História Do Jazz Em São Paulo (1978)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Domingo, mesmo numa quarentena é sempre um domingo, não é mesmo? Mesmo quando todos os dias pareçam hoje em dia domingo, o domingo vai ser sempre aquele dia, o dia de hoje 🙂 E o dia hoje pede jazz… Vamos aqui com este registro raro do Jazz no Brasil, um disco dos mais interessantes lançado em 1978, pelo selo Band. Em “Historia do Jazz Em São Paulo” temos o resgate do que foi um primeiro festival de jazz apresentado ao público brasileiro, realizado em 1956, no Teatro de Cultura Artística de São Paulo. São gravações raras nas quais figuram Dick Farney, Ed Lincoln, Rubinho, Casé, Shoo Viana, Simonetti e muitos outros e que após 22 anos se transformaram neste disco. Sem dúvida, um lp muito bacana, com um áudio de qualidade para um grupo de músicos também da melhor qualidade. Disco que não pode faltar na coleção de um amante do gênero. Na contracapa temos um texto de Roberto Côrte Real que desenha bem toda cena. Vale a pena conhecer… Confiram no GTM.

valsa de uma cidade – dick farney, dinarte e ed lincoln
you don’t know what love is – dick farney, alfredo, ed lincoln e rubinho
love walked in – dick farney, casé, rubinho e shoo viana
rique – dick farney, casé rubinho e shoo viana
you go to my head – simonetti, dorimar, maciel, demetrio, stravinsky e pirituba
a fine romance – simonetti, dorimar, maciel, demetrio, stravinsky e pirituba

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Vários – América Latina Canta Vol. 3 (1981)

Olá, amigos cultos, ocultos e associados! Prosseguindo o ciclo latino-americano do TM, em comemoração ao décimo aniversário deste nosso blog, oferecemos mais uma expressiva compilação de música popular e folclórica dos países de língua hispânica, localizados sobretudo na América do Sul. É “América Latina canta 3”, lançada em 1981 pela mesma Bandeirantes Discos que produziu “Viva Argentina”, álbum já oferecido a vocês pelo nosso TM, e que faz parte de uma longa e vasta série do gênero, prova de que, mesmo vinculada a uma grande rede de televisão, a empresa ofereceu muito mais do que coletâneas ditas comerciais (ou seja, trilhas de novelas, hits do passado e do presente etc.), e procurava também atingir um nicho de mercado até então pouquíssimo ou nada explorado pelas “majors” do setor fonográfico. Aqui, saliente-se a presença de José Angel Robles Ramalho, argentino de Córdoba que se radicou no Brasil e adotou o pseudônimo de Lucas Robles. Ele fez  versões de músicas do espanhol para o português, e vice-versa, para artistas como Vanessa da Mata, Zezé di Camargo e Luciano, Wando, Julio Iglésias, Trio Los Angeles (que aliás descobriu), etc., e passou por várias outras gravadoras como produtor de discos (hoje é dono de sua própria gravadora, a LR Music). Além de coordenar os trabalhos de gravação deste disco, Lucas também canta dois clássicos indiscutíveis da canção popular latina: “Gracias a la vida”, obra-prima da chilena Violeta Parra, e “Guantanamera”, originária de Cuba (o título refere-se à mulher nascida e/ou residente na cidade cubana de  Guantánamo), com direito a poema declamado pelo próprio Robles. No repertório constam ainda, entre outras,  “El humahuaqueño” (que ficou conhecida no Brasil graças a um registro do “rei” Roberto Carlos), com o grupo Ñancahuasu, que também executa “Alma  llanera” (música originária da Venezuela, feita em 1914 e hoje considerada o segundo hino nacional daquele país), o clássico brasileiro “Asa branca”, de Gonzagão e Humberto Teixeira, aqui em ótima execução do grupo Los Inkamaru, e três faixas gravadas no México, devidamente cedidas por uma gravadora local: “Tierra humeda” (Amparo Ochoa), “Canto por la raza” (de e com Gabino Palomares) e “La maldición di Malinche” (Los Folkloristas). O lendário compositor Atahualpa Yupanqui aqui comparece com duas faixas autorais: “Los ejes de mi carreta”, com Buenos Aires 2, e  o clássico “Los hermanos”, na interpretação de Tono Baz. Este ainda nos oferece “Si  vas para Chile” e o Buenos Aires 2 ainda interpreta “Canción con todos”. Tudo isso compõe o programa de mais este álbum que nos oferece expressivas páginas da música popular latino-americana, e por certo irá agradar em cheio os que apreciam o gênero, além de surpreender agradavelmente quem ainda não conhece as páginas aqui incluídas. É ir para o GTM, baixar e conferir…

