Levy – Mar Aberto (1988)

Boa dia, amigos cultos e ocultos? Cá estamos com mais um daqueles discos, dos quais a gente nunca encontra informação. Sei que muitos se perguntam, então qual a razão de postar um disco/artista que ninguém conhece? Simples, conhecer… ou pelo menos buscar conhecer. E isso faz sentido aqui em nosso Toque Musical, onde o nosso lema é ouvir com outros olhos. Levy e seu “Mar aberto” não estaria aqui se não fosse o feliz acaso do encontro e mais que isso, as qualidades ou curiosidades que ele tem a nos oferecer. Em outras palavras, trata-se de um disco de um artista mineiro e isso se percebe logo nos primeiros acordes da primeira faixa. Tem um quê da sonoridade da turma do Clube da Esquina, uma simplicidade que dá ao disco um personalidade própria. Gravado na Bemol e lançado em 1988. Música boa e letra também. Trabalho autoral que infelizmente não foi possível obter informações sobre o artista.

mar aberto
chorinho pequenino
cantaluar
coração envolto
conversa de vaqueiro
protesto ecológico
aquela tatuagem
maria helena
tributo a joão pernambuco
violeiro
 
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Sérgio Moreira (1985)

Olá, amigos cultos e ocultos! Nesses dias tenho aproveitado para dar uma geral nos meus arquivos musicais em mp3. Como todos já devem saber, gosto muito de mp3, acho muito prático e facilita bem a vida de quem gosta de ouvir muito música. Tem gente que torce o nariz e só escuta vinil ou cd. Eu, acho uma bobagem. É claro que o vinil é mais bacana e o cd também, mas na hora de escutar isso faz pouca diferença. Falar de qualidade de som só faz sentido se todos os elementos estiverem contribuindo, ou seja, para ouvir em disco, que seja então em quadrifônico, 180 gramas, disco japonês ou alemão, tocado em uma aparelhagem valvulada com dois amplificadores mono, tocadiscos de primeira linha com excelentes agulhas e caixas acústicas no mesmo nível e ainda, tem que ser em uma sala com uma boa acústica. Se você não tem isso, por favor, não venha falando mal do mp3. Eu gosto de tudo e para tudo tem sua hora…
Mas voltando a checagem de meus arquivos, vi que havia uma pasta para discos que andei digitalizando para amigos e em outras épocas e que esses ficaram aguardando serem um dia resgatados e trabalhados. E foi nessa que achei, por exemplo este lp, o primeiro trabalho solo do cantor e compositor mineiro Sérgio Moreira. Nascido em Teófilo Otoni, criado em Nanuque e amadurecido em Belo Horizonte, segundo ele próprio, iniciou na carreira ainda adolescente. Gravou este seu primeiro disco em 1985, aqui mesmo em Belo Horizonte, pela Bemol. O álbum traz nove composições autorais e no trabalho ele contou com a participação de grandes nomes da música mineira. Um disco simples, porém muito bem produzido, hoje, inclusive, difícil de achar até mesmo em versão digital. Por certo, não poderia deixar de fora em nossa lista fonomusical. Gosto muito deste trabalho e recomendo a audição…
 
ilha da armstrong
necessidades
o teu olhar
amor intrépido
liberdade
garra e sentimento
cafuso
traçado
mística
 
 
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Beethoven Silva – Herói Dos Sonhos Teus (1989)

Olá, amigos cultos e ocultos! Tem alguns discos que me chamam atenção. Este que trago hoje foi muito pela capa, não conhecia. Acabou caindo me minhas mãos e foi parar no prato do tocadiscos para chegar até vocês. Aqui temos Beethoven Silva, um artista que suponho ser mineiro, por conta do selo Bemol. Produção independe lançada no final dos anos 80. Infelizmente não há nada sobre ele na rede, nem mesmo no YouTube. Trata-se de um disco de música pop. Me fez lembrar em alguns momentos o Oswaldo Montenegro, principalmente pelo tom da voz. Nosso artista procura passear também pelo rock e o blues e as músicas são todas autorais. Achei interessante trazer para vocês também conhecerem. Além do mais era o disco estava saindo pela gaveta… Melhor deixar rolar…
 
herói dos sonhos teus
pé na estrada
jogo de luz
romance de noel
25 horas juntos
um lugar ao sol
blues dixavado
rock sonho
cabelo cortado
uma nova emoção
 
 
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Zoroastros Do Ritmo (1967)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Vez por outra a gente precisa chegar direito os disquinhos de 7 polegadas que muitas vezes, por virem embalados em capas genéricas, acabam não sendo muito atrativos. Muitos compactos, principalmente aqueles feitos nos intuito de promoção artística pelas gravadoras, traziam capas simples com aquele recorte redondo para mostrar o selo. E nesses, poucos se interessam numa ‘garimpagem-pente-fino’, principalmente quando se está num sebo/loja cheio de outros tantos discos. Só mesmo sendo pontual, direto ao foco, só mesmo quem gosta de compactos e sabe reconhecer o trigo no joio, ou vice-versa. Estou dizendo isso porque em minha última ‘garimpagem’ de vinil me dediquei exclusivamente a esse tipo de disquinho entre muitos havia também este que agora aqui eu apresento. Certamente, pouquíssimos devem conhecer e eu também não conhecia. Mas em se tratando de discos com selo Bemol a gente  precisa dar atenção. Principalmente quando o disquinho ainda está todo original, incluindo a capinha. Enfim, aqui temos os Zoroastros do Ritmo. Um nome bem curioso para um conjunto musical e por esse, pensei que talvez não fosse tão difícil achar informações sobre o grupo. Qual o quê… O máximo que consegui foi achar uma nota em um jornal antigo de 1970, da cidade de Lavras (MG), na qual trazia a informação da vinda da orquestra Zoroastros do Ritmo para uma apresentação. Na nota constava que o grupo era da cidade também do sul de Minas, Campo Belo. Por acaso, tenho um vizinho que é desta cidade e fui perguntar a ele se acaso conhecia. Coincidentemente, ele era amigo dos filhos dos membros desse conjunto. Os Zoroastros do Ritmo foi um grupo musical formado por irmãos, inicialmente como um conjunto, chegando depois a se tornar uma orquestra de bailes. Segundo informações, eram eles um dos famosos grupos musicais que animavam a região do sul de Minas naqueles tempos. Embora até o momento eu ainda não tenha entrado em contato com um dos seus membros para pegar mais informações, sei que eles gravaram apenas este compacto duplo, em 1967. No disquinho, como se pode ver temos quatro sucessos internacionais da época, sendo duas faixas instrumentais e duas versões que já eram sucessos da Jovem Guarda. Os Zoroastros do Ritmo era mesmo um competente conjunto de bailes e se destacou também na cena pop musical da época. Estão presentes em coletâneas e citações de grupos obscuros da Jovem Guarda. Confiram essa raridade no GTM…
 
