Olá amigos cultos e ocultos! Chegamos a mais uma sexta feira dedicada à música/artista independente. Aproveito a ocasião para, novamente, convidar e avisar à esses artistas que o espaço do blog continua aberto para a divulgação de seus trabalhos. Vez por outra me chagam links e discos de artistas independentes, mas se a solicitação não partir do próprio artista e prefiro não postar. Por outra, as vezes aparecem por aqui coisas que ultrapassam os limites do bom senso, do curioso e daquilo que merece, pelo menos, ser escutado com outros olhos. Se for um trabalho com qualidade, mesmo que simples, solo, acústico ou à capela, tudo bem, o importante é que tenha uma alma musical, artística e seja original. Em virtude dessa situação, tenho pensado em não mais manter as sextas feiras com exclusivas para os independentes. Teremos também os títulos convencionais quando não houver um independente à mão.
Arquivo da categoria: Selo Independente
Junia Horta – Espaços (1981)
Bom dia a todos! Eu havia digitalizado alguns discos de artistas mineiros, independentes para um amigo. Indiquei a ele o Mediafire como suporte de armazenamento de seus arquivos. Mas acho que o cara deixou a ‘torneira’ aberta, pois percebo que agora que esses mesmos arquivos estão a deriva, espalhados pela rede e o coitado nem deve ter se dado conta disso. Lá vou eu então resgatando os independentes perdidos. Deixa eu trazê-los para o lugar certo. De volta a fonte, com direito a uma nova filtragem.
Damião Experiença – Damião Experiença Nu Planeta Lamma (1974)
Olá, amiguinhos cultos e ocultos! Fazendo jus à tradição, o Toque Musical, nesta semana tem procurado ser curiosamente interessante. Lembrando que aqui, mais que nunca, é um lugar para se ouvir com outros olhos 😉
Lelo Nazario – Se… (1989)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Continuando na proposta do ‘ouvir com outros olhos’, hoje nós iremos com a música instrumental do pianista e compositor paulista Lelo Nazario. Para os que não conhecem, Lelo é um músico na sua melhor concepção, inquieto e investigador. Tocou ao lado de nomes como Hermento Pascoal, Naná Vasconcelos, Toninho Horta, Márcio Montarroyos e por aí a fora (isso sem citar os internacionais). Músico considerado um dos melhores do ano (2007 e 2008) pela crítica internacional. Tem gravado uma meia dúzia de discos solos, além de outros tantos com grupos os quais participou. Foi o líder integrante do experimental Grupo Um, um conjunto instrumental de vanguarda, surgido no início dos anos 80. Depois veio a fazer parte de outro grande e premiado grupo de música instrumental, o Pau Brasil. Foi nesse hiato, entre o Grupo Um e o Pau Brasil que Lelo gravou este álbum, o “Se…”, em 1987, lançado dois anos depois através do seu selo independente. Pelo pouco que eu conheço do trabalho deste músico, considero este um dos mais interessantes. Um disco denso e ao mesmo tempo leve, com estruturas experimentais complexas, mas também melodioso nos momentos certos. Lelo vem muito bem acompanhado por outras feras do jazz e instrumental brasileiro. Tocam com ele Teco Cardoso no sax e flauta; Rodolfo Stroeter no baixo e Nenê na bateria. Para engrossar ainda mais o caldo ele ainda traz os convidados, Zeca Assumpção (baixo); Paulo Bellinati (guitarra com sintetizador); Edgar Gianullo (guitarra) e Zabelê (vocal).
Conjunto Metal Brasil – Havens (1989)
Bom noite, amigos cultos e ocultos! Eu sei que a cada vez eu falo uma coisa diferente. Havia dito que nesta semana eu me dedicaria às postagens de discos bem velhos (raros), mas de um dia para o outro muita coisa acontece, imprevistos e outros relâmpagos inesperados. Isso para não falar na minha bipolaridade musical (aliás, polipolaridade!). Me convenci, desde ontem, a fazer desta semana algo diferente e para alguns até radical. Postar alguns trabalhos musicais curiosos, herméticos e experimentais. Para não chocar os tradicionais de imediato, comecei pegando de leve, postando ontem um Egberto Gismonti. Hoje, ainda azeitando os ouvidos, vou trazendo a música do compositor Daniel Richard Havens, um nome que, por certo, a grande maioria deve desconhecer. Principalmente porque estamos falando aqui de música erudita e essa nem sempre está no cardápio do dia de nós, brasileiros.
Tarancón – Ao Vivo (1981)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje eu acordei tarde e já estou atrasado para ir ao trabalho. Por essa razão serei breve. Escolhi, propositalmente, para o nosso dia do artista/disco independente este álbum do grupo Tarancón, gravado ao vivo no início dos anos 80. Uma fase muito boa e ao vivo fica ainda mais emocionante. Como já postei por aqui outros tantos discos do grupo, acho desnecessário tecer, nessa hora, qualquer outro comentário além de dizer: Eu adoro o Tarancón!!! E vocês? (se gostarem, avisem, tá?)
Nilson Chaves E Vital Lima – Interior (1985)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje é sexta feira, dia da nossa postagem dedicada ao artista/disco independente. Preparei este álbum com muito carinho, pensando nos amigos paraenses que eu muito prezo. Égua, esses são dois grandes artista do Pará! Dois grandes artista entre os que mais gosto, da região. Nilson Chaves já é uma figura bem conhecida aqui no Toque Musical, já postei dele dois excelentes discos. Vital aparece aqui pela primeira vez, mas seu lugar no nosso blog estará sempre garantido. Mais para frente a gente publica algum álbum solo dele.