gracias a la vida – lucas robles
tierra humeda – amparo ochoa
los hermanos – tono baz
el humahuaqueño – ñancahuasu
canto por la raza – gabino palomares
cancion con todos – buenos aires 2
asa  brnaca – los inkamaru
guantaamera – lucas robles
la maldicion de maliche – los folkloristas
los ejes de mi carreta – buenos aires 2
si vas para chile – tono baz
alma lanera – ñancahuasu

*Texto de Samuel Machado Filho

Vários – Viva Argentina (1979)

Prosseguindo o “ciclo latino-americano” do TM, oferecemos hoje a nossos amigos cultos, ocultos e associados uma compilação reunindo o melhor do melhor em matéria de música argentina. Quando se fala na música produzida pelos nossos “hermanos”, a primeira coisa que vem à cabeça de muitos é o tango. É claro que nem só de tango vivem os argentinos, pois trata-se de música urbana, nascida em Buenos Aires e restrita à capital portenha. Quem se der ao trabalho de percorrer o interior do país, por certo ficará surpreso ao deparar com manifestações musicais populares das mais diversas, singelas, contundentes e repletas de garra,  sempre marcadas pelo amor à terra e ao homem argentino. Pois foi justamente com o objetivo de traçar um painel da música popular e folclórica da Argentina, que a Bandeirantes Discos, selo fonográfico de curta existência, ligado à rede de televisão de mesmo nome, lançou, em 1979, esta primorosa coletânea, com masters cedidos por três gravadoras portenhas e duas “majors”, a Polygram e a EMI, que hoje, ironicamente, são uma só, a Universal Music. Com o título de “Viva Argentina”, este disco reúne compositores e intérpretes consagrados, como Atahualpa Yupanqui (que canta sua “El alazán” e assina “Camino del índio”), Ariel Ramirez (“Alfonsina y el mar”) e Mercedes Sosa (“Cuando tienga la tierra”), além de apresentar outros nomes expressivos da música portenha, até então inéditos no Brasil. É o caso do Cuarteto Zupay (que interpreta “Camino del índio”, de Yupanqui), do quenista Uña Ramos (que interpreta “Mi linda humahuaqueña”, Jaime Torres (“Ireme pues’) e Jorge Cumbo, pesquisador e recriador do folclore argentino (aqui interpretando “Felices dias”).  São músicas de vários gêneros populares argentinos:  o zamba, a canción, a cueca, o ballecito, a cacharpaya etc. As letras dessas canções, sejam elas de cunho amoroso ou social,  possuem algo em comum:  a sensibilidade, seja índia ou “criolla”, abrangendo a paixão pelo pampa, suas colinas e cavalos (‘Mi alazán”, “La tropilla”), o culto à tradição e aos ancestrais (“Camino del índio”) e o clamor por liberdade e justiça social (“Cuando tienga la tierra”, “Chacarera al aire”, “No sé porque piensas tu”). Ou  seja, este “Viva Argentina”, como informa a contracapa, “é um vigoroso testemunho da cultura popular, da essência e do caráter do povo argentino”, autêntica joia que o TM nos oferece hoje. É ir ao GTM e baixar, sem falta!

mi linda humahuaquena – uña ramos
cuando tenga la tierra – mercedes sosa
chacarera al aire – quinteto clave
la tropilla – carlos vega pereda
afonsina y el mar – ariel ramirez
caminho del indio – cuarteto zupay
al alazan – atahualpa yupanqui
romace en taragui – huayra puka
ireme pues – jaime torres
no se porque piensas tu – daniel toro
cacharpaya – maria escudero
felices dias – jorge cumbo

*Texto de Samuel Machado Filho