº 2

meditação

cheiro de saudade

a noite do meu bem

fim de caso

ideias erradas

e daí?

mundo mau

ho-ba-la-la

rio de janeiro (isto é meu brasil)

cidade maravilhosa

dizem por aí

o amor e a rosa

se acaso você chegasse

agora é cinza

chora tua tristeza

ri

carinho e amor

menina moça

o nosso olhar

exemplo

Turma Da Bossa – Sambas De Bossa Nova (1959)

Boa noite, meus prezados amigos cultos, ocultos e associados! Depois que nos transferimos para um espaço independente, eu acabei deixando meio de lado a programação tradicional do blog. Hoje, por exemplo, seria o dia de coletâneas, mas confesso, nem lembrei. Vamos ver se a partir da próxima semana eu consigo voltar ao velho esquema.

Hoje eu tenho para vocês este interessantíssimo álbum, lançado pela Musidisc, logo nos primeiros sussurros da Bossa Nova. Nilo Sérgio, sempre um passo a frente, foi logo tratando de por a Musidisc na linha de frente da nova onda. Naquele momento, Bossa Nova era ainda uma espécie de jargão, um termo para definir um tipo de samba que estava nascendo. Por certo, metade das músicas deste disco viriam a se tornar clássicos da Bossa Nova. A outra metade é também de sambas clássicos, porém dos antigos. O lp, apesar de toda bossa, ainda estava longe do conceito moderno ‘Bossa Nova’. Ainda carrega em sua produção e arranjos aquele mesmo jeitinho tradicional. Pena, apesar de todo o cuidado e qualidade, a gravadora não informar no álbum a ficha técnica. Mesmo assim, não deixa de ser um excelente disco e merece em muito a nossa atenção.

chega de saudade

lamento

vai, mas vai mesmo

não vou pra Brasília

mocinho bonito

é luxo só

se acaso você chegasse

recado

barracão

com que roupa

 

Les 4 Cadillacs – Doucement Novamente (1964)

Boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje eu estou trazendo um disco que há muito eu queria postar, só não fiz antes por uma questão particular, quando de uma certa vez, postando um disco dOs Românticos de Cuba, o Nilo Sérgio Filho solicitou a sua retirada, alegando que muitos dos títulos da Musidisc ainda se encontravam em catálogo, ou algo assim. Eu, prontamente atendi ao seu pedido e pensei mesmo em nunca mais postar coisas desse selo. Acontece que o que foi proibido aqui, continuava (e continua) rolando a solto por aí. Assim sendo, sem querer ser mais transgressor, escolhi para postar alguns álbuns que, tenho certeza, nunca mais serão relançados. Além do mais, são discos já bem divulgados em outos blogs, sites e redes sociais.
Temos então, “Les 4 Cadillacs – Novamente”, que foi o segundo álbum para um quarteto formado supostamente, por Durval Ferreira na guitarra, Ed Lincoln no piano, Luiz Marinho no contrabaixo e Wilson das Neves na bateria. Segundo uma pesquisa feita pelo nosso saudoso amigo Mauro Caldas, o Zecalouro, em seu ensaio “O Jogo dos Pseudônimos”, apenas no primeiro álbum é que com certeza eram esses mesmos os músicos. Embora não conste na capa, eu acredito que neste segundo lp a turma seja a mesma. Independente de qualquer coisa, o que nos importa de imediato é a música, um estilo e repertório que mantinha o mesmo formato do anterior, música para dançar. Aqui, abrindo um pouco mais o leque, o quarteto interpreta não apenas ‘standards’ da música americana, mas também grandes temas da música francesa, italiana, espanhola, portuguesa, até russsa e latinoamericana, sem se esquecer do Brasil (claro!), através de dois clássicos, “Chove lá fora”, de Tito Madi e “Se todos fossem iguais a você”, de Tom e Vinícius. Confiram no GTM 🙂

prefixo ‘sweet melody’
exodus – i could have danced all night
canção de amor cubano – cubanacan
chove lá fora – se todos fossem iguais a você
recuerdos de ypacarai – índia
besame mucho – amor, amor, amor…
el dia en que me queiras – jealousie
moritat – lichtensteiner polka
tua – mama
olhos negros – noites de moscou
c’est si bon – mon oncle
canção do mar – sempre que lisboa canta
la violetera – madrid – sufixo ‘sweet melody’

