Low-Fi – Ready for Rock (2011)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Chegamos à primeira sexta feira de 2012, mantendo a programação de postagem para os artistas e discos independentes. Como a cada dia, mais artistas e discos buscam o caminho alternativo e independente para lançarem seus trabalhos, convém mantermos aqui um dia exclusivo para isso.

No final do ano passado eu fui assistir ao show de lançamento do primeiro disco da banda mineira Low-Fi, no 104, lá na Praça da Estação. Eu já conhecia um pouco o trabalho de alguns dos integrantes, como o do Elinho, saxofonista e principal vocalista da banda e o baixista Rafael Pimenta, integrante dO Grande Ah!, outra banda mineira, que teve um merecido destaque nos anos 80 e 90. No show, inclusive, participaram da canja outros músicos dO Grande Ah!. Foi mesmo uma festa aquela noite. Eu gostei da apresentação dos caras, o que me incomodou foi o barulhinho de copos, louças e talheres, gente falando. Coisas que ao me ver comprometeram a apresentação, além da própria acústica do local que não favorecia em nada. Tentei não levar isso em conta, considerando também que aquela apresentação, em um Café, tinha um caráter mais ‘familiar’. Ali só tinha mesmo os amigos, parceiros e parentes. Estavam todos em festa. No geral, foi bacana, mas acho que os caras deveriam levar esse trabalho para um palco e público maior. São todos músicos super competentes e experientes, além de uma boa presença de palco. Quem é de Belô deve se lembrar de bandas como Gadernais, Nest, Freak Brothers e Divergência Socialista. Esta turma do Low-Fi vem daí. Classificar a banda é uma coisa meio difícil para mim, mas a sua essência é o velho e bom rock’n’roll. Podemos dizer que é uma banda de rock, mas trazem o ‘quê’ de sofisticação ao incorporarem o sax alto, de uma forma que muito me lembra a impecável e saudosa banda americana Morphine. Mas, não se enganem, o Low-Fi tem também outras influências que vai do blues à mpb. No álbum de estréia iremos encontrar um repertório bem interessante, que tem além de composições próprias, outras como a releitura de “O filho predileto de Rajneesh”, do memorável Sexo Explícito, gravada também pelo Pato Fu. “Negue”, de Adelino Moreira e Enzo de Almeida, também é outra, um clássico romântico eternizado na voz de Nelson Gonçalves, adquire aqui uma roupagem quase jocosa, acelerada, que ao meu ver (e ouvir), serviu mais como estrutura para uma ‘jam session’ do que propriamente uma interpretação apaixonada. Morri de ri ao ver no show algumas pessoas mais velhas tentando acompanhar cantando aquela música, num arranjo que faria o Metralha cuspir fogo, hehehe… Acho que é exatamente isso que me agrada e faz o diferencial da banda. No cd, a produção contou também com participações especiais como as de Paulinho da Costa, trompetista no Skank; Gabriel Guedes, músico super talentoso, filho do Beto; o guitarrista francês Allain Sarragose; Leo Lima; Deco Lima e Marcos Pimenta (O Grande Ah!). Vamos conferir?
ready for love
seu segredo
no crime
to die for
belém-belém
negue
o filho predileto de rajneesh
sinceramente
i’m sure
divertir
i’m worried
nada (bonus)