Radamés Gnattali – Ao Vivo (1984)
Jean Claude Moulin – Tête Au Brésil – A Procura (1997)
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Batendo na mesma tecla mais uma vez, informo aos que ainda não se tocaram que eu criei uma outra alternativa para aquelas postagens que haviam sido retiradas para o rascunho e depois voltaram como REPOST. Eu, anteriormente, havia informado que os interessados nessas postagens deveriam entrar em contato comigo por e-mail. Mas percebi que dessa forma eu teria muito trabalho, tendo que dar atenção individual a cada um dos solicitantes. Para facilitar a minha vida e a de vocês também, eu criei um grupo de discussão, um espaço onde todos podem participar e de maneira mais ativa. Por lá eu colocarei ‘os toques’ dos REPOSTs, sem preocupações ou neuras. Para participar do grupo, basta se inscrever no quadrinho lateral aqui do blog. A partir de inscritos vocês receberão por e-mail todas as nossas atualizações das postagens no grupo. Neste espaço todos podem participar, compartilhando comentários, músicas e tudo aquilo que se fizer pertinente ao nosso assunto fonomusical. Neste final de semana procurarei atualizar algumas postagens, atendendo às solicitações pendentes, que infelizmente eu ainda não tive como corrigir. Paciência…
E por falar em procura, aqui está uma que encontraram e enviaram para mim 🙂 Me refiro a este disco, uma produção independente, lançada na França em 1997. O que temos aqui é um cd, enviado por um amigo culto (que insistiu em aparecer como oculto). As informações que tenho sobre o disco e seus artistas são poucas. Limitam-se ao que me foi passado pelo meu amigo e pela ficha técnica do disco. Quem encabeça o trabalho é o músico e professor de violão, Jean Claude Moulin. As músicas são todas de sua autoria ou parceria. Todas tem um ar de brasilidade, músicas certamente inspiradas no cenário tropical e no ritmo, entre outras bossas… Pessoalmente, achei as músicas muito boas e bem arranjadas. Jean Claude vem acompanhado por bons músicos que conferem ao álbum ainda mais qualidade. Acredito que os amigos, ao ouvir, também irão gostar. Segundo o meu informante, as músicas de Moulin cantadas em português pela cantora francesa Anne-Marie Truffier, são versões feitas por uma brasileira, Joanas Esteves. Jean Claude tem uma página no MySpace, onde os interessados poderão fazer contato com ele e ouvir outras de suas músicas. Confiram aí este independente e internacional artista com seu tempero brasileiro 😉
Dani Turcheto – Sobremesa (2009)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Acho que eu vou ser obrigado a colocar um ‘banner’, bem visível, na frente do cabeçalho do blog para que os distraídos e afobados se toquem: REPOST tem que mandar e-mail para mim. Não adianta deixar pedidos ou endereço de e-mail no Comentários. Eu não envio e-mails, apenas os respondo 🙂 E por favor, não se aborreçam pela demora na resposta. Como vocês já devem saber, muitas de nossas postagens foram movidas para o rascunho, ‘detonadas’ por aqueles que de alguma se sentem incomodados. Mas vamos em frente, vamos de samba nesta sexta independente.
Eu hoje vou trazer para vocês o disco de um compositor paulista que fiquei conhecendo há pouco mais de uma semana. Seu nome é Dani Turcheto. Ele me enviou um e-mail apresentando o seu trabalho, que confesso, me deixou bastante impressionado. Inicialmente, antes de ouví-lo, fiquei pensando na figura que se dizia um sambista. Fiquei me perguntando, oquê que vem por aí? Me aparece um branquelo, de olho azul e paulista. Será que saí samba daí? Não posso negar, foi minha primeira impressão. Mas foi só eu ouvir o som do cara para entender que estávamos falando de Música Popular Brasileira, música de qualidade pautada no samba. Num instante, qualquer sutil semelhança com o pagode se desfez. Eu estava descobrindo ali um verdadeiro talento da nova safra de artistas da música brasileira.
Dani Turcheto, no meu entender, é bem mais que um sambista. O cara é compositor e produtor, empenhado numa outra ideia de divulgação e difusão da música feita no Século 21. Ele não cobra pela sua arte, ele espera sim que as pessoas, o público pague aquilo que acha que vale. No lançamento de “Sobremesa”, seu primeiro trabalho, lançado em 2009 no Teatro da Vila, em Sampa, o público pagou o quanto achou que valia, tanto pelo show como pelo disco. Por certo, monetariamente, o público deixa sempre a desejar, mas tenho certeza que foram todos unânimes em confirmar o talento do jovem compositor.
Neste primeiro disco ele contou com a força de uma turminha boa: Edu Salmaso (Clube do Balanço) na bateria, Bruninho Marques (Sambasonics) na percussão, os parceiros de Funk Como Le Gusta Juliano Becarin (teclado) e Edy Trombone, além de Zé Nigro (Otto) no baixo, que foi responsável pela produção do álbum. Podem cair de cara na “Sobremesa” que é da melhor qualidade. Pessoalmente, adorei os arranjos e a sonoridade que atiça a saudade de uma época em que se fazia “Música Popular Brasileira” do jeito que eu gosto. Salve os anos 70!