Românticos De Cuba – Na Itália (1965)

Bom dia a todos! Ontem aconteceu em Belo Horizonte a tradicional Festa Italiana da Savassi com dezenas de barraquinhas vendendo comidas típicas, shows e mais de 60 mil pessoas circulando pela Av. Getúlio Vargas. Quando vi a ‘muvuca’, desisti de entrar na festa. Embora tivesse muito coisa legal para ver e comer, preferi rodar de bike por outros cantos da cidade. Sei que perdi um festão, mas no ano que vem eu programo melhor essa data.
Pensando na festa, tive então a ideia de postar hoje este disco da Orquestra Românticos de Cuba. Temos aqui uma seleção de algumas das mais famosas músicas italianas dos anos 50 e 60 executadas com a qualidade que só mesmo uma boa orquestra como esta poderia fazer. Inicialmente, sob a batuta oculta de Severino Araújo e muitos dos instrumentistas de sua Orquestra Tabajara, depois nas mãos de Waltel Branco, os Românticos de Cuba estiveram por mais de 20 anos, com seus discos, sendo lançados no mercado fonográfico como a orquestra das oportunidades. Aquela que toca de tudo e conforme o sinalizador de sucessos. Uma criação do dono da gravadora, Musidisc, Nilo Sérgio. que soube como ninguém explorar o mercado fonográfico com seus artistas e orquestras inventados.
Acho que por conta dessas diferentes e diversas investidas, havia um variado leque de estampas e fotografias prontas para serem usadas nas capas. No caso específico desta, que embora seja muito bonita (principalmente pela garota), não tem nada a ver com a inspiração italiana. Ao montarem a capa, alguém lá… deve ter entendido que a Orquestra Românticos de Cuba iria gravar um disco de músicas mexicanas. Mama mia, che pasticcio!
Mas, independente da capa, o disco no geral é muito bom. Eu é que, pessoalmente, prefiro dos italianos mais moderninhos, do jazz e do rock progressivo. Pena que os Românticos de Cuba não chegaram a trabalhar esses tipos de música, hehehe…
sapore di sale – tornerai suzie
stasera pago io – io che amo solo te
arrivederci roma – o sole mio
ti guardero nel cuore – al di la
piove – conoscerti
aria di neve – la dulce estale
senza fine – una lacrima sul viso
prima di dormire bambina – nel blu dipinto di blu
addormentarmi cosi – l’abito blu
nessuno al mondo – arrivederci

Trio Surdina – Boleros Famosos Vol. 2 (1955)