piange con me
till there was you
green pippers
livre
 
 

Hino Ao América F.C. _ O Mais Simpático – Deca Campeão (1968)

Boa hora a todos, amigos cultos e ocultos! Como havia dito, vamos encerrar o ano postando os disquinhos de 7 polegadas, os famosos compactos. Temos alguns aqui e antes que acabem indo embora, vamos apresentá-los a vocês, ok? E aproveitando a onda ‘futibolística’, já que postei aqui uns compactos do meu Galão, agora vou fazer a alegria dos amigos americanos, afinal o América mineiro está de volta a primeira divisão do futebol, não é mesmo? Merece aqui nosso destaque. E eis que temos este raro compacto lançado em 1968 pela Bemol e trazendo de um lado o hino do clube e do outro a divertida “Coelhinho Barra Limpa”, composição de Vicente Mota e Nelson Carvalho. Confiram no GTM…
 
hino ao américa futebol clube
coelhinho barra limpa
 
 
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Atlético Mineiro – O Bom (1971)

Boa hora a todos os amigos cultos e ocultos! Aliás, uma ótima hora, porque não dizer. Apesar dos percalços, tropeços e atropelos eu não poderia deixar passar em branco mais uma vitória do meu Galão. Embora a semana tenha sido um tanto ingrata comigo, a recompensa futebolística salvou o dia. E em homenagem a mais um título nesta temporada, depois de ter se tornado Campeão Mineiro, Bicampeão Brasileiro, agora nós o saudamos pelo seu bicampeão da Copa Brasil. Para comemorar, estou trazendo para vocês, não apenas atleticanos, mas para todos que amam futebol este lp, lançado em 1971, ano em que o Galão conquistou a taça de primeiro campeão do então recém-surgido Campeonato Brasileiro. Neste lp temos um resumo da campanha do time ao longo daquela temporada que o levou ao título máximo e o qual neste ano ele volta a conquistar. É muita alegria depois de esperar tanto tempo. Salve o Galão, meu time de coração. Atlético Mineiro, o bom! 😉
 
atlético mineiro, o bom!
 
 
 
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José Dias – Galo Legal (1969)

Boa hora, amigos e torcedores cultos e ocultos! Vai aqui mais um disquinho do Galão da massa. Não sei se é porque eu sou atleticano e só olho para o que acontece com ele, mas o time do Galo sempre teve seus torcedores apaixonados, a tal ponto que nunca lhe faltou homenagens. E na época de ouro do disco de vinil, muitos foram lançados, cantando as glórias desse time mineiro tão querido. De compactos a lps e mesmo na fase do cds, sempre houve e ouve-se o Galão cantar. aqui temos um compacto com duas músicas de autoria de três irmãos torcedores, Mauro, João e Plínio Saraiva. Os irmãos Saraiva fazem parte da memória da cultura popular, do núcleo de resistência da Velha Guarda do samba de Belo Horizonte. São autores de inúmeros sambas e marchas, inclusive e também para os times do Cruzeiro e América. Neste disquinho temos duas de suas composições interpretadas pelo cantor José Dias. Eis aí uma boa curiosidade fonomusical que agrada mesmo quem (infelizmente) não é atleticano 🙂 Vamos conferir?
 
galo legal
galo tinindo
 
 

Os Apaches – 11º Mandamento (1968)

Salve, amigos cultos e ocultos! Seguimos em nosso sortido toque musical, desta vez trazendo um raríssimo lp do grupo Os Apaches, lançado pela Bemol em 1968. Para quem não conhece, este grupo nasceu em Varginha, cidade no sul de Minas. Começaram a se destacar em bailes da região, depois também aparecem em programas de televisão do Belo Horizonte, Rio e São Paulo. Tinham como líder da banda um artista que viria a fazer sucesso a partir dos anos 70,  cantor e compositor Silvio Brito. Já tivemos a oportunidade de postarmos aqui um outro disco do grupo Os Apaches, o segundo lp deles, juntamente com Silvio Brito que daí partiria para seu vôo solo 
“11º Mandamento” foi o disco de estreia deste grupo que nos apresenta um repertório com interpretações de sucessos da Jovem Guarda, músicas internacionais e também composições próprias. Um disco realmente gostoso de se ouvir. Chamo atenção para a música que dá nome ao disco, psicodelia pura, mais uma da ótimas criações do Silvio Brito. Não deixem de conferir no GTM…
 
11º mandamento
e por isso estou aqui
ana
tereza
when summer is gone
pot pourri
sonho de amor
benzinho
líder de landromatic
como é grande o meu amor por você
eu daria minha vida
além
 