Em breve eu vou trazer para vocês “Madeira Torta”, segundo lançamento do Dani Turcheto. Estou só esperando ele me enviar o vinil. Sim, o cara está lançando este álbum em versão vinil. Tá pra mim! Já ouvi a versão em cd, mas a estréia vai ser mesmo quando a bolacha cair aqui no meu prato 😉
quero mar
olho pro céu
luz acesa
vigia a porta
teu altar
o tempo nos ajuda a jardinar
encosta
roda
espana
Augusto Jatobá – Matança (1988)
Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Acredito que alguns de vocês devem estar se perguntando o que está acontecendo no Toque Musical. De repente, antigas postagens reaparecem na pauta do dia. Outras tantas sumiram e os nossos ‘toques’ também. Até o santo Roberto Carlos foi maculado (pois ele nunca faria um gesto obsceno desse). Ficou um pouco confuso, eu sei, mas estamos passando por uma fase de denúncias e arbitrariedades. Os patruleiros cibernéticos, os dedos duros, os invejosos e toda a corja de falsos moralistas estão a solta, tentando desfazer o inevitável, o ‘tsunami da revolução digital’. Vai ser difícil! Vão gastar na repressão aquilo que ‘pegaram’ dos artistas, os lucros dos seus direitos autorais. Aliás, essa é a palavra chave para um discurso hipócrita. Direito autoral, uma balela! Direito de po$$e, isso sim! Essas ‘empresas’ não estão preocupados com música, cultura ou artistas. O negócio deles é grana!
Como eu disse na postagem original de ontem, nossa música e nossa indústria fonográfica foram sucateada, entregue de bandeja para grupos internacionais que passaram a lucrar, relançado os velhos álbum (lá fora, claro!). Perguntem se algum desses artistas estão ganhando alguma coisa? Waltel Branco*, por exemplo, teve um de seus discos relançados com toda a pompa na Europa, super badalado. Acho que ele nunca viu um centavo do que foi vendido. João Gilberto com suas gravações caseiras feitas na casa do fotógrafo Chico Pereira, até bem pouco tempo atrás estava à venda, em formato CD, no Japão. Pergunta se ele ganhou alguma coisa. Célio Balona, Jorge Ben, Di Melo, diversas bandas de rock nacional 70, outros tantos artistas do samba, isso para não falar da Bossa Nova, cujo os discos são mais conhecidos lá fora do que aqui dentro. Tudo isso e muito mais foi usado e abusado por esses ‘grupos’ que ainda se sentem prejudicados porque os blogs estão disponibilizando o que eles comercializam por aí a fora. Tenha paciência! Violação de direito autoral é isso! Isso sim é que é a verdadeira pirataria!
Pelo que eu vejo, a praga se espalha por outros lugares. Iniciaram a fase da matança. A caça aos blogs. Vamos ver até onde vai…
E falando em matança, vamos hoje, que é sexta feira, trazendo um belo disco independente. Tenho aqui para vocês, “Matança”, um álbum do meu xará, o baiano Augusto Jatobá (putz! até rimou!). Este álbum saiu no final dos anos 80. Uma bela produção que contou com participações especiais e super especiais. Encabeçam, logo estampados na capa, os nomes de Geraldo Azevedo, Elomar, Xangai e João Omar. Contudo, ainda temos os músicos instrumentistas, gente fera como Joca, Franklin, Jacques Morelembaum, Chiquinho do Acordeon, entre outros…
Jatobá é um poeta e compositor na essência. Segundo eu li, ele não toca nenhum instrumento, mas cria músicas maravilhosas. Basta ver (e ouvir, claro) músicas como “O primeiro vegetal”, “Mastruço”, “Imbuzeiro”, “Frutos de plástico”… aaah… todo o disco. Bão demais!
Este álbum eu esperava publicar no dia 21 de setembro, Dia da Árvore. Mas como a ‘matança’ começou, não sei se estaremos vivos até lá.
Estou pensando em alguma estratégia para mantermos as postagens banidas. De qualquer forma ainda temos o velho endereço do Toque Musical e uma outra versão atualizada que funciona como clone.
É isso aí… os cães ladram e a caravana continua passando (da-lhe Tizol!).
Leonel Azevedo – Ontem E Hoje – 40 Anos De MPB (1970)
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Eu, sinceramente, não sei se rio ou se choro. Hoje eu recebi um comunicado do Mediafire avisando que diversos dos arquivos hospedados por lá estavam bloqueados. Aliás não são diversos, são centenas de toques que agora estão inativos. O Blogger, também se resguardando, retirou todas essas postagens até que eu regularize a situação com links para donwload. Será que precisa? O Mediafire já foi pressionado e cortou a hospedagem. Ficamos assim numa situação complicada. Ou eu republico as postagens sem os links, ou as deixo fora de uma vez. Sinceramente, não quero podar as postagens do meu blog, por isso irei realmente retirar os links e assim o farei sempre que tal situação se repetir. Mandou tirar, a gente tira, mas a postagem continua! Daí, passamos a traçar outros caminhos, que obviamente serão mais complicados e demorados para vocês. Mas o direito de compartilhar o que tenho e que é meu continua. Não estou vendendo nada e nem ganhando indiretamente com propagandas. O máximo que eu poderia estar fazendo era ofuscar a coisa enquanto ‘negócio’. Mas que negócio é esse que nem sabe bem qual é o seu produto? Nos proíbem de ouvir discos e músicas que nunca mais serão editados, outros que nem chegaram a ser discos ou publicados. Gravações caseiras como a do João Gilberto na casa do Chico Pereira, uma demo de um grupo punk que nunca chegou a gravar um disco e outras produções exclusivas e independentes do Toque Musical, foram incluídas na listagem dos ‘patrulheiros cibernéticos’ à serviço do DMCA. Seria triste se não fosse cômico.