Bom dia a todos! Aqui vamos nós para mais uma jornada fonomusical da semana, trazendo sempre (que possível) aquele disquinho ou gravação esquecida, que faz a alegria de muitos cultos e ocultos visitantes.
Tenho aqui um disco do Trio Surdina. Esta é a primeira vez que eu estou postando um disco inteiro desse conjunto genial. Praticamente, quase todos os discos lançados por esse trio já foram resgatados em blogs musicais. Procurei então trazer aquilo que ainda não está nas ‘bocas’ (e nem nos ouvidos). “Boleros Famosos”, me parece, ainda estava em falta. Aliás, continua pela metade, pois eu só tenho o volume 2. O volume 1, lançado também em 1955, eu nunca vi nem a capa. Os discos do Trio Surdina, nesta fase, trazem outra formação. Inicialmente era Garoto, Fafá Lemos e Chiquinho do Acordeon. Em 1954 o trio se desfez e o produtor Nilo Sérgio, dono da Musidisc, resolveu manter o nome do grupo com outros integrantes. Sabendo do sucesso do trio, Nilo Sérgio procurou não apenas manter o estilo do grupo, mas também ocultou por um tempo quem eram os músicos da nova formação. Para aqueles que acompanhavam a trajetória do Trio Surdina, a mudança foi evidente. O estilo individual de cada instrumentista, por mais próximo que fosse a semelhança com o anterior, não era a mesma coisa. A segunda formação do Trio Surdina, também excelente, seria com Nestor Campos (violão), Auro Pedro Thomaz, o ‘Gaúcho’ (acordeon) e Al Quincas (violino). Por certo, o Trio Surdina se manteve fiel a proposta inicial e continuou gravando, este e outras excelentes bolachas.
O álbum “Boleros Famosos – Vol. 2” é uma continuação do primeiro disco. Acredito que os dois lps fazem parte da mesma fase de gravação e que na época gerou dois volumes. Não preciso nem entrar em detalhes quanto ao repertório. Só sei que nessa formação de violino, violão e acordeon, o bolero ganha uma outra roupagem. Mais suave, mais surdina…
Para conhecer a história do Trio Surdina, na íntegra, vale dar uma conferida no site do pesquisador Jorge de Carvalho Mello.

sin ti
oración caribe
babalú
para que sufras
amor secreto
contigo en la distancia
verdad amarga
una aventura mas

Telinho / Dominguinho Do Estácio – Sambistas Unidos (1975)

Olá! Uma pausa para o café. Ontem eu fechei de vez as portas do outro Toque Musical. Mesmo com um baita aviso no cabeçalho dizendo que as atividades do blog estavam concentradas aqui, ainda tinha gente insistia em segui-lo por lá. Agora vai acabar a confusão. Espero que todos se acomodem, cultos e ocultos, sempre presentes 🙂

Chega de choro e vamos de samba! Para nossa terça-feira, eu tenho aqui mais um autêntico, ou melhor, dois autênticos representantes do samba, Telinho da Mangueira e Dominguinho do Estácio. Este lp saiu em 1975 pelo selo Musidisc de Nilo Sérgio e contou com a direção musical do Mr. Sax, maestro Moacyr Silva, que soube dar aquela polida na prata, deixando o disco com cara de samba e não de pagode. Confiram aí…, que eu vou voltar ao trabalho.
o morro sou eu
esquema
meu garoto
o certo
amor e paz
chegou a hora
obrigado bateria
nanã buruquê
conclusão
tem veneno
minha santa ignorância
vamos à mangueira

Pierre Kolmann E Seu Conjunto – Para Dançar (1957)

Olá! Hoje resolvi mudar radicalmente o ritmo em que estávamos (prometo que ainda volto nele) em função de um comentário que reativa por aqui o enigmático Pierre Kolmann. Alimentando assim a polêmica, aqui vai mais um de seus discos, o de estréia “Para dançar”, que foi o álbum que gerou toda a confusão. Transcrevo abaixo o último comentário, que mesmo apesar de anônimo, me pareceu o mais esclarecedor e complementar. Se alguém tiver algo a acrescentar ou corrigir, faça-me o favor…

