Mix Sortido TM (2015)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou ‘mixturando’ a fome com a vontade de comer, com direito a indigestão para quem não escuta música com outros olhos. Tenho aqui oito discos de 12 polegadas, mas que trazem apenas um ou duas músicas. São os impagáveis filhos dos compactos, que começaram a pipocar a partir do final dos anos 80, discos que passaram a ser chamados de mix, ao estilo disco de DJ’s. Eram muito comuns também em 45 rpm e faziam exatamente a função do antigo compacto que era o de apresentar a tal ‘musica de trabalho’, aquela principal de um determinado artista ou grupo. Aliás, é bom que se diga, mesmo nos dias atuais ainda há muitos artistas que investem em compactos e discos mix, como esse sortimento que agora eu trago para vocês. Como podemos perceber, temos aqui nove discos de diferentes artistas, produções que passam pelas décadas de 80, 90 e nos anos 2000. Dos anos 80 temos as bandas Ego Trip, que trazia em sua formação Arthur Maia e Pedro Gil, filho do Gilberto Gil, Aqui temos deles a música “A lei sou eu”, sucesso nas rádios em 1987. Em 88 temos outro sucesso “Cara pálida” da banda carioca Gang 90. Ainda nos anos 80 temos os ‘mixies’ do conjunto Fator RG7, produzido por Leci Estrada e Eclis, com um pop feito na medida para tocar no rádio, só que não vigou. Entrando pela década de 90, temos o Arnaldo Antunes, ex Titãs com o mix “Nome não”, lançando em 93. Carlos Conceição  e seu sucesso localizado, “A tribo” e ainda um mix funk com a desbocada Dercy Gonçalves. Para finalizar, temos um mix mais moderninho, lançado já nos anos 2000 pelo músico baiano Gil Felix, variando em três versões o seu batido em “Que alegria”.

Em resumo, temos uma amostragem, cujo o sentido é bem mais que apresentar músicas. Aqui o intuito foi também lembrar que esses discos existem e tem o seu lugar, pelo menos uma vez, num toque musical. Divirtam-se
nome não – arnaldo antunes
a tribo – carlos conceição
sol de espanha – carlos conceição
resposta das aranhas – dercy gonçalves
vê se entende – eclis
cangurú – eclis
eu sou a lei – ego trip
acaso sensual – fator gr7
vem – fator rg7
cara pálida – gang 90
que alegria – gil felix
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Carnaval Rio Quatrocentão (1964)

Acho que hoje eu nem preciso fazer a tradicional saudação, visto que a coisa está mais para ‘salgação’. Sinceramente não entendi a tamanha motivação para tantos comentários. Não consigo acreditar que por causa de um simples chato, tudo virou uma enorme chateação. Não vou negar que fiquei também chateado pelas acusações daqueles que frenquentam este espaço, me culpando por não ter logo tomado as dores da HWR, por uma simples bobagem. Em outras ocasiões por aqui já fizeram pior e até comigo mesmo. Já fui mais que chato, fui chamado filho da puta, ladrão, pirata, viado, babaca, burro e até comunista (como se isso fosse uma ofensa). Em nenhuma das vezes saíram tantos ‘amigos’ em minha defesa. E no fundo, nem precisavam, pois aqueles que me conhecem de verdade, sabem que o meu entendimento de solidariedade é na linha de frente. É literalmente doando sangue. Percebo que a bandeira que tremula neste céu, hoje, não é a do Toque Musical. Além do mais, detesto Twitter…

Hoje me deu vontade de dar um basta nisso tudo, acabar com a seção de comentários em postagem e consequentemente dificultar o acesso aos links. Sei que tem muita gente bacana por aqui, amigos cultos e também ocultos, com um senso maior que o crítico. Em consideração aos verdadeiros segurei o passo, engulo mais saliva e vou em frente…
Tá aqui o disco do dia. Mais carnaval… acho que é disso que vocês estão precisando…
Segue aqui um belo álbum lançado pelo selo Copacabana. Um disco especial para uma data especial, Carnaval e 400 anos de favela. Este disco traz um encarte diferente, singular para os moldes tradicionais. Ele se abre como um livreto, com algumas páginas onde iremos encontrar a ficha técnica, as letras de cada uma das músicas e seus intérpretes. A propósito dos intérpretes, temos como destaque a Miss Guanabara e também Miss Brasil daquele ano, Vera Lúcia Couto dos Santos, cantando “Rosa Dourada”, uma marchinha de Moacyr Silva e David Nasser. É ela a moça da capa 🙂
Agora aqui, não sei se publico o ‘toque’, ou se mando vocês irem procurar ouvir o disco lá na HWR. Continuo subindo tudo com muito carinho 😉
joga a chave, meu amor – jorge goulart
lua cheia – angela maria
burrinha de mola – carequinha
vem cá mulata – gilberto alves
você passou – roberto silva
coração em festa – dina gonçalves
onda da cabeleira – roberto audi
me leva, eu vou – mário augusto
rosa dourada – vera lúcia couto dos santos
genipapo – gilberto alves
carnaval quatrocentão – elizeth cardoso
deu fungum – abilio martins
rainha de sabá e rei salomão – angela maria
dúvida cruel – dora lopes
tiro de feijão – dercy gonçalves
vendedor de ilusões – arrelia e pimentinha
vai zero aí? – walter stuart
me paga um óleo aí (pudim de cachaça) – noel carlos

Dercy Gonçalves – 80 Anos De Humor, Picardia e… (1987)

Aqui vamos nós com outro disco de humor. Desta vez não é musical, vamos com a Dercy Gonçalves, essa curiosa figurinha secular. Uma atriz e comediante que todos nós já conhecemos bem. Em 1987, comemorando os seus 80 anos, ela apresentou um espetáculo na boate Sambão & Sinhá, dirigido por Maurício Sherman. O show é um monólogo pautado no improviso, rico em palavrões, que nossas vovós não ousariam nunca pronunciar, muito menos ouvir. Dercy, a medida em que ia ficando mais velha, foi ficando também mais desbocada. Não tinha mais papas na língua, uma autêntica ‘língua de trapo’. Acredito que a Dercy Gonçalves chegou num ponto em que misturava Activia com John Walker, estava cagando e andando para tudo. (putz! já estou eu assimilando o espírito da dona…) Mas contam aqueles que a conheceram de perto, que ser desbocada era apenas um tipo, na vida real ela era mais contida. Será? O certo é que realmente não tem como a gente não dar umas boas gargalhadas com Dercy Gonçalves. Ela tem o dom de barbarizar sem chocar ou ofender. Confiram…