 
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Halley Flamarion E Orquestra – Encontro Com Halley (1968)

Boa noite, meus caros e prezados amigos cultos e ocultos! Seguindo em nossa eterna mostra fonomusical e coisa tal… Tenho hoje para vocês uma boa raridade da safra mineira, produção da Bemol. Talvez tenha sido um dos primeiros discos do selo dessa gravadora que também já foi MGL e Paladium. Eis aqui um disco curioso (e bem raro), instrumental, com o pianista e compositor mineiro Halley Flamarion. Halley vem de uma família musical. É primo de Toninho Horta. Sua mãe era violinista. Sua irmã, Júnia Horta, compositora, inclusive já até postamos um disco dela aqui no Toque Musical. Dizem que o interesse por música, de Toninho Horta, começou ouvindo o piano do primo. Halley Flamarion foi uma espécie de garoto prodígio no piano e já nos anos 60 já era um profissional. Em Belo Horizonte tocou em casas noturnas como a memorável boate Monjolo. Fez parte de grandes orquestras de baile como as de Ed Maciel, do maestro Erlon Chaves e do saxofonista Paulo Moura. Acompanhou grandes artistas como Wilson Simonal, Abel Ferreira, Altamiro Carrilho e muitos outros. Participou como pianista em diversas gravações e discos. Foi diretor de musicais como “Hair” e “Pobre Menina Rica”. Ao que consta, continua atuante, vivendo e trabalhando em São Paulo desde os anos 70. Gravou vários discos e ao que parece, este “Encontro com Halley” foi seu primeiro lp. Neste disco ele aparece apenas como intérprete em seu piano, tocando uma série de temas que, por certo, faziam parte de seu repertório na noite. São todas músicas internacionais, exceto “Carolina”, de Chico Buarque. O disco foi lançado em 1968 e como disse traz como curiosidade, na contracapa, uma apresentação do artista em forma de quadrinhos com desenhos feitos pelo então desconhecido Henfil. Interessante, né? Então, vamos conferir…
 
patricia
adieu a la nuit
carolina
freen again
pleasant valley sandy
lonely
noturno
venezia no
achican’t take my eyes off you
o cisne
you only live twince
 
 
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Minha Terra Canta Assim (1969)

Bom dia todos, amigos cultos e ocultos! Sempre em busca de alguma coisa diferente para postar aqui, desta vez eu achei este lp, produção mineira, disco lançado pela Bemol, supostamente lançado no final dos anos 60, ou início dos 70. Infelizmente os disco da Bemol nunca traziam data de lançamento, uma pena. Mas, enfim, trata-se de uma coletânea, uma seleção de cantores e compositores de Minas Gerais. Um disco feito pelo Lions Clube da cidade de Patos de Minas que na época bancou essa produção e como diz o texto de contracapa, “transformou em realidade o sonho de alguns compositores e o devaneio de alguns cantores.” Há de lembrar ainda que nossos cantores são acompanhados pelo cavaquinista Waldir Silva e pelo conjunto Os Rebeldes. Enfim, é um disco interessante, pelo menos pela curiosidade que desperta. Querem conhecer? Chega lá no GTM 🙂

samba de dois – generino luis e sonia maria

tudo é ilusão – olivar noronha

mágoa – alda borges

mal de amor – generino luis

sua canção – waldir carvalho

lua nova versão – cloves otone

pensando em você – celina borges

canção do jardineiro – waldir carvalho

lágrimas de saudade – generino luis

o camponio – celina e alda borges

leonora – sonia maria neves

noite de natal – gaspar severo sousa

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Alípio Martins (1967)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Enfim, chegamos em setembro e nesse ano estamos conseguindo manter as postagens diárias, embora com pequenos atrasos. Por isso, vamos que vamos…
Hoje eu trago para vocês o cantor, compositor e produtor paraense, Alípio Martins. Ele foi um dos nomes mais expressivos da música brega, da lambada e do carimbó. Iniciou a carreira como cantor, passando depois a ser produtor. Fez muito sucesso nas rádios populares e pelos grotões desse Brasil, principalmente nos anos 80. Infelizmente veio a falecer ainda novo, com apenas 52 anos de idade.
Aqui temos o que foi o seu primeiro disco, gravado em Belo Horizonte, na gravadora Bemol. Ao que tudo indica, este lp foi gravado na segunda metade dos anos 60, possivelmente 67. Neste disco ele segue a linha do momento, no caso, a influência da Jovem Guarda. Traz uma versão do clássico de Dorival Caymmi, “Peguei um Ita no Norte”, numa versão ‘moderninha’. Outro detalhe que chama a atenção são os arranjos, feitos por Aécio Flávio e José Guimarães. Sinceramente, do pouco que conheço e já ouvi do Alípio Martins este é, sem dúvida, seu melhor trabalho. Hoje em dia então, virou raridade…
Confira no nosso GTM.
 
peguei um ita no norte
romance de uma gaguinha
ave maria
vou dar o fora desta cidade
juramento de amor
não quero ver você chorar
o padre
triste por você
pirada
amor verdadeiro
minha estrelinha
eu bato em todos
 
 
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Grupo Tocaia – Araçari (1987)

Olá, caríssimos amigos cultos e ocultos! Hoje o nosso encontro é com o Grupo Tocaia e seu lp de 1987. O Grupo Tocaia, ao que tudo indica é mineiro e o disco foi gravado na Bemol. Infelizmente, as informações sobre este grupo é quase inexistente, daí só podemos nos basear em poucos dados, a começar pelo próprio disco. Pela internet também não temos muito além de saber que um de seus integrantes (Wladimir Misó) seguiu na música sertaneja, levando o gênero para os Estados Unidos, onde mora atualmente. Mas voltando no tempo, temos o Grupo Tocaia cujo o trabalho, “Araçari”, é um disco bacana, jovem e regional Há nele uma pitada de rock rural, de reggae, pop e da própria mpb expressa em letras e nas canções. A direção de produção e arranjos são do saxofonista mineiro Jairo Lara, o que é, sem dúvida, garantia de um trabalho de qualidade. Confiram no GTM…

semente é aguardente
salve salvador
cantador
tocaia
suasui
luz natural
amo a terra
araçari
alexandrinta
zé que eram
 


