Violonista, guitarrista, compositor e arranjador conceituado, Luiz Cláudio Ramos é posto em foco hoje pelo nosso TM. Com o nome completo de Luiz Cláudio Ramos dos Santos, ele veio ao mundo na cidade do Rio de Janeiro, a 25 de julho de 1949. Irmão do cantor Carlos José, Luiz Cláudio é autodidata e toca violão desde os catorze anos de idade, sendo também conhecido como “o matemático das escalas sonoras”. Entre 1969 e 1971, foi guitarrista do conjunto A Brazuca, liderado pelo tecladista Antônio Adolfo. A carreira de arranjador, paralela a de compositor e instrumentista, começa na década de 1970, por sugestão de Roberto Menescal, com trabalhos para alguns artistas renomados de nossa música, tais como MPB-4, Fagner e Quarteto em Cy. É extensa, por sinal, a relação de artistas com quem Luiz Cláudio tocou, em gravações e shows, além dos já mencionados: Elis Regina, Erasmo Carlos, Odair José, Raul Seixas, Rita Lee, Carlos Lyra, Nara Leão, o rolling-stone Mick Jagger (com quem gravou, em 1975, a canção “Scarlet”), Sérgio Ricardo, Miúcha, Johnny Alf, Tom Jobim, Eliana Pittman, Wilson Simonal, Edu Lobo, Francis Hime, Dori Caymmi, Caetano Veloso, Ed Motta, João Donato, Lisa Ono e o próprio irmão, Carlos José, entre outros. Em 1973, Luiz Cláudio iniciou parceria musical com Chico Buarque, participando da gravação da música “Bárbara”, que faz parte do texto da peça “Calabar, o elogio da traição”, de Chico e Ruy Guerra. Mais tarde, ele participou dos três álbuns seguintes de Chico, em 1975 (com Maria Bethânia, ao vivo), 1976 (“Meus caros amigos”) e 1978 (sem título). Desde os anos 1980, é músico fixo da banda de Chico e, em 1989, além de instrumentista, passou a ser o arranjador e produtor musical dos shows e das gravações do cantor e compositor. No cinema, Luiz Cláudio Ramos foi o responsável pela trilha sonora do filme “O sonho de Rose”, dirigido por Tetê Moraes e lançado em 2000. Foi ainda diretor musical do documentário “Vinícius”, de Miguel Faria Júnior, rodado em 2005. Em 1980, Luiz Cláudio Ramos conseguiu a chance de gravar um álbum só seu. É justamente o que o TM oferece hoje a seus amigos, ocultos e associados, lançado pela Philips/Polygram, hoje Universal Music, dentro da série MPBC (Música Popular Brasileira Contemporânea). Produzido pelo próprio Luiz Cláudio, é um trabalho impecável e totalmente autoral, com músicas que fez sozinho ou em parceria com Franklin da Flauta (com quem gravaria, em 2011, o álbum “Dois amigos”) e Aldir Blanc. Franklin, é claro, participa deste álbum, ao lado de “cobras” como o baterista Wilson das Neves, por sinal recentemente falecido, o tecladista Hélvuis Vilela, o contrabaixista Luizão, os percussionistas Chacal e Enéas, e os “backing vocals” de Cybele, Cyva (ex-integrantes do Quarteto em Cy), Ângela, Inês, Jane Duboc, Soninha, Malu e Dorinha Tapajós. Tudo com a qualidade e o padrão técnico de gravação que sempre caracterizavam as produções da Polygram. Enfim, é mais um trabalho de primeira, que o TM oferece com o orgulho e a satisfação de sempre a todos que prestigiam o que é bom. É correr pro GTM e baixar, sem falta…
ladeira do tambá
carta fora
fazenda do ar
dois irmãos
patati patatá
ensinar a viver
santo amaro
só rindo
o fio do pensamento
samba de exaltação a morena
ave maria
*Texto de Samuel Machado Filho