Uma coisa curiosa que eu percebo é que o Toque Musical parece ser o único infestado pelo vírus da intolerância e do despeito. A inveja é mesmo uma merda (e se manifesta, podem aguardar!)
Para o momento eu vou deixar as coisas como estão. As postagens antigas irão voltando gradualmente, sem toques mediúnicos ou musicais. Para essas, o melhor mesmo é recorrer ao e-mail, fazer um pedido pessoal e aguardar pacientemente. É o máximo que posso fazer, sinto muito… Vamos aos poucos encontrando outras alternativas e nos adaptando. Como sempre digo, o que foi publicado, do público é!
Seguimos com o disco do dia. Tenho para vocês (e sejam rápidos) este ótimo e raro lp, lançado por um selo independente em 1970, trazendo a música de um dos nossos grandes compositores, Leonel Azevedo. Encontraremos no lp dois excelentes intérpretes, Alcides Gerardi e Lia de Carvalho, os quais dividem o discos, cantando coisas como:
Há Sempre Um Nome De Mulher (1987)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Mantendo o nosso show de variedades fonomusicais, hoje, sexta feira, é dia de disco independente. Tenho aqui este álbum que há muito eu venho ensaiando em postá-lo, desde que criei e postei aquela coletânea, chamada “Elas Cantam Samba – Vol. 1“. Aliás, ela foi inspirada neste álbum. Logo depois eu vim a postar outro disco, que provavelmente também serviu de inspiração para este, gravado por Lúcio Alves, cantando músicas com nomes de mulheres.
Finalmente chegou então a vez deste que é um álbum duplo. Um super projeto independente realizado pelo Banco do Brasil em 1987. Uma iniciativa de apoio ao Programa de Aleitamento Materno, como diz na contracapa do álbum. Aliás, as informações completas sobre o disco estão no encarte e incluido no pacote. Quero aqui apenas dar uma prévia, dizendo que se trata de um belíssimo disco, onde participam 33 intérpretes e 80 músicos. Um encontro que só mesmo uma instituição financeira do porte do BB poderia arregimentar, pois temos aqui artistas de diferentes gravadoras. E o detalhe mais importante, este disco não traz compilações e sim regravações. São novas interpretações e exclusivas. Um grande feito! A criação do projeto é de Ricardo Cravo Albin, que também cuidou dos textos e direção geral. Os arranjos e regências foram do Maestro Orlando Silveira. O conjunto Época de Ouro participa em quase todos os momentos fazendo as bases.
“Há sempre um nome de mulher” é um disco dividido em blocos, apresentando os diferentes tipos de mulheres cantadas e eternizadas na Música Popular Brasileira. Temos aqui uma série de clássicos onde a mulher é o ponto principal.
O disco tem um sequência em que mal se percebe as mudança de faixas. As músicas e artistas se revezam a cada instante, lembrando bem um ‘pot pourri’. Procurei, de qualquer forma, desmembrá-las, no sentido de facilitar a audição uma a uma. Assim fica mais fácil para se ouvir…
Francisco Mário – Revolta Dos Palhaços (1980)
Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Bom dia mesmo, tem que ser! Pois, pelo jeito o bicho tá pegando… Eu enviei ontem para uma parte dos amigos cultos que estão na minha lista de e-mail uma mensagem da ONG AVAAZ. Na verdade, um alerta e uma mensagem de oposição ao já conhecido Projeto de Lei do político Eduardo Azeredo, o PL 84/99. Todo aquele que não concorda com essa jogada política, que só serve para restringir o nosso já pouco direito, não deve ficar de fora. Entre no site da Avaaz e envie o seu protesto. Liberdade, liberdade e liberdade!
Quando digo que o bicho está pegando, não me referi apenas ao Azeredo. Há também por aqui outra situação azereda, que dizer, azeda. Ontem eu recebi um e-mail do filho do Nilo Sérgio, o Nilo Jr., no qual ele solicita que eu retire todos os ‘toques’ relacionados aos discos da Musidisc. Segundo ele, o catálogo da gravadora continua sendo relançado a cada dois anos. Eu, sinceramente, nunca soube disso. Sei que alguns títulos chegaram a ser relançado pela Som Livre nos anos 80, por sinal de uma maneira tão pobre e porca que deve ter feito o velho Nilo se remexer no caixão. Afinal, os discos da Musidisc e Nilser eram de padrão internacional, um primor para os padrões comerciais da época. Coincidentemente, quando eu já preparava uma série de títulos dos mais raros da Nilser e Musidisc para trazer até vocês, o detentor dos direitos veio solicitar a retirada do que já foi postado. É mesmo uma pena, tanto pelos que á foram postados quando para os que viriam em seguida. São discos que com certeza nem o próprio herdeiro deve ter ou saber de sua existência. O que dizer de uma nova e possível reedição? Vão esperando… Neste final de semana eu estarei retirando todos os links deixado nas postagens relacionadas aos discos da Musidisc e Nilser. Eu fiquei meio chateado e cheguei mesmo a pensar em retirar também as postagens. Mas agora, pensando melhor, acho que irei mantê-las, pelo menos para que todos saibam que um dia o Toque Musical tentou trazer à luz (e aos ouvidos) o que insistentemente querem manter no esquecimento. O que o TM não pode fazer, outros milhares de blog o farão. Como eu já disse outras vezes, essa é uma estrada sem volta. O pão que não foi comido na hora só se preserva por um tempo. Depois, ou vira farinha ou vira bolor. Depende de quem guarda, não é mesmo?