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Liderato – O Rato Que Era Lider (197…)

Boa noite, fiéis amigos cultos e ocultos! No balaio do ‘tudo que convém’, eu hoje vou de historinha infantil. É, isso mesmo, mais uma curiosidade que vocês só vão ver (e ouvir) por aqui. Olha aí, chamem as crianças. Vamos todos ouvir a história de Lederato, o rato que era líder. Uma historinha bem atual, uma fábula política que muito cabe nos dias atuais. Esta história é de André de Carvalho e Gilberto Mansur. A música tema é uma composição de Aécio Flávio e letra de André Carvalho.
Para facilitar a vida de todos, o áudio está num arquivo apenas, integral. Confiram no GTM!

liderato o rato que era líder

Joaquim Ribeiro Do Carmo – Aula De Ballet Vol. 2 (197…)

Digam lá, amigos cultos e ocultos, como estão? Seguindo em mais uma postagem e mais que nunca fazendo jus a tradição, temos para hoje um disco diferente, feito especialmente para aulas de ballet. Este lp foi produzido por Joaquim Ribeiro do Carmo, professor de uma tradicional escola de ballet de Belo Horizonte, o Studio Joaquim Ribeiro. Era uma escola de ballet clássico e ele um tradicional professor, daqueles que dava aula ao piano e tinha lá as suas próprias composições. Além de professor de ballet, Joaquim Ribeiro também compunha e escrevia. Este disco foi concebido para exercícios de barra e de centro. Toda bailarina, mesmo as que não frequentavam o seu ‘Studio’ costumavam ter este disco. Como podemos ver, este é o volume dois. Ele já havia lançado anteriormente o primeiro volume. Tempos depois ele gravou também um cd. Infelizmente não consegui precisar a data em que este disco foi produzido, mas certamente foi nos anos 70. Fica aqui essa curiosidade, coisa que só o Toque Musical pode proporcionar. Confiram no GTM…

pliés
battements tendus
battements tendus
fondus
ronds de jambers a térre
developées
battements frappé
petits battements sur le cou-de-pied
ronds jambe en l’air
grans battemets jetés
andante
largo
valsa
pizzicati
andate
valsa
andante
largo
largueto
largueto


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Waldomiro Lobo (197…)

Boa noite, meus amigos cultos e ocultos! Hoje temos um encontro com um artista interessante, Eis que entre minhas escolhas para postagens de discos de música sertaneja/caipira, selecionei também este lp, uma produção um tanto obscura, como boa parte das coisas da Bemol, selo/gravadora de Belo Horizonte, acreditando ser este um disco do gênero. Mas para a minha surpresa, acabei descobrindo que não era exatamente música caipira, mas algo ainda melhor, se tratava do único disco (lp de 33rpm) do cantor e compositor Waldomiro Lobo e não por acaso, também um disco póstumo, lançado logo após a sua morte. Este disco não tem data, mas tudo leva crer que tenha sido lançado no início dos anos 70. Conforme o texto de contracapa este foi um disco planejado pelo autor que selecionou o repertório entre coisas inéditas e músicas/poemas gravados nos anos 40 e 50. Segundo o texto, Waldomiro desejou fazer este lp no sentido que sua renda fosse revertida para obras assistenciais do sanatório da sua Fundação Waldomiro Lobo. Neste disco temos as interpretações do próprio Waldomiro Lobo e também de Seixas Costa, Rony-Roná e Gumercindo Chagas. Curioso também que alguma músicas aparecem aqui com nomes diferentes dos originais em 78 rpm. Olhando mais a fundo na ficha técnica, temos também um time de músicos como Elias Salomé, Expedito, Waldir Silva e outros. Sem dúvida, um disco raro que já esteja disponível no Youtube e agora vai estar no GTM também. Confiram…

porteira abandonada
morena dos olhos negros
o meu cavalo pampinha
maria mandô uma carta
vai vai tristeza
mutirão
flor de maracujá
amor perfeito
são joão
minha prece
tem boi na linha
mula manca
 


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3 De Minas – Verdadeiro Amor (198…)

Boa noite, meus queridos amigos cultos e ocultos! Saímos, enfim, da série dos corais mineiros e agora vamos para outros gêneros. Andei separando aqui alguns lps, algumas coisas da produção mineira, discos obscuros, coisas curiosas e raras de se ver por aí. Entre tantos, pensei em fazer aqui mais uma ‘semana temática’, dessa vez com artistas da música caipira, sertaneja e rural. Acho que nunca fizemos isso como esses artistas sertanejos, poucas e espaçadas vezes postamos discos de música caipira. E isso se deve muito ao fato de que geralmente as informações sobre esses artistas são meio escassas e acaba demandando uma pesquisa mais aprofundada, coisa que na maioria das vezes nós aqui não conseguimos fazer. Discos de música caipira/sertaneja só conhece mesmo quem é do ‘métier’, da área.
Aqui temos um bom exemplo de discos de música sertaneja no qual só podemos mesmo contar com as informações da capa. Os “3 de Minas” é um lp de produção mineira, gravado pela Bemol, provavelmente nos anos 80. O disco não traz data. Na ficha técnica encontramos um grupo de músicos, seus nomes e instrumentos, mas nada que nos indique quem são os artistas principais. Quem são os três mineiros? Essa pergunta fica no ar até que alguém se manifeste. Enquanto isso, vamos nos ater ao principal, ao conteúdo deste lp. Temos aqui doze músicas no melhor estilo caipira/sertanejo. Fiz questão de colocar ‘caipira’ para que fique claro que se trata de música sertaneja autêntica e não esse lixo pasteurizado cujo molde original copia duplas como Chitãozinho e Xororó quando essas se tornam mais comerciais que sentimentais. Taí um disquinho bacana que me remete aos sons radiofônicos matinais. Coisa bem mineiro, paulista ou goiano. Confiram no GTM…

verdadeiro amor
responda-me
com alguem no pensamento
se quer partir
velho vivo
são jorge guerreiro
destino de boêmio
escuta a minha canção
arrependida
primeiro beijo
gaivota
chuva da saudade