Os muitos nomes de Rubens Leal Brito.
Alguns artistas mudam seu nome durante a carreira (casos de Jorge Benjor e Sandra de Sá). Outros usam um ao cantar e outro ao compor (como Jamelão, que assina as composições com seu nome de batismo, José Bispo). Mas o pianista gaúcho Rubens Leal Brito é um sério candidato a recordista de nomes artísticos simultâneos. Assinava com seu próprio nome suas composições, feitas entre 1938 e 1951, sozinho ou em parceria com Jorge Faraj.
Como Britinho, além de gravar seus próprios discos com solo de piano – na Continental em 1956 e em LPs da Sinter em 1956 e 1957 -, acompanhava cantores, como na estréia em disco de João Gilberto (Copacabana, 1952). Também foi com este nome que gravou uma série de discos com outro pianista, Fats Elpídio (RCA, 1952-53). Assinou desta maneira algumas músicas, feitas entre 1952 e 1963 com os parceiros Fats Elpídio, Mesquita e Fernando César. Já era chamado Britinho em 1943, quando tocou na Rádio Farroupilha (Porto Alegre). Após alguns recitais, foi contratado para integrar a Orquestra Panfar, da emissora. Dirigiu por um período o Jazz da PRH-2, enquanto seguia atuando como pianista.
Algumas das músicas gravadas pelo pianista Britinho em discos Todamérica de 1951 eram de autoria de… João Leal Brito. Este também era o parceiro de Fernando César em “Noite Chuvosa” (1960). Seria um irmão de Rubens? Talvez, embora em 1953, o crédito do choro “Vê se te Agrada”, gravado por Gentil Guedes e sua Orquestra na Sinter, era para João Leal Brito “Britinho”. Assinando Leal Brito, gravou LPs na Musidisc (1955) e na Sinter (1956-57). Também teve músicas gravadas em 1955.
Teria havido outros nomes? É possível. Em abril de 1957, o radialista Almirante era convocado pela Justiça carioca para dar seu parecer como perito a respeito da ação da gravadora Rádio, que mantinha o pianista Waldir Calmon sob contrato e acusava a Musidisc de procurar iludir o consumidor, ao lançar o LP Para Dançar, gravado por Leal Brito com o pseudônimo de Pierre Kolman. Outra alegação se referia ao título do disco – Calmon tinha uma série de LPs com o nome de Feito para Dançar. Almirante concordou com a acusação. Talvez outro disco de “Kolman” tenha saído, pois o site do Dicionário Cravo Albim registra este pseudônimo, ao lado de outro – Franca Vila. Curiosamente, ali o nome de batismo de Britinho acabou sendo mencionado como “João Adelino Leal Brito”…

maracangalha
summertime in venice
que será será
conceição
inamorata
anema e core
night and day
canadian sunset
dolores
domani
none but a lonely heart
pensando em ti

PS.: Passados quase três anos, eis que aparece o autor verdadeiro do texto (definitivo) sobre a polêmica Leal Brito no Comentários. O cometarista, na época, apenas havia copiado o texto, de maneira anônima. Seu autor é o jornalista Fábio Gomes. Este texto foi publicado originalmente em seu site, Mistura e Manda.

Pierre Kolmann – Dance Com Musidisc Vol. 1 (1957)

Olá meus caríssimos amigos cultos e ocultos, vamos nós com a postagem do dia. No embalo das raridades, vamos hoje dançar. Tenho aqui um legítimo representante da onda dance no final dos anos 50. Como já falei em outra ocasião, nos anos 50 era muito comum os lp’s com músicas dançantes onde não haviam separação por faixas. As músicas tocavam sem interrupção durante todo um lado do disco. Quem tinha muitos discos nessa linha era o Waldir Calmon e suas séries feitas para dançar. Neste disco temos exatamente isso, porém entre uma música e outra há uma discreta pausa que permitiu separarmos este quase pout-porri dançante.
Bom, agora resta saber quem é esse tal de Pierre Kolmann. Para os que não sabem, este é um dos pseudônimos do compositor, pianista e ‘bandleard’ Britinho (João Adelino Leal Brito). Foi um artista bastante atuante na música por mais de três décadas. Gravou vários discos com sua orquestra, acompanhou outros tantos, tendo também suas composições interpretadas por diversos artistas. Como instrumentista super-requisitado, adotou o esquema, usado por outros músicos na época, de pseudônimos. Assim podia gravar em outros selos sem problemas contratuais. Este disco, por exemplo, não aparece na discografia de Britinho. Eles não eram considerados como álbuns de carreira.

deixa a nega gingar
depois do carnaval
olhos verdes
a flor do amor
nós e o mar
little white lies
destinos
samba toff
don’t blame me
vem pro samba