E assim tudo se perde e se transforma e só mesmo por força do destino algo ainda permanece. E permanece enquanto estiver oculto, escondido, esquecido ou limitado à poucos olhos e ouvidos. Essa é uma grande verdade e se aplica também à situação do blog Toque Musical, que, assim com foi o Loronix, hoje ocupa uma posição de destaque no cenário blog musical. Por conta de sua tamanha visibilidade e exposição se torna também vulnerável, alvo fácil de ações repressoras. É como diz o velho ditado, quanto mais alto, maior o tombo (que o diga o WTC). Melhor aqui é desacelerar…
Mas nós, os palhaços aqui, continuamos revoltados. Foi na analogia do meu pensamento que eu me lembrei deste disco do Francisco Mário para a postagem de hoje. Caiu como uma luva, principalmente porque se trata também de um disco independente, apropriado para a nossa sexta feira do TM.
“Revolta dos Palhaços” foi o segundo disco gravado por Francisco Mário que contou com a ajuda e participação de muita gente boa, a começar pelas primeiras duzentas pessoas que compraram o disco antes mesmo dele ficar pronto. Uma ideia interessante, principalmente se o artista for um nome de talento e ainda trazer na bagagem outros grandes nomes como, Ivan Lins, MPB-4, Boca Livre, Lucinha Lins, Mauro Senise, Danilo Caymmi, Gianfrancesco Guarnieri, o irmão Henfil, Aldir Blanc e outros…
Para acabar de vestir a luva eu incluo, muito apropriadamente, o que dizia o Chico Mário a respeito deste disco: “Com este disco eu denuncio a ilusão montada para ver a nossa realidade subdesenvolvida de país de terceiro mundo e que até poderia chocar as pessoas que estavam sonhando e não queriam acordar, preferindo acreditar na falsa realidade criada a cada dia.”
Quarteto Teorema – Mengo 70 (1969)
Olha aí, como disse, aqui está o outro disco do Quarteto Teorema. Este compacto duplo foi lançado em 1969. Uma produção exclusiva criada pelo Clube de Regatas Flamengo. Uma boa jogada, só que de ‘marketing’, que consitia na venda deste compacto premiado. Ou seja, cada disco podia trazer dentro de sua capa (lacrada), além do disquinho, um prêmio em dinheiro. A ideia foi lançada no intuito de arrecadar fundos para o time do Flamengo comprar novos jogadores e fazer bonito nos campeonatos de 1970. Não deve ter sido por outro acaso que o time neste ano conquistou a sua primeira Taça Guanabara.
Bom, quanto ao compacto e o Quarteto Teorema, tudo de bom. Compacto duplo com quatro faixas, tendo como carro chefe a música “Mengo 70”, composição de Fernando Lona e Vidal França. De contra peso e endossando a mensagem temos também “Aquele abraço”, de Gilberto Gil, já ouviu? (putz, até rimou)
Nilson Chaves – Dança De Tudo (1981)
Grupo Musa – Coisas Nossas (1974)
Cesar De Paula – Sambeat (2007)
Bom dia a todos! Estamos começando aqui o nosso 5º ano de toques musicais e outros áudios mais… É bom a gente as vezes lembrar isso, ‘esses áudios a mais’, porque embora o blog se chame Toque Musical, foi concebido na ideia de trazer também, além da música, outros áudios interessante, curiosos, raros e até mesmo inusitados. Aqui há espaço para a música, poesia, novelas, audiobooks e tudo mais que podemos ouvir com outros olhos. As vezes a gente acaba ficando preso a um determinado assunto e quando vê já se ‘caracterizou’. Toque Musical, aqui, é uma expressão mais ampla…
Esta introdução não tem nada a ver com a postagem que agora segue. Mas como estamos partindo para um novo ano, quero deixar isso bem claro. Bem porque, em breve, penso também em postar outros discos e gravações que não são necessariamente de música.
Hoje é sexta feira, dia do artista/disco independente. Excepcionalmente, para começar, farei duas postagens. Na primeira, vamos com “Cesar de Paula & Projeto S.A.mbalance“, que acabou de chegar na madrugada. O artista nos enviou esse trabalho, chamado “Sambeat”, para a nossa apreciação. Como a maioria de vocês, eu também estou conhecendo agora. Do pouco que eu ouvi, achei legal. Música, como ele mesmo chama, “extemporânea brasileira”, do balanço samba-jazz, bossa nova, pop, soul, maracatú… à modernidade eletrônica. Trata-se, no entanto, de um EP produzido em 2007. Agora, neste ano, ele está lançando um DVD, onde constam algumas das músicas deste CD. Quem é de Brasília deve, talvez, conhecer melhor o seu trabalho. Ele vem de lá… Vamos conferir?