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Corporação Musical Santa Cecília Banda e Coral (198…)

Olá, meus amigos cultos e ocultos! Tenho hoje o prazer de apresentar a vocês a banda e o coral da Corporação Musical Santa Cecília, um entidade tradicional da cidade mineira de Ipatinga, dedicada ao ensino e fomento da Música, criada há quase 60 anos. Neste disco, gravado na Bemol, temos um repertório variado com seresta, samba, canção, marcha, musica sacra, ou como nos apresenta no selo, ‘do dobrado ao clássico’. Temos de um lado a banda e do outro o coral. Um repertório bem interessante que nos convida a dar uma checada no GTM…

canção do infante
samba da amizade nipo-brasileira
festa do interior
españa cani
abertura da cavalaria ligeira
amo-te muito
peixe vivo
acalanto
cantiga por luciana
pastorinhas
abi-de with me
cantante dômino
 
 
 

 

Antonio Adolfo – Cristalino (1989)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Estamos há mais de uma década postando discos dos mais diversos, raros e esquecidos. Trazendo de bandeja coisas que muitas vezes vocês conheceram aqui. Tudo sempre bacana, no capricho e com qualidade. Por certo, temos aqui muitas falhas e erros e ao longo do tempo nosso trabalho foi amadurecendo. Melhoramos os textos, procurando ser mais que um toque musical pessoal. Somos hoje talvez um dos poucos e focados blog de música. Por conta de diversos inconvenientes, assumimos uma postura mais fechadas, limitada a um grupo. Criamos assim o Grupo do Toque Musical, onde os associados podem buscar os links referentes aos títulos postados. Quem frequenta com regularidade nosso espaço já sabe que mesmo no grupo os links tem prazos de validade, geralmente de três a seis meses. E que fique ‘cristalino’, não há renovação de links!
Falando do disco do dia, temos aqui, mais uma vez, o genial Antonio Adolfo com seu álbum “Cristalino”, lançado em 1989. Um disco de produção inicial independente, gravado no Estúdio Chorus. Mais um belíssimo trabalho autoral, de música instrumental e contando com um time de instrumentistas de primeira linha. Repertório bacana no qual cabe até uma nova e bela versão para um de seus temas clássicos, a composição “Sá Marina, feita em parceria com Tibério Gaspar. Confiram mais esse ‘brazuca’ no GTM…
 
agitadinho
trem da serra
floresta
bom dia
cristalina
1999
cromático
balada
j.p. saudações
sá marina

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José Vieira E Sebastião Idelfonso – Violões Ao Luar (1975)

Prezados, amigos cultos e ocultos, seguindo em nossa insana proposta fonomusical, tenho para hoje um delicioso apelo instrumental. Um disco para quem gosta de violão. Aqui temos “Violões Ao Luar”, de dois grandes violonistas mineiros, José Vieira e Sebastião Idelfonso, num lp lançado pela Bemol em 1975. Os dois violonistas apresentam neste lp 12 temas autorais. Tocam acompanhado de um terceiro violão, Orlando Pereira, filho de Sebastião Idelfonso. Juntos, eles dão um verdadeiro show. Infelizmente, o disco apresentava alguns riscos que em alguma faixas pode incomodar. Na falta de lago melhor, vamos que vamos…

barcelona (fantasia espanhola)
do carmo
caprichoso
dor de uma saudade
eu sou brasileiro
dança gaúcha
amor e romance (estudo para 2 violões)
danças das flores
brincando com as cordas
luar de barra longa
como chora um violão
dança mineira



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Juan Moreno – Tangos (196…)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje eu trago aqui para vocês um disco de tango. E quando se fala em tango, certamente pensamos em argentinos. Mas o tango sempre fez muito sucesso aqui no Brasil, aliás, no mundo inteiro. Mas no Brasil, em especial, pela irmandade, pela proximidade geográfica e cultural, sempre tivemos uma relação muito forte com o tango. Muitos foram os artistas que vieram da Argentina trazendo o tango e encantando nosso público e isso não é de hoje, ou melhor, isso era de ontem, de tempos atrás. Muitos foram os artistas, nacionais e internacionais (argentinos) que se espalharam pelas grandes cidades do Brasil, criando verdadeiros redutos tangueros, principalmente nas rádios e casas noturnas. Aqui em Belo Horizonte também tivemos grandes artistas e orquestras de tango que se apresentavam nas rádios Guarani e Inconfidência. Entre esses haviam nomes como os cantores Ruy Martinez, Alaor Brasil, Maria Helena, Eunice Fialho e Roberto Blasco, este ultimo um argentino nato que veio se apresentar na cidade junto com a orquestra do uruguaio Francisco Canaro e acabou ficando de vez morando em BH, passando a fazer parte do ‘cast’ da Rádio Guarani. Outro grande cantor de tango da mesma época era Juan Moreno, que fazia parte do ‘cast’ da Rádio Inconfidência. Juan Moreno era na verdade um pseudônimo do coronel da Polícia Militar Waldir Pascoal. Conhecido como “El guapo del Tango”, ele cantou muito tempo acompanhado por seu próprio conjunto. Há pouquíssimas referencias sobre este artista na internet, inclusive sobre esse disco, gravado na Bemol. Acredito que tenha sido lançado no final dos anos 60. Em 1977 ele aparece também com outro disco de tango, lançado pelo selo Tapecar. Fora isso, não há mais nada na tela. Referencia passou a ser aqui…

el dia que me quieras
gira gira
percal
cristal
a media luz
en esta tarde gris
uno
lo han visto con otra
tomo y obligo
garua
mentira
caminito

