Rio Carnaval 1565-1965 – Rio De Janeiro A Janeiro – Carnaval De 400 Janeiros (1965)

Muito boa noite, amigos cultos e ocultos! Para comemorar os 6 anos do Toque Musical eu estou trazendo aqui uma preciosa raridade, com certeza, nunca antes apresentado em outros blogs. Eu estava guardando esta jóia para os dias de Carnaval, mas acabei esquecendo. Foi bom, pois sendo um álbum tão especial, merecia mesmo uma data também especial. Até porque este não é um trabalho que fala apenas do Carnaval, mas principalmente do Rio de Janeiro. E o que tem ele em comum como o aniversário do Toque Musical? Bom, este álbum celebra o aniversário da cidade. Em 1965 o Rio de Janeiro completava 400 anos. Tudo a ver… e ouvir 🙂 Como disse, disco especial para um dia especial. E aqui no Toque Musical tudo é festa, tudo é carnaval 🙂
Como podemos ver pelas ilustrações, trata-se de um livro, um autêntico álbum duplo produzido, em conjunto pela revista O Cruzeiro e a gravadora Copacabana, comemorando os quatro séculos de Rio de Janeiro. E como Rio é sinônimo de Carnaval, o trabalho fonográfico é todo pautado nessa relação. O ‘livro lp’ apresenta mais de 30 páginas ricamente ilustradas com belíssimas fotografias e textos do escritor Nelson Costa, extraídos de seu livro “O Rio Através Dos Séculos”, editado pela “O Cruzeiro” naquele mesmo ano de 65. Os lps que compoe do álbum são duas jóias. O primeiro, Rio de Janeiro a Janeiro””, é uma seleção de músicas que enalteceram a cidade maravilhosa. Produzido pelo grande Moacyr Silva, traz a cada faixa um diferente artista, maestro e orquestra, todos evidentemente do ‘cast’ da Copacabana. O repertório, não precisa nem dizer, é do conhecimento de todos. Para quem ama o Rio como eu, este disco é o que há. O segundo lp também não fica atrás (só na ordem de apresentação). “Carnaval de 400 Janeiros” trás uma seleção em ‘pot pourri’ de algumas das melhores músicas de carnaval. De um lado temos os sambas e do outro as marchinhas, tudo interpretado pelo Coral e Orquestra Copacabana, sob direção musical de Altamiro Carrilho. Como podemos ver e também ouvir este é um daqueles trabalhos que merece toda a nossa atenção. Já imaginaram se não fossem os blogs, assim como o Toque Musical, o que seria desta e de tantas outras jóias, esquecidas em algum canto, mofando, se perdendo…? Ainda bem que a gente está por aqui 😉

Disco 1
cidade maravilhosa – coral e orquestra copacabana
quatrocentas velinhas – jorge goulart
valsa de uma cidade – roberto silva
rio – jorge henrique
cidade brinquedo – os rouxinóis
fantasia carioca – jairo aguiar
o rio é mais rio – gilberto alves
samba do avião – francineth
eterna capital – roberto audi
rio dos vice-reis – gilberto alves
hip-hurra quatrocentão – jorge goulart
rio, praia e sol – jorge eduardo
guanabara quatrocentão – jairo aguiar
rio – coral e orquestra copacabana
baia da guanabara – rinaldo calheiros
rio – abilio martins
rio de janeiro a janeiro – fernando barreto
primavera no rio – altamiro carrilho
Disco 2
praça onze
madureira chorou
vai que depois eu vou
pra seu governo
cai, cai…
nêga do cabelo duro
recordar
é bom parar
implorar
não tenho lágrimas
despedida da mangueira
meu consolo é você
que rei sou eu
até amanhã
agora é cinza
o orvalho vem caindo
não me diga adeus
nêga maluca
de lanterna na mão
o teu cabelo não nega
marchinha do grande galo
maria candelária
aurora
nós os carecas
quem sabe, sabe
touradas em madrid
se a lua contasse
eu brinco
lig lig lê
mamãe eu quero
allah lá ô
confete
sassaricando
cachaça
a jardineira
me dá um dinheiro aí
cabeleira do zezé
pastorinhas
.

Carnaval Rio Quatrocentão (1964)

Acho que hoje eu nem preciso fazer a tradicional saudação, visto que a coisa está mais para ‘salgação’. Sinceramente não entendi a tamanha motivação para tantos comentários. Não consigo acreditar que por causa de um simples chato, tudo virou uma enorme chateação. Não vou negar que fiquei também chateado pelas acusações daqueles que frenquentam este espaço, me culpando por não ter logo tomado as dores da HWR, por uma simples bobagem. Em outras ocasiões por aqui já fizeram pior e até comigo mesmo. Já fui mais que chato, fui chamado filho da puta, ladrão, pirata, viado, babaca, burro e até comunista (como se isso fosse uma ofensa). Em nenhuma das vezes saíram tantos ‘amigos’ em minha defesa. E no fundo, nem precisavam, pois aqueles que me conhecem de verdade, sabem que o meu entendimento de solidariedade é na linha de frente. É literalmente doando sangue. Percebo que a bandeira que tremula neste céu, hoje, não é a do Toque Musical. Além do mais, detesto Twitter…