Zéluiz – Sinais (1980)
Taí, como eu havia dito, teremos uma sexta independente em dose dupla. Com essa tomação de remédios, fiquei com essa coisa de ‘doses’ na cabeça. Melhor seria se fosse umas doses de uma cachacinha de Salinas ou um Jim Beam, que ainda tenho estocado. 😉 Mas hoje, nem pensar…
Para a nossa segunda dose eu estou trazendo o cantor e compositor Zéluiz (Zé Luiz Mazziotti), que há pouco mais de um mês deu (e continua dando) um bom ‘ibope’. Como todos gostaram, achei por bem mandar mais um. 😉
“Sinais” é um álbum independente, lançado por Zéluiz em 1980. Neste trabalho ele interpreta além de suas canções, em parceria com Mily, Sérgio Natureza e Ana Terra, outras também de alto nível de compositores como Baden e Paulo Cesar Pinheiro, João Bosco e Aldir Blanc, Ivan Lins, Fátima Guedes, Joyce, Lourenço Baêta e Elodi. O álbum foi produzido pelo próprio Zéluiz. Os arranjos e regências ficam por conta de Gilson Peranzzetta e Antonio Adolfo. Participam também um time de grandes instrumentistas, os quais vocês poderão ouvir e verificar no encarte anexo do nosso ‘toque musical’. Vamos conferir?
(tem discos que quando eu posto, sei até quais serão os amigos cultos e ocultos irão se manifestar, interessante…)
Quatro Na Roda – EP (2011)
Eugenio, Osias E Danilo – Arraial Na Voz De Titane (1984)
Bom dia, amigos cultos e ocultos. Para o nosso encontro nesta sexta independente, eu trouxe um disco muito bacana, que só mesmo quem é aqui das montanhas das Geraes o conhece bem. Trata-se de “Arraial”, um projeto musical onde participaram mais de 50 músicos mineiros, entre instrumentistas, compositores e arranjadores. Figuras de destaque na música mineira como Marco Antonio Guimarães e seu Uakti, Gilvan de Oliveira, Ladston do Nascimento, Sérgio Moreira e até o argentino Rujo Herrera, entre outros…
Osias Ribeiro, Danilo Santos e Eugênio Gomez são compositores mineiros que aqui tem as suas músicas interpretadas por Titane, uma das maiores cantoras de Minas Gerais. Se não me engano, este foi o primeiro disco da Titane, ou melhor dizendo, um disco onde ela é a cantora.
Num projeto onde tanta gente boa se envolveu, o resultado não poderia ser outro senão um disco de qualidades. Infelizmente, por questões técnicas e também de orçamento algumas músicas foram cortadas. Se o disco tivesse sido lançado, na época, em formato cd, talvez isso não acontecesse. Mesmo assim eu prefiro lamentar ele não ter sido lançado como um álbum duplo. Ao ouvirem, vocês logo me darão razão. Fica no final aquele gostinho de ‘quero mais’ 😉
Zezé Freitas – Interpreta Zica Bergami (1998)
Olás! Eu às vezes fico meio perdido aqui com tantas coisas que me enviam. São discos, livro, gravações, fotos, cds… Tento manter uma organização, até mesmo porque de tanto material que chega, muitos serão aproveitados em outros momentos e a gente precisa ter as referências dos colaboradores e fornecedores, desses meus amigos cultos e ocultos. Acontece que às vezes alguns se perdem nas pilhas, estantes, gavetas e e-mails e eu fico mesmo sem saber qual foi a origem. É o caso deste disco da cantora Zezé Freitas, sinceramente não sei mais que me enviou (provavelmente o Chris Rousseau ou mesmo alguém ligado a produção deste cd independente). O fato é que hoje é dia de disco/artista independente e entre tantos outros títulos disponíveis achei de postar justamente este trabalho maravilhoso que na última semana eu tenho escutado.
Fazendo uma rápida apresentação, Zezé Freitas é uma cantora que iniciou sua carreira no Coral da USP. Gravou seu primeiro disco/cd, “Momentos”, em 1995, com direção musical de Filó Machado, que também acompanhou a cantora nos diversos shows que fez apresentado as canções deste disco. Em 1998 ela grava este que foi o seu segundo trabalho solo, tendo novamente o Filó na direção musical. No ‘album’, Zezé interpreta canções da compositora, escritora e artista plástica paulista, Zica Bergami, autora de “Lampião de gás”, música lançada na voz de Inezita Barroso em 1958, se tornado um clássico do cancioneiro paulista. Talvez pelo fato de ter dividido a sua vida artística entre a pintura, literatura e música e mais ainda, por ter se destacado na escrita e no pincel, a música (que carece de uma dedicação exclusiva) ficou um pouco ofuscada. Posso estar sendo injusto no meu comentário, mas eu mesmo só me lembrava de Zica Bergami como artista plástica (pintora). Certo é que este disco veio me mostrar que Zica era realmente uma excelente compositora. Sua música reflete o seu tempo, tem humor e simpatia. Na interpretação de Zezé Freitas ganha um novo fôlego, se atualiza e agrada no ato. Também não é para menos… Zezé é uma ótima cantora, que interpreta com muita desenvoltura essas canções. No disco ela veio muito bem acompanhada por gente com o Filó, Adauto Santos, Sabá, Arismar do Espirito Santo, Clayber de Souza, Oswaldinho do Acordeon e outros… Um belo disco para um dia, que por aqui, está parecendo de paulista, frio e com o céu nublado. Por falar nisso, deixa eu correr, meu tempo é curto 🙂 Confiram aí esta pérola 😉
Di Melo – Pedra Bruta (2011)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Eu ainda não tive tempo de repor todos os ‘toques’ solicitados e nem sei se o conseguirei fazê-lo neste fim de semana. Mas podem ficar tranquilos que no mais breve possível tudo ficará resolvido, ok? Enquanto isso, vão curtindo aí as postagens dos últimos dias.