 

Grupo de Seresta Zé De Beta – Curvelo Em Seresta (1970)

Olá, amigos cultos e ocultos! A postagem de hoje do TM é em clima de uma verdadeira seresta. Apresentamos hoje o primeiro LP do Grupo de Seresta Zé da Beta, lançado pela gravadora belorizontina Bemol em 1970. O grupo era originário de Curvelo, cidade da região central de Minas Gerais que tinha, em 2018, uma população de 79.625 habitantes. O nome da cidade tem origem em um de seus primeiros moradores, o padre Antônio de Ávila Curvelo. Segundo estudos recentes, Curvelo ocupa o décimo-quarto lugar no ranking das cinquenta cidades pequenas brasileiras que apresentam melhor desenvolvimento econômico. Neste primeiro volume de “Curvelo em seresta” (depois viria o segundo), o Grupo Zé da Beta apresenta dez músicas tradicionais do gênero. Após uma mensagem do próprio Zé, vem o repertório, que tem pérolas como “Boneca”, “Elvira, escuta”, “É a ti, flor do céu”, “Casinha pequenina” e “Amo-te muito”. Este disco, portanto, tem uma seleção seresteira de primeira linha, autêntico prato cheio para quem gosta do gênero e digno merecedor de mais esta postagem de nosso Toque Musical. É ir para o GTM e conferir.

mensagem
boneca
euvira escuta
casinha pequenina
meiga virgem
flor do céu
saudade
amo-te muito
decolores
sereno da madrugada
mensageiro do céu




*Texto de Samuel Machado Filho

Dulcinha E Fernando E Dose Dupla – Trama (1987)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Na certeza de que em algum momento alguma informação há de chegar até nós, estou hoje postando este lp, uma produção com o selo Bemol, lançada nos anos 80.  Trata-se de Dulcinha e Fernando e Dose Dupla, um grupo, certamente mineiro, talvez da própria capital BH. Mas eu, como belo-horizontino, confesso, não me recordo dessa turma e também não consegui, numa rápida pesquisa, identificar os artistas. Não há muita informação sobre o disco além de sua referência no Discogs, por sinal, muito bem contado como raridade, chegando a um preço meio que absurdo, porém se percebe que apenas um cidadão é o detentor do disco e daí ele coloca o preço que quiser, não há concorrentes. Esse é o grande problema da especulação de preços do vinil. Não é só questão de qualidade, histórico ou quantidade, a coisa passa muito pelo crivo da subjetividade do colecionismo. Existem raridades e raridades…
Bom, mas o fato é que este disco, ao meu ouvido, me pareceu muito interessante. Tem todas as características de um disco pop, mas há nele uma certa peculiaridade, uma pegada de música mineira. Acho que isso tem a ver até mesmo com a própria produção, com o clima da gravação feito no mais tradicional estúdio mineiro, o Bemol. Infelizmente, o exemplar que possuo não tem encarte e nem traz maiores informações. Vamos então ficar no aguardo de algum esclarecimento. Mas nem por isso iremos deixar de conhecer Dulcinha, Fernando e o Dose Dupla. Basta ir lá no GTM buscar o link, ok?

transcendente
tudo que eu queria
sempre igual
notívago
tempero moreno
trama
sinto dizer
nossa manhã
banda mágica
mesmo assim

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Edição Brasileira – Lua (1988)

Olá, amigos cultos e ocultos! Há poucos dias atrás fiz a besteira de deletar alguns arquivos no computador e de bobeira, acabei excluindo uma pasta importante, a dos Festivais. Só percebi quando já havia deletado, pasta cheia, muito grande foi embora sem paradas. Achei que não tivesse um ‘backup’, mas por sorte tinha tudo num outro hd. De sobra, ainda achei uma ‘leva’ de discos de artistas mineiros, coisas de antigos projetos que acabaram não vingando. Hoje começamos essa mostra entre tantos outros diversos discos.
Tenho aqui o excelente grupo mineiro de música instrumental, Edição Brasileira e seu primeiro e único disco, Lua, lançado originalmente em 1988. O disco mereceu uma reedição em cd através do selo/editora Karmin, a partir dos anos dois mil e curiosamente ainda pode ser encontrado em algumas lojas virtuais. O Edição Brasileira foi um grupo formado grandes nomes da música mineira: Mauro Rodrigues (flauta e teclados); Bento Menezes (guitarra e violão); Lincoln Cheib (bateria) e Ivan Corrêa (contrabaixo). No disco eles ainda contam com participações importantes como André Dequech, Gil Amâncio, Nivaldo Ornelas, Renato Mota e outros… Beleza de trabalho, lançado e gravado pela Bemol já no processo digital. com muito carinho e dedicação. Vale a pena conhecer. Confiram no GTM…

cânone
mulher de barro
amarelinha
prelúdio
pra vivi
diversão infante
lua
bemol
duda no frevo



 