Hoje me deu vontade de dar um basta nisso tudo, acabar com a seção de comentários em postagem e consequentemente dificultar o acesso aos links. Sei que tem muita gente bacana por aqui, amigos cultos e também ocultos, com um senso maior que o crítico. Em consideração aos verdadeiros segurei o passo, engulo mais saliva e vou em frente…
Tá aqui o disco do dia. Mais carnaval… acho que é disso que vocês estão precisando…
Segue aqui um belo álbum lançado pelo selo Copacabana. Um disco especial para uma data especial, Carnaval e 400 anos de favela. Este disco traz um encarte diferente, singular para os moldes tradicionais. Ele se abre como um livreto, com algumas páginas onde iremos encontrar a ficha técnica, as letras de cada uma das músicas e seus intérpretes. A propósito dos intérpretes, temos como destaque a Miss Guanabara e também Miss Brasil daquele ano, Vera Lúcia Couto dos Santos, cantando “Rosa Dourada”, uma marchinha de Moacyr Silva e David Nasser. É ela a moça da capa 🙂
Agora aqui, não sei se publico o ‘toque’, ou se mando vocês irem procurar ouvir o disco lá na HWR. Continuo subindo tudo com muito carinho 😉
joga a chave, meu amor – jorge goulart
lua cheia – angela maria
burrinha de mola – carequinha
vem cá mulata – gilberto alves
você passou – roberto silva
coração em festa – dina gonçalves
onda da cabeleira – roberto audi
me leva, eu vou – mário augusto
rosa dourada – vera lúcia couto dos santos
genipapo – gilberto alves
carnaval quatrocentão – elizeth cardoso
deu fungum – abilio martins
rainha de sabá e rei salomão – angela maria
dúvida cruel – dora lopes
tiro de feijão – dercy gonçalves
vendedor de ilusões – arrelia e pimentinha
vai zero aí? – walter stuart
me paga um óleo aí (pudim de cachaça) – noel carlos

Roberto Audi – Música Para Nós Dois (1961)

Olá amigos! Como todos já perceberam, os links apresentados nos comentários, referentes aos discos postados, são exclusivamente pelo Rapidshare. A única vantagem que eu via nele era o fato de suportar até 200 megas em arquivos e nos dá até 90 dias ativo com download. Parece que agora eles querem mudar a política, passando para apenas 60 dias. Não duvido nada que em breve eles também reduzam de 200 para 100 mb o espaço para upload. Mas o pior mesmo é essa jogada que eles andam fazendo, bloqueando intermitentemente os arquivos quando queremos baixá-los. Eles estão forçando a barra para fazer a gente adquirir uma conta Premium. Se a coisa continuar assim, em janeiro vou mudar para o Mediafire. Eu sou free, sempre free…

Seguindo em nossas postagens, vamos com mais um disco raro adquirido na Feira do Vinil. Desta vez eu trago um cantor, hoje pouco lembrado, Roberto Audi. Ele iniciou a carreira como corista em shows de Carlos Machado. Foi visto (e ouvido) por Leny Eversong que o incentivou a continuar cantando. Na época ele, ainda jovem, estava em dúvida se deveria ou não seguir a carreira artística. Estreou em disco ao lado da cantora, em 1958. Ainda nem era conhecido do grande público. Nunca havia antes se apresentado em rádio ou televisão. Leny Eversong o considerava a grande revelação e o apontava como um dos futuros astros da canção brasileira. Em pouco tempo e com o apadrinhamento da cantora ele conquistou o seu lugar. Foi premiado várias vezes, inclusive como “Revelação do Ano”. Tornou-se conhecido nacionalmente. Gravou o primeiro lp “E as operetas voltaram” pela Copacabana em 1959, numa produção de Lamartine Babo, que bateu todos os recordes de vendagem na época.
“Música para nós dois” foi seu terceiro álbum em ‘long play’ de 12 polegadas, lançado também pela ‘voz do caramujo’ em 1961. O álbum, embora marque um melhor momento de sua interpretação, foi também seu penúltimo disco gravado. De 1961 a 64 ele passou a fazer shows. Viajou pelo Brasil e alguns países da América do Sul. Foi também se apresentar em Portugal e nos Estados Unidos. A partir de 1964 ele abandonou as gravações e se dedicou somente à apresentações em cidades do interior. Acredito que por conta de sua impostação vocal, ao estilo dos primeiros cantores como Vicente Celestino e Francisco Alves, começava a não despertar mais interesse de público nos grandes centros urbanos, num momento onde a Bossa Nova era a grande estrela.
música para nós dois
ninguém é de ninguém
romântica
um novo céu
sombras
a noite vem
sol de verão
mundo mau
a canção dos seus olhos
duas rosas
i could have danced all night
sonata sem luar