Como eu já havia comentado, na semana passada tivemos em Belo Horizonte o Conexão Vivo, lá no Parque Municipal. Rolou um bom e variado espetáculo, com os mais diferentes artistas. Nos dois dias em que eu pude estar presente, foi possível assistir a muitos shows. Entre tantos que por lá passaram, veio também o Di Melo que se apresentou ao lado da banda Black Sonora. Para os que não se lembram, o Di Melo é aquele artista pernambucano, que nos anos 70 gravou pela EMI-Odeon um álbum muito interessante, tendo como participação nomes como Heraldo do Monte, Hermento Pascoal, Claudio Bertrami e outros… (inclusive o pai do Taiguara tocando bandoneon). Eu já tive este disco, mas por alguma razão o passei para frente.
O Di Melo voltou a tona depois que nos anos 90 foi redescoberto por DJs ingleses. A sua música “A vida em seus métodos diz calma” foi na época incluida na coletânea “Blue Brazil 2” para o mercado internacional. Como sempre acontece, bastou ser resgatado lá fora para que o pessoal aqui dentro redescobrisse ou reconhecesse o talento do cara. Di Melo volta a ganhar projeção e interesse das novas gerações, já tem inclusive um filme sendo finalizado sobre sua trajetória. Sinceramente, não conheço a história do cara, mas será que vale um filme? Ele é considerado por muitos como um dos importantes artistas que contribuiram para a formação de um estilo ‘blacksoulmusicsambarock’ (o mesmo onde são colocados Tim Maia, Cassiano, Hyldon, Trio Mocotó e por aí a fora…)
O certo é que no Conexão, o Di Melo volta à cena trazendo debaixo do braço um cd de coletâneas. Quando vi o ‘cedezinho’, achei que fosse piada. Produção caseira, reunindo além das músicas de seu disco de 1975, outras composições. A piada não é pela produção caseria, mas pela capa que estampa uma caricatura sua (até bem feita). Quem vê aquele cd há de pensar que se trata de um disco de piadas ou historinhas infantis. Sinceramente, não me contive… Após ouvir o disco (vendido por ele por 25 paus e sem autógrafo) e por sugestão de um amigo, pensei: pô, esse cara é uma pedra bruta! Precisa de uma lapidação, uma capa nova e mais divulgação! Vou postá-lo no Toque Musical!
Para quem está querendo retomar a carreira na mesma ‘pompa’, além de uma música boa (que ele já tem) é preciso também ter uma boa apresentação. Foi aí que eu resolvi criar essa nova capa, algo mais apropriado para o nosso artista. Modéstia a parte, acho que ficou ótima. Eu me sentiria muito honrado se o Di Melo passasse a usá-la. Tenho certeza que ninguém mais vai lhe fazer piadinhas.
Mara Do Nascimento – Instrumental (1982)
Maria Eugênia – Para Ser Feliz (1989)
Bom dia! Chegamos a mais uma ‘sexta independente’ e como a semana é dedicada às cantoras, fui buscar algum disco que se encaixasse à proposta – produção independente, lançado a mais de 20 anos atrás. Procurei também privilegiar alguma cantora que fosse pouco conhecida. Daí, acabei dando de cara como este lp que me chamou a atenção, principalmente pela capa, um estilo bem diferentão, nem parece coisa dos anos 80. Outro detalhe curioso diz respeito à informação da técnica de gravação, chamada aqui de “Sistema DMM -Direct Metal Mastering”, a qual aparece impressa no álbum como sendo a última palavra em tecnologia de gravação em vinil, como se fazia em lp’s produzidos nos anos 60. Nunca ouvi o disco, mas diante a tantos dados instigantes, me vi naquela de ouvir com outros olhos.
Maria Eugênia é uma boa cantora, seu jeito me faz lembrar muito algumas cantoras mineiras. Aliás, o disco tem bem um estilo das produções mineiras, mas pelo que podemos constatar na contracapa, o produto é paulista. Provavelmente a nossa cantora aqui também deve ser paulista.
“Para ser feliz” é um álbum com boas canções, algumas são do compositor Lula Barbosa, que já foi gravado pelos mais diversos artistas, nacionais e internacionais. Os arranjos, muito bons por sinal, são dos veteranos e lendário grupo Os Carbonos. Confiram esta postagem e se possível complementem as informações. Continuo curioso para saber mais e que fim levou a cantora Maria Eugênia.