Adilson Adriano – Nasce Um Novo Ídolo (1968)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje eu pensava em estar trazendo aqui um disco inédito e bem aos moldes do nosso blog. Acontece que depois de apresentar aqui mais de 3 mil títulos, as vezes, a gente se esquece e se engana, acaba postando de novo. Isso já aconteceu outras vezes, daí, desisto e parto para outro disco. Mas no caso aqui a coisa é diferente. Essa é quase uma re-postagem, na verdade estou postando o lançamento original. Temos aqui o obscuro cantor revelação, Adilson Adriano, promessa da Bemol/Paladium para aqueles tempos de Jovem Guarda. Aliás, na fase final do movimento, que já tendia para o brega romântico. Em seu repertório temos uma seleção que vai de versões internacionais a composições decadentes da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim, Luiz Ayrão e também composições próprias do artista, o que dá ao disco um ar mais personalizado. A direção artística é de Evaldo Gouveia e as regências e arranjos de Aécio Flávio e João Guimarães. Ao que se sabe, o disco foi lançado em 1968, porém, eu acredito que a versão pelo selo Paladium, que era vendida a domicílio, saiu como parte de um álbum com outros vários discos da gravadora. Adilson Adriano parece ter ficado apenas neste lp de dupla identidade e em compacto lançado também na mesma época. Mais uma curiosidade que só se encontra por aqui 🙂

canzone per te
quem será
canta menina
pavana para um amor enfermo
a meu filho
quem vai chorar sou eu
quando o sol aparecer
não me deixe mais
eu gosto tanto de você aleluia
balada para qualquer natal
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Cláudio Pérsio – Outros Cantos De Minas (198?)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Continuamos em nossa mostra de compactos. Sempre procurando trazer algo que faz jus a máxima de se ouvir música com outros olhos. Buscamos, mais que nunca, apresentar aquilo que está longe do acesso comum. Geralmente, é depois que postamos aqui a coisa se espalha.
Hoje temos esse compacto duplo do compositor mineiro Cláudio Pérsio. Trata-se, por certo, de uma produção independente, possivelmente dos anos 80. Conforme podemos ler na capa, há um pequeno texto colado, apresentando o autor. Cláudio Pérsio é um médico, psiquiatra, músico e poeta. Procurando pela internet consegui apenas confirmar o que foi dito. Achei também um video com ele cantado uma outra música, o que me leva a crer que chegou a gravar mais alguma coisa. Neste compacto duplo iremos encontrar quatro boas músicas, composições de qualidade que reforçam e justificam sua presença aqui no Toque Musical. Gravações feitas aqui mesmo em BH, com arranjos de dois grandes mestres da música mineira, Célio Balona e José Guimarães. Muito bom, acima da média, com certeza!

eterna capital
marasmo
lamento mineiro
singularmente plural
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Vox Populi – Spassomanguim (1969)

Olá amigos cultos e ocultos. Aproveitando a leva dos compactos, hoje eu trago  aqui algo especial e extremamente raro, o único registro da banda de rock mineira, Vox Populi. Trata-se de um compacto lançado pela gravadora mineira Bemol, provavelmente em 69 ou 70. Porém, algumas fontes informam que o grupo, de Belo Horizonte, nasceu em 1968 e este compacto pode ter sido lançado nesse período, quando surgiam também os primeiros lançamentos do selo Bemol (antes era o selo Paladium). O Vox Populi foi uma banda de rock formada por figuras importantes como Tavito, Fredera e Marco Antonio Araújo. Eu não tenho certeza, mas suponho que este Vox Populi é o mesmo que gravou pela Musidisc um lp em 67 ou 68, quando ainda eram um conjunto de MPB. Esse também é outro disco raro, disputado a tapas por colecionadores, relançado em cd só na Europa. Acredito que o compacto que temos aqui foi o período da transição do Vox Populi para Som Imaginário. E neste disquinho podemos sentir isso, os primeiros passos para o rock. Aliás, diga-se de passagem, um perfeito e autêntico disco de rock psicodélico, com vários nuances do que fez o Som Imaginário no primeiro lp.
Infelizmente, o compacto que eu tenho está em péssimas condições. Mesmo assim, procurei extrair o seu áudio da melhor forma possível. Como também não tinha capa e nem mesmo uma referência de como era, criei então essa exclusiva para a nossa postagem.

imagem dupla
fora de foco
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Pacífico Mascarenhas – Sambacana VI (1988)

Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Tenho hoje para vocês este lp do compositor mineiro Pacífico Mascarenhas, considerado o pioneiro da Bossa Nova em Minas Gerais. Já apresentei aqui outros discos dele. Este, inclusive, eu achava que já tinha postado. A capa é bem legal com fotos da turma da Savassi, nos anos 50. Savassi era o nome de uma padaria, depois também deu nome a praça onde um dia ela existiu. Pacífíco fazia parte desse grupo.
Neste álbum, de capa dupla, lançado com selo Bemol em 1988, Pacífico Mascarenhas nos apresenta um repertório autoral, com regravações e novas composições. Seu Sambacana VI conta com um time de músicos de primeiríssima: Helvius Vilela, Juarez Moreira, Ezequiel Lima, Rubinho e Lincoln Cheib. Na contracapa, como podemos ver, além das letras, temos também o método para acompanhamento de piano patenteado pelo artista.

amo você
poderia escrever um livro
serenata
demolição
praça da savassi
leva-me pra lua
rio de janeiro
outras noites assim
férias
eu gosto mais do rio
da sua própria voz
se eu tivesse coragem
dançando com você
nosso amor não deu certo
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Jorge Goulart, Nora Ney, Antônio Guimarães E Waldir Silva – Feitiço Da Vila Vol. 1 (1971)

Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Trago hoje para vocês um disco dos mais interessantes, um álbum verdadeiramente raro e, por que não dizer, histórico. Um registro musical ao vivo de uma apresentação na noite de belorizontina dos cantores Jorge Goulart e Nora Ney e também, de quebra, dois grandes instrumentistas mineiros, o pianista Antonio Guimarães e o cavaquinista Waldir Silva num encontro mais que memorável. Sim, trata-se de um disco que poucos tiveram o prazer de conhecer porque sua tiragem foi bem limitada e nunca chegou a se relançado ou relembrado em alguma outra edição. Suponho até que a própria Bemol nem tenha mais as fitas master dessas gravações que aconteceram na numa noite de 1971, na boate Feitiço da Vila, em Belo Horizonte. Um belíssimo show que ficou registrado em disco, mantendo-se todo o clima do ambiente, sem pausas e sem faixas, tudo muito linear. O show se abre com Nora Ney interpretando Dolores Duran, Silvio Cesar e Noel Rosa. Depois é a vez do maestro e pianista Antonio Guimarães que arrasa em temas de Ary Barroso. Do outro do disco o samba toma conta, novamente com Nora Ney e o parceiro Jorge Goulart que desfilam Paulino da Viola, Nelson Cavaquinho, Zé Keti, Sinval Silva, Noel e Ary Barroso. Ah… Olha eu esquecendo do grande Waldir Silva. Ele também  está presente no acompanhamento e interpretando duas músicas de Sinhô, “Gosto que me enrosco” e “Jura”.
Sem dúvida, o grande destaque deste lp é mesmo o casal Nora e Jorge. Nesta época eles estavam morando em Belo Horizonte. Este disco foi produzido pelo próprio Jorge Goulart e pelas informações que colhi em uma tiragem muito pequena. A ideia inicial era a de gravar outros discos na mesma linha, registro de shows, tanto assim que este era o volume 1. Mas ao que parece, a coisa ficou só na vontade. Uma pena, pois pouco se tem desses registros da noite de Beagá.
Para esta postagem eu preparei o arquivo de maneira a facilitar a vida de vocês. Como se trata de um show (embora editado), as músicas apresentadas não trazem uma separação por faixas, o disco corre direto nos dois lados. Daí eu resolvi editar, mas sem tirar um segundo de gravação. Está tudo completo. Eu coloquei apenas um ‘fade in’e um ‘fade out’ quando necessário, dividindo o disco em 16 faixas. Mas para não dizerem que eu aleijei ainda mais a edição do show, deixo também um arquivo completo, inteiro, unindo apenas o lado A com o lado B.
Quando falei da raridade (e também curiosidade) deste disco não pensei num preciosismo que o fizesse valer tanto, segundo o preço ‘ofertado’ por um maluco no Mercado Livre. O cara tem a coragem de cobrar 1390,00! Muito sem noção

feitiço da vila – nora ney
solidão – nora ney
pra você – nora ney
último desejo – nora ney
baixa do sapateiro – antônio guimarães
três lágrimas – antônio guimarães
rancho fundo – antônio guimarães
taboleiro da baiana – antônio guimarães
é luxo só – antônio guimarães
aquarela do brasil – antônio guimarães
foi um rio que passou em minha vida – jorge goulart
não sou feliz – jorge goulart
último baile da monarquia – jorge goulart
gosto que me enrosco – waldir silva
jura – waldir silva
adeus batucada – nora ney
barracão – jorge goulart
cadência do samba – nora ney
vai saudade – jorge goulart
vai mesmo – nora ney
o orvalho vem caindo – jorge goulart
o orvalho vem caindo – nora ney
a fonte secou – nora ney
aquarela mineira – jorge goulart
feitiço da vila – jorge goulart e nora ney
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Grupo Folclórico Banzé (1997)

Olá amigos cultos e ocultos! Em nosso programa de variedades musicais, tenho para hoje este interessante lp, lançado pelo selo Bemol, em 1997 (creio eu). Trata-se de um dos importantes grupos folclóricos de Minas Gerais, mais exatamente, da cidade de Montes Claros, o Grupo Folclórico Banzé. Este é um grupo essencialmente de danças, criado no final dos anos 60 pela pesquisadora e professora do Conservatório Estadual  de Música Lorenzo Fernandez, Zezé Colares Moreira. O nome Banzé foi uma variação natural do que era a ‘Banda da Zezé’. O grupo, ao longo de todos esses anos, participou dos mais importantes festivais folclóricos, nacionais e internacionais, tendo também em sua trajetória dezenas de premiações, sendo hoje um patrimônio cultural da cidade de Montes Claros. Este lp é um registro musical do trabalho do grupo e traz em seu repertório músicas e temas de domínio público. São canções natalinas e outros temas tradicionais extraídos em suas pesquisas pelas mais diversas cidades do norte de Minas Gerais. Um trabalho muito bonito que merece ser sempre lembrado.

músicas natalinas:
folia
são gonçalo
catopês
aboio
traíra
carneiro
bastão
sapo e gia
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Renato Mota – Brasileiro (1992)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Fazendo jus a tradição, coisa que há muito eu não faço, tenho para este domingo um disco de artista aqui de Minas. Estamos falando do cantor e compositor Renato Mota, um dos grandes talentos da atual música mineira. Iniciou sua carreira nos anos 80. De lá pra cá tem produzido uma obra de alta qualidade. Já gravou uma série de discos (CDs e DVD) e este lp foi seu primeiro trabalho, “Brasileiro”, lançado de forma independente pelo selo Bemol. O disco viria a ser relançado em cd alguns anos depois pela Movieplay com outro nome, “Caixa de Sonhos”, nome de uma das faixa do disco. “Brasileiro” é um trabalho bem elaborado, com músicas sofisticadas, num estilo que lembra bem o Ivan Lins internacional e jazzístico. Renato conta com a participação de altas feras como Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Marcus Viana e outros mais

caixa de sonhos
só pra te ver feliz
coisas de minas
aprendiz
menina da lua
brasil brasileiro
peregrino
além do sol
montanhas
navio de partida
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