Vzyadoq Moe – O Ápice (1987)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Para quebrar um pouco a rotina, hoje vamos apresentar um som para se ouvir com outros olhos. Estamos aqui acostumados a ouvir, de uma certa forma, o tradicional e convencional que as vezes é preciso pular a faixa. Sempre que eu faço uma ‘semana temática’ dedicada ao rock/pop nacional penso em postar este disco da banda paulista Vzyadoq Moe. Mas acaba ficando tão difícil quanto pronunciar esse nome. Isso porque o ‘aparente indigesto’ não fica só no nome. A música desta banda é também algo difícil de descer num primeiro momento. O que diria então naqueles anos 80! Essa turma  fazia um som que ia além do que era proposto naquela época do pop/rock nacional. Sua música era calcada no rock, mas pode também fazer parte do grupo dos inclassificáveis ou experimentais. Um som influenciado por uma mescla de coisas variadas, algo que me lembra muito o ‘krautrock’ alemão, bandas como Can, Apple Silver, Einsturzende Neubauten, somados a aquela onda ‘new wave/pos punk que rolava na Europa. O trabalho do VM era pretensioso, tanto pelas letras do vocalista Fausto Marthe quanto no instrumental e na produção. Mas porém, a gente percebe que ao final faltou ali um elemento que amarrasse tudo isso. Mesmo assim, não deixa de ser um trabalho acima da média, fugindo do pop colorido que o rock naquela década virou.
Este disco foi gravado e mixado no Estúdio Eldorado e saiu pelo selo independente Wop Bop. Foi um fracasso de vendas, mas recebeu boas críticas da impressa especializada. O nome do grupo surgiu de um sorteio de letras. Gravaram apenas dois discos e participaram de outras duas coletâneas. Me parece que seus integrantes voltaram a ativa há uns anos atrás…

da finitude carnal
junto ao céu
o último desígnio
incerto
desejo em chamas
redenção
da ressurreição
não há morte
a monomania
o ápice
guerra das sombras
expansão

Meire Pavão E Albert Pavão – Família Buscapé (1989)

Boa noite, moçada culta e oculta! Hoje eu trago para vocês um disco que chegou há pouco em minhas mãos. Uma indicação de um amigo que eu prontamente acatei, afinal Meire Pavão e seu irmão Albert são dois artistas dos quais eu até hoje nunca havia postado nada. Já tivemos aqui várias ondas de Jovem Guarda, mas nem Meire e nem Albert tiveram a sua chance. Assim sendo, vamos dar o toque agora 😉

Eis aqui um lp reunindo alguns bons momentos desses dois artistas. Este disco foi produzido, de maneira independente, pelo próprio Albert para o selo Wop Bop. No lp não consta a data, mas suponho que tenha sido entre 1989 e 90, época em que este selo andou lançando alguns títulos curiosos.
“Família Buscapé”, talvez o maior sucesso dos Pavão, foi a melhor escolha para dar nome a este disco, que se divide de um lado para Meire e do outro para Albert. As músicas incluídas aqui são praticamente todas gravações dos anos 60. A qualidade, inclusive, fica um pouco a desejar, mas para quem é fã não tem dessa, vale tudo. Pessoalmente, achei até boas, melhores até que as minhas produções para o “Grand Record Brazil” (hehehe…) A música mais nova aqui é “Papai Walt Disney”, lançada em 1975, no disco infantil “O mundo maravilhoso de Walt Disney”, quando Meire, Albert e o pai, Theotônio Pavão formavam o Trio Patinhas. À respeito de Theotônio, este era, além de pai, uma espécie de mentor, empresário, parceiro e figura constante na atuação dos filhos. No encarte do lp há informações detalhadas sobre eles e cada uma das músicas. Confiram este toque 😉
Meire Pavão:
papai walt disney
família buscapé
o tipo
louco amor
a cigarra e a formiga
o vovô e a vovó
lambarí
the ballad of cat ballou
a canção mais linda
Albert Pavão:
vigésimo andar
sobre um rio tão calmo
move it
remember baby (don’t is bug me)
peggy sue
vamos mudar
corina, corina
a batalha de waterloo
i hate lies