Ladston Do Nascimento – Simbora, João! (2002)
Alexandre Salles – Homem De Plástico (1984)
Arthur Kampela – Epopéia E Graça De Uma Raça Em Desencanto (1988)
Muito bom dia, amigos cultos e ocultos. Estou trazendo hoje um disco independente, como manda o figurino das nossas sextas, que até então eu não conhecia direito – Arthur Kampela em “Epopéia e graça de uma raça em desencanto”. Cheguei a ouví-lo uma certa vez, mas naquele momento eu não estava muito para Zappas e Barnabés. Acabei não lhe dando a devida atenção. Recentemente eu voltei a encontrar o disco e acho que chegou a hora de ouví-lo com outros olhos. Eu tinha, para mim, que Arthur Kampela fosse um ator, ou algo relacionado às artes cênicas. Neste trabalho o que temos, à primeira vista e também numa primeira audição é uma obra teatral. No álbum, de capa dupla e bem produzido, as informações se limitam à ficha técnica, letras das músicas e agradecimentos. O que vem a ser a ‘epopéia e graça de uma raça em desencanto’ eu só vim a saber depois que fiz uma breve consulta à mãe dos ignorantes, hoje, a Internet (o pai continua sendo o dicionário). Eu que pensava que ao abrir algum site, sobre o Kampela, iria cair nas artes cênicas, me enganei. O cara pode até ser um ator, mas pelo que eu li ele é muito mais que isso. Sua área de atuação é mesmo a música. Doutor em Composição pela Columbia University de Nova York, é também professor nesta universidade. Violonista super premiado. Tem artigos publicados no Current Musicology de NY, ‘cyber journals’ na web, e edições acadêmicas em várias e conceituadas escolas universitárias. Segundo informações que eu colhi em um texto do Festival Internacional de Violão, o FIV, realizado em Belo Horizonte, “se distingue em duas frentes composicionais: Particularmente para o violão, criou uma nova técnica de manipulação denominada “Tapping Technique”onde emprega um arsenal de novas técnicas-estendidas para a manipulação deste instrumento. Além disso, vem trabalhando neste e em recentes trabalhos para variados instrumentos, com sua teoria de modulação micro-métrica, onde ritmos complexos (cadeias de quiálteras) são super-impostos. Graziela Bortz, da Cuny de New York escreveu sua tese de doutorado “Rhythm in the music of Brian Ferneyhough, Michael Finissy and Arthur Kampela — a Guide for Performes”, utilizando a teoria de Kampela para analisar o substrato rítmico das obras destes compositores.” Kampela, numa segunda frente, se destaca ainda, quando no Brasil, gravou em 1988 este lp, considerado uma obra pioneira, onde ele nos apresenta a desconstrução radical da música popular brasileira, usando elementos e procedimentos da música de vanguarda, chegando a um resultado ‘pop-cênico-camerístico curioso. Nessa linha, ele também mantém um trabalho com seu grupo, fazendo uma música pop de vanguarda. Confiram…
Amadeu Cavalcante – Estrela Do Cabo Norte (1991)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Ontem, por alguma razão que eu desconheço, não foi possível manter o habitual contato mediúnico com meus amigos artistas, lá do céu. Eles não tiveram como acessar aos comentários do blog para nos trazer o ‘toque musical’ do dia. Sinceramente, pensei que fosse mais um ataque de algum furibundo invejoso. Sabem como é, gato escaldado fica mais esperto… Felizmente, hoje, parece que tudo voltou ao normal. Bom para todo nós 🙂
Hoje, sexta feira, é dia de disco/artista independente. Estou trazendo para vocês um artista pouco conhecido aqui para as bandas do sul, o amapaense Amadeu Cavalcante. Eu mesmo, só vim a conhecê-lo há pouco tempo atrás, através do Quarteto Senzalas, do qual ele é um integrante. Amadeu iniciou sua trajetória musical cantando em bares de Macapá, na década de 80. Gravou seu primeiro disco, “Sentinela Nortente” em 1989, numa parceria com outro compositor da terra, Osmar Junior. O álbum “Estrela do Cabo Norte”, foi seu segundo disco. Gravado no Rio de Janeiro em 1991, teve desta vez uma produção primorosa através do selo independente Outros Brasis, de Belém do Pará. Participam do álbum diversos artistas, como os músicos Fernando Carvalho, Osmar Junior, Jacques Morelenbaum, Nilson Chaves, Val Milhomem e outros…
O repertório de “Estrela do Cabo do Norte” é formado por composições, em sua maioria, do amigo e parceiro Osmar Junior, mas também há espaço para outras parcerias e composições de artistas da região Norte. As músicas são mesmo muito boas, tanto na composição como na interpretação. Música brasileira autêntica, sem influências estrangeiras e que vai muito além do regional. Um belo disco, podem conferir…
Eduardo Delgado – Fábrica de Música (1992)
Olás! Pensei, hoje, em postar aqui alguma coisa relacionada à Sexta Feira da Paixão e ao mesmo tempo que fosse uma produção independente. Não me lembrei de nada muito específico e nessas condições. Daí, resolvi fazer melhor, trazer um disco de música instrumental, calmo e contemplativo. Me lembrei deste álbum do compositor, flautista e saxofonista Eduardo Delgado. Até na capa, sua figura de barba, nos remete a outra, de um Cristo flautista (ou seria um Ian Anderson disfarçado?) Talvez, nenhum, nem outro, ou mais ainda…
Eduardo Delgado é um instrumentista mineiro que faz parte da nata gorda dos músicos de Belo Horizonte. Já tocou com os mais diversos artistas da música, passeando pelo rock progressivo, jazz, música instrumental mineira (que é algo ainda a ser classificado), chorinho e tudo mais onde cabe uma boa flauta ou sax.
“Fábrica de Música” foi o primeiro disco deste excelente músico, lançado de forma independente, no início dos anos 90. Apresenta um repertório com nove músicas suas e de artistas mineiros como Juarez Moreira, Beto Lopes, Tavinho Moura com Milton Nascimento e Paulinho Pedra Azul. Tocam com ele na banda Kiko Mitre no baixo, Ricardo Fiuza no teclado, Nenen na bateria e Amaury Angelo na guitarra. Como convidados, participam ainda, de uma forma ou de outra, Tavinho Moura, Juarez Moreira, Mauro Rodrigues, Beto Lopes, Chico Amaral, Gilson Queiroz e Victor Santos.
Taí um bom disco para se ouvir num dia como o de hoje (e no de amanhã, depois e depois…)